Capitulo 24 - Ponto de Vista de Anthonio

Após a batalha, como havia dito a my lady, fui até a reserva e ajudei o vampiro médico a tratar de Jacob que já estava se regenerando, mas de uma forma incorreta, pois seus ossos estavam ficando tortos.

 - Teremos que quebrar os ossos dele - disse o doutor com pena.

Sorri e fiz o trabalho sujo, enquanto Jacob gritava de dor e xingava todo tipo de palavrão.

- Não é adequado, Jacob Black, que um homem de verdade xingue tanto por tão pouco- falei, sorrindo do meu jeito sarcástico.

- Vai se ferrar, demônio maldito - gritou ele.

Ri e continuei a ajudar o médico.

Após terminarmos de endireitar os ossos de Jacob, espalhamos pomada por seu peito e depois o enfaixamos.

- Está melhor, agora? - falei, com um tom zombeteiro.

Jacob me olhou com um pouco de raiva, mas depois se acalmou.

- Valeu, mesmo que tenha aproveitado para se vingar de mim... - disse ele.

- Não sei do que está falando... Bom, vou indo - falei.

- Muito obrigado, Anthony, você foi de grande ajuda para o meu filho - disse Billy Black, entrando no quarto com sua cadeira de rodas.

- Apenas fiz o que my lady gostaria que eu fizesse - falei, já saindo da casa dos Black.

Eu tinha que ir atrás de my lady. Tinha que vê-la feliz o tanto que eu pudesse para ter o máximo de boas lembranças antes de devorar sua alma.

Devo admitir que eu considerara Isabella Swan como meu bichinho de estimação novo no inicio e só depois de um tempo que eu passei a considerá-la uma pessoa de verdade.

Passei a ter sentimentos gentis por ela, depois que vi o quanto sua alma era pura e o quão magoada ela estava por causa do vampiro Edward. Digo sentimentos gentis referindo-me ao carinho que um demônio pode ter por um aprendiz aplicado ou o carinho de um demônio que encontrou alguém em que pudesse confiar, nada mais, porque sempre soube que o único que poderia completar Bella seria Edward. Era como se os dois fossem almas gêmeas... Coisa que nem eu posso explicar, afinal de contas, sou um demônio sem alma e nem coração de verdade.

Com os meus sentidos mais apurados que de qualquer criatura da terra, encontrei my lady em um restaurante com Edward se deliciando com um ravioli a cogumelo, pelo que parecia, era o mesmo restaurante do "primeiro encontro" deles.

Eles conversavam, riam e trocavam alguns beijos.

Eu ficava triste ao ver aqueles olhos que mais pareciam serem feitos de chocolates brilhando como nunca e cheios de vida outra vez... Ficava triste por ser eu a tirar a vida da dona deles... Algo que não demoraria muito.

Como ela já conseguira seu amado e já recuperara a sua felicidade, a minha parte do pacto já estava feita, eu não poderia adiar por muito tempo, ou seja, aquela humana cuja alma era tão pura e encantadora estava com os seus dias contados, seu prazo de validade já estava vencido.

Essa parte, a que alegra tanto aos outros demônios, passara a ser a mais cruel para mim, mas era a realidade e eu tinha que passar por ela, mesmo que fosse como um veneno me amaldiçoando com a queimação.

Quando my lady acabou de comer, os dois se levantaram, pagaram a conta e deixaram o restaurante.

Eu realmente odiava curiosos, mas o que eu podia fazer? A tentação de assistir a alegria de my lady era muita para se resistir.

Segui os dois até a casa de my lady, achei melhor ficar do lado de fora, olhando-os pela janela, por isso, escondi minha presença transformando-me em um corvo preto, misturando-me com a escuridão da noite.

Eles foram para o quarto dela, então, ela se despiu e disse:

- Você não irá me recusar dessa vez, não é? Essa é uma noite especial. Eu te amo e você me ama, não há motivos para você não me aceitar numa noite de comemorações como essa.

Foi uma boa ideia eu ter me transformado em corvo, pois se estivesse na forma humana, eu com certeza teria gargalhado.

Como my lady era astuta quando queria! Nada menos do que o esperado para Isabella Swan, a garota corajosa que fez um pacto demoníaco.

Edward foi chegando perto dela, acariciou seu rosto, deu-lhe um beijo e então a tomou em seus braços, aceitando o que my lady tanto desejava dar a ele.

Eu não podia nem ver e nem ouvir mais. Seria desrespeitoso demais com my lady, já bastava ter visto seu corpo nu.

Pela primeira vez, ri com a possibilidade de devorá-la... Com aquela nova experiência, sua alma com certeza ficaria ainda mais suculenta... Eu esperaria mais um pouco para acabar com aquela brincadeira, mesmo contrariando meu irmão.