What If

What if there was no light

Nothing wrong nothing right

What if there was no time

And no reason or rime

What if you should decide

That you don't want me there by your side

That you don't want me there by your life

Draco olhava pela janela do quarto com o mesmo olhar de sempre...

Frio!

Sentia o peito doer, mas não admitiria nem para si quanto mais para os outros...

Doía, e ele se perguntava quando aquela dor acabaria, era como se uma pontada amarga... arrependimento, tomasse conta dele e ele não pudesse fazer nada para conter.

Para variar havia brigado com Harry, uma briga boba mas algo que lhe rendeu uma bela dor no peito, essa mesma dor que o rasgava agora, a dor de alguma coisa querida ter sido tirada de si!

Quanto mais ele se lembrava dele mais a vontade de pedir perdão, mas ele era um Malfoy, e Malfoy's não pediam perdão!

Pela janela ele via a chuva escorrendo e sem poder fazer nada, parecia que até os céus choravam pela briga dos dois! Que ironia, o mesmo céu que ele diversas vezes amaldiçoou por permitir que Harry vivesse tão perto dele, agora era sua única companhia para encarar aquela dor muda, e que fazia com que ele sentisse o sangue escorrer por uma ferida aberta!

-Não posso me permitir chorar dessa forma, tenho que ser forte!

Mas já se passara uma semana desde que ele começara com esse discurso.

~ FLASH BACK ~

Manhã de sexta feira, Harry e Draco estavam conversando depois do café da manhã, que como sempre havia sido no grande salão:

-Não concordo contigo! Acho que não deveriam existir 4 casas, deveria ser uma só! - Harry argumentava com Draco.

-Mas se fosse uma casa só como nós sonserinos mostraríamos que somos superiores?

-Não por isso, Sonserinos são facilmente reconhecidos, pelo cheiro!

-E tem mais - bufou Draco - como os queridinhos de Dumbledore, poderiam mostrar que são os valentes de Hogwarts?

-Tudo bem, mas acho melhor irmos para aula, já está ficando tarde!

-Ok, ok, mas discutimos isso mais tarde? – Draco piscou em cumplicidade, e, soube que fora entendido.

-Sim, mas que hora? Hoje tenho aula até às 18 horas e a última por coincidência é até com a Sonserina.

-Sim, eu sei. Pode ser lá para 23 horas, como sempre?

-Sim, pode ser.

-Me espere com uma decoração bem... aconchegante! - Draco simplesmente adorava ver Harry encabulado.

-Ok! – Harry bateu uma falsa continência.

Despediram-se como todas as manhãs, somente um olhar apaixonado! Ron e Hermione, já esperavam por Harry no batente da aula de transfiguração. Por sorte do trio maravilha, a professora ainda não estava na sala! O que custaria uns 15 pontos para a Grifinória caso estivesse. 5 por atrasar o início da aula, 5 por terem corrido pelos corredores e outros 5 pelas vestes amassadas. Sentaram-se juntos a Neville e Dimas, Gina estava mais atrasada que os três, o que era estranho, pois Gina, se mostrava mais preocupada com as aulas do que a própria Hermione (às vezes, como Mione amava dizer sempre que podia), mesmo assim era estranho. A Profa. McGonagal chegou e pediu para que abrissem os livros na página 189. A matéria daquele dia seria, como transfigurar uma folha de papel num pedaço de tecido, e, foi hilário ver a folha de Neville dançar e cantar ao invés de se transformar! As risadinhas apenas irritaram mais a professora, que acabou usando um "incendio", para acabar com a baderna. Ron esbarrou no braço que Harry usava para segurar a varinha, e, a mesma foi parar debaixo da mesa. Ao se abaixar para toma-la chocou-se com olhos de cobiça sobre si.

-Gina...

Foi silenciado pelos lábios quentes da ruiva. Em péssima hora diga-se de passagem, pois Draco levava um recado para McGonagal, a Professora Sprout gostaria de vê-la. Este ficou estático à porta quando viu a cena. Ele e toda a sala de aula.

-Gina! - Draco gritou possesso. Naquela hora se ele pudesse ter arrancado os cabelos ruivos, ele o teria feito! O que o deixou mais surpreso foi a reação de Harry, não estava nem mesmo abalado!

- Sr. Malfoy posso saber por que está atrapalhando minha aula? -Indagou a professora McGonagal.

-É, sim, Sra. desculpe. A Profa. Sprout deseja falar-lhe! Em sua sala! - explicou ele meio reticente.

-Grata pelo recado Sr. Malfoy pode retirar-se agora.

Draco saiu sem olhar nos olhos verde-esmeralda que o encaravam, com um misto de medo e vergonha. Medo pela reação intempestiva e vergonha por ter deixado a situação ir aquele extremo, sabia dos sentimentos de Gina, mas fingiu não ser com ele.

Todos sabiam que ele e Draco estavam namorando e já fazia bem um tempinho. Certo, tinha só 3 semanas. Eles descobriram estar apaixonados quando era Carnaval.

~FLASH BACK DO FLASH BACK~

Harry decidiu se vestir de Homem-Aranha pela famosa frase que tio Ben diz a Peter antes de ser morto "grandes poderes trazem consigo grandes responsabilidades" às vezes Harry se sentia assim, e, embora não conhecesse muito de histórias trouxas Ron disse que aquela fantasia combinava muito com o amigo principalmente por ressaltar a cor dos olhos do garoto, o que soou meio homo, mas, mais tarde descobriram que o comentário viera de Hermione.

Já Malfoy vestiu-se de Pierrô, desde pequeno sua mãe o contava essa mesma história trouxa! A história de uma donzela, chamada Colombina, ficar indecisa pelo amor de dois jovens, um deles fanfarrão, cheio de charme e muito Senhor de si o Arlequim, o outro tanto mais discreto, cheio de sentimentos contidos em cada movimento, esse era Pierrô. O personagem que Malfoy encarnara...

Era uma linda festa feita em Hogsmade, feita mais para os estudantes de Hogwarts esquecerem, como estava sendo a vida tão complicada com a ascensão de Voldemort, e, Harry queria ir sem ser reconhecido por isso preparou duas fantasias, a do homem aranha estava por baixo de uma de pirata. Assim que subiu nos trestálios com Ron, Mione, Neville e Luna tirou a roupa de pirata e a guardou num canto da carruagem. Ron estava vestido como um marinheiro, com direito a chapéu e tudo mais, Mione estava vestida de Fada, tinha um linda varinha de condão lilás, o vestido todo em tons de azul e um sapatinho branco com detalhes em prata davam a Mione um ar meio espectral, Neville vestido pomposamente como um leão e Luna de gnomo, ela disse que faria uma homenagem a um povo tão incompreendido!

Chegaram ao Três Vassouras e encontraram o Pub com uma decoração um tanto quanto diferente. Estava em tons de vermelho e cor de rosa, para Ron e Mione um prato cheio, admitiram a pouco mais de um mês que estavam apaixonados, embalando assim um romance. Sobravam Harry, Luna e Neville. Os dois últimos pareciam encantados com a decoração e com a fantasia um do outro. E por esse motivo nem deram muita conversa para Harry! Mas o que mais preocupava o grifinório era a quantidade de cupidos que se encontrava no lugar, acertando todos sem distinção! Foi quando este olhou pela porta e viu um charmoso Pierrô com olhos brancos entrar pela porta do Pub. Este olhou o lugar com ar altivo.

Mas mesmo assim foi entrando e se familiarizando com a decoração, que ele achava meio alegre demais! E seus olhos pousaram sobre um Homem-Aranha, um tanto quanto másculo que o olhava intensamente e que sem dizer uma palavra se aproximava do outro, e sem pedir licença, foi o beijando, não se sabe ao certo quem começou. E a essa altura eles pouco ligavam. Até que um cupido os viu e flechou em cheio a ambos.

Agora já se olhavam de um jeito especial. Sem cerimônias, com afeto, e sem os tradicionais palavrões e xingamentos.

~FIM DO FLASH BACK DO FLASH BACK~

Depois de descobrir essa paixão mascarada pela raiva, começaram a se tratar cada vez melhor e até se respeitar, foi quando surgiu o namoro! Depois foi só alegria, não que enfrentar os melhores amigos por causa de Malfoy fosse o ideal de alegria que Harry tinha, afinal de contas, os amigos estavam sempre com ele, e Malfoy tinha acabado de entrar em sua vida, mas ele já se sentia completo com o sonserino por perto. E sentia seu coração aquecido, como se nada pudesse dar errado!

O que mais enlouquecia Harry naquele momento era saber que não tinha culpa no cartório e ter que pagar por causa de Gina. Ela pisou na bola, muito feio com ele agora. E para aquilo, não havia mais perdão.

Saiu da sala e foi direto às masmorras e tentou, sem sucesso passar pelo quadro que não se moveu e mandou que este fosse embora, com total rispidez! Harry enlouqueceu e Filch quase o pegou dando voltas pelo castelo à noite. Quando chegou à Sala Precisa, foi recepcionado por um vazio imenso, Malfoy não estava lá, ninguém estava, além dele! E foi um pesadelo, ver o quanto o Sonserino fazia falta, mesmo, que fosse por um curto período de tempo!

Então ele chegou, entrou, sentou-se na poltrona de um vermelho vivo, encarou Harry que estava em uma cadeira de madeira com detalhes dourados. Sem dizer uma palavra continuava olhando o moreno, que sem saber como reagir, levantou-se e começou a andar de um lado para o outro.

-Bem, olhe, Draco. - Ele começou sem jeito.

-Potter, diga-me só por que. - Harry se surpreendeu. Draco não o chamava de Potter desde o início do namoro.

-Porque o que, Draco?

-Não me chame de Draco. Você perdeu esse direito. - Draco disse frio como sempre.

-Pode me dizer o que fiz?

-Como se não fosse mais que o suficiente, eu o encontrar agarrando aquela Weasley, durante a aula de transfiguração, Potter, me dê algo em que acreditar.

-Eu não estava me agarrando à Gina, ela que me beijou!

-A Potter faça-me o favor, se fosse assim, porque em baixo da mesa?

-Eu deixei minha varinha cair e...

-Ah que conveniente, sua varinha caiu no exato momento em que a dela também foi ao chão? Por Merlin, Potter pelo menos minta direito. - Disse o loiro, com uma ponta de indignação na voz!

-Pare com as piadas Draco!

-Então pare de achar que sou criança e me conte a verdade!

-Mas eu já contei! - Disse Harry quase suplicando.

-Não tenho outra escolha.

-O que você vai fazer? Matá-la por me beijar?

-Não seja dramático. Eu quero terminar com você! - Cuspiu a última frase como se ela o rasgasse ao meio.

-Não pode estar falando sério! - Disse Harry incrédulo, quase cambaleante. Para ele era como ver Cedric Diggory morto, era como se o mesmo choro fosse brotar a qualquer instante.

-Estou Potter, como está mais que claro que você não conseguiu esquecer a Weasley fêmea. Deixo o seu caminho livre pra ficar com ela! Assim, quando você decidir com qual dos dois vai realmente ficar, me procure, porque pode não parecer... mas, eu estava começando a me... Apaixonar por ti! - Essas últimas palavras rasgaram Harry, ele sem saber o que fazer, ficou no chão, chorando e vendo Draco se afastar, atingir a porta e dar uma última olhada no Grifinório!

Depois disso cada vez que se viam, Harry ficava com os olhos marejados e Draco com o coração dilacerado e foi isso durante uma semana. Até que Harry tomou postura de não se importar tanto com ver ou não Malfoy, e até gostar de ver o loiro vagando por Hogwarts sem aquele brilho sonserino no olhar.

~FIM DO FLASH BACK~

Tenho que ser forte, tenho que ser forte, era o mantra que Draco repetia para si mesmo toda vez que Harry se aproximava, aquele perfume, aquela pele, aquela voz, os sorrisos, os olhos verdes! Ah, aqueles olhos verdes, que tanto o fizeram suspirar quando era visto com ternura, com afeto, ou até mesmo desejo!

O que naquele momento parecia um passado extremamente distante, afinal de contas, Harry agora o ignorava, e se fosse outra pessoa, ele até diria que estavam voltando a trocar farpas mesmo que fosse só pelos olhares inflamados de um sobre o outro, é impressionante, como um olhar tinha o poder de passar coisas tão difusas, tão diversas, e tão absurdas! Draco continuava ali, encarando a janela com um olhar triste e perdido rezando aos céus para que aquela situação fosse um sonho e que ele acordasse com uma leve enxaqueca, e Harry estivesse ali, segurando a mão dele. Com um de seus olhares mais lindos. O olhar de carinho.

Mas agora, era como se não houvesse luz, para ele,

tudo certo ou tudo errado, era a mesma coisa.

Sem tempo à não ser o que passava longe de Harry.

Nenhuma razão para sorrir, nenhuma rima, ou mesmo poema.

Ele só queria que Harry se decidisse.

Se lhe queria ao seu lado.

Se lhe queria em sua vida.