- Hey Bill! - Tom me chamou correndo até mim.

eu diminí o passo para que ele me alcançasse. E ele o fez.

- Vamos no chinês hoje? - ele deu seu sorriso especial.

Meu nome é Bill. Não sei meu sobrenome. Fui abandonado à propria sorte quando criança, hoje tenho 17 anos e ganho a vida como garoto de programa nas ruas de Leipzig. Mas não se preocupe, isso não é um diário onde contarei minhas experiencias sórdidas, não me orgulho do que eu faço, mas não tenho outra opção.

Quanto à esse garoto perdido? Tom Kaulitz, 15 anos. Fugiu de casa cedo e viveu muito tempo como andarilho. chegou aqui à tres semanas e está rachando o aluguel comigo. Mesma profissão.

- Está bem. - balancei a cabeça. - vamos agora? - sugeri.

- Não dá... tenho cliente.

- Aquele mesmo velho tarado?

Tom acentiu.

- Ele gostou de você. - não gostei do jeito que isso soava.

- Quem não gosta? - Ele sorriu.

- Você não pensa em mudar de vida? - eu disse com um tom de auta piedade.

- Vou para Berlim. Vou tentar a sorte.

- Hm. - o nó estranho na garganta.

- Você vem?

Eu abaixei o olhar. O conheço a poucas semanas, e ainda assim, sinto-me feliz com ele. Mas por que eu nao sabia a resposta? Eu ia abrir a boca para falar algo quando uma busina ecoou pela rua. Tom me deu um abraço e correu até a mercedes verde escura.

- Pensa com carinho. - ele sorriu e em seguida brincou com seu piercing.

***

Eu fiquei na frente do nosso prédio por horas, esperando ele chegar, mas nada.

Eu tinha me arrumado para nós irmos jantar fora, Mas nada.

Ele havia me trocado? E eu achei que podia ter alguém para confiar nessa vida miserável.

Estava frio e eu resolvi me enconstar na parede. Levemente fechei os olhos e senti o gélido vento atingir meu rosto.

- Você conhece algum Bill ou Tom Kaulitz.

Um rapaz fardado me acordou. Regulando a respiração foquei no homem loiro à minha frente.

- E-eu sou Bill. Colega de quarto do Tom.

- Reconheçe isto? - ele me mostrou o celular do Tom.

- Sim. É o celular dele.

- Achamos! - o cara gritou. Mais dois homens vieram até nós.

- Você sabe se o senhor Kaulitz tinha conflito com algum... cliente?

- O que? Do que está falando?

- Qual sua relação com ele? - ele me ignorou solenemente.

- Ele é meu colega de quarto. O que ele fez.

- Vocês tem algum cliente especial?

- Um homem, Steve Broks, gostava do Tom. Mas o Tom é incapaz de qualquer coisa.

- Steve Broks! - ele berrou. - Pegamos ele! - o loiro saiu correndo rumo ao carro da policia.

Eu corri atrás e segurei seu braço.

- O que está acontecendo?! Cade o Tom?

- Sinto muito. Seu colega foi a terceira vítima do Steve.

Meu peito foi esmagado.

- Como assim vítima? - minha voz tremulou.

- Acharam o corpo dele meia hora atras na beira de uma estrada com tres tiros no peito.

"- Vou para Berlim. Vou tentar a sorte.

- Hm. - o nó estranho na garganta.

- Você vem?"

Eu devia ter dito sim. Uma dor terrível caiu sobre mim e como um soco na barriga eu senti um impacto.

Abri os olhos e estava no meu quarto. Georg e Gustav me encaravam e me sacudiam.

- Hey cara! O que houve? - Gustav murmurou com a cara inchada de sono.

Eu me levantei e corri até o quarto de Tom. Ele não estava lá.

- Não. Não. Tom! Tom! - eu começei a correr pelos corredores com Gustav e georg correndo atras de mim. Até que eu finalmente esbarrei na pessoa mais importante do mundo.

eu me enrosquei no tapete e cai sentado.

- O que foi Bill? -Tom esfregava os olhos. - Ainda nem clareou...

Ele me ajudou a levantar. Eu o abraçei firma, como se a minha vida dependesse daquilo. E ela dependia.

- Sim. - eu murmurei. - Eu te amo Tom.

- Também te amo Bill.