Levantei sem entusiasmo algum, provavelmente a pessoa que estava na porta iria sair correndo quando visse o meu estado. Abri a porta e me deparei com um buquê de flores. Fiquei assustada no início, mas logo sorri. -Oi. - Justin falou esticando a cabeça pro lado pra que eu pudesse vê-lo. Aquela devia ser a cena mais fofa que eu já tinha visto, mas eu tinha que parar de agir como uma manteiga derretida. Parei de sorrir, lembrando dessa manhã. -Oi. - Falei seca, ele baixou o olhar e ajeitou sua cabeça, fazendo com que ficasse novamente por trás do buquê. -Anh, Kris, sobre hoje de manhã... Me desculpe. - Ele falou baixo. Tudo bem, eu não conseguia ser tão estúpida a ponto de não sorrir com isso. -Justin, acho melhor você entrar. - Falei vendo uns garotos que passavam pela rua nos olharem estranho. Ele entrou e eu continuei ali, ao lado da porta, sorrindo. -E então, você me desculpa? Eu sei que agi como um completo idiota por ter gritado com você e não sei o que me deu pra ter feito isso, de verdade. - Ele falou corando. Aquilo era mais fofo ainda. -Justin, eu te desculpo. Pra falar a verdade, meu dia teria sido um saco sem você, mas... - Parei de falar. -Mas...? - Justin falou, gesticulando com as mãos, pedindo para que eu continuasse. -Deixa pra lá. - Falei. Ele deu de ombros e depois olhou pro buquê com algumas rosas. -Eu acho que isso é pra você. - Ele riu estendendo o buquê pra mim. Peguei de suas mãos. -Vou colocar isso em um vaso, já volto. Falei sorrindo e fui até a cozinha. Enchi o vaso e coloquei as flores nele. Voltei pra sala e coloquei o vaso por cima de uma mesinha perto da porta. Justin prestava atenção em um filme que estava passando na TV. -Você gosta desse filme? - Justin perguntou fazendo uma careta pra televisão. -Não, eu estava quase dormindo, então coloquei em qualquer canal. - Falei rindo da careta dele. -Você dorme tão cedo assim? - Ele perguntou agora fazendo cara de espanto. -Não, hoje eu estou acordada até mais tarde, por quê? - Perguntei bocejando. -Qual é Kristin, ainda são 20:43. - Ele falou rindo. -Bobo. Falei sorrindo. -Ei, eu não sou bobo. Ele falou fazendo cara de magoado. Eu sou lindo. Eu ri. No fundo eu queria concordar, mas isso estava fora de cogitação. -Tudo bem senhor ego inflado, você não é bobo, mas também não é lindo. Falei tentando não ser pega na minha própria mentira, mas acabei rindo. -Ah vai, você me acha lindo, se não achasse, não passaria um tempão olhando pra mim. Ele falou me lançando um sorriso convencido. Corei automaticamente, isso já estava se tornando rotineiro. -Você é muito convencido, sabia? Perguntei balançando a cabeça negativamente e rindo. -E você gosta de mim. Ele falou sorrindo de um jeito meigo. -Pára Justin! Falei baixando a cabeça envergonhada. -Esqueci de dizer que você fica cada vez mais bonita quando cora. Ele riu me provocando. Bati de leve em seu ombro, ainda com a cabeça baixa. -Ai! Você tem que parar de fazer isso, se você continuar com toda essa força vai acabar fazendo meu braço ficar roxo. Ele falou rindo, dei uma risadinha baixa também. -Tá, prometo não fazer isso. Mas, você tem que prometer parar de ser bobo. Falei rindo, ele fez uma cara de susto, que em minha opinião ficou a coisa mais fofa do mundo. -Mas se eu parar de ser bobo, você vai parar de gostar de mim. Ele falou sorrindo. -Justin, eu não gosto de você. Menti. -Não? E você gosta de quem? Ele perguntou. Era só impressão minha ou ele ficou... Triste? -Anh... Não. E eu não gosto de... Ninguém. Falei um pouco nervosa, meu ponto fraco sempre foi mentir, tanto que eu nunca gostei de mentiras, talvez algumas quando necessário, mas nada sério. -Ah, então tá. Ele falou fitando seus pés, que pareciam mais interessantes do que tudo. -Justin, você... Está triste? Falei mordendo o lábio inferior, talvez preocupada. -Não. Hm, acho que já vou. Ele falou indo em direção a porta. -Não! Quer dizer... Você não precisa ir agora. Falei sem querer. -Porque não? Acho que estou incomodando né? Ele falou ríspido. Fiquei chateada, bastante chateada, porque ele estava sendo tão grosso comigo? -Ótimo, então vai, mas se for pra ficar me tratando assim o tempo todo, então nem volta. Falei segurando as lágrimas idiotas que já estavam quase caindo. -Kristin, eu... Ele começou a falar, mas eu o interrompi. -Não, Justin, eu não quero saber. Eu pensei que você fosse me ajudar e não me deixar pior. Sabe, na verdade, desde ontem você está agindo estranho comigo, se eu falo qualquer coisa você já vem com sete pedras pra cima de mim. Se for assim, por favor, não vem mais atrás de mim. Falei tentando conter as lágrimas, mas foi em vão. Olhei pro Justin e ele também chorava. -Kris, me desculpa. Ele falou entre soluços. -Justin... Falei tentando me acalmar, eu acabaria gritando com ele. -Kristin, me escuta, tá bom? Ele perguntou enxugando algumas lágrimas insistentes que molhavam sua perfeita face. Calei-me e sentei no sofá. -Olha Kris, eu não entendo. Há dois dias, eu me sentia cansado e não queria fazer mais nada. Mas aí eu te encontrei, e senti que eu devia te proteger. E queria estar com você o tempo todo. Você não sai da minha cabeça. E em uma hora eu estou feliz e na outra eu estou gritando, isso também é confuso pra mim, então, por favor, me desculpa. Ele falou bastante decidido. Aquilo tudo me deixou mais confusa ainda, mas eu gostei. Eu fiquei sem ações, palavras ou qualquer coisa que pudesse expressar o que eu estava realmente sentido, a única coisa que eu conseguia fazer era ficar imóvel absorvendo tudo o que ele tinha falado. -Kristin, eu acabo de me abrir com você e a única coisa que você faz é ficar aí parada? Não vai falar nada mesmo? Ouvi Justin falar, mas ainda estava tentando ingerir todas aquelas informações. -Justin, eu te desculpo, é só que eu já estou sofrendo demais. Foi a única coisa que eu consegui falar, eu não conseguia pensar. Ele fez uma cara de tacho e eu ri. -Eu prometo não fazer mais isso. Eu acho que eu só fiquei com... Ciúmes. Ele falou corando. -Ciúmes? Perguntei me contendo para não rir. Ele ficou mais corado ainda, meu riso estava quase saindo, mas me contive. -Não! Claro que não, de onde você tirou isso? Porque eu ficaria com ciúmes de você? Ele perguntou com uma pontada de nervosismo na voz, não gostei da ultima parte, não mesmo. Não respondi, por dentro fiquei chateada, mas eu era a boba apaixonada não ele, e eu não podia culpá-lo por não corresponder a minha paixãozinha idiota. Acho que ele percebeu a tensão que ficou entre nós dois e quebrou o silêncio. -Então, eu não falei o verdadeiro motivo pra vir até aqui. Ele falou passando suas mãos pelos seus cabelos maravilhosos. -Pode falar. Me ajeitei no sofá. -Bom, eu queria saber se você não quer ir jantar comigo. Ele falou sorrindo fraco. Eu estava pulando por dentro, não entendia o porquê, mas eu também não queria entender. -Se considere com sorte de poder jantar comigo. Falei jogando o cabelo e depois nós dois rimos. A risada dele era incrível, me deixava feliz. -Se não se importa vou me arrumar agora. Falei levantando e subindo as escadas, mais feliz do que nunca. Entrei no meu quarto e comecei a pular. Quem visse isso acharia que eu sou uma louca. Comecei a cantarolar alguma música, tomei um banho rápido, escovei os dentes, me maquiei e fui me vestir. Coloquei um vestido preto e um salto alto preto também. Deixei meu cabelo solto, mas enrolei nas pontas. Desci e assim que me viu, Justin sorriu como aquele sorriso bobo que eu sempre dava pra ele. Eu retribuí. Em seguida ele pegou minha mão e me girou. -Você está... Maravilhosa. Ele falou piscando algumas vezes. -Na verdade, nem estou tudo isso. Falei rindo. -Na verdade, você está sim e está me deixando humilhado, perto de você estou me sentindo um mendigo. Ele falou sorrindo. -Obrigada, Justin. Eu sorri. -Droga, se eu aparecer em público com você, vão querer te roubar de mim. Ele falou rindo. -Não, eu não quero, eu só quero ficar com você. Falei, mas em seguida me envergonhei de ter dito aquilo. Ele olhou pra mim e sorriu. Se ele continuasse a sorrir daquele jeito sempre, ia fazer meu coração parar de bater. xx Justin xx Quando vi a Kristin descendo aquelas escadas, milhares de coisas se passaram pela minha cabeça, ela estava perfeita. Todas aquelas curvas, aquela pele macia, aquela garota era a mais bonita de todas. Algumas das coisas que se passavam na minha cabeça, talvez pudessem ser horríveis se alguém escutasse, mas qual é, eu sou um garoto com os hormônios á flor da pele. Sorri pra ela, bobo, devia estar quase babando. Ela retribuiu com aquele sorriso que me encantava. Segurei suas mãos e a girei, ela estava incrível. -Você está... Maravilhosa. Falei piscando algumas vezes, ela me deixou sem palavras. -Na verdade, nem estou tudo isso. Ela falou rindo, como uma garota daquelas poderia falar isso? É claro que ela estava tudo isso, e muito mais. -Na verdade, você está sim e está me deixando humilhado, perto de você estou me sentindo um mendigo. Falei sorrindo. -Obrigada, Justin. Ela sorriu novamente. -Droga, se eu aparecer em público com você, vão querer te roubar de mim. Falei rindo, como se estivesse brincando, mas eu realmente falava sério. -Não, eu não quero, eu só quero ficar com você. Ela falou, mas pareceu se envergonhar depois. Aquilo soou tão bem. Olhei pra ela e sorri. -Vamos? Perguntei, depois do tempo em que fiquei a encarando sorrindo. -Vamos. Ela sorriu e nós fomos. Abri a porta do carro pra ela, esperei ela entrar e depois fechei. Dei a volta e entrei no banco do motorista. -Aonde vamos? Ela perguntou curiosa. -Vou te levar a um restaurante italiano. Falei sorrindo, esperava que ela gostasse de massa, pois eu adorava. -Ah, adoro restaurantes italianos. Ela riu, ela parecia um lindo anjo quando ria. Ou melhor, sempre. -Espero que sim, é o meu favorito. Falei e ela sorriu. -Meus pais costumavam me levar em um em especial. Ela falou diminuindo o sorriso. Mas agora não é hora pra isso. Ela falou baixando a cabeça. -Hey, não fica assim. Eu não quero você triste. Eles são boas lembranças, você tem que ficar feliz. Falei segurando seu queixo, fazendo ela olhar pra mim. Ela deu um sorriso e eu retribuí. Chegamos depois de um tempo, eu queria ir a algum lugar mais afastado, mas ainda assim elegante. Kristin pareceu gostar, isso já tornava a noite ótima. Descemos do carro e observei dentro, através da grande janela de vidro que tinha ali. Não queria ser incomodado por ninguém nesse jantar. Não tinha nenhuma garota que parecia ser uma fã maluca. Entramos e eu falei com uma recepcionista que tinha ali. -Boa noite, você tem reserva Sr. Bieber? A mulher perguntou sorrindo. -Na verdade eu vim de ultima hora, mas será que não tem nenhuma mesa sobrando? Perguntei também sorrindo. Eu sempre esquecia de fazer uma reserva, mas isso sempre funcionava. -Claro, você prefere em que lugar? Ela perguntou anotando alguma coisa. -O mais longe da janela o possível, por favor. Falei e a moça saiu de trás do balcão. -Me acompanhe, por favor. Ela sorriu e nós fomos atrás dela. Ela parou em frente a uma mesa perto da saída dos fundos, aquele lugar estava ótimo, não tinha tanta iluminação e qualquer coisa era só sair pela porta dos fundos. Eu tinha certeza que nada podia dar errado. Antes de a recepcionista voltar para seu balcão, sussurrei em seu ouvido pra depois alguns cantores de música italiana ali, fossem cantar pra nós dois. Entreguei o dinheiro em suas mãos e então ela saiu. Puxei a cadeira para Kristin se sentar e depois fui pro meu lugar. Em seguida chegou um garçom, com uma lista e o cardápio. -O que vocês dois vão querer? Ele perguntou, mas sem a simpatia da mulher. Talvez ele não fosse com a minha cara, mas sorriu pra Kristin. Aquilo me deixou com ciúmes, mas eu evitei qualquer tipo de confusão e só falei o meu pedido. -Eu vou querer um Spaghetti á bolonhesa e ela vai querer... Falei e ela continuou. -O mesmo, vou querer o mesmo. Ela sorriu pra mim, olhei pro garçom que olhava descaradamente pras pernas da Kristin, ele já estava começando a passar dos limites. -E a bebida? Ele perguntou agora me olhando com cara de tédio. -Eu vou querer uma Sprite. Falei olhando para Kristin. -E eu vou querer somente uma água, obrigada. Ela sorriu pro garçom. Alguém já falou pra ele que os olhos ficam no rosto e não no decote de uma garota? Minhas mãos estavam quase avisando. Ficamos conversando até o garçom idiota voltar com os nossos pedidos. -Hm, você esqueceu a minha Sprite. Falei vendo ele nos servir. Ele me fuzilou com os olhos e depois murmurou alguma coisa. Ele saiu e alguns minutos depois voltou com meu refrigerante. -Obrigado. Falei assim que ele colocou a lata na mesa. Assim que abri a lata, rapidamente vi um jato de refrigerante vir em minha cara. Aquele otário devia ter sacudido aquela lata. Quando o refrigerante parou de espirrar em mim, vi o idiota rindo da minha cara, vi Kristin me olhando assustada, mas ao mesmo tempo querendo rir e vi também a recepcionista parada do meu lado olhando preocupada. -Está tudo bem Sr. Bieber? A moça perguntou pegando um lenço e me entregando. Peguei de sua mão gentilmente e enxuguei meu rosto e um pouco da minha camisa. -Está sim, obrigado. Falei sorrindo. Ela voltou e o garçom idiota foi junto. -Justin, está tudo bem mesmo? Kristin perguntou ainda segurando o riso. -Pode rir, Kris. Falei irritado. -Olha, foi engraçado, mas não foi legal, eu não vou rir. Ela falou provando o Spaghetti. -Obrigado, mas então, gostou? Perguntei sorrindo e deixando de lado aquele babaca. -Muito, isso aqui está muito bom. Ela falou sorrindo também. No meio do jantar os cantores foram até nossa mesa e Kristin ficou surpresa, ela estava tão linda e tão alegre. Aquilo era tudo o que eu queria. -Me concede está dança? Perguntei levantando e estendendo a mão para ela, que a segurou e levantou. -Vou logo avisando que não sei dançar. Ela sussurrou em meu ouvido rindo. A guiei para uma dança lenta, nossa sincronia estava perfeita, eu queria ficar com ela daquele jeito para sempre, nós estávamos dançando como se tivéssemos feitos um para o outro. -Justin, esse jantar está sendo perfeito, obrigada. Ela falou sorrindo docemente, sorri em resposta. -Ele tinha que fazer jus a você. Sussurrei em seu ouvido e ela corou, mas continuou sorrindo. Continuamos a dançar até a música acabar, então nos sentamos e terminamos o jantar. -A conta, por favor. Falei pedindo ao mesmo garçom assim que terminamos. Ele trouxe e eu paguei, ainda deixei uma gorjeta para ele, por mais que não a merecesse. Levantamos e andando até a saída. -A comida estava ótima, o atendimento estava ótimo também, mas vocês têm que ter mais cuidado com aquele dali. Falei para a recepcionista apontando para o garçom quando estávamos na recepção. -Que bom que gostou Sr. Bieber, espero que volte sempre e não ligue para o Jake, apesar de ser um adolescente com o comportamento temperamental, ele é um ótimo menino. A recepcionista falou sorrindo. Ela nos acompanhou até a porta e nós saímos. Abri a porta do carro pra Kristin novamente e ela entrou, entrei no carro e fomos embora. -Aquele garçom não parava de olhar pro seu decote e pras suas pernas. Falei incomodado. Ela riu. -Ele estava tentando te provocar, Justin. Ela falou sorrindo, mas eu não me conformava. -E por falar nisso, como todos lá te conheciam? Ela perguntou com um sorriso de canto. Eu tinha que mentir. -Ah, você sabe, eu costumo ir bastante lá. Falei indiferente. -Ah, claro. Ela falou e se virou para a janela. Depois de um tempo chegamos em frente a sua casa e ela me deu um beijo na bochecha. -O jantar foi maravilhoso, Justin. Obrigada. Ela falou saindo do carro. -Kristin, obrigado por essa noite. Falei sorrindo, ela sorriu também e depois entrou em sua casa. Saí de lá sorrindo como um bobo. Aquele jantar tinha sido perfeito, menos a parte do idiota, mas tudo com a Kristin ficava melhor.