Sweet Tennessee escrita por rhcpaxion


Capítulo 11
Hayley's smile




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(Nate's pov)

Eu gelei quando vi Hayley entrando no carro da mãe, podia estar causando uma grande merda pra ela, mas era tarde demais. Andei em direção à minha casa, mas só de pensar em ver a cara da droga da minha mãe meu estômago gelou e eu virei na curva que dava na rampa.A minha casa era o lugar mais terrível do mundo para mim, minha mãe era uma vagabunda imbecil e alienada, meu padrasto era um covarde alcólatra, todas as famílias têm alguns problemas, a minha tinha alguns momentos de sanidade, o bom era que a minha mãe não reparava se eu estava em casa ou do outro lado do estado(o lugar que o meu coração está, no mesmo lugar de Joana), então eu fui até a rampa era um lugar seguro para pensar e respirar enquanto minha cabeça estava cheia. 

O vento cortava o meu rosto enquanto eu deslizava rapidamente pelo concreto, minha garganta estava quase fechada de tanta angústia, já se passaram oito meses desde que eu vi Jo partir, mas eu ainda a amava mais do que a mim mesmo. Eu me lembrei do dia que ela chegou na minha casa em Franklin, eu odiava a idéia de minha mãe casar pela terceira vez depois do meu pai e principalmente que eu teria que dividir a casa com a filha do imbecil do meu padrasto. Quando ela chegou eu me tranquei no quarto e quis que ela se fodesse, pelo menos ela dividiria esse inferno comigo e eu a odiava mortalmente antes de a conhecer. Minha mãe bateu a porta como uma louca, mas eu não abri( eu era rebelde o suficiente para ficar no quarto umas três semanas), até que eu ouvi a sua voz de anjo:

"Tudo bem, Sra. Heather, eu conheço ele depois." foi o que ela disse à minha mãe, com uma calma e uma delicadeza que me faz arrepiar até hoje. Eu não saí, mas naquela noite eu olhei para a janela e ela estava na varanda com uma xícara de café, um livro   no colo, não dava para ver o rosto dela. Eu desci as escadas e fui até a varanda.

"Oi." ela falou com um sorriso inexplicável no rosto, enquanto fechava o pesado livro. Por que ela me tratava bem? Eu tranquei a porta na cara dela como presente de boas vindas...

"Oi..." eu falei ainda atordoado com tanta bondade.

Mas foi ali, eu pensava ter morrido, que eu entendi o que era amar:ela se moveu lentamente para o lugar que eu estava e eu vi o seu rosto, parecia ter sido esculpido por anjos, ou ela deveria ser o própio anjo.

"Meu nome é Joana." ela estendeu o braço.

"Eu sou Nathan." eu apertei sua mão delicada.

Esse foi o começo da nossa história, a história mais linda e trágica que existe. Eu me apaixonei instantaneamente por ela, ela era bem mais desenvolvida que eu, lia livros difíceis, escutava bandas desconhecidas, e por isso ela não me amava como eu amava ela, mas eu a conquistei: todo dia eu colocava uma rosa no seu travesseiro antes que ela acordasse, compus várias músicas para ela, e assim, nós começamos a namorar e todos nos condenaram. Era inconsebível para os habitantes de Franklin que duas crianças que moravam juntas terem um relacionamento tão "desenvolvido", afinal nós éramos quase irmãos!!! Que loucura!

Eu parei no alto da rampa e me sentei para tomar fôlego:

"Ela se foi!!!" eu repetia para mim mesmo."Hayley..." eu não conseguia pensar nela, o nó na minha garganta voltava ainda mais forte: eu estava com ela porque de alguma forma elas eram tão parecidas, e Hayley não era proibida.

Eu me lembrei do dia que eu a trouxe aqui no meu refúgio, ela têm o sorriso mais lindo de toda a humanidade, ela estava apaixonada por mim, o jeito que ela ficava nervosa e tentava me impressionar era característico. Eu tentei beijá-la, mas eu lembrei dos lábios de Jo e desisti, seu sorriso havia desaparecido e eu me senti o maior idiota do mundo, mas quando ela estava partindo para a casa dela eu vi que ela era um porto seguro naquela confusão, naquela solidão desesperada e eu a beijei, como se fosse o meu remédio. Eu fui covarde, sorri e fui embora.Eu me senti bem de novo, mas eu não estava sendo sincero com ela.

Então esse é o meu problema, eu iria me encontar com ela em poucas horas e eu era um canalha. Ela me amaria se eu a pedisse em namoro, me completaria, me daria amor e seria como uma droga que me salvasse do desespero, mas eu nunca iria amá-la do mesmo jeito... Eu iria machucá-la se eu pudesse ver Joana de novo. Eu deveria ser corajoso o suficiente para deixá-la, deixar de ser tão egoísta e não pedí-la em namoro, ela seguiria em frente e eu mergulharia no poço da minha depressão e continuaria a adorar alguém que está muito longe de mim.Feito!!!

 Eu voltei para a casa, eu precisava de um banho e de alguma comida, fui direto para a escada, nem percebi se minha mãe estava na casa, podia ouvir o álbum do The Clash me esperando para começar a rodar enquanto eu tomava banho, mas uma voz rouca ( do meu padrasto) do meu caminho.

"Filha, quanto tempo!" ele devia estar tão bêbado que não tinha percebido que eu estava em casa, afinal eu não sabia o endereço, o e-mail, o telefone, o cep, nada era um completo segredo para mim, e ele deixava para ligar para Jo quando eu estava fora, depois escondia as contas de telefone, mas ele só podia estar falando com ela segundo ela: " Meu pai só cometeu o erro de procriar uma vez, foi comigo...". Eu corri até a sala e me escondi atrás da porta.

"Ah... tá! E a nova escola?" ele falava e dava um longo espaço para ela falar, isso era estranho ela nunca conversava muito com ele.

"E os namorados?" ele falou num tom zombeteiro, meu coração palpitou eu apertei meus dedos no meu pulso. "Ah, se sua mãe gosta dele... tá tudo certo, ele é um rapaz direito?" eu relaxei meus pulsos, meus olhos estavam fixos no chão senti minhas costas escorregando pela parede e agora eu estava sentado no chão. Não me preocupava mais em não fazer barulho eu era agora um fantasma, um morto, uma alma penada... UM IDIOTA!! Ela estava com outro, acabou.

 Eu fui até o banheiro e tomei banho, lutei inutilmente contra as lágrimas que vinham, a única verdade naquele poço de mentiras, passei a mão pelos meus cabelos e  o som punk derrubava a casa de tão alto, meu padrasto batia inutilmente na porta trancada. Troquei de roupa mecanicamente e depois coloquei alguma coisa no estômago. Eu estava atrasado, 5:39h, ela já devia ter ido embora... Eu ignorei os xingamentos do bêbado no sofá e tomei o caminho mais curto para a sorveteria.

Lá estava ela, seu cabelo castanho e o seu sorriso me convidava a sair daquele poço de mentiras, perto dela não havia nós na minha garganta, não havia Joana e seu novo namorado, meu padrasto e minha mãe. Me faça feliz, sorria para mim... Hayley.

Eu toquei o rosto dela e a dei um beijo demorado "Namora comigo?" eu sussurrei no seu ouvido a reação dela foi mais segura do que eu pensava

"Sim." ela ficou na ponta dos pés e olhou fundo nos meus olhos. " Eu vou ficar com você" Oh, Hayley, me dê forças para te amar.

 

 


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