Alice e Pedro conversaram por um bom tempo. Agora, já mais calma, ela não dava tantas gafes. 

   Descobriu que o lindo surfista também gostava de fotografia, e que ele tinha visto que ela o fotografara enquanto estava no mar. 

   -Sério? Você me viu com a câmera?

   -Sim. Na verdade, estava ali, mas estava sempre prestando atenção em você. Foi um golpe de sorte ter te acertado com a prancha. De um jeito ou de outro eu queria me aproximar de você, já tinha te notado antes da pancada. - ele disse, sorrindo, com a cabeça baixa.

   Alice corou. Mas não do jeito que ela havia corado antes. Agora ela sentia suas bochechas queimarem, o coração batendo forte, as pernas tremendo. 

   -Oh...entendi. - disse Alice envergonhada. 

   Uma música tocou. Era seu celular. No visor apareceu "Mãe". Alice se deu conta de que já era hora de voltar pra casa. 

   Atendeu, e cinco minutos, voltou à mesa meio chateada e disse:

   -Me desculpa, eu tenho que ir. 

   -Mas já? A gente nem se conheceu direito ainda. Eu queria conversar mais com você. 

   Era tudo e mais um pouco. Alice estava rezando para que Pedro dissesse isso desde a hora em que os dois começaram a conversar. Ela abriu um sorriso de orelha a orelha, e ele sorriu de volta. 

   -Eu vou vir à praia amanhã, aí a gente se vê. Tchau! 

   Ela andou um pouco e voltou correndo. Ele ainda estava lá. 

   -Ahn...as batatas estão pagas. Não se preocupe. - e saiu correndo.

   Ele riu, e a acompanhou com os olhos enquanto corria, até que ela sumiu por meio as outras pessoas.