A Prisioneira - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 4
3


Notas iniciais do capítulo

;)



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3 - Malice é uma assassina - segundo ela, é claro

Eu já disse como o cinema é a coisa mais perfeita do mundo? Se não, agora você sabe. Preferencialmente quando sua foto está em enorme escala, e você tem um filme com o seu nome, e com o seu personagem: você é totalmente fodástico!

Bem, é meio inacreditável saber que fizeram tudo isso, sem nem mesmo você saber – principalmente quando seus pais são os deuses do jamais-conte-qualquer-coisa-á-Claire-á-menos-que-ela-possa-morrer-por-isso. Mas era algo… completamente surreal.

Vamos falar algo de Joe agora. Por acaso, eu já disse que Joe é perfeitamente lindo fora do campus?! Confesso que já tinha esquecidos os princípios belesísticos dele. Era como se ele tivesse ficado um milhão de vezes mais bonito e legal. Usava um boné com a aba virada, e uma camisa com o Mario e o Luigi com alguns cogumelos verdes. Tênis novos – para variar e calças jeans skiny – ele era a pessoa mais linda no mundo. E quando ele sorria… quem é Cedric mesmo?

Estávamos no cinema, como já deve ter percebido, tentando pegar alguma seção para ver o filme: Como salvar o mundo, parte I, onde eu era interpretada… por uma meia irmã minha. Okay. É horrível pensar nisso… mas meu pai tem filhos por toda a parte do mundo, ao menos minha mãe não é assim. Mas a garota era parecida comigo – e vestia belos Jimmy Choo’s – porém, a seção estava cheia, o que me causou um ataque. E as pessoas queriam autógrafos – e como uma boa garota Bennett, eu cedi.

Acredite, é meio estranho ver pôsteres seus – com seus magníficos olhos verdes e mechas rosa flamingo – sendo apreciados por outros Dots – que não são seus pais. Joe,Tyler, Malice, Sharon e Nora tinham versões menores, o que não os deixou completamente felizes.

Malice, Joe e eu, despistamos uma jornalista do Diário Extradotado – o jornal corrente no mundo Dot – que queriam saber detalhes constrangedores sobre a minha relação com Joseph Thompson. Yeah, eu estou falando sério!

 - Vamos apostar em blueberrys! – berrou Joe, puxando eu e Malice, consigo para dentro de um cassino lotado.

 - O que garotos acham tão interessante em apostar em coisas? – resmunguei para Malice que coçou sua cabeça parcialmente azul e deu de ombros.

O lugar era colorido e abafado – ainda assim, apinhado de pessoas como nas ruas de paralelepípedos da Vila.

Vários sátiros corriam de um canto para o outro, segurando sacos de moedas, seguidos por ninfas, Náiades e Dríades. Centauros vestiam chapéus de poker e jovens apostavam alto em mesas esparramadas e diversos jogos pelo lugar.

 - Vamos lá! – guinchou Joe – Eu quero comprar alguma coisa legal pra você, Benny!

Já tinham passado horas, Joe ainda estava no cassino e Malice e eu, saímos para comprar alguma coisa legal, ou apenas o meu material escolar.

 - E então, como está o Kent? – perguntei, enquanto entrávamos na Tintas de Hera.

Malice apenas ajeitou suas meias arrastão e limpou o canto do olho. – Eu e Kent não nos falamos á uns meses.

Ela se limitou a folhear alguns pergaminhos, livros e canetas do balcão, onde alunos procuravam por seus materiais, sem nem ligar para quem Claire Bennett era.

 - O que aconteceu?

Malice respirou fundo. – Ele quer controlar a minha vida. Não nasci para ser como ele… nem como Sharon, Tyler, Melanie ou Joe. Sou uma alma eternamente viajante. Posso conseguir muito mais sendo uma caçadora de recompensas.

Por algum motivo, não consegui crer naquilo por muito tempo. Algo a traía. Encontrei uma pilha de livros de segundanistas. Peguei-os e coloquei em um carrinho de compras e comecei a reviras os cadernos de anotações até que encontrei um com meu pai na capa dizendo: Seu futuro brilha como o sol, baby! Adicionei-o ao meu carrinho.

 - Malice, e o que sua família acha de você… bem… se aventurar pelo mundo?

Uma escura sobra se passou pelo rosto da garota de cabelos azuis e mal cortados.

 - Toda família que me restou é Baylee. Minha irmã mais nova, e o desejo mais carinhoso que ela tem para comigo é que eu morra. – gemeu.

Não estava preparada para aquilo.

 - O que houve com sua família?

 Um sorriso maníaco e de desdém se passou por seu rosto.

 - Eu os matei.

Segurava um tinteiro vermelho na minha mão, mas a surpresa – ou o medo – que me recorreu naquele momento, me fez atirar o objeto para longe de minhas hábeis e perfeitas mãos.

 - Como?!

 - Ah, Gallatea. – ela suspirou com as mãos tremendo ao segurar algumas cartas voantes de uma prateleira. – Meus pais não tinham nem um quesito… de sangue especial na família. Ninguém esperava que eu me tornasse um Extradotado. Foi um erro pensar assim. Hécate me escolheu para guardar seu poder. Junto com mais duas pessoas. E o jorro de poder foi… foi tão grande!

Ela quase soluçava.

 -… eu estava na sala conversando com Baylee sobre como ela deveria pintar seu cabelo louro de preto, mas ela negava… dizia que eu parecia um zumbi. Mas naquele momento eu não senti raiva nem receio… as coisas simplesmente aconteceram! Meu pai fazia truques de mágica na cozinha, enquanto minha mãe alimentava o gato. Foi a ultima lembrança sã que eu tenho deles… o jorro de magia que saiu de mim foi tão forte… tão poderoso… que acabou por derrubar a casa… eu e Baylee sobrevivemos apenas. E… ela me culpa, com razão, por ter assassinado papai e mamãe.

Malice parecia falar consigo mesma – tripudiando sobre seu próprio orgulho.

 - Não foi sua culpa. – consolei.

Mas quando disse, me arrependi.

 - Como se sentiria Gallatea, se por você, seus pais humanos estivessem mortos agora? Diria á si mesma que não tem culpa?! – era apenas um riso seco e lúgubre – Sei bem quais foram meus erros. E eu matei meus pais. Sou um erro. Mas algum dia, vou compensar o que houve. Vou trazê-los de volta.

Parecia ter me esquecido de que estive ali. Só conversava com si mesma.

 - Malice? – chamei – Quer um donut? – apontei para uma caixa de donuts em uma máquina perto da parede.

Ela assentiu e retomou o controle coloquei dois Herófilos na maquila, e duas caixinhas de donuts desceram da máquina. Entreguei uma á ela.

 - Garota, onde você comprou esses sapatos?! – gorgolejei. Bem, botas de combate não são classificados entre os Cinco princípios de Claire Bennett… ela realmente precisa de ajuda: UMA EMERGÊNCIA DE MODA!

 - Eu gosto, okay? – resmungou pegando um livro perto da máquina de donuts.

 - Posso ajudar você escolher alguma coisa com alguma porcentagem de classe, se quiser… - ofereci piscando.

 - Não, obrigada. Tenho que comprar algumas coisas e voltar para uma missão na Noruega… - resmungou ela, abocanhando o donut, e segurando o livro.

 - Noruega?!

 - É um cachê alto, é claro. – respondeu, ainda folheando o livro velho. – Mas se precisar de mim, sabe como me encontrar… eu já disse.

 - O mapa.  – lembrei – Mas e se eu quiser falar com você?

 - Diga: Aparattus Malice. – resmungou – Você vai me ver em breve, depois disso.

 - Bem… tem absoluta certeza que quer continuar a viajar? – ofereci – E… o Kent?

Pela minha surpresa, Malice tirou os olhos do livro velho e me fitou com seriedade.

 - As decisões da minha vida, quem as toma, sou eu. Já disse minha resposta final. – ela engoliu em seco – E quanto ao Kent… diga á ele que… foi legal quando ele me beijou.

Retirou um punhado de moedas do bolso e entregou-as á mulher no balcão. – A gente se vê, Bennett, boa sorte com paparazis.

E assim, Malice se foi pela aglomeração de pessoas.


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