Aqueles minutos foram os piores da minha vida, quando chegamos à porta de entrada Bill foi quem entrou primeiro e percebendo que eu não estava o acompanhando voltou e passou o braço na minha cintura dizendo que tudo iria ficar bem. Ainda de olhos fechados eu entrei e quando resolvi abri-los me arrependi de imediato. Todos estavam olhando para mim com uma expressão de preocupação, Tom que estava sentado no balcão não conseguia me olhar (não diretamente). Quando eu pensei em me virar e sair daquele purgatório Bill falou.

- Pronto Tom Kaulitz, está aqui, não era isso que você queria! – afirmou. Era a primeira vez que ouvia o Bill tratar o irmão daquela forma, tão indiferente, tão cheio de raiva.

- Bill ... – Simone falou o nome do filho como repreensão.  E ele se afastou subindo as escadas – Bom receio que vocês tem muito que conversar, vamos deixá-los sozinhos! – afirmou .

- Não, não temos – respondi olhando fixamente para o Tom com ódio – Desculpa Simone, senhor Gordon só que vim aqui por consideração ao Bill, por que ele implorou – mudando o olhar para Simone.

- Querida, pense bem ... não é – e antes que ela pudesse terminar a frase Tom desceu do balcão e olhando para mim disse:

- Mãe ela tem razão, só que antes de você ir eu tenho que te dizer uma coisa eu te amo e esses cinco meses que passei longe de você foram os piores da minha vida – disse se encostando na  parede.

- Agora você me ama Tom – olhei para ele zangada – Me diz foi isso que você disse para aquela Kimberly no dia da festa, foi isso que você disse a todas as garotas que você já teve na sua cama? – perguntei ironizando a frase e Simone olhava de mim para Tom, que estava com a cabeça baixa.

- Não e você sabe disso, você sabe o que eu realmente sinto por você ... eu te falei aquele dia na festa – falou vindo em minha direção.

- Não eu não sei Tom Kaulitz, tudo de que eu me lembro é aquela menina dizendo que você fez uma aposta para ficar comigo ... droga Tom você acha que é assim, você espera cinco meses volta com a maior cara lavada e trata este assunto como uma coisa idiota, um simples acontecimento? – perguntei subindo o tom de voz – Você não tem noção o que eu passei, você não faz idéia o quanto eu sofri por você, as noites que passei em claro chorando esperando que você voltasse ... – dei uma pausa e respirando fundo continuei – Você deu uma olhada no seu irmão Tom? – perguntei e ele olhou para cima e Bill estava sentado no ultimo degrau da escada -  o Bill emagreceu demais depois que você se foi, ele não é mais o mesmo, ele sorri bem pouco, ficou muito inseguro, porra Tom você sabe que ele não ia conseguir viver sem você e mesmo assim tomou a idéia mais idiota e foi para algum lugar longe de todos sem dar um telefonema ... – ele ia começar a falar quando eu o interrompi – Já chega, não quero ouvir mais nada que venha de você. Esses cinco meses que você passou longe só me confirmaram o que eu vinha fechando os olhos há tempos .... – ele me interrompera agora

- E o que você confirmou hein Sindy, vai fala! – disse ficando mais próximo de mim do que o necessário.

– Que você não mudou porcaria nenhuma, tudo aquilo que você me disse na festa não passou de uma mentira para tentar me levar para cama, só que como você não conseguiu resolveu me dar um chute usando aquela ruiva e aquilo no hospital foi pura encenação. Tudo não passou de um simples teatro e a tonta aqui caiu que nem uma idiota. Parabéns Tom ... – disse fazendo uma referencia – você conseguiu o que queria, mais uma menina para a sua coleção! – afirmei fazendo jóia para ele. Por um instante pensei ter visto lágrimas nos olhos do Tom mas logo isso não passou apenas de uma impressão. Tom Kaulitz chorando por causa de uma menina, fala sério! disse a mim mesma. Depois daquilo todos nós ficamos em silêncio ninguém ousava nem respirar fundo então foi ai que tomei a iniciativa de ir falar com o Bill antes de ir embora – Bom – falei um pouco mais calma quebrando o gelo – Simone se você não se importa eu posso ir falar com o Bill antes de ir embora? – perguntei.

- Claro Sindy, pode subir ele está no quarto dele, primeira porta a direita! – respondeu apontando o caminho. Simone era extremamente simpática não importava a situação acho que nada conseguiria te tirar do sério. Chegando a porta eu tomei fôlego e bati e uma voz triste pediu para eu entrar.

- Bill – chamei. O quarto estava totalmente escuro, todas as janelas estavam fechadas – Onde você está? – perguntei forçando os olhos para tentar ver algo.

- Aqui! – e de um pulo me virei para trás – Desculpe não era minha intenção te assustar – Bill sempre muito educado, era a qualidade que mais amava nele – Deixa eu acender a luz para nos vermos melhor. Pronto agora você consegue me ver? – brincou dando um sorriso.

- Aaah agora sim – entrei na onda retribuindo o sorriso – Por que você estava neste escuro? – perguntei percebendo sua expressão mudar.

- Por nada, eu prefiro assim, não gosto muito de ver minha imagem no espelho – respondeu me deixando de boca aberta.

- Mas, m-mas p-por que Bill, você é lindo – gaguejei me aproximando dele.

- Não é a da estética que estou falando e sim do interior. Sindy depois que o Tom foi embora eu não conseguia me concentrar, não conseguia comer, na conseguia fazer mais nada por que eu sentia que ele não estava bem, sentia que ele precisava de ajuda e não saber onde ele estava acabou comigo, então resolvi me distanciar de tudo que me lembrava a ele menos ... – e com a voz quase em um sussurro ele completou – menos você! Não sei explicar mas algo em você não me trazia dor ao me lembrar dele, então resolvi aproximar-me para assim me sentir um pouco mais próximo do Tom.

- Então você está querendo me dizer que você só me pediu em namoro para se sentir mais próximo do Tom? – perguntei – Uaaal está eu não esperava de você Bill, sério, me surpreendeu! – afirmei.

- No começo admito que foi – eu olhei surpresa com a sua sinceridade e ele sorriu – só que na segunda semana eu já estava totalmente apaixonado por você. Sei lá você tem algo que .... eu não sei explicar, você é muito especial! – afirmou se deitando na cama e fechando os olhos. Eu fiquei atônita, sem ação, assimilando o que ele havia me dito.

- Por que os filhos da Simone Kaulitz são tão ... ahh eu odeio você e o Tom sabia! – disse socando a parede e ele se surpreendeu.

- Por que você me odeia, o que eu te fiz? – perguntou sério se sentando na cama.

- Nada – ironizei – Bill você sabia que nesse um mês que ficamos juntos você me fez sentir a única garota no mundo, como se você só tivesse olhos para mim – contei. Eu realmente sentia isso

- Sério? Juro que não percebi, em relação ao amor eu sou mais das antigas então nem percebo minhas atitudes, mas fico feliz em saber que faço as mulheres, no caso você, se sentir assim. É muito importante para mim saber disso! – afirmou me puxando para o seu colo. Nossos rostos ficaram muito perto um do outro, perto o bastante para eu conseguir sentir a leve respiração do Bill. Seus olhos castanhos me fitavam intensamente e com um gesto delicado ele afastou uma mecha do meu cabelo que insistia cair sobre meus olhos.

- Nunca pensei que iria te pedir isso ... – falei.

- Pedir o que? – perguntou surpreso colocando a mão em minha cintura.

- ... me beija! – e com um sorriso ele me beijou e neste eu estava totalmente verdadeira, não havia camuflagens e muito menos o rosto do Tom em minha cabeça. Eu realmente o beijei com amor.