Atlantis - os Dois Reinos escrita por LadySpohr, Tay_martins


Capítulo 13
Explosão


Notas iniciais do capítulo

hehe, a Ariana voltou, depois de tanto tempo!



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Ariana

E a voz a chamou, distante mas claramente

Voz do passado onde suas companhias conjuravam

flores e águas calmas, tempestades e furacões

nas mãos dos mensageiros, a órfã retornou

Eu acordei de mansinho, minhas pálpebras abrindo devagar. Estava escuro. Escancarei os olhos e me ergui. Pisquei pra clarear a vista.

Ah. Meu.Deus.

Havia macas por todo o lugar, com lençóis empoeirados – eu estava numa delas - , cortinas rasgadas e … epa. Eu conhecia esse lugar. Era a velha enfermaria. Onde ninguém mais ia porque tinha virado uma espécie de ruína e até diziam que eram mal-assombrado. Nunca acreditei em assombração, mas bem...devo dizer que era bem assustador mesmo. Estava chovendo lá fora, podia ouvir o som e algumas goteiras pingavam pelo chão de linóleo sujo e partido em algumas partes.

_ Boa noite Ariana.

Eu girei o pescoço pro lado esquerdo, de onde veio a voz. Havia um rapaz ali, e que me parecia familiar. Tinha cabelos louros, um tanto arrepiados, e quando deu as passadas pra sair de perto da porta de folhas duplas e parou diante de mim, notei que seus olhos eram muito azuis, seus cabelos eram louros e um tanto arrepiados. Mas o impressionante não era isso, e sim a altura. Eu tinha que erguer a cabeça pra encará-lo.

_ Você é da escola. Por quê estamos aqui? Eu estava num hospital e … - ele ergueu as sobrancelhas claras pra mim, e meu coração começou a bater na garganta, meus olhos vasculhando rapidamente as saídas que poderiam haver daquele mausoléu em forma de enfermaria. Parecia muito mais um túmulo.

Me lembrei num flash de tudo que me aconteceu. Eu estava primeiro na escola, com Úrsula e Dante, e houve alguma coisa dentro de mim, minha vista ficou vermelha, e havia sangue, sangue, sangue, eu piscava e só imagens como aquela vinham, gritos no meu ouvido, pedidos de ajuda, e então minha cabeça ficou pesada demais e a única coisa de que me recordei ao acordar no hospital, foi de ver Irmã Betina ali, sorrindo pra mim, e perguntando como me sentia. Eu só pude assentir com a cabeça, em sinal positivo, para tranquilizá-la. Ela beijou minha testa e disse que voltaria no dia seguinte. Eu estava presa à um aparelho respiratório, e havia uma agulha cravada na veia do meu braço esquerdo. Tive certeza de que era algum calmante ou sonífero, sei lá, mas logo eu adormeci. Só senti algo diferente uma vez, uma formigação no corpo, como uma corrente elétrica branda, e então eu estava ali. De frente pra um colega de escola, mas que eu só conhecia de vista, e que obvimente era um assassino. Bem, o plano do Dante tinha dado certo. E errado.

_ Bom, estamos aqui. Por quê ainda não me matou? - indaguei, sentindo minhas têmporas latejarem. Eu podia estar com medo, mas ele não precisava saber.

Ele sorriu e tentou tocar meu rosto, mas eu recuei, numa jogada de cabeça pra trás. Ele pareceu se irritar com isso.

_ Estou esperando seus amigos pra fazer isso, ou você acha que é só você que importa? Todos vocês deveriam estar mortos, mas infelizmente eu errei a primeira morte – encolheu os ombros, como se não fosse nada matar alguém inocente – Mas não importa, posso me redimir com isso.

Houve um barulho por perto, e nós dois olhamos na direção da porta ao mesmo tempo. Ela rangeu, e duas pessoas entraram por ela.

Merda!

_ Olá, Ariana! Johan, que surpresa! - cumprimentou Dante, como se aquilo ali fosse uma reunião casual de amigos que não se viam a muito tempo – Estávamos procurando por você... - ele me avaliou dos pés à cabeça - ...linda roupa.

Eu me observei. Porra! Eu estava com aquele maldito traje de hospital, e além do mais, meu braço estava sangrando, de onde a agulha tinha sido arrancada com pressa, obviamente.

_ Solte ela, vai ser melhor pra você – avisou Úrsula, com os olhos escuros em brasas, assim como fogo que se acendeu num instante em suas mãos em altas chamas, iluminando cada parte sombria do lugar.

_ É, eu obedeceria se fosse você – concordou Dante com um sorriso. Sério, ele tinha que parar com a mania de achar tudo engraçado!

_ O quê? Acham que podem me deter com isso? - o assassino apontou as mãos de minha amiga, e então gargalhou gostosamente – Ela não pode nada, contra isso!

Então, tudo virou um caos, um clarão luminoso me cegou por segundos, e um barulho tão alto se fez, que chegou a estremecer a estrutura da velha enfermaria, fazendo uma pequena parte do teto nos fundos do aposento desabar, eu gritei, quando uma dor de mil fogueiras em chamas me atingiram. Minha cama foi atirada pra trás, e como era de rodinhas rodopiou até eu bater nas outras atrás de mim, meu corpo sendo jogado no chão, o grito de Úrsula cortando minha audição.

Me ergui o mais rápido que pude no meio de metais torcidos, lençóis se enrolando em meu corpo, e pontinhos coloridos embaçando minha visão. A dor me apunhalava o corpo todo, e meus músculos não me obedeciam, e os que poderiam fazer isso, estremeciam, como se fossem atingidos por eletrodos.

_ Ariana! - essa voz era do Dante, e notei que ele estava dando um passo pra avançar na minha direção, e tinha perdido completamente o humor.

_ Dante, não – Úrsula, num gesto sensato o puxou pela manga da blusa de moletom. Agora eu sabia o que me atingira. Estava tremulando, chiando e coruscando dos dedos de Johan, exatamento como os que brilhavam lá fora, recortando o céu. Raios, cuja luz azul-roxa estalava de estática.

Puta merda! Agora sim, a gente tava mesmo morto!

Eu não conseguia enxergar direito, meus olhos focavam e desfocavam o tempo todo, as chamas de Úrsula não eram nada contra o poder de Johan, e bom, o que o Dante podia fazer? Se aproximar do cara e correr o risco de virar um bife mal passado?

_ Que grande satisfação a minha família vai ter, quando eu contar que destruí os ultimos da Linhagem de Ouro de Atlâtida!

_ Ah é, estou curioso sobre isso, por favor, antes de nos matar, poderia nos esclarecer sobre o caso? - Dante perguntou, calmamente. Úrsula o encarou de um jeito que dizia claramente “Por favor, cale a boca!”

É. íamos morrer. Então captei alguma coisa. O Dante tinha pisado no pé da minha amiga???? Mas que desaforo era...

_ É, pois é, acho que temos direito a um último pedido – Úrsula saiu do nada com essa.

Mas o que...

Então os olhos verdes de Dante perfuraram os meus, como se quisesse me dizer alguma coisa. Uma coisa muito importante.

_ Ora, então vocês não sabem mesmo não é? Talvez eu nem devesse contar... - declarou Johan, como se alguém tivesse lhe dado a lua de presente. Bom, ele tinha raios, o que ia fazer com uma lua? - Mas bom, já que vocês insistem...

Dante continuava me dando olhadelas furtivas, e percebi que Úrsula agora fazia o mesmo.

Mas o que eles queriam que eu fizesse???????? Eu não estava nem enxergando direito!

Então ouvi um sussurro. Não se de onde ele veio, mas ele me assustou tanto que minha visão voltou a clarear, mesmo que meu corpo ainda estivesse mole.

Vamos querida, resista onde estiver, estou quase chegando, uma Mensageira não se rende diante de raios e da navalha da morte!”

A voz era a da Irmã Betina.

Mas eu deixaria pra pensar nisso depois. Minha mente estava clara.

Eu teria que ajudar meus amigos naquilo se eu mesma quissesse sobreviver. Me concentrei no que era natural, e estiquei os braços, as palmas das mãos viradas na direção das janelas que ladeavam, exatamente cada lado de Johan. Ninguém se metia com meus amigos. E muito menos ameaçava-os. Sim, Dante era meu amigo, a prova estava ali, viva na minha frente. Se ele não fosse, não se importaria em vir me resgatar. Johan não notou o barulho dos vidros trincando, e gritou, quando eles explodiram em seu corpo, estilhaços lhe cortando a pele em todas as direções.

Quando ele se dobrou no chão, urrando e tentando arrancar os vidros afiados que lhe cravavam várias partes, Úrsula o prendeu num círculo de chamas incandescentes e Dante correu pra mim, me pegando antes que eu desmaiasse de volta.

E afundei, onde tudo era apenas penumbra novamente.


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Notas finais do capítulo

espero q gostem pessoal! ;)



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