Believe escrita por DeeHaleVolturi


Capítulo 1
Capítulo Único. - Believe.


Notas iniciais do capítulo

Contém SPOLIERS da crônica: A Última Batalha. - ATENÇÃO: Esta One-Shot já fez 3 pessoas chorarem, se você não gosta de chorar lendo, leia mesmo assim.



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Esta história foi escrita numa madrugada chuvosa de Janeiro de 2011, foi escrita por uma fã cujo sua personagem preferida - segundo ela - teve um final injusto. Esta one-shot é apenas o final que Susana merecia, pelo menos aos olhos de Débora França, Narniana assumida.

***

   Eu estava lá, fitando, inerte os quatro caixões serem enterrados há sete palmos da terra. O vento batia, frio e lentamente. O céu estava cinza, as árvores também, a relva também. Aliais aos meus olhos tudo parecia sem cor. Os pássaros não cantavam, as flores não brotavam. Tudo ao meu redor parecia frio e triste. E por quê deveria ser alegre? Eu estava no enterro das pessoas que eu mais amava: Meus irmãos. Eles haviam morrido em um maldito acidente de trem. Eu só queria entender, por quê as coisas ruins aconteciam com as pessoas boas. Eu não compreendo.

   No enterro, estavam apenas algumas pessoas, uns amigos de Pedro, algumas garotas que gostavam de Edmundo, assim como alguns amigos dele também. As amigas de Lúcia, e alguns parentes nosso, como Aberta e Arnaldo. Mamãe estava de volta aos Estados Unidos, e eu já mandei um telegrama avisando do ocorrido, mas como eu estou na Inglaterra e ela nos Estados Unidos, até mesmo um telegrama demoraria há chegar.

   Após colocarem os caixões o mais fundo possível, um de cada vez, cada um jogava uma rosa vermelha. Eu não demonstrava nenhuma emoção aparente, por mais que eu estivesse triste, a verdade é que eu não queria chorar, pois isso iria borrar minha maquiagem. Para alguns, isso pareceu uma grosseria, já que eu fui a única que nem uma lágrima soltou.

   Já havia terminado, haviam fechado os buracos, e em cima de cada um, havia imensas coroas de flores, e as lápides. Eu não tive muita criatividade para escrever suas lápides, mas seria loucura total eu colocar: Magnífico, Destemida ou Justo...Aquilo foi apenas um sonhos. Antes de eu ir embora, deixei um buquê de flores, em cima de cada lápide.

Pedro Pevensie

Filho – Amigo – Irmão

* 1927 - + 1949

Edmundo Pevensie

Filho – Amigo – Irmão

* 1930 - + 1949

Lúcia Pevensie

Filha – Amiga – Irmã

* 1932 - + 1949

   O céu rugiu, alto e forte. Senti grossos pingos caírem, suspirei e abri o meu guarda-chuva. E logo em seguida a chuva começou, forte. Disse apenas um “Adeus” e fui embora para a casa.

   No caminho de casa, me deparava com tristes situações. Pequenos garotos gritavam, mesmo embaixo da chuva:

   - Extra, extra, acidente de trem deixam mortos. – E na maioria dos jornais, na primeira página a foto do trem todo destroçado. Aquilo me apertava muito o coração.

***

   Cheguei em casa, finalmente. A casa vazia, silenciosa, triste. A casa que eu nunca imaginaria que um dia estaria assim. Fechei a porta atrás de mim e joguei o guarda-chuva em qualquer canto. Fui até a cozinha e coloquei água num chaleiro, e puis para esquentar no fogo. Enquanto isso, liguei  o pequeno rádio. Onde veio aquela voz irritante do locutor.

   - Hoje, em Finchley, foram enterradas mais 4 vítimas do acidente de trem que chocou a Inglaterra... -  Com uma raiva total, e brutalmente mudei de estação, mas parece que todas as estações de rádio de Finchley decidiram falar sobre o acidente de trem. Custou até achar uma estação que não estivesse falando disso. Começou uma música country, e eu conhecia bem aquele cantor... Hank Williams, o preferido de Lúcia.

   A chaleira gritou, avisando que a água estava pronta. Fiz o meu chá, e o bebi de uma maneira calma. Eu não tinha mais pressa, não tinha mais ninguém, então, por quê ter pressa?

   Após terminar de beber, subi em direção ao meu quarto. E ao parar, me deparei com a cama de Lúcia, do mesmo jeito que ela sempre arrumava, com o travesseiro em cima do cobertor. Me deitei sobre a cama de Lúcia, agarrando o seu ursinho. Senti uma lágrima escapar dos meus olhos...Uma lágrima fria que manchava meu rosto. Logo eram duas, três, quatro, depois já ficaram incontáveis, então eu chorei, chorei como nunca havia chorado na minha vida. Foram imensos soluços. E quando eu finalmente achei que as lágrimas haviam acabado, olhei para o criado mudo de Lúcia, e vi uma foto de nós quatro na estação, antes de irmos para a escola. As lágrimas e os soluços voltaram. Apertei o ursinho mais forte contra o meu corpo.

   Chorei por várias horas, até sobrarem apenas soluços, que me pegavam sempre que eu tentava respirar. Olhei para o relógio e já marcavam 20:00 da noite. Meus olhos começaram a pesar e os fechei, caindo rapidamente num sono.

   Senti o chão gelado, abri os olhos, estava em cima de neve. Me levantei, estava muito frio, eu não sabia onde estava, até que eu olhei para o lado e vi um enorme lampião. Meu coração disparou, aquilo não era real, eu sabia que não...Não poderia ser. Logo a frente, vi Lúcia, conversava com uma estranha criatura, estava com um guarda-chuva e um cachecol vermelho enrolado no pescoço e alguns pacotes, como se fossem presentes. Era metade humano e a outra metade parecia uma cabra...Eu lembro o nome disto: Fauno. E o meu coração disparou mais ainda.

   - Não pode ser real, não é real. – Eu falei desesperadamente para mim. – É apenas um sonho, tenho que acordar. – Bati minha testa contra o lampião, mas nada aconteceu, nada. – ACORDA. – Gritei, batendo mais uma vez contra o lampião. Lúcia ainda conversava com o fauno.

   - LÚCIA. – Eu gritei, mas ela pareceu não me ouvir. Corri até ela, a toquei, mas era como se minha presença não tivesse sido notada.

   - Nárnia, o que é isso? – Lúcia perguntou ao fauno.

   - Ora, é onde você está. – O fauno respondeu. Fechei os olhos.

   - NÃO. – Eu gritei. Aquilo não estava acontecendo.

   - Aqui é a terra de Nárnia, tudo que está entre o lampião, e o grande castelo de Cair Parável nos mares orientais. – Fechei os olhos novamente. Apertando eles como nunca. Ao abrir, Lúcia e o fauno haviam sumido. Olhei para os lados, e eles estavam lá, no final do bosque. Comecei a correr atrás deles. E quando cheguei aonde eles estava, a paisagem mudou. A neve sumiu, o sol apareceu, não havia mais bosque, nem lampião. Apenas uma enorme relva. Pedro estava lá, conversando com um leão. Aproximei lentamente. E os ouvi.

   - Mas Aslam, eu não sou quem vocês pensam. – Pedro disse preocupado. Ao ouvir aquele nome, um choque passou pelo meu corpo.

   - Pedro Pevensie, de Finchley – Falou o leão com voz calma, muito calma para um leão. Aliais, leões não falam, ele não deveria estar falando. Pedro o olhou surpreso. – O Castor também me disse que você queria transformá-lo num chapéu. – Ambos riram. Então ouvimos algo, um som.

   - SUSANA! – Gritou Pedro, ele saiu correndo. Meu coração começou a disparar mais ainda. Então corri junto há eles. Mas novamente a paisagem se absorveu. Eu estava numa espécie de lago, com alguns lobos me cercando. Pedro, Lúcia e Edmundo me observavam seriamente. Os lobos avançavam devagar como se fossem me atacar. O Medo me dominou.

   - Pedro, me ajude. Edmundo, Lúcia. – Eu gritei, eles penas olharam.

   - Por quê deveríamos ajudar, Susana? – Pedro disse da maneira mais severa que eu já ouvi em toda a minha vida. – Você se esqueceu disto. – Um dos lobos rosnou para mim.

   - Tudo o que está vendo é Nárnia, mas se você não acredita não tem como vê-los. – Lúcia disse com desprezo.

   - Afinal, nós somos os loucos, não é, isto não passa apenas de um sonho. Se não acredita em Nárnia, nada daqui poderá lhe atingir, logo não precisa de ajuda. – Meus irmão nunca haviam falado assim comigo. Mas era um sonho, era. Nada daquilo era real. Os lobos começaram a correr em minha direção.

   - Não foi por isso que eu a coroei, Susana. Você falhou como rainha. – Ouvi uma voz. Um dos lobos saltou e logo se transformou num leão. Que rugiu. Fechei os olhos e puis meus braços sobre meu rosto tentando me defender.

   - SUSANA! – A voz começou a ecoar. Então eu gritei.

   Gritei, gritei muito, até não sair mais nada da minha boca. Abri os olhos e estava no meu quarto. Eu suava frio, meu coração disparava tão forte que eu o sentia bater contra meu peito. Fiquei ofegante. Passei as minhas mãos pelo meu rosto.

   - Foi só um sonho. – Eu disse para mim mesma. – Sempre foi um sonho, nada disto foi real, muito menos Nárnia, muito menos ainda Aslam. Olhei novamente para o relógio, já marcavam 10:00 da manhã. Me levantei, e me olhei no espelho. Me assustei com o meu próprio reflexo. Minha maquiagem estava borrada e meus olhos pareciam bolas de tênis. E ainda as grandes olheiras se destacavam.

   - Preciso de um bom banho. – Disse para mim mesma novamente e fui em direção ao banheiro. Deixei a água quente encher a banheira, depois a espuma. Entrei na banheira e relaxei minha cabeça, queria esquecer de tudo, por apenas um momento. Apertei os meus olhos, e me veio uma rápida imagem. Era eu, com longos cabelos e uma coroa. Uma multidão de criaturas gritavam “Viva a rainha Susana, viva Nárnia”. Mas logo abri os olhos e tudo havia sumido. Eu estava de volta na banheira. Estava de volta a realidade.

   1 Mês depois.

   Eu andava calmamente pelo cemitério. Vários pequenos buquês de flores em meus braços. Novamente com aquela expressão vazia de sempre. Mamãe recebeu a carta e estava sofrendo muito, acho que não agüentaria encarar o túmulo de meus irmãos.

   Parei em uma lapide e deixei um buquê.

Digory Kirke

Filho – Professor – Herói

* 1888 - + 1949

   Ele me abrigou quando a Inglaterra estava sendo bombardeada, merecia uma homenagem. Caminhei um pouco a frente. Deixei mais um buquê entre a lápide, que já era maior.

Eustáquio Clerêncio Mísero

Um menino diferente de todos os outros

* 1933 - + 1949

   Ao lado da lápide de meu primo, estava a de Jill, não tinha muito contato, mas eles eram amigos, não é. Merecia.

Jill Pole

Seu corpo se foi, mas sua alma ficará conosco, sempre.

* 1933 - + 1949

   Me afastei, indo em direção as lápides de meus irmão. O cemitério estava vazio, exceto por uma coisa: Um rapaz, de cabelos loiros grandes, bem arrumados. Usava um terno preto. Estava parado em frente ao túmulo do Eustáquio. Deveriam ser colegas. Ela era realmente muito atraente.

   Tirei minha atenção no rapaz louro e voltei para os meus irmãos. Depositei um buquê para cada um. O vento soprou, senti uma sensação boa, como se meus irmãos estivessem comigo. Então fechei os olhos e sorri. Dei um longo suspiro. “Queria estar com vocês.” Eu pensei. Mas quando abri os olhos, vi Edmundo a minha frente, sorrindo.

   - Basta acreditar. – Ele disse. Comecei a ficar desesperada. Olhei para o lado, o moço louro ainda estava lá. Me olhando.

   - Você não é real. – Eu disse severamente, e a imagem de Edmundo se desfez. Suspirei aliviada.

   - Por que você não acredita? Se acreditar, poderá estar conosco. – A voz de Pedro disse atrás de mim. Tive medo de me virar.

   - Porque não é real, Pedro. – Eu disse novamente severamente. E não ouvi mais nada. Pelo contrário, eu vi a imagem dos três na minha frente novamente. Falavam juntos, coisas diferentes. Mas sempre a mesma palavra “Acredite”.

   Puis minha mão no rosto. “Isto não é real, isto não é real, isto não é real” – Eu gritava na minha mente, tapei meus ouvidos, mas isso não funcionou.

   - Pára. Por favor. – Eu disse sentindo uma lágrima cair. – Apenas parem. – E tudo ao meu redor foi ficando preto. Minha perna estava ficando bamba. Estava perdendo os sentidos. Deixei meu corpo desequilibrar minhas pernas, caindo. Antes da colisão, algo me agarrou, e antes que eu pudesse ver, já havia perdido os sentidos.

   Acordei numa sala branca, estava deitada numa cama, era macia. Olhei para os lados, não estava reconhecendo, não era meu quarto, eu sabia que não, pois nem um armário havia. Tentei me levantar, mas meu corpo doeu e eu gemi.

   - Vá com calma. – Eu ouvi uma voz rouca e grossa e olhei para o lado. O cara louro estava lá. Os olhos verdes elétricos, com um sorriso no rosto. Um rosto infantil, estampado inocentemente num adulto.

   - Quem é você, onde estou, o que aconteceu? – Eu perguntei e ele sorriu. Um sorriso revelando lindas covinhas.

   - Eu me chamo Jeremy. Jeremy Keynes. Sou médico deste hospital. Você estava no cemitério. Parecia mal, começou a tapar os ouvidos como se quisesse  parar de ouvir algo. Eu estava indo ver se estava tudo bem, quando você começou a cair, você desmaiou e eu lhe segurei antes que você caísse no chão. – Ele disse de uma maneira dócil.

   - Obrigada, e, como você conhecia o Eustáquio? – Eu perguntei e ele fez uma cara confusa.

   - Eu estudava no colégio dele, sou alguns anos mais velho, tenho 23 anos. Mas você o conhecia? – Ele perguntou, ainda confuso.

   - Ele era o meu primo. – Eu disse tristemente. Por mais chato que Eustáquio fosse, eu sentiria saudades dele, depois de um tempo ele até melhorou. Segundo ele porque havia ido a uma terra chamada Nárnia e virado um dragão. Sonhos podem mudar as pessoas. Mas comecei a me lembrar de meus irmãos, e uma lágrima escapou de meu rosto. Jeremy e pegou.

   - Tenho que ir, preciso ir a um casamento em que Eustáquio ia ser padrinho... – Falei pegando a minha bolsa e me levantando.

   - Eu também fui convidado para este casamento. – Ele disse, com um sorriso torto. Eu sorri também.

   - Bom, então, nós nos vemos lá. – Eu tentei continuar sorrindo. Mas tudo ficou preto, me veio uma imagem de um leão.

   - Você esqueceu, Susana. Não sente vergonha disso? Você não é real para Nárnia, e não vice-versa. – Eu fiquei com os olhos arregalados.

   - Senhorita, a senhora está bem? – Jeremy perguntou me segurando. Eu apenas sorri, como se nada tivesse acontecido.

   - Sim, eu estou. Me chame de Susana, Susana Pevensie. – Eu disse. Ele sorriu torto novamente.

***

   A festa de casamento estava muito animada, animada para quem não estivesse de luto. Um luto eterno. Estava animada para quem não estava ficando louca, com alucinações de um lugar no qual não existisse. Tentei deixar tudo aquilo de lado, quando vi Jeremy se aproximando. Nossa, ele estava lindo naquele smoking.

   - Quer dançar comigo, Senhorita Pevensie? – Ele perguntou estendendo a mão. Com um olhar sedutor onde era impossível responder não. Aceitei.

   Era uma música lenta. Jeremy agarrou minha cintura, enquanto eu segurava seu pescoço. Nos movimentávamos junto com a música. Nunca quebrando o contato visual que existia entre nós. Eu estava com um sorriso torto, e ele também.

There's a place out there for us

More than just a prayer or anything we ever dreamed of

So if you feel like giving up 'cause you don't fit in down here

Fear is crashing in

Close your eyes and take my hand, yeah

   Nos olhávamos com uma certa malícia. Mas sem a intenção disso. Apenas deixei a música me levar. Vários casais pareciam fazer o mesmo.

We can be the kings and queens

Of anything if we believe

It's written in the stars that shine above

A world where you and I belong

Where faith and love will keep us strong

Exactly who we are is just enough

There's a place for us

There's a place for us

   Esta parte a música de uma certa forma me perturbou, mas eu não deixei Jeremy perceber. Aos poucos nossos lábios se aproximavam, meu coração começou a disparar e eu senti o dele também. Senti seu hálito fresco, de depois seus lábios nos meus. Eram macios e doces. E logo depois sua língua invadiu a minha boca. E a nossa relação começou a esquentar.

***

   Não precisa ser adivinha para saber o que aconteceu no resto da noite. Mas eu sonhei, novamente um sonho perturbador.

   Eu estava correndo junto dos meus irmãos. Eu me lembro perfeitamente, era a casa do Professor Kirke, estávamos tentando desaparecer da vista da Dona Marta, que estava com o grupo visitando a casa. Entramos numa sala vazia, com um guarda-roupa....Todos entraram, mas quando eu fui entrar, Pedro me empurrou.

   - Pedro, me deixe entrar, a Dona Marta vai me ver. – Eu implorava. Pedro me olhava seriamente.

   - Só entra em Nárnia, quem acredita. – Ele disse e fechou a porta do guarda-roupa brutalmente. Mas que idiotice, se fechar num guarda-roupa. Mas eu o abri rapidamente, e não os vi, apenas casacos. Entrei lá, gritando pelos meus irmãos histericamente. Mas só havia madeira e casaco. Comecei a bater na madeira.

   - PEEDROOO. – Eu gritei, mas quando dei por mim, estava num quarto escuro. Apenas a luz do luar iluminava. Estava com o cobertor acima dos meus seios. Me sentei na cama e olhei para o lado. Jeremy dormia tranqüilamente, deveria ter o sono pesado, para não acordar com o meu berro. Estava coberto só até a cintura, tinha um peitoral totalmente lindo. E com um tanquinho de derreter as mulheres. Me deitei, custou, mas voltei a dormir.

   Acordei com Jeremy do meu lado, com uma caneca na mão, estendida para mim. A peguei e bebi todo o café e continha nela, e ele o que tinha na dele.

   - Você está bem? – Ele perguntou docilmente. Eu apenas afirmei com a cabeça;

   - Tem algo lhe perturbando? Enquanto você dormia você falava Lúcia, Edmundo, Pedro...Nárnia. Aslam. – Ele disse e meu coração começou a disparar.

   - Sério? Eu não sei o que significa. Quer dizer, Lúcia, Pedro e Edmundo eram os meus irmãos, eles morreram junto de Eustáquio. – Eu disse tentando encará-lo pouco.

   - E o que é Aslam? Eu ouvi um dia Eustáquio falando disso para a Jill no colégio. Eu estava bem escondido, acharam que não tinha ninguém lá.

   Olhei surpresa, já vi que não teria como esconder aquilo então eu contei, contei de tudo. Da terra mágica, de Aslam, tudo. Contei que era apenas um sonho, e que não tinha nada demais. Achei que ele ia me chamar de louca, mas não. Por incrível que pareça, ele acreditou. E perguntei a ele o motivo.

   - Bom, se seus irmão acreditavam, e se você está tendo estes sonhos...É porque existe mesmo, Susana. Como em um sonho, você pode criar um reino, lutar com uma feiticeira, se tornar rainha por muitos anos e depois voltar ao nosso mundo? – Ele perguntou para mim. Engoli seco. – E depois sonhar novamente? Voltar para uma praia, num reino onde se passou 1300 anos, lutar contra um exército. E depois ainda sonhar novamente, com alguém que quer se casar com você, seja a força ou não? Desculpe Susana, mas não é possível, que 6 pessoas possam ter tido sonhos com o mesmo lugar, com fatos que se ligam. – Ele disse, como se fosse óbvio...E era.

   - Você está dizendo, que eu devo acreditar? – Eu perguntei desesperada, ela não podia estar querendo isso, não sei porque mas comecei a chorar.

   - Acho que sim, acho que é isso que seus irmãos querem Susana. Por mais que eu não conheça este lugar, eu acho que ele seja verdadeiro. – Ele me abraçou de um jeito que ninguém nunca havia me abraçado.

    - Mas isto é loucura, Jeremy. – Eu disse contra o seu peitoral, ele apenas passava as mãos contra os meus cabelos.

   - Não, não é, Susana. E se estes sonhos forem lembranças? – Ele disse num tom meio desesperado. E por um momento, as lágrimas pararam.

   - Sonhos não são lembranças, Jeremy. – Eu disse severamente, aquilo não podia estar acontecendo. Primeiros meus irmãos, depois Eustáquio, depois a amiga do Eustáquio, agora o médico. Aquilo já estava me enlouquecendo, enlouquecendo mais do que uma pessoa normal consegue enlouquecer.

   - Os sonhos, são o primeiro passo para torná-los realidade, Susana. – Ai já era demais, me afastei do peito dele e o encarei.

   - Você já “esteve” em Nárnia? – Ele ficou apenas me fitando, e engoliu seco.

   - Não, quer dizer...- Ele respirou fundo. – Eu já estive na casa do professor Kirke, e tinha um guarda-roupa enorme, com uns desenhos, nem lembro e ele me contou a história dessa terra, mas eu nunca estive lá. Por isso eu acredito, Su. – Olhei desesperada para ele.

   - Não acredito nisso, meu Deus isto está me perseguindo. – Então eu enfiei minha cabeça sobre os meus joelhos, querendo chorar novamente, mas Jeremy me esticou na cama e se deitou acima de mim, me beijando.

   - Você cresceu, e pôs na cabeça que Nárnia foi apenas algo de infância. – Ele não fazia perguntas, era tudo afirmação. E ele estava certo. – Mas Susana, crescer não significa esquecer a nossa infância, pois quando somos crianças termos e “brilhante” idéia de que ser adulto é legal, por isso tentamos agir como adultos, e aproveitamos pouco a infância...São poucos os momentos bons, e devemos guardá-los, para que um dia, quando formos adultos, lembrarmos desses momentos, que por mais que tenham sido poucos, parecerá muito para nós. Crescer não significa deixar de lado seus melhores amigos, Susana. Crescer significa: Continuar acreditando, porque acreditar é mais que uma palavra, é mais que uma pronúncia, é uma ação, que apenas pessoas com atitude podem executá-la.

    Agora eu já entendia tudo, tudo o que ele quis dizer. Céus, eu chamei meus irmãos de loucos, enquanto a única louca era eu. Eu aprendi lições, mas não as levei comigo, e isso me fez colocar a vaidade acima de tudo, depois o trabalho, depois a palavra “crescer”, que não significava nada...Esqueci daquilo que era importante, joguei no lixo uma das melhores fases da minha vida. Eu poderia estar com eles agora, mas não, não estou, pois a palavra crescer me subiu a cabeça.

   Depois daquele dia, os sonhos não me incomodaram mais, Pedro e nem Aslam estavam bravos comigo, ao contrário, estavam felizes. Comecei a namorar Jeremy naquele mesmo dia. Mas o melhor, só começou ano que vem.

***

Primavera de 1955.

   Como você já deve imaginar, eu me casei com Jeremy. Foi o melhor dia da minha vida. Não, o melhor dia foi no nascimento dos meus dois pequenos. Digory Edmundo Keynes, e Pedro Eustáquio Keynes. Eu quis homenagear os 4 homens Narnianos que eu mais gostava. Digory estava lindo, com 5 anos, cada dia se parecendo mais com Jeremy. Os olhos verdes e os cabelos lisos louros. Pedro já se parecia mais comigo. Tinha 3 anos, cabelos castanhos e olhos azuis. Era uma graça.

   Jeremy brincava com Pedro, enquanto Digory dançava atrapalhado Elvis junto a TV, que era a sensação do momento.

   - Mamãe, um dia eu serei um astro do rock, que nem o Elvis. – Ele disse pulando no meu colo. O sorrisinho com covinhas, igual aos do pai.

   - Eu tenho certeza que sim. – Eu disse sorrindo, e ele pulou do meu colo e voltou a dançar no meio da sala. Apenas fiquei observando, sorrindo. Passou-se uns 30 minutos, e o programa acabou. Me levantei, indo em direção a TV e a desliguei.

   - Hora de dormir, mamãe e papai vão sair, e daqui a pouco a babá estará aqui. – Eu disse autoritária, como sempre havia sido, Digory ficou apenas me olhando, com aquela carinha triste.

   - Aaaaah mamãe, só mais um pouco. – Ele disse agarrando minhas pernas.

   - Não Digory, amanhã você brinca mais. Agora você precisa dormir, ou amanhã ficará irritado se não dormir direito. – Eu só queria saber, qual diabos era o problema das crianças em relação a dormir. Peguei Digory no colo e subi as escadas em direção ao quarto dele. Jeremy ia com Pedro atrás de mim.

   Adentrei o quarto e pus Digory na cama dele e o cobri. Logo em seguida dei para ele o bichinho de estimação dele: um cachorrinho de pelúcia. Digory só dormia com ele.

   - Mas mamãe, eu não estou com sono. – Ele disse coçando os olhinhos, e bocejando logo em seguida.

   - Está sim. Agora, você vai fechar os olhinhos e só abri-los amanhã, e a mamãe estará aqui. Eu te amo. – Eu disse o beijando na testa. E ele fechou os olhinhos. Andei até o Pedro e fiz o mesmo. Pedro agarrava um ursinho, o ursinho que pertencera Lúcia. Sai do quarto, apaguei a luz e fechei a porta, e os meus dois pequenos estavam seguros.

   - A Babá já chegou. – Jeremy passou, arrumando seu smoking contra o corpo. Desci as escadas e me deparei com uma mulher jovem, de uns 20 anos. Cabelos ruivos, olhos castanhos. Ela sorriu para mim e eu sorri de volta.

   - Eles já estão dormindo, pode ficar vendo TV, fique a vontade. Se Digory acordar, dê um chá a ele, e o Pedro quase nunca acorda, mas se acordar leia algo que ele volta a dormir na hora. Chegaremos lá pelas 2 ou 3 da manhã, poderá passar a noite aqui se quiser, Senhorita... – Eu parei, pois não sabia o sobrenome dela. Ela sorriu.

   - Pevennsey, Lúcia Pevennsey. – Ela disse, e eu fiquei estupefata na hora, ms sai do transe assim que Jeremy me chamou. Dei as últimas regras para Lúcia e fui em direção a porta.

***

   Estávamos saindo do teatro, foi uma peça linda. Romeu e Julieta sempre me emocionava. Estava frio, e Jeremy, doce como sempre, cedeu seu smoking para mim. Estávamos andando para a casa. A rua estava deserta, iluminada apenas pelos postes. Comentávamos sobre a peça.

   - Nossa, como será que deve ser? Sabe, ter um romance interrompido pelo destino. – Ele disse, realmente era difícil fazer ele se interessar por uma peça, mas quando se interessava, tagarelava o tempo inteiro.

   - É, deve ser terrível. – Eu disse me lembrando de Caspian...De Nárnia, do nosso romance. Mas fiz questão de esquecer. Não que eu não acreditasse mais em Nárnia, mas eu estava feliz com Jeremy e os meus 2 filhos.

   - Como será que eles estão? Será que estão bem, Susana? Sei lá, nós nunca deixamos Digory e Pedro sozinhos antes. – Jeremy perguntou preocupado. Achava aquilo muito doce.

   - Eles estão bem...Eu tenho boa confiança na babá...Ela parece ser boa pessoa. Me lembra muito a minha irmã, elas tem até o mesmo nome.

   - É, eu vi. Fiquei chocado quando eu ouvi, mas também confio nela. Lúcia é um nome bonito. – Ele disse, parecia meio confuso, como se não tivesse falado nada, com nada.

   - Se for menina podemos colocar o nome de Lúcia. – Ele parou e me olhou com os olhos arregalados. Eu sorri, acho que foi o sorriso mais sincero da minha vida.

   - Você está grá...? Nós vamos ter um bebê? – Ele falava qualquer coisa e estampou um sorriso. Eu apenas afirmei com a cabeça e ele me abraçou fortemente. Me lembrei de quando disse que estava grávida de Digory. E então ele me beijou.

   O que aconteceu a seguir foi muito rápido e eu não vou detalhar muito, vide a escritora estar cansada, talvez, após escrever 12 páginas diretas, ás 3:15 da madrugada, chovendo ainda por cima. Fomos assaltados. O ladrão queria a corrente de outro que estava em mim, que Pedro havia me dado de presente antes de morrer. Eu não queria dar e então Jeremy tentou lutar com o cara armado.

   Sem querer, a arma foi disparada, acertando em cheio o meu coração. Senti uma dor aguda e cai no chão. Logo depois senti o meu vestido “colar” contra a minha pele, como se estivesse molhado...De sangue. O Tiro chamou a atenção de dois policiais que estava na esquina e impediram o ladrão de machucar mais alguém, enquanto Jeremy se ajoelhava ao meu lado, chorando. Ele gritava e implorava para eu continuar.

  - Susana, reaja, fique comigo, não vá meu amor, não vá. – Ele dizia. Eu apenas pus minhas mãos em seu rosto

   - Meu tempo acabou aqui, meu amor. Eu estou indo embora... – Senti as lágrimas vindo, por uma última vez. - ...Cuide bem dos meus pequenos, ok? Eles são a sua vida agora. – Eu senti Jeremy me agarrar, muito apertado. Senti as lágrimas caírem do rosto dele.

   - Não Susana, não, não por favor. Eu não vou conseguir viver sem você. – Ele mal conseguia formar as palavras o que me fez sentir mais vontade ainda de chorar.

   - Você vai precisar ser forte, Jeremy. – Eu disse, senti as lágrimas caindo em baldes. Eu me agarre sobre ele. A dor era cada vez mais forte. – Eu conheço a sua dor, mas você precisa ser forte para recomeçar, junto de Digory e Pedro.

   - Não me deixa, Su. Por favor não me deixa. – Ele implorava. Eu queria morrer logo, não agüentaria mais ver o sofrimento.

   - Eu não queria, mas já não está no meu controle. – Eu disse, e ele se abaixou, tocando os meus lábios uma última vez.

   - Eu te amo. – Ele disse firme, mas as lágrimas não pararam.

   - Eu te amo. – Eu respondi, a dor já passara, a minha visão havia sumido, não estava sentido mais nada...Eu havia ido embora. 

***

   Acordei e estava numa relva, limpa, verde, brilhante. Me levantei e olhei ao redor, um gramado incrível. Eu me senti como se já conhecesse aquele lugar.

   - Eu sempre soube que você iria voltar, Susana. – Olhei para trás e vi Aslam, sorridente para mim. Brilhante. Sorri de volta e o abracei, enfiando minha cara em sua juba.

   - Oh, Aslam, me desculpe por esquecer. – Eu disse, e ele apenas riu.

   - Lembre-se do que eu disse Susana: Quem é coroado rei ou rainha de Nárnia, será sempre, rei ou rainha de Nárnia. Você foi ótima na sua missão como rainha. Agora vá, seus irmãos lhe espera há tempos. – Ele apenas disse. Meus irmãos, eu tive uma sensação boa, mas ao mesmo tempo ruim.

   - Aslam. – Ele se virou. – E o Jeremy?...E meus filhos? – Eu perguntava desesperada. Ele apenas sorriu.

   - Caso você não saiba, Jeremy já esteve aqui uma vez, não irá demorar muito para voltar. Aqui é a verdadeira Nárnia, e só os amigos de Nárnia vem para cá...Se seus filhos acreditarem, eles virão também. – Então ele sumiu.

   Ouvi uns gritos atrás de mim, então eu me virei. A melhor sensação da minha vida. Edmundo, Pedro e Lúcia estavam lá e correram fortemente para um abraço. Estavam felizes novamente. Me abraçaram como nunca haviam me abraçado. Éramos novamente uma família.

  - Oh, sempre soube que você ia voltar. – Disse Pedro me abraçando, cada vez mais forte.

   - Você só não precisava ter demorado tanto. – Disse Lúcia...Todos riram e nós nos abraçamos.

   - Bom, eu tinha uma vida na Inglaterra, uma vida que eu sempre sonhei. – Disse olhando os três.

   - Melhor que a sua como rainha? – Disse Edmundo num tom sarcástico. Eu sorri e o abracei.

   -  Eu não sei, Edmundo, realmente não sei. Mas estou muito feliz por ter voltado. Mas deixei três pessoas que eu amava lá...E a mamãe. – Eu disse enquanto todos nós nos sentávamos.

   - Bom, como Aslam disse, aqui é a verdadeira Nárnia, só quem é amigo de Nárnia vem para cá, mas, se eles acreditarem, logo menos estarão aqui. – Pedro disse sorrindo. Eu sorri também.

***

   Algum tempo depois...

   Eu estava sentada, no bosque fitando o nada. Por mais que meus irmãos estivessem comigo, e eu estivesse muito feliz, eu sentia falta de Jeremy...Dos nossos abraços, dos nossos beijos, dos nossos momentos íntimos...De tudo. Foi uma surpresa e tanto quando eu soube que Caspian havia se casado. Fiquei um pouco triste, confesso. Eu posso ter amado Caspian, mas ele e Liliandil eram o destino, assim como eu e Jeremy fomos.

   Eu me levantei e comecei a caminhar, nem sabia por onde eu estava indo, mas cheguei num gramado enorme. Eustáquio conversava com Aslam, Pedro e Edmundo lutavam, O Sr Tumnus conversava com o Professor Kirke, Caspian e Liliandil estavam abraçados, apenas observando Rilian e Jil. 

   Logo, Aslam se separou de Eustáquio e veio andando em minha direção, com aquela cara que você faz quando sabe porque uma pessoa está triste.

   - Daqui a pouco ele estará com você, Susana. Jeremy pode ter sido o humano que ficou menos tempo em Nárnia, mas ele virá, tenho certeza. – Aslam se “sentou” ao meu lado. Eu apenas suspirei.

   - Tenho muitas saudades dele, as vezes me pergunto se ele está bem...Se ele está com outra. Eu ficaria feliz, Aslam, se pudesse por uma última vez, ver o sorriso dele, aquelas covinhas lindas dele. Ficaria muito feliz. – Eu disse, de uma certa forma duvidava um pouco que ele estaria ali, em pouco tempo.

   - Já já ele estará aqui, Susana...Se dúvida, levante-se e ande um pouco a frente. – Eu olhei assustada para Aslam, mas assim fiz. Comecei a anda um pouco, sem sair do campo de visão de Aslam. Olhei para trás e ele estava lá, sorrindo. Acenou com a cabeça para que eu me virasse, e assim eu fiz.

   Abri um sorriso imenso nos lábios, quando vi, aquela figura alta, loura, musculosa. Ele tinha um sorriso no torto, aquelas covinhas lindas. Jeremy.

   - Jeremy! – Eu disse quase num sussurro. Comecei a correr na direção dele, e ele na minha. Na colisão eu me agarrei a ele, e ele a mim. Nos abraçamos fortemente. E depois ele me beijava, mas nunca tirando o sorriso do rosto.

   - Eu voltei para você, meu amor. – Ele sussurrou no meu ouvido. Dei uma olhada para trás, Aslam sorria satisfeito. Todos os outros também me olharam, com um enorme sorriso no rosto. Todos menos Caspian. O encarei e ele me olhava, do mesmo jeito que ele me olhou quando disse que não voltaria a Nárnia. Mas eu sorri e ele sorriu de volta, abraçando Liliandil.

   Logo, meus irmãos estavam correndo ao meu encontro. Minha família estava completa agora, quero dizer, quase completa. Agora era só uma questão de tempo, até Digory e Pedro se juntarem a nós.

  

***

   Londres, outono de 1975.

      Dois rapazes jovens se encontravam parados a duas lápides num cemitério. Um era loiro o outro já era moreno. Pareciam ser irmãos. Choravam. O Louro aparentava ter uns 25 anos, cabelos grandes lisos, alto, musculoso. O moreno já deveria ter uns 23 anos. Lábios inchados, olhos azuis, cabelos curtos bem penteados.

   - Eu nem tive tempo de conhecê-la como você, Digory. – Falou o moreno com a voz embriagada. – Como ela era?

   - A melhor mulher do mundo, irmão. – O loiro disse, deixando uma última gota de lágrima cair.  – Eles estão juntos e felizes agora, esperando por nós...Em Nárnia.

   - Será? – O moreno disse, ainda com a voz rouca. O louro pôs a mão em seus ombros, em forma de consolo.

   - Tenho certeza. – Colocaram as flores em cada túmulo. Se despediram pela última vez dos pais e saíram. Naquele dia não choveu, fez um sol lindo.

Jeremy Skandar Keynes.

Médico sábio, marido fiel, pai herói.

* 1926 - + 1975

Susana Keynes/Pevensie

Mulher gentil, mãe, rainha de Nárnia

*1928 - + 1955


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Notas finais do capítulo

Então é isso galera, minha primeira One-Shot. Olha, eu ODIEI o final que o nosso querido C.S Lewis deu a Susana, por mais que ela tenha feito tudo aquilo eu acho que ela merecia sim ter ido para o País de Aslam, mas mesmo assim eu ainda amo o Lewis. Esta é a apenas o final que Susana merecia aos meus olhos. Comentem. Se gostou comente, se não gostou, críticas são sempre bem vindas, quando são construtivas, quando não são, entra por um ouvido e sai pelo outro.