38mm Birthday Special escrita por dust-box


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Sem enrolar...
Boa leitura~



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     Talvez fosse um belo dia só pra alguns, menos para Tomo. Estava dormindo até minutos atrás, mas por azar acabou acordando e agora não conseguia mais adormecer  novamente. Para piorar, alguém batia na porta, e o som entrou em seus ouvidos incomodando-o de tal forma que ficou mais irritado do que já estava.

     –  Hmm... Droga. – reclamou sem a menor vontade de levantar.

     Sentia calafrios correrem-lhe o corpo, a pele ardia em febre e sua cabeça doía tão forte que sem dúvidas era um dos maiores desestimulantes no momento.

     Depois de piscar os olhos por um curto tempo, sentou-se na cama. Agora era o barulho da campanhia que o incomodava, e mesmo sentindo-se tão ruim, levantou com o cobertor em sua volta e se dirigiu até a entrada, pronto para matar o infeliz que veio lhe acordar.

     – Já vai, não precisa grudar o dedo na campainha. – respondeu mal humorado enquanto aproximava-se da porta, mas bem devagar, pois seu corpo parecia pesar mais do que devia.

     Abriu a porta de madeira com a cara mais amarrada possível, mas que logo se desfez ao ver quem estava tocando a campainha incessantemente.

     – Bom dia. – Rui cumprimentou tímido, dando um típico sorriso sem graça de quando ficava constrangido com algo. – Pelo visto te acordei... Desculpa.

     – Ah, não... Claro que não. Err, entra. – Tomo sorriu tão constrangido quanto Rui, desistindo de vez da idéia de matar quem veio visitá-lo tão cedo.

     Sim, ficaria muito bravo com qualquer outra pessoa que fosse, mas não com ele. Não tinha como ficar com raiva do Rui, era alguém importante demais para se ter raiva. Rui era acima de tudo essencial.

     – Desculpa não ter avisado, mas eu queria vir antes dos outros e te fazer uma surpresa. – disse Rui enquanto entrava, indo de encontro ao Tomo com os braços abertos para lhe dar um abraço apertado. – Feliz aniversário!

     E o cérebro de Tomo pareceu dar um nó, não só por causa de seu corpo estar febril e sua cabeça doer como se houvesse alguém batendo nela com um martelo, mas sim pelo “feliz aniversário”. Havia se esquecido do seu próprio aniversário?

     – Obrigado, mas... Que aniversário? – perguntou o vocalista devolvendo o abraço com o mesmo entusiasmo, mas com cuidado para não derrubar o cobertor que estava sobre seu corpo.

     – Como assim que aniversário? O seu, é claro! – respondeu rindo abertamente, afrouxando os braços que estavam em volta do loiro, porém sem soltá-lo.

     – Eu sei bobo, só estava brincando. – Tomo mentiu, na esperança de que Rui acreditasse, mas o baixista conhecia Tomo o suficiente para perceber quando este dizia a verdade.

     Não se conheciam por acaso. Há tempos atrás eram da mesma banda, e desde então viraram amigos. Depois, juntaram-se novamente em outra a banda, a qual ainda trabalham juntos. Eram anos de amizade, e não simples meses.

     – Vou fingir que acredito. A propósito, por que o cobertor? – Rui estava certo, Tomo ainda não havia soltado o cobertor e de fato aquilo era estranho.

     – Estou com frio, mas não é nada. Logo vai passar. – respondeu o loiro, finalmente soltando as mãos da cintura do maior para desfazer o abraço.

     – Mas hoje não está frio. Tem algo errado com você. – Rui insistiu, levando uma das mãos até a testa do menor, a fim de medir sua temperatura. – Nossa, você está ardendo em febre!

     – É só um resfriado, não se preocupe com isso.

     – Pare de ser teimoso, sua temperatura está alta demais pra ser só um resfriado. O que mais está sentindo? – Rui questionou preocupado, observando Tomo ir até a porta para fechá-la.

     – Dor de cabeça, mas já falei pra não se preocupar. – respondeu virando-se para o outro, dando um falso sorriso para acalmá-lo.

     – Não Tomo, você precisa se deitar e descansar. Anda, volta pra cama. – Rui puxou o braço do vocalista, arrastando-o de volta para seu quarto.

     – Não quero. Ruisu, por favor... – choramingou, lutando para não ser levado de volta pra cama, porém não adiantou.

     Tomo deitou-se novamente na cama, apenas para não contrariar Rui, que se sentou no chão ao seu lado. Arrumou o cobertor sobre o corpo do outro,  desejando que ficasse o mais confortável possível.

     – Onde você guarda os remédios? Você precisa tomar um logo. – Rui afirmou, passando os dedos entre os fios desalinhados do loiro, organizando-os sobre a testa.

     – Não vou tomar remédio nenhum, não quero.

     – Está agindo que nem criança. Se você não tomar, eu vou embora.

     – Não, por favor... Fique. – levou as mãos para o braço de Rui, segurando com força como se tivesse medo de perdê-lo num piscar de olhos. – Eu tomo o remédio que você quiser, melhor assim? Tem uma caixinha no armário, perto da cozinha... Deve ter algum lá.

     – Certo, me espere aqui.

     Rui saiu do quarto, deixando um Tomo aborrecido sobre a cama. Detestava tomar remédio, mas se fosse apenas para agradar Rui, de certo faria. Qualquer coisa que fosse para agradá-lo Tomo não hesitaria em fazer, apenas para ver o sorriso do baixista que tanto gostava.

     E isso era um segredo. Tomo gostava de Rui mais do que devia, e algumas vezes ele deixava transparecer o que sentia. Porém, tinha medo de ser rejeitado e a amizade dos dois se estragar. Ambos se davam perfeitamente bem, talvez até mais que o normal, mas não viam como algo estranho, só simplesmente precisavam estar sempre próximos.

      Rui sempre o tratava de maneira atenciosa e carinhosa, mas isso não significava muita coisa, certo? O moreno era muito prestativo com todos e sempre deixava o ambiente agradável. Com isso, Tomo preferia não se iludir em achar que poderia algo, e no fim das contas, nunca contou para Rui o que achava dele.

     Enquanto perdia-se em pensamentos, Tomo nem percebeu quando Rui retornou para o quatro, trazendo consigo um comprimido e um copo com água.

     – Demorei?

     – Ah, você voltou doutor. Quanto será a consulta? – brincou o loiro, fazendo com que Rui esboçasse um sorriso.

     – Se você me obedecer e descansar, não vai te custar nada. Anda, toma isso. – ordenou Rui, estendendo na mão o pequeno comprimido para Tomo, que se sentava na borda da cama.

     Fazendo uma careta, Tomo pôs o remédio na boca para engoli-lo em um gole, junto da água que Rui trouxe no copo. Depois, deitou-se novamente sobre o colchão macio, arrumando os travesseiros confortavelmente atrás de sua cabeça.

     – Você não deve ter comido nada ainda, né? Vou preparar algo pra você. – afirmou o baixista, saindo em direção a porta do quarto.

     – Não acho certo que visitas trabalhem. – Tomo murmurou baixo, sem acreditar que Rui escutaria, mas falho engano. Rui escutou perfeitamente.

     – Cuidar de você não é trabalho pra mim. – afirmou repentinamente olhando para trás por cima dos ombros, e depois se virou para seguir adiante para a porta, saindo do quarto.

     E o que Rui havia falado para Tomo pareceu ser gravado em sua mente, com a frase ecoando em sua cabeça diversas vezes. Aquilo fez o coração de Tomo palpitar, uma falsa esperança em seu peito, onde estava pronto para rugir em comemoração.

     Não era a primeira demonstração de afeto entre os dois, mas Tomo alegrava-se para cada uma como se fosse a primeira vez. Apesar de tudo, não poderia se iludir, e sempre se lembrava disso. Sem expectativas, as chances de decepção eram muito menores, praticamente nulas.

     Depois de ter as batidas de seu coração acalmadas, Tomo resolveu ligar a TV para passar o tempo. Se Rui ficou de lhe fazer algo pra comer, certamente demoraria. Passou por vários canais, sem encontrar nada que gostasse, e assim continuou até que por fim pegou no sono, talvez por efeito do remédio que havia tomado. Dormir parecia a melhor opção, bem melhor do que ver algum programa bobo.

     Enquanto Tomo estava adormecido em seu quarto, Rui sofria na cozinha. Tinha medo de fazer algo que o outro não gostasse, ou simplesmente não conseguir fazer nada. Pior, se queimasse a comida seria uma grande derrota.

     Optou por algo simples como torradas e um suco, e mesmo atrapalhado, conseguiu terminar tudo sem problemas. Voltou para o quarto trazendo o prato com torradas e o copo com suco, mas tudo que encontrou foi Tomo dormindo profundamente enquanto a televisão estava ligada, passando um daqueles programas idiotas de rotina.

     Aproximou-se da mesinha do abajur, deixando o prato sobre a superfície de madeira, e só então voltou sua atenção para o outro. Parecia tão sereno enquanto dormia... Rui ficou se perguntando o que ele poderia estar sonhando.

     Na verdade, Rui sempre se perguntava sobre o que Tomo pensava, o que ele gostava e coisas do tipo. Importava-se demais com a opinião dele, não só por causa da banda e pela convivência, mas bem mais além que isso.

     Sentou-se do outro lado, preenchendo o espaço desocupado. O movimento não despertou Tomo, deixando Rui aliviado. Não queria acordá-lo ainda, então iria esperar que Tomo dormisse o suficiente para sua dor de cabeça melhorar.

     Talvez pelo o cansaço, ou a tranqüilidade que havia se formado no ambiente, Rui pegou no sono. Sequer teve tempo parar se posicionar melhor, e acabou cochilando na posição que estava, um pouco inclinado com as costas encostadas na cabeceira.

     Depois de breves minutos, Tomo despertou e teve uma doce surpresa. Poderia ficar horas olhando para a imagem que viu assim que abriu os olhos. Rui dormia ao seu lado, em uma posição que não parecia nada agradável, mas Tomo não estranhou, estava acostumado ver o baixista conseguir dormir em qualquer lugar que fosse.

     Olhou em volta, sentindo o cheiro de comida. Encontrou as torradas do seu lado, deixadas sobre a mesinha, e pegou uma delas para dar uma mordiscada. Com certeza Rui tinha trazido para o quarto, especialmente ele. Isso com certeza fazia com que as torradas tivesse um gosto ainda mais especial.

     Devolveu a torrada para o prato, voltando seu olhar pro moreno adormecido do outro lado. Com muito cuidado, Tomo tentou arrumar Rui sobre o travesseiro, puxando seu corpo um pouco mais para perto, mas estava sentindo-se fraco demais por estar doente, e acabou por deixar Rui bater sem querer a cabeça na cabeceira.

     – Ai... – queixou-se já despertando, abrindo os olhos lentamente. – Tomo?

     Mais uma surpresa. Rui deixou escapar um tom de exclamação em sua voz ao ver o loiro, mas tinha motivos para isso. Tomo estava quase em cima de seu corpo, os rostos muito próximos. Perigosamente próximos.

     – Bom dia, err... De novo. – Tomo sorriu sem graça, fazendo o possível para disfarçar o medo se caso Rui perguntasse o que ele estava tentando fazer.

     – Está se sentindo melhor? – questionou preocupado, parecendo ignorar completamente o fato de o quanto estavam perto um do outro.

     Mas isso não acalmaria Tomo. A única coisa que veio na sua cabeça no momento era algo que talvez Rui gostaria que não acontecesse. Tentar parecia arriscado demais... Delicado demais.

     Rui levou uma mão até a testa do outro, pegando Tomo desprevenido. Ainda tinha febre, mas isso não importava para ele ali, ainda mais com Rui tão vulnerável perto de si. Os lábios do baixista pareciam lhe chamar, e foi impossível evitar o desejo que tinha que tomá-los em um beijo naquele exato momento.

     – Estou bem. – Tomo respondeu sem perceber a expressão abobada que tinha no rosto. Estava lutando mentalmente contra ele mesmo, imaginando se deveria ou não agir.

     Uma luta mental não era realmente a melhor coisa a se fazer.

     – Não parece, você ainda está quente. – Rui insistiu, e moveu-se pronto para se levantar da cama, talvez se sentindo incomodado com a proximidade entre os dois por não saber o que fazer.

     Tomo não mexeu um dedo sequer para deixar Rui se levantar, fazendo com que seu corpo caísse de volta para a cama. Ele não deixaria Rui sair dali, realmente. Teria que ser agora, sem atrasar mais.

     Entreolharam-se por breves segundos que pareceram passar pesadamente. Rui praticamente perguntava o que estava acontecendo com seu olhar, acreditando que havia feito algo de errado. Ele mal sabia que o problema não era o que havia feito, e sim o que estava deixando de fazer.

     Mas Tomo sabia muito bem o quê e como. Inicialmente, aproximou o rosto o suficiente para que seus lábios roçassem, sem pressa. Em seguida, deu-lhe um beijo casto, temendo ser rejeitado. Aquele seria o momento da verdade, em que se Rui não quisesse, afastaria Tomo para longe à força.

     Para o seu alívio, não foi o que aconteceu. Rui correspondeu o beijo, levando as mãos para as costas do vocalista, trazendo-o ainda mais perto de seu corpo. O que antes parecia ser um beijo inocente tornou-se algo ainda mais profundo, com as línguas se tocando de forma que nenhum dos dois havia experimentado antes.

     A pele febril de Tomo pareceu se chocar em um perfeito contraste com a temperatura de Rui, causando-lhe arrepios. O ritmo de ambos parecia tão natural, como se já tivessem feito tudo mais de uma vez. Nenhuma fanservice ou brincadeira que faziam estava à altura daquele momento.

     Infelizmente tiveram que se separar. Precisavam respirar, mesmo que quisessem continuar o beijo sem interrupções. Tomo afastou o rosto, buscando ver a reação do outro o mais rápido possível. Precisava vê-lo, pois temia muito que tivesse feito uma grande besteira.

     – Ruisu? – o chamado saiu como um sussurro, suave aos ouvidos do outro, mas Rui não respondeu. – Eu fiz algo de errado, não fiz?

     – Fez. – respondeu sério, fazendo Tomo congelar dos pés a cabeça. E isso era bizarro pra quem ardia em febre. – Devia ter feito isso antes. Eu... Eu gostei.

     Deram um sorriso doce, deixando transparecer o quanto estavam envergonhados. Tomo pode perceber as maçãs do rosto de Rui corarem levemente, e aquilo era absurdamente adorável.

     Rui era adorável, em todos os aspectos.

     – Que bom, porque eu também... Quero inclusive contratar seus serviços pra que cuide de mim sempre que eu adoecer. Aceita? – brincou sorridente, sem conseguir conter a felicidade que sentia.

     – Aceito. – concordou envergonhado, torcendo para que Tomo não o achasse mais bobo do que já estava.

     E os lábios tocaram-se com urgência novamente. Por um lado, ambos não acreditavam que aquilo estava acontecendo, parecia surreal demais. Guardaram os sentimentos por tanto tempo que precisavam expressar tudo da melhor maneira possível.

     Tomo estava deliciado com a textura dos lábios do outro, tão macia que agia como uma droga, viciante demais para que conseguisse parar. O ar pareceu rarefeito, mas isso não importava. Necessitavam daquele contato mais do que qualquer coisa.

     Mesmo quando tiveram de cortar o beijo para respirar melhor, o loiro não quis perder tempo. Desceu para o pescoço de Rui, espalhando beijos por toda a superfície de pele, quase como uma adoração. Rui não conseguiu evitar que se contorcesse por baixo do corpo do menor, e isso fez com que se sentisse  um bobo por reagir dessa forma com toques tão simples.

     Mais uma vez, aquele barulho irritante soou casa adentro, e dessa vez Tomo reconheceu muito bem do que se tratava. Campainha de novo, na pior hora possível.

     – Ah, Tomo... – tentou chamar a atenção, mas Rui não imaginava o quanto isso seria difícil, principalmente enquanto sentia Tomo marcar sua pele com os dentes.

     – Nhm? – grunhiu em resposta, deslizando o lábio pelo pescoço de Rui, roçando o piercing delicadamente.

     – A... A campainha. – Rui agradeceu mentalmente por ter conseguido falar, soltando um suspiro longo em seguida.

     – E daí? – questionou franzindo o cenho, parando de vez o que fazia para encarar Rui.

     – Preciso abrir a porta, pode ser importante.

     – Tá bom... – concordou emburrado, abrindo espaço para que Rui pudesse se levantar.

     Tomo era egoísta, sem dúvidas. Todos reclamavam do seu ego, que sempre falava mais alto. Queria Rui agora, sem nada para atrapalhar, e abrir mão dele foi torturante.

     Rui retirou-se do quarto tão rápido que Tomo mal pode perceber. Deixou que ele se levantasse, mas ainda tinha a intenção de argumentar sua permanência na cama junto dele. Irritado, Tomo se aninhou na cama para esperar que o baixista retornasse logo.

     Em pouco tempo, ouviu passos se aproximando, e indicavam que não era apenas Rui, mas havia outras pessoas junto dele. Além do baixista, três rostos muito familiares para Tomo apareceram. Yuh, Umi e Tohya, que entraram no quarto cantando “Parabéns pra você” terrivelmente desafinados.

     – Parabéns Tomo! – gritou Tohya, que se jogou na cama como um paraquedista saltando de um avião.

     Uma hora estava sozinho com Rui, outra apareciam todos de uma vez só. Era demais para a pobre cabeça de Tomo, que ainda doía. Esqueceu-se completamente da dor enquanto estava com Rui, mas agora que não poderia continuar o que estavam fazendo, a dor voltou ainda mais forte.

     – Não Tohya, Tomo está doente, saia de cima! – exclamou Rui, que tentava tirar o baterista de cima do colchão, já pronto para acertar Tomo com um travesseiro.

     – Que pena... Vou ficar te devendo essa. – respondeu desanimado, jogando o travesseiro de volta pro lugar onde estava.

     Todos riram, até mesmo Rui. Era visível seu nervosismo na frente dos outros, com certeza por não conseguir fingir que não aconteceu nada. Rui era uma pessoa tímida e discreta, costumava guardar os problemas para ele, mas outras vezes não conseguia suportar. Quando ficava nervoso com algo, respondia sempre com poucas palavras, e isso era desconfortável.

     Sentaram-se na cama, fazendo uma espécie de rodinha, e só assim começaram os questionamentos. Umi, com seu instinto de "pai protetor", perguntou tudo que Tomo havia feito, e se ele estava se cuidando direito para que não piorasse. Era difícil passar um aniversário doente, ainda mais para o vocalista, que tinha tantos planos em mente.

     Tomo não tinha reparado antes, mas Yuh estava com um bolo confeitado em suas mãos, muito bem feito por sinal. Umi pediu para que Rui fosse pegar uma faca na cozinha, e assim o baixista fez. Voltou rapidamente, trazendo o objeto cortante para que começassem a cortar as fatias do bolo.

     Apesar de doente e de ser interrompido quando menos queria, Tomo estava muito feliz. Seus amigos estavam junto dele, uma outra família que ele considerava bastante... E obviamente, não poderia se esquecer de Rui, que havia lhe dado o melhor presente de aniversário.

     – Ei, Ruisu. – Tomo chamou baixo, aproveitando o momento de distração dos demais que riam de Tohya lambuzando-se com glacê. – Ainda vai cuidar de mim hoje, não vai?

     – Sim... – Rui respondeu em tom ainda mais baixo, tentando não se envergonhar, mas não conseguiu. Deixou um sorriso tímido escapar, olhando fixamente para o loiro. – Sempre cuido de você, não?

     Trocaram sorrisos simultaneamente, que se misturaram com o ar alegre que os outros três trouxeram. Foi uma covardia serem interrompidos em um momento tão especial, mas não importa mais. Teriam bastante tempo para conversar agora, e dessa vez contar tudo que sentiam e expressar todo o sentimento que ficou guardado a sete chaves.

      Ninguém pode ter percebido o que estava acontecendo, mas Tomo e Rui sabiam muito bem, melhor do que ninguém.


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Notas finais do capítulo



Reviews? ;-;



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