Noite sem Fim escrita por TreinadorX


Capítulo 11
Segredos de família - parte 4




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Depois de falar, pelo celular, com o marido, Kagome voltou para junto de Yuka e Eri que estavam conversando.

KAGOME – Eu já vou indo, pessoal.

ERI – Mas por quê? Fica mais um pouco.

KAGOME – Bem que eu queria, mas InuYasha quer me falar algo importante, tão importante que não pode falar por telefone, então eu vou ter que voltar. (Souta se aproxima delas)

SOUTA – Então já vai?

KAGOME – Já! Só tenho que esperar Ayumi acabar de conversar com o marido para poder me despedir dela, depois podemos ir.

SOUTA – Ta! (depois ele olha para Yuka e Eri) – Será que não tem problema eu usar o banheiro?

YUKA – Pode usar! Ele fica no corredor ali.

Souta agradece e vai á direção apontada por Yuka, mas a intenção do irmão de Kagome não tinha nada haver com necessidades fisiológicas, ele queria apenas estar sozinho para poder usar seu celular, ele trancou a porta do banheiro antes disso.

SOUTA – Alô senhor prefeito.

RYUKOSEI – E aí? Alguma novidade?

SOUTA – Nada! Kagome não descobriu nada! Já vai voltar para Tóquio.

RYUKOSEI – Melhor assim! Com ela desistindo vai ser melhor para todo mundo.

SOUTA – Kagome é minha irmã! Eu a conheço! Duvido que ela vá desistir.

RYUKOSEI – Então continue seguindo os passos dela! Se Kagome descobrir algo, não sou só eu que irei perder, mas você também, Souta.

Ryukosei desligou o telefone na cara de Souta, o irmão de Kagome sabia que não era somente a reputação do pai que estava em jogo, mas também a liberdade dele, pois ele acobertou um crime grave e pode ser considerado cúmplice.

SOUTA – O que foi que eu fiz?

Souta se sentou na privada tampada e com as mãos no rosto dava sinais claros de arrependimentos pelo que estava fazendo com a irmã, mas já tinha ido longe demais, assim ele se levanta, aperta o botão de descarga para fingir para os outros que estava usando o banheiro e em seguida sai do mesmo e vai ao encontro de Kagome.

SOUTA – A sua amiga ainda não acabou de conversar com o marido.

KAGOME – Ainda não! Parece algo sério o que estão falando e...

YUKA – Olha eles aí!

Yuka apontou para o casal Azuma e Ayumi que vinham junto com os seus filhos, Okko logo se separou deles indo para seu quarto, ele parecia contrariado com algo, mas os outros presentes não quiseram tocar no assunto achando que isso era coisa particular de família.

KAGOME – Ayumi! Nós já vamos.

AYUMI – Mas para que a pressa? Você acabou de chegar! Temos tanta coisa para falar.

KAGOME – Eu sei, mas fica para uma outra oportunidade.

AYUMI – Talvez essa oportunidade chegue antes do que pensa, Kagome. (ela olha para o marido e depois volta a olhar para as amigas) – Percebeu o comportamento de Okko?

KAGOME – Sim, mas o que isso tem haver? O que foi Ayumi? Aconteceu algo com Okko?

AYUMI – Não foi nada Kagome! Isso e birra de criança! Logo passa e... (Azuma se manifesta)

AZUMA – Pode deixar que eu conto, querida! (ele olha para Kagome) – Hoje cedo recebi uma notificação de que serei transferido para Tóquio com a missão de assumir o departamento de polícia de lá.

KAGOME – O que?!

AZUMA – Iremos nos mudar para Tóquio amanhã mesmo! Era isso que eu e Ayumi estávamos conversando.

AYUMI – Foi por isso que Okko ficou daquele jeito! Ele não quer mudar de cidade, mas essa é uma grande oportunidade para Azuma.

YUKA – Então vai se mudar de cidade? Eu vou sentir saudades.

ERI – Eu também, mas se que essa é uma oportunidade que seu marido não pode perder.

Apesar da tristeza de ter de se separar da amiga, Eri e Yuka estavam felizes por Ayumi e sua família, mas destoando dessa alegria, Kagome ficou triste com aquela revelação o que chamou a atenção de Ayumi.

AYUMI – Poxa Kagome! Achei que ia ficar feliz com a notícia! Morando em Tóquio podemos nos ver com mais freqüência.

KAGOME – Não é isso, Ayumi! Estou feliz por isso, mas é...

AZUMA – É por Jinenji, não é? (Kagome fica surpresa)

KAGOME – Sim.

AYUMI – Quem é Jinenji?

KAGOME – Ele é o atual capitão do departamento de polícia de Tóquio e um amigo meu! Eu fiquei um pouco triste com a notícia porque se seu marido foi convocado para assumir o departamento de polícia é sinal que Jinenji será dispensado.

AYUMI – Ora Kagome! Não vai ficar com raiva do meu marido por isso, não é? Ou está querendo que ele recuse essa proposta de emprego?

AZUMA – Querida! Kagome assim como eu é uma servidora publica e sabe muito bem que se eu me recusasse o emprego, iriam atrás de outro para substituir Jinenji.

KAGOME – Ele tem razão! (ela segura as mãos de Ayumi) – Desculpe-me se pareceu que fiquei brava! Estou feliz que esteja de mudança para Tóquio e quando chegar lá pode visitar o restaurante do InuYasha! Tenho certeza que vai adorar. (ela olha para Azuma) – Os dois estão convidados.

AZUMA – Iremos com prazer! Talvez isso alegre Okko.

AYUMI – O que alegra aquele menino são uns doces para comer e pronto.

Todos começaram a rir diante daquele comentário de Ayumi menos Yuka que ao ouvir a palavra ‘doces’ se lembrou de algo relevante.

YUKA – Hei esperem todos.

AYUMI – O que foi Yuka?

YUKA – Kagome! Agora pouco você estava querendo saber se alguma de nós se lembra de algo referente á aquela fabrica de chocolate para saber qual a ligação dela com nossa infertilidade e quando Ayumi falou em doces, uma lembrança veio em minha mente.

AZUMA – Do que estão falando?

AYUMI – Depois eu te explico, amor! (ela volta a olhar para Yuka) – Continue, Yuka.

KAGOME – O que você exatamente se lembrou?

YUKA – Há três anos eu fui ao centro da cidade comprar alguns doces para dar de presente ao Okko, ao entrar em uma loja, fui atendida por um rapaz muito bonito, um verdadeiro ‘gato’ e...

KAGOME – Pode pular essa parte, por favor! (depois sorri) – Sua safada.

YUKA – Antes safada do que tapada. (sorrindo também e depois ficando séria) – O que eu quero dizer é que na mesma loja em que fui atendida por esse rapaz muito bonito também vi o senhor Kin.

Ao ouvir aquele nome, Souta arregalou os olhos, pois já tinha ouvido esse mesmo nome em uma das várias conversas que teve com Ryukosei, seja quem for esse Kin, ele tinha alguma importância na história.

KAGOME – Senhor Kin?! Está falando do mesmo senhor Kin que vendia chocolates perto da escola?

YUKA – Ele mesmo.

ERI – Estou me lembrando dele também, mas qual a relação dele com a fabrica?

YUKA – Se não me falhe a memória, os chocolates que ele vendia eram da fabrica! Depois que a fabrica fechou, nós nos mudamos para Urawa e nunca mais vi o senhor Kin até esse momento.

KAGOME – Ok! Você viu o senhor Kin, ele te reconheceu?

YUKA – Claro que não, não é, Kagome? Nós tínhamos nove anos de idade quando o vimos pela última vez.

Souta estava visivelmente nervoso, pois elas estavam chegando perto da verdade, mas o irmão de Kagome não era o único com um comportamento estranho, pois Azuma ficou muito interessado na história depois de ouvir o nome de Kin ser mencionado.

AZUMA – Yuka! Por acaso você se lembra em que loja viu esse Kin?

YUKA – Claro que lembro! Eu e Kagome vamos para lá.

SOTEN – Mas para que Kagome?

KAGOME – Como para que?! O senhor Kin pegava chocolates de dentro da fabrica, sinal que ele conhecia alguém de lá de dentro e talvez saiba algo sobre a nossa infertilidade.

AZUMA – Se vocês quiserem, eu posso dar uma carona! Não tenho que voltar ao distrito mesmo.

KAGOME – Obrigado Azuma! Nós vamos aceitar.

Azuma se afasta para sair de casa e ligar o carro deixando surpresa sua esposa que se aproxima de Kagome.

AYUMI – Poxa! Eu nunca vi o Azuma tão prestativo! Deve ser porque você é política, sei lá.

KAGOME – Não me vai dizer que está com ciúmes? Por que se for isso, pode ficar tranqüila. (sorrindo)

AYUMI – Acho que a política está te deixando muito convencida. (sorrindo também) – Mas falando sério, estou estranhando esse súbito interesse do Azuma.

YUKA – Talvez ele queira saber a verdade sobre sua infertilidade.

KAGOME – Eu também acho. (ela olha para Souta) – Não quero mais te prender, mano! Pode voltar á Tóquio.

SOTEN – Não! Eu vou ficar com você, não vou te deixar sozinha.

KAGOME – Como quiser.

Kagome, de certo ponto, estava comovida pela preocupação do irmão sem imaginar a verdadeira preocupação de Souta e enquanto isso dirigindo seu carro, Shiori, na companhia de InuYasha, estaciona o veículo em frente ao local onde ficava o escritório de Sango.

INUYASHA – Obrigado pela carona, Shiori! Eu deveria ter pedido ao Shippou para me trazer aqui e...

SHIORI – Tudo bem InuYasha. (ela sai do veículo para tirar a cadeira de rodas e colocá-la perto de InuYasha)

INUYASHA – Obrigado. (ele sai do carro se colocando na cadeira de rodas) – Fique aqui, Shiori! Eu já volto.

SHIORI – Ta!

InuYasha liga sua cadeira de rodas motorizada e sobe a rampa de acesso para chegar ao escritório de Sango, mas ao chegar à porta do local, não consegue entrar, pois o lugar estava uma bagunça com caixa e papeis espalhados pelo chão.

INUYASHA – Mas o que é isso, Sango? (parado na porta)

SANGO – Isso tudo são relatórios que fiz quando trabalhava no departamento de polícia! Meu pai sempre me ensinou que um bom policial guarda tudo que investigou.

INUYASHA – Sim, mas acredito que seu pai também disse para organizar tudo! Como consegue trabalhar aqui?

SANGO – Eu me adapto.

Sango empilha algumas caixas de papelão abrindo um caminho no meio da bagunça para que InuYasha pudesse chegar até a mesa dela.

SANGO – O que devo a honra?

INUYASHA – Isso.

InuYasha entrega, á Sango, a pasta com os documentos sobre a fabrica de chocolate, a ex. detetive lê atentamente os relatos que explicavam a incapacidade de Kagome de ser mãe, o que espantou a ex. detetive foi o envolvimento do pai de Kagome naquilo tudo.

INUYASHA – Kagome vai ter um profundo desgosto quando souber disso.

SANGO – Vai contar isso á Kagome?

INUYASHA – Claro que sim! Eu já liguei para ela para que volte imediatamente.

SANGO – Você tem que entregar isso á polícia e...

INUYASHA – Não! Eu não posso.

SANGO – Por que não?

INUYASHA – Sesshoumaru conseguiu isso através de Momiji! Ela pediu que isso não fosse mostrado á imprensa, pelo menos não por enquanto.

SANGO – Eu ainda não entendi por que não podemos levar isso á polícia.

INUYASHA – Você não entende, Sango? Sesshoumaru acha que a pessoa que forneceu esses documentos á Momiji é a mesma pessoa que falou sobre o LPAP que Juroumaru enviou para Natsume, ou seja, se esses documentos vierem á publico, Momiji não confiará em Sesshoumaru e assim ele nunca vai descobrir quem é essa pessoa! Saber quem é essa pessoa é nossa melhor pista, foi por isso que ele foi trabalhar com Momiji.

SANGO – Tudo bem, InuYasha, mas ainda acho que deviam levar isso para a polícia! O que tem nesses documentos é suficiente para arruinar a carreira de Ryukosei.

INUYASHA – Mas eu não quero arruinar a carreira dele e sim botá-lo na cadeia por tudo que ele fez contra a gente, mas esses fatos não são suficientes para condená-lo! Precisamos de mais.

SANGO – Eu concordo! (ela devolve a pasta) - Mas acho que não veio até aqui apenas para me mostrar isso, não é?

INUYASHA - Sim! Quando você veio mais cedo e falou que queria colaborar comigo e Shippou, acabei me esquecendo de pedir um favor.

SANGO – Então peça.

INUYASHA – Shippou viu o rosto do homem que armou a bomba, portanto preciso que arranje alguém que possa fazer um retrato falado.

SANGO – Ok! Eu conheço algumas pessoas que fazem isso, mas por que não pediu isso a Jinenji? A polícia forneceria um profissional desses na hora e...

INUYASHA – Eu não quero envolver a polícia por enquanto! Além disso, Jinenji está com muitos problemas no momento! Soube, através de Sesshoumaru, que foi encontrada mais uma vítima do estrangulador das meias de nylon.

SANGO – Verdade?! Isso é muito mau. (ela se levanta preocupada com a situação do amigo) – A pressão sobre ele já era grande, agora só vai aumentar.

INUYASHA – Mas quem sabe ele não consiga pegar esse bandido?

SANGO – Espero! Ok InuYasha! Peça ao Shippou que me encontre aqui amanhã! O rapaz que faz retrato falado para mim estará aqui e a gente vê isso de uma vez.

INUYASHA – Obrigado Sango! Sabia que podia contar com você.

InuYasha volta pelo caminho que veio para sair do escritório de Sango e enquanto isso, Sesshoumaru chegava ao local onde foi encontrado o corpo de outra vítima do estrangulador das meias de nylon, Momiji já estava lá.

SESSHOUMARU – O que faz aqui?

MOMIJI – Vim cobrir as repercussões políticas desse caso. (olhando para os peritos mexendo no corpo)

SESSHOUMARU – Isso aqui envolve vida de mulheres inocentes! Não deveria ser assunto político.

MOMIJI – Mas é difícil desvincular as coisas, principalmente em um ano de eleição! (ela olha para ele) – Mostrou os documentos ao seu irmão?

SESSHOUMARU – Sim.

MOMIJI – E ele não vai contar nada, não é?

SESSHOUMARU – Claro que não! Ele me prometeu! InuYasha cumpri as promessas, não se preocupe.

MOMIJI – Eu sei disso! Ele é um homem de palavra, assim como você.

SESSHOUMARU – Agora me deixe trabalhar.

MOMIJI – Eu também tenho o que fazer.

Momiji pega seu celular para ligar para alguém enquanto Sesshoumaru se afasta da colega e em seguida vai para junto do detetive Guy, que tinha acabado de conversar com um dos peritos, o detetive não parecia satisfeito com a presença do jornalista.

GUY – Sem perguntas.

SESSHOUMARU – Isso é tudo quem tem a declarar?

GUY – Sim! Estou muito ocupado! Agora deixe-me em paz.

Guy se afasta de Sesshoumaru para ir até um canto isolado e em seguida pega seu celular e liga para o departamento de polícia.

GUY – Alô Capitão.

JINENJI – Fale Guy! Está confirmado?

GUY – Infelizmente sim! As características da mulher e o modo como foi morta combinam com o ‘modus operandis’ do estrangulador.

JINENJI – Droga! Precisamos manter a imprensa fora disso e...

GUY – Tarde demais. (ele olhava para Sesshoumaru fazendo anotações) – A imprensa já está aqui e só vai aumentar a repercussão.

Guy dizia isso vendo a chegada de mais repórteres no local o que o obrigou a pedir, com um olhar, que os policiais isolassem a área em volta do corpo.

GUY – Eu vou ter que desligar, capitão.

JINENJI – Ok Guy! Continue controlando a situação.

Jinenji coloca o telefone de volta no gancho e em seguida, sentado á sua mesa, fica preocupado com seu futuro no departamento e enquanto isso em seu comitê eleitoral, Gakusajin falava com o coordenador de sua campanha até que ele avista Botan gesticulando para ele como se quisesse falar algo importante, por isso o ex. prefeito acaba subitamente a conversa para ir até a sua assessora de imprensa.

GAKUSAJIN – O que foi, Botan?

BOTAN – Eu tenho uma notícia ‘quente’ para o senhor! É sobre o estrangulador.

GAKUSAJIN – O que foi?

BOTAN – Momiji me ligou dizendo que a polícia encontrou o corpo de mais uma vítima.

GAKUSAJIN – Ah já sei! Você quer que eu use isso para atacar a administração de Ryukosei, não é?

BOTAN – Mas é lógico! Precisamos minar as forças de Ryukosei o quanto antes! Segundo uma pesquisa encomendada por nós, o senhor está vinte pontos percentuais atrás dele! Precisamos reverter isso o quanto antes.

GAKUSAJIN – Eu sei disso, mas não quero parecer um insensível por usar uma tragédia com fins eleitorais e sem falar que ainda não sou candidato e...

BOTAN – Com todo respeito senhor! Duas coisas! Uma é que essa informação sobre o aparecimento de mais um corpo logo se tornará publica, isso não depende de nós e a outra é que por mais respeito que Kagome possa nos merecer, ela não tem chance de ganhar do senhor, portanto o senhor tem que agir como candidato e atacar Ryukosei.

GAKUSAJIN – Os eleitores podem achar que eu não respeito Kagome e o partido.

BOTAN – A maioria do partido quer que o senhor seja nosso candidato! Isso não vai mudar! O senhor não estará desrespeitando o partido.

GAKUSAJIN – Mas e Kagome?

BOTAN – Ela pediu por isso quando resolveu colocar o nome dela na disputa.

GAKUSAJIN – Está bem! Me convenceu! Agente uma entrevista coletiva! Vou me reunir com o comitê de campanha para avaliar os prós e contra dessa atitude! Política é um mundo cheio de surpresas! E eu odeio surpresas.

Botan conseguiu convencer Gakusajin a usar o fracasso da polícia em capturar um serial killer para fins eleitorais e enquanto isso em Yokohama, Kagome, Souta, Yuka e Azuma chegaram, no carro do último, á tal loja aonde que Kin tinha trabalhado.

AZUMA – Bem! Chegamos.

YUKA – É aqui mesmo! Achou rápido hein Azuma?

AZUMA – Conheço bem a cidade.

KAGOME – Vamos lá.

Kagome, que estava no banco de trás do carro junto com Souta, é a primeira a descer do veículo, os outros três vêem logo depois, quando a esposa de InuYasha coloca a mão na maçaneta para abrir a porta, percebe que ela está trancada.

KAGOME – Que estranho! Está fechada, mas não há nenhum aviso sobre isso.

YUKA – Estranho mesmo.

AZUMA – Vocês esperem aqui.

Azuma se afasta deles para voltar até seu carro de onde tira sua arma e assim volta para junto dos outros, que estranham sua atitude.

KAGOME – Por que foi buscar sua arma?

AZUMA – Como vocês mesmo disseram, isso aqui está estranho! Prefiro não arriscar.

SOUTA – E o que vai fazer? Dar um tiro na porta para abri-la?

AZUMA – Não, pois isso chamaria a atenção! Tem uma entrada pelos fundos.

KAGOME – Hei! Espere aí! Como sabe que tem uma entrada nos fundos?

AZUMA – A maioria das lojas tem! É por isso que sei! Agora venham atrás de mim.

Azuma vai para a parte de trás da loja e Kagome, Souta e Yuka o seguem, chegando lá eles percebem que a porta dos fundos está aberta e assim os quatro entram na loja, um silêncio perturbador paira no ar.

SOUTA – Eu vou procurar pelo corredor.

AZUMA – Ta! Mas cuidado.

YUKA – Eu não sei por que, mas estou com calafrios. (esfregando os braços)

KAGOME – Olha só! (ela vai até a porta da frente que estava trancada) – A chave está na fechadura.

YUKA – Então o senhor Kin saiu da loja pelos fundos? Mas por quê?

AZUMA – É! Boa pergunta. (ele olha em volta do lugar como se procurasse por algo) – Ele não sairia da loja sem deixar um aviso.

KAGOME – Engraçado. (olhando para Azuma)

AZUMA – O que é engraçado?

KAGOME – O senhor.

AZUMA – Eu não entendi. (ele cruza os braços e fica encarando-a) – O que quer dizer com isso?

KAGOME – Primeiro o senhor sabia onde ficava a loja, até mais do que Yuka! Segundo o senhor sabia que essa loja tinha uma entrada pelos fundos e não venha usar a desculpa de que a maioria das lojas tem entrada pelos fundos, pois o senhor disse muito bem, a maioria e não todas, mas o senhor tinha certeza absoluta que essa tinha! E terceiro o senhor fala do senhor Kin como se já o conhecesse.

AZUMA – Está querendo insinuar alguma coisa? Não é por que é uma vereadora e antiga colega da minha esposa que vou ter que aceitar esse tipo de comportamento.

YUKA – Vocês querem parar com isso?!

KAGOME – Ta!

Kagome se afastou um pouco deles, de repente a esposa de InuYasha começou a desconfiar do comportamento de Azuma, pois o marido de Ayumi tinha sido muito gentil em trazê-la até a loja, mas talvez tenha feito isso por que queria estar ali, ela estava um cheiro de conspiração no ar, assim como há cinco anos.

YUKA – O que vamos fazer agora? (Souta volta a se juntar a eles)

AZUMA – Esperar o senhor Kin voltar de onde veio.

SOUTA – Talvez não seja preciso.

KAGOME – Do que está falando, Souta?

SOUTA – Venha comigo e olhe você mesma.

Estranhando as palavras do irmão, Kagome seguiu Souta pelo corredor, Azuma e Yuka foram logo atrás, ao chegarem até uma porta do corredor eles se deparam com o armário de vassouras que Souta abre e para a enorme surpresa de todos, dentro do armário aparece o corpo de um senhor de idade.

YUKA – Meu Deus! É o senhor Kin.

KAGOME – É ele mesmo. (ela ia chegar mais perto do corpo, mas é impedida por Azuma)

AZUMA – Não! Deixe isso comigo.

Como policial, Azuma já tinha visto vários corpos e podia fazer uma analise preliminar sobre o que tinha acontecido com o senhor Kin, por isso ele se agacha para melhor examinar o corpo e ao fazer isso percebe hematomas no pescoço.

AZUMA – Parece que ele foi estrangulado com as próprias mãos.

KAGOME – Então ele foi assassinado?

AZUMA – Eu não sou perito, mas acredito que foi sim. (ele se levanta) – Fiquem aqui, mas não toquem no corpo! Eu vou pedir ajuda pelo rádio.

Azuma sai do local deixando os três a sós no local com o corpo de Kin diante dele, Yuka e Kagome não podiam esconder a tristeza, embora não vissem há anos, aquele velho senhor já fez parte da vida delas.

YUKA – O senhor Kin era tão bonzinho.

KAGOME – Era sim.

YUKA – Mas por que fariam uma covardia dessas com um pobre senhor?

KAGOME – Talvez porque ele soubesse demais.

YUKA – Está falando sobre nossa infertilidade?

KAGOME – Sim! (ela fica desanimada) – Mais uma vez a verdade escapa das minhas mãos.

YUKA – Mais uma vez?

KAGOME – Sim! Há cinco anos um amigo meu sabia a verdade sobre a minha infertilidade, por alguma razão ele não me contou, mas quando estava disposto a contar, ele foi morto.

SOUTA – “Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas seja o que for que tenha acontecido com esse senhor, Kagome não saberá nunca da verdade”. (pensando) – Eu vou lá fora.

KAGOME – Ta!

Souta parecia mais aliviado com a situação, mas não ia demonstrar isso para Kagome e assim saiu do local deixando a irmã com a amiga, as duas ficavam contemplando o corpo sem vida do senhor Kin até que Kagome começa a sentir um cheiro estranho.

KAGOME – Não está sentindo um cheiro estranho?

YUKA – Eu estou meio resfriada, portanto não estou sentindo cheiro de nada.

KAGOME – Mas eu sim.

Kagome deixa Yuka junto com o corpo de Kin e segue pelo corredor, o cheiro ficava cada vez mais forte até que ela vê um cano perfurado, mas por esse cano não passava água e sim gás e Kagome percebe o que estava acontecendo.

KAGOME – Essa não!

Kagome sai correndo de volta por aonde veio e ao encontrar Yuka no meio do caminho, ela agarra a mão da amiga.

KAGOME – Vamos sair daqui!

YUKA – Mas e o senhor Kin?

KAGOME – Ele está morto! E nós vamos morrer também se ficarmos aqui! O cheiro que sentir é de gás.

Kagome e Yuka saíram correndo até chegarem à porta e conseguirem sair, mas naquele momento a loja explode e como Kagome e Yuka estavam perto, elas foram jogadas para longe, Souta e Azuma que estavam no carro, viram toda a cena.

AZUMA – Mas que explosão!

SOUTA – Kagome!

AZUMA – Eu vou chamar ajuda.

Enquanto Azuma usava seu celular para chamar uma ambulância, Souta foi correndo até onde estava Kagome e ao chegar perto da irmã, ele percebe que ela estava inconsciente e com um enorme ferimento na cabeça devido à queda, Yuka estava nas mesmas condições.

SOUTA – Fala comigo mana. (Azuma se aproxima)

AZUMA – Não mexa na sua irmã! Isso pode piorar a situação! Eu já chamei ajuda! Logo uma ambulância estará aqui.

SOUTA – Mas o que é que houve? Por que a loja explodiu?

AZUMA – Eu não sei, um acidente talvez.

Souta começou a se sentir culpado pelo que houve, ele sabia que aquilo não tinha sido um acidente, tinha sido obra de alguém ligado á Ryukosei, por isso se afastou de Azuma para ordenar as idéias e enquanto isso na cidade de Urawa, a senhora Higurashi estava reunida com Houjo verificando as finanças da empresa dela em uma série de papeis.

HIGURASHI – Os números são bons?

HOUJO – São ótimos! Eu não podia imaginar que o ramo de ferro velho poderia dar tanto lucro.

HIGURASHI – Com os contatos certos qualquer negócio dá lucro.

HOUJO – Estou vendo! (ele guarda os papeis) – Onde está Souta? Pensei que ia encontrá-lo aqui.

HIGURASHI – Ele foi resolver um assunto do exercito em Yokohama, não sei ao certo, mas soube que ele acabou se encontrando com Kagome por lá.

HOUJO – Kagome?! O que ela foi fazer em Yokohama?

HIGURASHI – Acho que foi ver algo sobre umas antigas colegas! Por que não pergunta para ela?

HOUJO – Eu mal tenho oportunidade de falar com ela! Kagome anda muito ocupada e isso só vai piorar com a candidatura dela, sem falar no marido dela que não vai muito com minha cara.

HIGURASHI – E você nem pode culpá-lo, não é? Afinal ainda gosta da minha filha e não adianta negar que eu sei que é verdade.

HOUJO – Tem razão! Eu ainda a amo, mas ela nunca deu bola para mim! Primeiro foi o Kouga e depois foi InuYasha! Ela nunca me notou, sempre me viu como um amigo, uma espécie de primo, nada mais.

HIGURASHI – Deveria partir para outra.

HOUJO – Mas eu já fiz isso! Já namorei várias mulheres e...

HIGURASHI – Mas você procurou Kagome em todas elas! Isso não é partir para outra.

HOUJO – Eu sei disso, mas é difícil esquecer um grande amor, madrinha.

A senhora Higurashi não podia deixar de sentir um pouco de pena do seu afilhado, bem que ela queria que a filha se ‘acertasse’ com Houjo, mas isso era impossível já que ela era casada com InuYasha e o amava muito, naquele momento o celular dela começa a tocar.

HIGURASHI – Com licença, Houjo. (ela atende o aparelho) – Alô.

SOUTA – Mãe! Sou eu. (com a voz tremula)

HIGURASHI – Souta?! O que foi, filho? Aconteceu algo? Sua voz está estranha.

SOUTA – É Kagome! Ela está mal. (vendo a irmã sendo colocada dentro de uma ambulância)

HIGURASHI – Você está me assustando filho! O que houve? Fale de uma vez.

SOUTA – Kagome ia se encontrar com um senhor que trabalhou na fabrica, eu vim junto, mas ao chegarmos aqui o encontramos morto e depois a loja explodiu misteriosamente! Kagome foi atingida.

HIGURASHI – Meu Deus! Como Kagome está?

SOUTA – Mal, mãe! Ela está muito mal! Ela está desmaiada. (com a voz chorosa) – A senhora sabe bem o que aconteceu, não é?

HIGURASHI – Acha que foi ele?

SOUTA – Ryukosei?! Claro que foi ele! Quem mais faria isso? Ele sabe que tem muito a perder! Mãe! Eu estou me sentindo muito culpado.

HIGURASHI – Eu também filho! Escute Souta! Vá com sua irmã até o hospital e deixe que eu cuido do resto.

SOUTA – Ta mãe! Eu entro em contato assim que tiver mais notícias.

Souta desliga o seu celular para em seguida entrar na ambulância onde estavam Kagome e Yuka, as duas estavam gravemente feridas.

Próximo capítulo = Segredos de família – parte 5


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