Just Talking escrita por LittleFish


Capítulo 1
One-Shot.


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu com minha segunda fic de Percy Jackson e consequentemente: Percabeth.

Um leve clima clichê... Mas não pude evitar. Adoro esse Percy lento! *-*

Bom, sem mais delongas...

Enjoy it!



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Tudo estava perfeitamente normal no Acampamento Meio-Sangue... “Normal” realmente devia estar entre aspas. Em nenhum acampamento no mundo existe um sátiro que toca Hillary Duff com a flauta.

Fora isso, tudo estava em ordem. Vários chalés foram adicionados e alguns campistas novos haviam chegado. Nenhum encrenqueiro, graças aos deuses. E todos sabem muito bem... Nenhum encrenqueiro é igual a nenhum filho de Ares. Espero que deuses não possam ler pensamentos a distância...

Grover estava passando um tempo no acampamento. Ele anda viajando bastante graças a toda essa história de recrutamento de meio-sangues e proteção à natureza. Com certeza seria um ótimo membro do Green Peace, mas isso é outra história.

Mesmo com o verão chegando, Rachel ainda não aparecera... Talvez por conta de alguma atividade extra na Academia de Clarion. Eu desejava que fosse somente isso. As lembranças da profecia ainda me assombravam, mesmo que tentasse esquecê-la a todo custo. Mas como costumo a dizer: vida sem preocupação não é sinônimo de vida de meio-sangue.

E por último e não menos importante... Annabeth e eu ainda não conversamos sobre o nosso... Bem, futuro. Sou meio lento, todos sabem disso e não preciso que joguem na minha cara. Mas a minha falta de bom senso me impedira de tentar me comunicar dignamente com ela.

Nossos diálogos se resumiam em:

– Percy, você viu o Grover? – Ela perguntou.

–  Hã... Dã? – Resposta inteligente número um!”

“– Percy, me ajude a levar essas caixas para a casa grande – Disse.

– Hã... Dã? – Resposta inteligente número dois!”

E nem preciso dizer mais nada... A brilhante resposta sempre vai aparecer em todas as conversas. Ela deve estar me achando mais patético que o normal... Mas não posso ser culpado: passei grande parte da minha vida sendo um nerd sem qualquer contato digno com uma garota. Isso deve dar qualquer desconto na minha ficha, espero.

Não queria que a nossa amizade ficasse abalada por causa da minha incrível falta de capacidade de discutir a nossa futura relação. Mas simplesmente não conseguia deixar de dizer “hã... dã?” quando ela me dirigia à palavra. Patético, mas esse sou eu.

Simplesmente devíamos conversar, mas a minha coragem não estava ajudando nem um pouco. Tudo bem, só precisava de um tempo para pensar no que dizer e tudo ficaria bem... Certo?

Eu não estava agindo normalmente. Nunca tive problemas para conversar com Annabeth, muito pelo contrário. Quando ela não estava sendo terrivelmente teimosa, nós costumávamos a conversar por horas a fio. Porém, com os acontecimentos do verão passado, minha cabeça ficou mais afetada que o normal.

Também tinha que admitir que os olhares, assobios e empurrões que recebíamos não eram nem de longe agradáveis. Parece que o fato de estarmos “quase namorando” havia percorrido todo o Acampamento Meio-Sangue! E o modo que os campistas escolheram para me incentivar não estava surtindo efeito, só para constar.

– Percy? – O chamado me tirou dos pensamentos.

Pensei que fosse Annabeth, mas com certeza ela não tinha uma voz grossa e nem era metade cavalo, graças aos deuses!

–  Quíron? – Virei-me em sua direção. Havia um certo tom de alívio em minha voz.

– Bem vindo de volta! – Exclamou.

–  Obrigado. É realmente animador estar aqui novamente – Sorri.

–  Ah, parece que está tudo em ordem, não? – E respirou fundo – De onde vem essa música?

–  Da flauta de Grover.

–  É alguma melodia antiga?

–  Não... É uma música da Hillary Duff.

–  Ah, já era de se imaginar. Bem que ele poderia aprender alguma do Frank Sinatra.

Tive a impressão de que meu amigo sátiro não ia gostar dessa ideia.

– Onde está o Sr. D? – Mudei de assunto. Não que quisesse falar do diretor do acampamento, mas senti que isso deveria ser feito. Ao menos que eu desejasse ouvir uma canção do Frank Sinatra cantada por um centauro. E não, não é nada agradável.

– Ele estava discutindo com alguns anciãos sobre a utilidade do Twitter.

– Twitter?! Sr. D tem um? – Exclamei.

Esses deuses globalizados de hoje em dia...

Quíron não respondeu a minha pergunta, mas as suas sobrancelhas levantaram como se ele estivesse visto algo muito engraçado. Tinha medo do que poderia ser isso.

– Veja quem está vindo!

Meu estômago deu um conjunto de acrobacias de circo ao ver de quem se tratava.

– Não se preocupe. Seja apenas você mesmo – Ele sorriu, acenou para Annabeth e se retirou.

Espere um pouco... Um centauro estava me dando conselhos amorosos? E desde quando isso acontece?!

– Percy! – Ela exclamou com um sorriso.

– Ahh, oi – Bom, pelo menos não foi um “hã... dã?”.

– Como foi na Goode High School? – Perguntou.

– Normal... Aconteceram alguns incidentes mas o Paul deu um jeito para que eu não fosse expulso.

– Hum, isso é bom – Comentou.

Confirmei com a cabeça. Um silêncio desagradável se estabeleceu. Estava pensando no que dizer quando finalmente ela falou.

– Faz tempo que não conversamos, não é?

– É-É verdade... – Tentei parecer descontraído.

Ela estalou os dedos como se houvesse tido uma grande ideia.

– Vamos para o topo da colina? – Convidou de repente.

A frase demorou a ser processada em meu cérebro. Os melhores momentos no acampamento aconteceram no topo daquela colina.

– Tudo bem – Concordei, ainda tentando parecer normal. Pena que não funcionou.

Enquanto caminhávamos, Annabeth contava como havia sido o tempo que passara no internato em New York. Infelizmente, por mais que tentasse, eu não prestava atenção. Estava tentando decidir se tocaria ou não naquele assunto.

O vento intenso provou que estávamos finalmente no topo. A visão do acampamento era fenomenal dali. Pena que eu estava muito nervoso para reparar nela.

– Percy? Está ouvindo o que estou dizendo? – Sua voz me tirou completamente dos pensamentos.

– Hã? Claro, continue! – Não sei mentir.

– Mas eu já terminei de falar! Você não estava prestando atenção.

– Annabeth, eu... – Tentei me desculpar mas ela ergueu a mão em sinal para que eu me calasse.

– Tudo bem. Não parece ser muito interessante ouvir sobre isso... – Ela estava sendo dramática demais ou era só impressão minha?

– Não, não é isso. É só que... Eu só... – Não conseguia me expressar de nenhuma maneira.

– Também estou confusa – Suspirou me encarando com aqueles olhos completamente desnorteantes – Afinal, estamos ou não estamos?

– Estamos ou não estamos o quê? – Para ela parecia óbvio. Meu cérebro decididamente precisava voltar urgentemente para a assistência técnica.

– Ah, Percy! Você sabe... Por que está sendo tão difícil conversar com você?

Era uma ótima pergunta. Nunca tivemos essa dificuldade e de repente eu simplesmente não conseguia se quer falar com uma das pessoas mais importantes da minha vida.

– É que... É só... – Tentei formular uma frase.

Ela me olhava tentando obter alguma resposta digna.

– Você estava mais fácil de lidar no verão passado, Cabeça de Alga – Observou.

– Claro! Depois de uma batalha pela sobrevivência da humanidade todo mundo amolece um pouquinho.

– Lento como sempre... – Ela riu.

Lento? Tudo bem, eu até poderia ser mesmo, mas não precisava que ela jogasse isso na minha cara. Minha consciência já era o bastante... Eu acho.

Droga, como ela pôde fazer isso? Eu estava desprevenido e desatento... Mas simplesmente não pude reclamar. E nem queria também. Annabeth me puxou para mais perto dela. Senti minha respiração acelerar na hora. Incrível, eu conseguia enfrentar deuses e monstros, mas simplesmente não era capaz de tomar a iniciativa. Que seja.

Foi então que nossos lábios se encontraram. Senti que minha cabeça fosse explodir numa chuva de fogos de artifício a qualquer momento. Meus olhos ainda estavam abertos por causa da surpresa, mas os fechei para aproveitar melhor aquele momento. Estava me atrapalhando no início... Desconto para mim, não tinha muita prática com aquilo. Annabeth não parecia se atrapalhar, pelo contrário. Pelos deuses, por que existe a ânsia de oxigênio?

Separamos-nos ainda ofegantes.

– Lento – Ela disse me dando um empurrão.

– Ei, não tenho culpa! – Não consegui evitar, já estava rindo junto com ela.

– Tente tomar a iniciativa de agora em diante, Percy Jackson. Está na hora de demonstrar um pouco de heroísmo! – Exclamou, ainda com o sorriso.

– Ah tá bom, sabidinha, vou tentar armazenar isso na mente. Mas aposto que consigo chegar à Casa Grande primeiro que você.

– Vai sonhando, Cabeça de Alga. Afina, estamos ou não estamos?

Lá vem ela de novo com essa história. Revirei os olhos. Não poderia ser algo muito comprometedor, não é?

– Estamos então. Agora se certifique de não comer poeira! – Disse.

– Você pode ser rápido na água, mas não aqui – E me empurrou, saindo em disparada.

– Ei! – Gritei enquanto a via passar na minha frente da maneira mais descarada do mundo.

Quem disse que simples conversas não poderiam ser lucrativas? Afinal, é conversando que se entende. Tudo bem que o entendimento não foi graças a mim... Mas ninguém precisa saber disso né?

FIM


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Notas finais do capítulo

That's all folks!

Espero que a one tenha agradado e todos tenham gostado!

Uma long-fic Percabeth vem por aí... Quem sabe eu poste rápido (claro se a inspiração colaborar).

Enfim... Mereço reviews? *-*