Espionar Integra escondido nas paredes.

Transformar-se em névoa para espiar Integra tomando banho.

Aparecer do nada atrás dela no meio do corredor e gritar “boo”.

Integra conseguiu dormir muito pouco naquela noite. E no pouco que conseguiu, teve pesadelos em que tinha ou que esgotar a munição de sua arma, ou conseguir acabar com todos os pedacinhos de Alucard para poder almoçar. O único problema é que toda vez que ela acabava seu cartucho, Alucard completamente recuperado lhe entregava uma bala que havia faltado, e o cartucho milagrosamente ficava preenchido outra vez.

Quando os primeiros raios da manhã despontaram em sua janela, a Hellsing resolveu que a melhor cura para aquilo tudo era seu trabalho.

E seu trabalho correu milagrosamente bem naquele dia.

Integra só se lembrou da história da lista quando já era noite, exatamente quando se preparava para tomar banho. Tinha certeza que tinha escrito alguma coisa sobre espiá-la no banho.

Bom, ele não ia olhá-la DURANTE o banho, já que isso estava proibido pela lista, mas podia fazer isso depois. Ou pior, podia tocá-la sem olhar... As possibilidades só pioravam.

Mas ela tinha que tomar banho... Tinha mesmo? Não podia simplesmente esperar Alucard esquecer daquela história? Talvez um dia, ou dois ou... ECA QUE NOJO! Ela era uma Hellsing! Não podia simplesmente mudar seus hábitos e vontades porque um vampiro sanguinário, lunático e sádico tinha cismado em estragar seu dia! O melhor era chamar o vampiro.

Pensou em Alucard... E nada. Chamou-o em voz alta, e nada.

Onde estava aquele maldito? Saiu andando mansão a fora, convicta de que não entraria no banheiro a menos que ordenasse seu vampiro a lhe dizer exatamente o que ele pretendia a cerca daquele item. Como ele estava sob o selo, podia até se omitir, mas mentir não. Não mesmo.

Procurou nas masmorras, e nada. Procurou nos campos de treinamento... Nada. Procurou na sala de tiro... Nada. Procurou na cozinha e... Pra não dizer que não foi nada encontrou o chapéu do vampiro esquecido sobre a mesa.

Depois de horas procurando o vampiro nos quartos, aposentos, salas, apêndices, espaços, jardins, varandas, armários, geladeiras, aquários, estantes e até embaixo da cama de Celas. Nada.

Irritada, e pior, morrendo de vontade de ficar horas afundada na banheira, desistiu daquela palhaçada toda e foi se preparar para o banho.

Ainda muito desconfiada, retirou as roupas escondida o tempo todo sob o seu roupão (coisa aliás que era muito difícil, mas ela deu um jeito), decidiu que ia arrumar um banho muito, mas muito cheio de espumas, se enfiar nele ainda meio vestida e sair dele com o roupão já, até entrar em seu pijamas e ir dormir. A menos que Alucard fosse a água, o roupão, a toalha ou o pijama, ele não veria absolutamente nada! E ela tinha certeza de que ele não poderia ser nenhum deles porque havia uma característica que o vampiro jamais assumiria: ele não conseguia manter seu corpo aquecido. E o roupão estava quentinho! A água estaria morninha.. Já estava abrindo bobamente a porta do banheiro quando...

QUANDO DEU DE CARA COM UM ALUCARD NU MERGULHADO EM SUA BANHEIRA!

No susto, Integra mal conseguia formular uma resposta além de sons vagos que não faziam muito sentido. A não ser claro que fossem propositadamente um gaguejo dissonante e irritante.

– Bu! – Alucard disse simplesmente, mergulhando os longos cabelos negros na banheira cheia de espunha.

– Alu... Alucar... Di..di... O que diabos..

– O mais triste em não respirar, minha mestra, é que não se pode fazer bolinhas de sabão.

Por que será que de repente Integra estava achando que aquilo seria o inferno na Terra?