Eu Te Dou Meu Coração. escrita por Bellaah


Capítulo 2
Capítulo 1 - Os olhos chocolates e os olhos verdes


Notas iniciais do capítulo

De novo.:)



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Bella PDV

Olhei-me no espelho enquanto terminava de pentear os meus cabelos castanhos ondulados vagarosamente. Suspirei e por alguns segundos parei de fazer o que estava fazendo, só para observar o meu rosto refletido no espelho.

Lá estava eu. Branca, com os olhos castanhos chocolates  e uma face de uma garota comum. Uma garota comum que tinha a vida mudada por simples palavras.

É, talvez não sejam só simples palavras.

Bufei e balancei a cabeça tentando tirar os pensamentos dela. No dia seguinte tinha me prometido que não iria mais chorar, que não iria mais enfraquecer. Nada adiantaria enfraquecer ou viver pelos cantos chorando nesse momento. Isso não iria mudar o que eu queria que mudasse.

Então depois de chorar a tarde toda e de me rasgar totalmente por dentro, prometi para mim mesma e para minha avó que não pararia. Sempre fui uma garota feliz e animada, não queria que isso mudasse justamente agora, quando tudo só dependia de mim para seguir daquele jeito.

O futuro que me esperava eu não podia mudar. Então porque não tentar viver a vida ao máximo enquanto o que me esperava não acontecia?

Sorri meio desanimada para mim mesma no espelho. Inspirei o ar e fechei os olhos. Sempre fazia aquilo quando queria me acalmar ou esquecer de certas coisas. Sempre funcionava.

Com o mesmo sorriso desanimado no rosto, voltei a pentear o meu cabelo, me preparando para o primeiro dia de aula em um colégio que nunca tinha estudado na minha vida.

 Era o começo de uma nova e curta vida.

 (...)

Depois de pronta com a farda do novo colégio que iria estudar, que era composta por uma saia curtinha e rendada azul, uma blusa branca de mangas e por cima  o paletó e os sapatos pretos no pé, desci as escadas da minha casa que me levavam até a sala e encontrei minha avó na cozinha colocando um prato de panquecas em cima da mesa.

Sorri e fui até ela, beijando-a no rosto e sentando-se à mesa, preparada para devorar o prato delicioso.

Minha avó, Margareth Swan, era uma mulher forte e que eu sempre considerei uma segunda mãe para mim. Na verdade, avó sempre era isso mesmo, mas a minha era muito mais que isso já que quando meus pais morreram em um acidente de carro, eu tive que ir morar com ela.

- Hmmmm, parece delicioso. - Comentei enquanto, com olhos grandes, colocava uma panqueca enorme no meu prato.

- Viu? Fiz seu prato predileto da manhã. - Minha avó comentou sentando-se na cadeira à minha frente.

Apesar de ser um pouco idosa, era uma idosa muito bonita. Ela tinha muitos traços que lembravam minha mãe. Olhos castanhos, cabelos escuros, lábios finos, nariz bem feito e um pouco pontiagudo e um sorriso que iluminaria qualquer lugar que estivesse escuro.

- Obrigada vovó, como sempre me mimando. - Falei mastigando a panqueca que tinha acabado de botar na boca.

- Está animada? - Perguntou, de repente, me observando comer e quando eu consegui engolir a comida.

Dei de ombros, já sabendo que ela se referia o colégio.

- Acho que sim. - Falei não me importando muito, depois  suspirei e olhei para ela sorrindo. - É apenas um novo colégio, certo?

Ela assentiu e pegou na minha mão.

- É sim, minha filha, e você vai tirar de letra como sempre tira. - Falou com certo orgulho na voz.

Sorri e apertei sua mão dando um beijo estalado na mesma logo depois.

Fiquei satisfeita por ela não ter falado do assunto que não queria. Havia pedido isso à ela no dia seguinte e estava feliz por ela está cumprindo prontamente sua promessa. Era algo que tínhamos feito, tipo uma promessa de que seguiríamos a vida como se nada tivesse acontecido.

Com uma fome danada e sentindo que já estava atrasada, enfiei uma panqueca inteira dentro da boca fazendo minha vó gargalhar quando um pedaço ficou de fora quando eu comecei a mastigar.

Edward PDV

- Oi mãe. - Falei quando cheguei na cozinha da minha casa dando um beijo estalado no rosto da minha mãe que estava encostada na pia. Era de manhã e eu já estava pronto para ir para mais um tedioso dia de aula.

- Oi filho, sente-se, eu já vou colocar o seu café. - Falou com a voz monótona que eu já tinha me acostumado a ouvir. Até já achava que tinha adquirindo o mesmo tom que ela, de tanto escutá-la falar daquele jeito.

Sem dizer mais nada me sentei na cadeira da mesa redonda da cozinha e depois de alguns minutos minha mãe colocou um prato com pop tarts à minha frente. Olhei para  eles com a expressão meio sem vontade de comer.

- Mãe, pop tarts de novo? - Reclamei meio sem graça.

Não queria reclamar da comida, pelo menos tinha o que comer, mas o problema é que já era bem o décimo quinto dia que ela fazia pop-tarts para o meu café da manhã.

Minha mãe, Esme, com sua pele branca, cabelos acobreados como o meu, olhos castanhos e sempre no seu avental, me olhou meio triste.

- Me desculpe filho, é que não tenho muita coragem de cozinhar de manhã. - Falou com uma voz arrastada.

Aquilo me fez senti culpado de alguma forma. Não era para estar reclamando e ter que deixar minha mãe preocupada comigo, pelo menos eu tinha o que comer e isso era o que importava. Não tinha que ser ingrato. Minha mãe se esforçava para me criar sozinha e eu tinha que aprender a aceitar tudo o que viesse dela.

Dei um sorriso para ela.

- Não se preocupe mãe ,eu estou reclamando de boca cheia. Obrigada por preparar o café. - Ela sorriu, deu um beijo no topo da minha cabeça e saiu da cozinha em direção à sala.

Meio sem ânimo e vontade, peguei a comida e olhei para ela alguns segundos ,dando uma mordida logo depois.

Depois de comer meu café da manhã, coloquei o prato na pia, fui até a sala dando um beijo na minha mãe e pegando a bolsa seca (já que não via a precisão de levar livros quando eu nem os tirava da bolsa) de cima do sofá e sair para o dia nublado da grande Seattle. Pegando minha bicicleta prata na garagem e saindo com ela rumo ao colégio que não ficava muito longe dali.

Meu dia sempre começava daquele jeito. Era uma rotina que eu já estava acostumado em seguir. Eu acordava, me arrumava, comia pop tarts, me despedia da minha mãe e saia de bicicleta rumo á minha escola. Não me importava muito com aquilo, se tinha que seguir com uma rotina, seguiria sem nenhum problema.

Nada iria mudar na minha vida e eu já sabia disso. Não tinha que tentar diferenciar as coisas, pois elas nunca davam certo para mim. Aliás, na minha cabeça, nunca nada dava certo para mim e como tinha que sempre me acostumar com as coisas, também me acostumei com aquilo e parei de tentar fazer que as coisas funcionassem.

Quando cheguei ao Colégio Vivency, depois de dez minutos pedalando, coloquei minha bicicleta onde ela sempre ficava, na parte de bicicletas que se encontrava no estacionamento, coloquei meu fone de MP4, como sempre fazia, e me direcionei para dentro do colégio.

Como sempre acontecia comigo, pois mesmo não querendo percebia isso. Minha beleza que não deixava de admitir que tinha pois não era hipócrita, chamou a atenção de algumas garotas como sempre fazia, principalmente as novatas.

Por mais que não gostasse disso e ignorasse-as, nunca conseguia evitar esses momentos que eram bastante inoportunos para mim, então simplesmente fingia não enxergá-las.

Eu queria ser craque na arte de ser invisível para as pessoas, no entanto esse peso de beleza que sabia que vinha do meu pai, que carregava sempre comigo, dificultava as coisas.

Finalmente cheguei à minha sala, depois de andar por um longo corredor e entrei nela ainda sob o olhar de algumas meninas que conseguia ver de relance. Me apressei passando pela a frente da sala, que já estava com os alunos habituais, e  me direcionei para o fundo onde sempre ficava por me senti mais confortável e protegido.

Como o professor ainda não havia chegado, aumentei o volume do meu MP4 em uma música qualquer do Linkin Park e procurei relaxar, colocando a cabeça sobre a mesa.

Bella PDV

Corria um pouco apressada, quer dizer muito apressada, dobrando, finalmente, a esquina da rua do colégio que ia estudar. Havia saindo de casa um pouco tarde e como não tinha outro meio de me locomover e o colégio ficava perto da minha casa, tive que ir andando. O problema é que demorei demais nos meus passos de tartaruga e quando vi já estava quase na hora em que os portões do Colégio tinham que ser fechados.

Por um milagre que eu agradecia aos céus, cheguei no último minuto do portão aberto, entrando às pressas no amplo estacionamento do Colégio Vivency.

Esse era considerado o melhor colégio de Seattle e eu só consegui entrar nele por ter feito um teste para bolsistas e ter conseguido passar. Claro que não foi fácil conseguir isso, já que a prova do Vivency era considerada uma das provas mais difíceis dos colégios particulares de Seattle. Como eu queria muito entrar no colégio para ter um ensino que valesse a pena na vida, me esforcei o bastante, conseguindo passar em quinto lugar nas vagas.

Matriculei-me nele á uma semana atrás, quando as aulas haviam começado. Os imprevistos e problemas da minha vida que eu não queria lembrar agora, acabaram me atrasando um pouco e me fazendo perder a primeira semana de aula.

Ontem, até cheguei a cogitar  parar de estudar, já que isso não ia valer mais meu futuro, mas depois de muito debater com minha cabeça, decidi que não tinha que parar, afinal não fora nada fácil consegui aquela bolsa e mudar de colégio podia ser uma boa forma de tentar ter outra experiências da qual nunca tive nessa minha vida. Era algo como, mudar de ares e ser uma nova pessoa. Não exatamente uma nova pessoa, só uma pessoa que fosse mais forte e flexível. Sinceramente, não estava a fim de gastar meus últimos dias, ou seja lá, meses de vida, chorando pelos os cantos esperando a morte chegar, quando antes, que não sabia do problema que tinha, já era feliz o bastante. O melhor era seguir em frente e aprender o máximo que conseguisse aprender, antes que o tempo acabasse.

Balancei a cabeça, esvaindo os pensamentos, e prestando mais atenção nos meus passos enquanto movia eles mais apressadamente. Agora é que havia percebido o quanto era grande e bonito o Vivency, mais parecia uma faculdade do que um colégio.

Isso me empolgava e gostava muito quando isso acontecia comigo.

(...)

Observava bem o professor Mariners, que ensinava língua inglesa e era um homem de meia idade e que tinha um sorriso gentil no rosto, escrever algo que ele ia explicar no quadro.

Percebi que estava bastante atrasada no assunto por conta da semana de aula que havia perdido. Teria que me esforçar para acompanhar o resto da turma e talvez pudesse pedir o caderno de alguém emprestado para eu copiar o assunto que havia perdido semana passada.

Aquela era a primeira aula do dia, e o professor Mariners já havia me apresentado para a turma, já que eu era uma novata que tinha entrado depois das aulas começarem. Não senti muita vergonha, como às vezes sempre sentia, por mais que o Colégio fosse para pessoas ricas e só houvesse talvez pessoas um pouco fúteis, não podia deixar de demonstrar a alegria por está naquele ali.

Quando percebi que o Professor já havia preenchido metade do quadro decidi que era melhor começar a escrever. Antes que pegasse meu lápis, juntei meus dedos e ergui meus braços para cima, me espreguiçando e tentando jogar fora o sono que havia tomado um pouco de mim, de repente senti um cutucado na minha cintura que me fez cócegas e sobressaltar, me fazendo levantar da cadeira assustada.

Meu movimento brusco fez com que os outros alunos olhassem para mim, incluindo o professor.

- Isabella, algum problema? - Perguntou gentil.

De repente senti minhas bochechas quentes e sabia que estavam coradas. Olhei para os alunos que ainda me fitavam como se eu parecesse uma louca e depois para o professor que esperava uma resposta minha.

- Não foi nada, é só que...- Falei meio baixo, olhando depois para a idiota ou idiota que havia feito aquilo em mim, na cadeira atrás da minha.

- Me desculpe, eu só queria dizer "oi". - Uma garota baixinha de cabelos pretos e espetados, murmurou parecendo meio envergonhada.

Não pude ficar com raiva dela ou dedurá-la para o professor, já que a garota realmente parecia sentir muito. Então apenas sorri para ela e voltei meu olhar para o professor que agora me olhava seriamente com uma expressão como se achasse que eu realmente era louca.

Sorrir abertamente.

- Ah! Não foi nada professor. É só que eu senti algum mosquito idiota me picando aqui na cintura, e como essa parte é sensivel, acabei me sobressaltando. - Tentei falar mais calmamente possível e me sentei na cadeira, mas estranhamente as minhas palavras foram motivos para algumas gargalhadas dos alunos e uma expressão divertida do professor que sorriu e voltou a escrever no quadro.

Suspirei aliviada quando percebi que ninguém olhava mais para mim e me virei para a garota sentada a minhas costas.

- Nunca mais faça isso. - Murmurei meio raivosa.

Ela sorriu abertamente, como se nem se importasse com a minha raiva.

- Prazer, meu nome é Alice Brandon - Estendeu a mão para que eu apertasse e eu o fiz sem hesitar.

- Isabella Swan, mas pode me chamar de Bella. - Falei com o rosto divertido, a raiva se desfizera com a alegria que a garota tinha só de se apresentar à alguém.

- Oi Bella, me desculpe por... - Completou a frase com uma bufada.

- Não se preocupe. Só não faça isso mais, essa minha região é meio sensível. - Falei divertida.

- Prometo nunca mais fazer. - Fez o típico juramento com os dedos e eu sorri me virando para frente e começando a copiar o assunto do quadro.

Pelo jeito já havia conseguido fazer uma amizade aqui. Alice parecia realmente legal e eu fiquei feliz por ela ter falado comigo. No entanto, tinha medo de magoar as pessoas que se aproximavam de mim sem saber o que me esperava.

Por outro lado, não queria deixar de manter contato com as pessoas, quando uma igual a Alice parece tão feliz em falar comigo. Isso tornaria a minha vida meio triste se eu me afastasse das pessoas. Era meio antissocial e era exatamente o que eu não queria ser nesse exato momento.

Então por que não deixar o destino me guiar, como sempre fez, e ser feliz de alguma forma?

Sorri, satisfeita com meu pensamento, e animada comecei a escrever as palavras que estavam no quadro.

Edward PDV

- Sr.Cullen, será que pode levantar a cabeça? - Ouvi uma voz autoritária falar comigo, mas não sabia se era na realidade ou no sonho que estava tendo. - Sr.Cullen? - A voz dessa vez quase gritou.

Só ai percebi que era na realidade, quando levantei a cabeça meio atordoado, olhando de um lado para o outro, percebendo os alunos me encararem juntamente como o Sr.Erstin que estava à minha frente, com os fones do meu MP4 na mão e uma expressão de raiva que não era agradável de se ver.

- Hãm, me-me desculpe, Sr.Erstin, acabei adormecendo. - Falei em um tom baixo não querendo que os alunos escutassem minha desculpa fajuta e como sempre não querendo atrair mais ainda atenção para mim.

- Como sempre, não é rapaz? - O Sr.Erstin falou meio irônico.

Suspirei e abaixei a cabeça, não sabendo o que responder. Claro, que não havia dormindo sem querer. Simplesmente não gostava de prestar atenção na aula e muito menos se tratando da aula do Sr.Erstin que pegava logo a primeira aula, a hora que eu estava mais com sono.

Achava que não tinha precisão estudar já que não garantiria muita coisa no meu futuro.

- Por que não vai lavar seu rosto para ver se consegue dar uma acordada? - O Sr.Ersntin perguntou colocando o fone em cima da mesa e me olhando autoritário.

Sabia que o lavar o rosto dele era "você está expulso da minha aula." Isso frequentemente acontecia, e eu já estava acostumado com o humor deplorável daquele professor que nenhum aluno conseguia suportar.

Sem querer revidar, apenas me levantei da cadeira peguei meus fones de ouvidos  e sair porta afora.

Bella PDV

- Atenção alunos, peguem seus livros na página 46. - O Professor Mariners anunciou para a sala e eu levantei meu rosto, tirando a atenção do meu caderno, meio assustada.

Tinha esquecido meu livro no ármario, pensando que o professor não usaria o livro naquela aula. Droga! Eu estava pensando o quê? Que era o primeiro dia de aula e ele não usaria o livro?

Bufei preocupada.

- Algum problema? - Ouvi Alice sussurrar atrás de mim.

Olhei meio assustada para ela, já que estranhei ela ter percebido a minha repentina irritação com minha própria burrice.

- Hãm, não, é  só que eu esqueci o livro no armário. - Falei meio irritada também sussurrando.

- Iiih! Acho melhor você ir buscá-lo. O Sr.Mariners não gosta de dar aula para quem não tem livro em mãos.

- Vo-você acha que se eu pedi ele vai...

- Vai em frente. - Ela falou animada me interrompendo. - O Sr.Mariners não é chato, vai deixar você ir buscá-lo.

- Tudo bem... - Sussurrei para mim mesma e levantei a mão chamando a atenção do professor que logo olhou para mim.

- O que houve Srt.Swan?

- Sr.Mariners, eu esqueci meu livro no armário, será que eu poderia ir buscá-lo?

Ele deu um sorriso torto. Realmente tinha gostado daquele professor, só em saber da sua matéria ele já havia conquistado minha atenção em suas aulas.

- Claro que pode. - Falou suave. - Mas, vá rápido, para não perder mais nada da minha aula.

Sorrir em gratidão e me levantei da cadeira, olhando para trás e piscando para a Alice, logo depois saindo da sala quase correndo, com medo de perder a explicação da aula de inglês.

(...)

Fechei a porta do meu armário com o bendito livro na minha mão e mais um livro paradidático que eu achei necessário levar, caso o professor precisasse e eu tivesse ele em mãos. Tranquei o armário e equilibrando os livros na mão e já me virando para ir para sala, tentei guardar a chavinha do armário no bolso do paletó, quando de repente me senti tombando com , meus livros foram ao chão depois de tanto esforço que fiz para isso não acontecer.

- Tears in heaven – Erick Clapton –

(Música em baixo)

- Oh! Me desculpe. - A voz masculina me fez erguer a cabeça, desviando a atenção dos livros caídos no chão, e olhar para o garoto que havia me feito derrubá-los.

Ia falar algo do tipo: “Sem problemas", mas minha boca travou quando eu vi o rosto do garoto. Era impressão minha ou o garoto era incrivelmente lindo? Ele tinha os olhos verdes mais bonitos que tinha visto, sua pele era branca e tinha traços perfeitos, seus cabelos eram acobreados e bagunçados, dando um estilo meio rebelde para ele.

Algo estranho aconteceu já que ficamos um tempo que eu não consegui contar nos fitando olho a olho. Por mais que tentasse não consegui desviar o olhar dos seus. Eram tão intensos e pareciam tão tristes, assim como sua expressão.

Ele estava tão paralisado quanto eu, e eu me perguntei por que eu simplesmente não conseguia mover a boca para responder algo ou porque ele também não se movia para ir embora. Estávamos ali, paralisados, ainda encarando um ao outro, sem saber o porquê, quando me lembrei que tinha ainda uma aula de inglês para assisti.

Aquilo me fez sair do transe.

- Nã-não foi nada. - Murmurei e não entendi porque estava gaguejando. Era apenas um garoto que havia tombado no corredor do colégio e não tinha motivos para estar nervosa.

Afinal, sabia muito bem que minha vida, não era um daqueles filmes de romance em que a garota conhece o garoto por quem vai se apaixonar se batendo com ele no corredor do colégio e derrubando seus livros e os dois se apaixonam repentinamente. Não, minha vida não era um filme de romance e estava longe de ser isso. Tanto pelos problemas que sabia que tinha e tanto por saber o quanto curta seria minha vida.

Sem falar mais nada me agachei para pegar os livros.

- Deixe que eu... - Ouvi o garoto falar enquanto se abaixava comigo e colocava a mão no meu livro de inglês no mesmo instante que eu. - Pego. - Completou quando nossos olhos se cruzaram novamente e nós nos levantamos ainda os dois segurando o mesmo livro.

Franzi o cenho, e senti de repente ficar corada, sempre acontecia quando tinham pessoas me observando tão analisadamente como aquele garoto estava fazendo.

Puxei o livro de suas mãos e sorri.

- Obrigada. - Murmurei e sair sem dizer mais nada.

- Ei, espera ai. - Ouvi o garoto gritar depois que eu dei alguns passos em direção á minha sala, me virei e vim ele vindo atrás de mim. - Você esqueceu isso. - Me entregou o livro paradidático que eu também tinha deixado cair no chão, mas não o havia pego.

Com um sorriso, querendo parecer normal, mas naquele momento sabia que não estava bem assim, por ainda senti aquele momento bastante estranho, peguei o livro de suas mãos.

- Obrigada, de novo. - Murmurei e dessa vez sair mais a passos rápidos, procurando me afastar daquele garoto que eu sabia que só tinha ficado impressionada com sua beleza e não era nada mais que aquilo.

Sabia como garotos bonitos como aquele eram. Galinhas e metidos a gostosões. Sinceramente, podia até ser que aquele garoto não fosse assim, mas não estava a fim de me envolver com ninguém agora, principalmente agora, quando minha vida estava tão frágil e a qualquer momento que eu não esperasse ela poderia acabar.

Hesitei um pouco antes de entrar na minha sala, por perceber aquele meu momento de fraqueza. Ok! Bella, você sabe que não tem que ser assim.

Não sabia o que havia acontecido naqueles simples minutos de trocas de olhares com aquele garoto, mas sinceramente, preferia não saber e acreditava fervorosamente, que antes mesmo daquele dia de estudos acabar eu iria esquecer do que havia acontecido ali.

Engoli em seco e sem mais querer pensar sobre aquilo, entrei na sala.

Edward PDV

Fiquei olhando a garota de olhos castanhos chocolates até o momento em que ela sumiu da minha vista entrando na sala ao lado da minha.

Não tinha entendido o que havia acontecido naqueles breves minutos ali no corredor com ela. Simplesmente, não consegui desviar meus olhos do seus quando percebi o quanto intenso eles eram. Tinham o tom de chocolate de querer ficar olhando e eram tão cheios de vida, que acreditei que entrou muito em contraste com os meus que era tristes.

Não esperava que aquilo acontecesse, eu simplesmente a vi quando sai do banheiro masculino, e vi o quanto estava lutando para tentar fechar o armário e equilibrar seus livros na mão. Como não tinha nada para fazer e achei um pouco engraçado seu jeito desengonçado decidi que iria ajudá-la, mas acabei atrapalhando ainda mais quando ela se virou e nossos corpos se bateram em um simples átimo de segundo fazendo seus livros caírem no chão.

Não tinha visto seu rosto até a hora em que eu pedi desculpas pelo o meu ato idiota e ela olhar para mim, com uma expressão meio divertida que logo ficou séria quando nossos olhos se cruzaram.

Fiquei realmente impressionado com sua beleza. Era tão natural e não sei, me deu uma certa sensação que eu cheguei a pensar que estava ficando louco, decidido que não queria senti aquelas sensações por um bom tempo.

O que mais me chamou atenção, foi seu jeito. Ela não pareceu ser igual as outras garotas desse colégio. Fúteis e atiradas. Ela, sinceramente, não se abalou muito com minha beleza e agiu naturalmente, não se jogando para cima de mim, como sabia que outras garotas fariam.

Ela era realmente diferente ou eu estava tendo ilusões na minha cabeça, por causa ainda das sensações que estavam em meu corpo, fazendo eu não pensar direito?

Franzi os cenhos para mim mesmo e como ainda olhava para o lado do corredor que ela havia seguido, paralisado, me virei em direção ao banheiro.

Era melhor eu lavar mesmo o rosto, pois o sono devia está me afetando de certa forma. Sabia que não tinha que ficar pensando nessas coisas, que nem sabia porque estava pensando e que não teria efeito nenhum sobre a minha vida.

Ou teria?

Paralisei e olhei novamente para o lado do corredor que ela havia seguido. Bufando comigo mesmo logo depois e sorrindo meio desanimado.

Apostava que antes mesmo desse dia chato de aula acabar essas sensações que ainda estavam em meu corpo, teriam sumido e eu seguiria minha vida como sempre segui. Monótona e chata.

Suspirei e entrei dentro do banheiro masculino.

Eric Clapton – Tears in Heaven


Você saberia meu nome
Se eu o visse no paraíso?
Seria o mesmo
Se eu o visse no paraíso?

Eu devo ser forte e seguir em frente
Porque eu sei
Que não pertenço
Aqui ao paraíso.

Você seguraria minha mão
Se eu o visse no paraíso?
Você me ajudaria a ficar em pé
Se eu o visse no paraíso?
Encontrarei meu caminho
Pela noite e pelo dia,
Porque eu sei
Que não posso ficar
Aqui ao paraíso.

O tempo pode te derrubar,
O tempo pode te fazer ajoelhar.
O tempo pode quebrar seu coração,
Você implora por favor
Implora por favor.

Além da porta
Existe paz, tenho certeza,
E eu sei
Que não haverá mais
Lágrimas no paraíso.

Você saberia meu nome se eu o visse no paraíso?
Você seria o mesmo se eu o visse no paraíso?
Eu devo ser forte e seguir em frente,
Porque eu sei que não pertenço aqui ao paraíso



 (...)

O sinal de término de aula tocou exatamente na hora em que eu já estava tirando o cadeado da minha bicicleta para ir embora.

Como eu havia dito para mim mesmo, as sensações e aquele momento estranho que tive com aquela garota que nem sabia o nome, haviam sumido como se nem tivessem acontecido.

Talvez eu só tivesse ficado impressionado com seu jeito meio espontâneo e tímido ao mesmo tempo. Era incomum encontrar pessoas assim na minha vida, e quando encontro devo ficar meio impressionado assim mesmo, não é nada para ficar assustado.

Nessa mesma hora em que seguia essa linha de pensamento, olhei para a porta de saída dos alunos justamente na hora em que vi a garota de olhos castanhos, com um sorriso enorme, e uma garota de cabelos pretos ao seu lado que parecia se diverti com algo que ela dizia.

Como da primeira vez, não consegui desviar o olhar dela, do seu rosto, enquanto ela conversava por alguns segundos na porta e depois se despedia da garota de cabelos pretos, com um abraço e começava a se dirigir para fora do colégio, sempre com um sorriso no rosto.

Qual é? Por que ela tinha que ser tão feliz?

Quando vi ela dobrando no portão e sumido da minha vista, percebi que as sensações estranhas tinham voltado ao meu corpo e de tamanho descomunal.

Meu Deus o que estava acontecendo? Eu nem conhecia a garota direito e essas malditas sensações tinham que se apoderar do meu corpo? Eu sempre teria que senti isso quando visse ela?

 Eu tinha que descobrir o que era aquilo e ia fazer isso agora. Iria segui-la até em casa, talvez se mantivesse com meus olhos nela a mágica da primeira vista talvez sumisse de mim. Não gostava de sentir aquilo por garota nenhuma, era estranho como se ela pudesse controlar minhas atitudes.

 Decidido pelo o que fazer, montei na bicicleta, e sai do colégio vendo-a a uns poucos passos à frente.


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Notas finais do capítulo

Msica Tears in Heaven - Eric Clapton
Link 1 : http://www.4shared.com/audio/50FQ3szQ/Eric_Clapton_-_Tears_in_heaven.htm
Link 2 : http://www.youtube.com/watch?v=b6t4Zs5Yq_k
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Comeeentem e no liguem para a falta de acento.Se algum souber como resolver isso agradeceria que me dizesse pois a Sinopse ficou ruim sem acento.'Beeijos.



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