. Words . escrita por Miss Malfoy


Capítulo 1
Say That You Love Me.


Notas iniciais do capítulo

Oneshot simplizinha. Mais uma de Clarisse e Chris, porque eu adoro escrever contos de amor com os dois.
Espero que gostem, apesar de ser só mais uma coisinha a toa.



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Ponto de Vista de Clarisse La Rue.

Chris e eu andavamos pela praia aquela tarde. O acampamento não estava de um todo vazio este ano, mas a maioria dos campistas faziam suas atividades, de modo que o local em que nos encontrávamos estava completamente deserto.

Mas eu não me importava. Até que gostava, acho. O negócio é que eu e ele nunca tinhamos conseguido ficar sozinhos por mais de alguns segundos, e eu gostava muito de ficar com Chris, mas estava se tornando chato ter que competir por sua atenção com suas milhões de irmãs ou as campistas oferecidas de Afrodite. Porque é que garotas bonitas tem que ser tão vacas? Argh.

Então eu não estava muito feliz com ele. E como sempre, meu namorado percebeu aquilo num piscar de olhos, como se tivessemos uma conexão alienígena ou sei lá o quê.

-Clarisse... É sério, se não me contar o que tem de errado vou te jogar no mar. - ameaçou, os olhos brilhando.

-Ah, você não vai querer fazer isso. Acredite em mim. - falei, tentando me controlar.

Ele me abraçou, levantando-me do chão, e falou no meu ouvido.

-O que houve?

-Chris, me solta. - falei, com os entredentes.

-Não até me contar.

-Me solta agora!

-Me conte primeiro.

Como é que ele sabia me tirar do sério tão fácil? E depois me fazer ceder como uma garotinha apaixonada? Como eu odiava a deusa do amor e seus truques mirabolantes para fazer os hormônios adolescentes serem tão loucamente descontrolados.

Eu bufei, deixando claro que não gostava de ser segurada daquele jeito, e então disse à contra gosto:

-Só não gosto de ter que ficar esperando você dar atenção a todas as suas fãs e me deixar por último, só isso Chris.

Eu fui soltada na mesa hora e caí de bunda na areia.

-Aí! - reclamei.

Ele estava me olhando incrédulo. Então deu um sorrisinho, aquele sorrisinho lindo que me fazia suspirar. Droga.

-Você está com ciúmes de mim? - ele falou, zombeteiro.

-É claro que não estou! - então ele caiu na risada. - CHRIS!

Ele simplesmente se jogou na areia e começou a rir adoidado. Nem preciso dizer que isso me irritou profundamente.

-CHRIS QUER PARAR COM ISSO! MAIS QUE DROGA! - eu gritei, tentando pará-lo em vão.

Ele só continuou a rir, as mãos na barriga e o rosto risonho. Um rosto lindo e risonho. Ele respirou fundo, tentando parar de rir, e me fitou de lá de baixo.

-Senta aqui. - ele disse, indicando a areia ao lado dele.

Me sentei com os nervos ainda à flor da pele. Ele então, num movimento rápido e repentino, me fez deitar na areia e ficou por cima de mim, fazendo com que cada parte de nossos corpos se tocassem de um maneira não muito apropriada.

Mas quem liga para o que é apropriado? O fato é que eu senti um calor estranho percorrer o meu corpo, quando ele me lançou aquele olhar intenso e apaixonado. Eu quase me esqueci de que estava brava com ele. Porque, quer dizer, quando eu olhei nos olhos dele, eu senti aquela coisa que me pegava todas as vezes que a gente tava junto. Aquela coisa que todos chamavam insistentemente de amor. Era intenso, e me fazia perceber que Chris era a única pessoa no mundo com a qual eu me importava.

- O-o que foi? - perguntei, com um fiapo de voz.

- Você tem que entender que eu te amo Clarisse.

Arregalei os olhos sem querer. Tive vontade de perguntar se ele era maluco ou o quê. Tive vontade de perguntar se o que ele dizia era verdade. Tive até vontade de responder o que ele tinha dito, de dizer que também o amava, ou apenas de rir suavemente.

Mas eu não consegui fazer nenhuma das alternativas acima. Meu coração batia forte e lentamente, como se aclamasse por aquelas palavras, como se tivesse esperado ouví-las a vida toda.

De fato, eu nunca tinha escutado isso de ninguém. Quem é que ama Clarisse La Rue? Ninguém. Porque todos acham ela durona e carrancuda, difícil de lidar e cabeça dura. Ninguém realmente tenta me conhecer, ver que não sou tão ruim quanto as aparências demonstram, ninguém... Além de Chris Rodriguez.

E pra mim estava tudo bem se só ele visse isso. Por mim estava ótimo se ele fosse a única pessoa no mundo inteiro que se importasse comigo. Porque ainda assim, seria ele.

Chris percebeu minha mudez repentina e sorriu lindamente, os olhos brilhando em contraste com o sol de fim de tarde e os cabelos caídos sob o rosto. Aquela era uma visão linda.

-Eu... C-chris... - gaguejei, impotente.

Ele colocou o indicador em meus lábios, pedindo meu silêncio.

-Shh... Eu só preciso que você saiba disso. Porque todas as outras garotas no mundo... - ele balançou a cabeça negativamente. - Elas não vão escutar isso. Não vindo da minha boca. Não enquanto este sentimento pertencer a você.

Continuei muda, tentando memorizar cada palavra que ele dissera.

-Eu amo você Clarisse La Rue. E apenas você. A número um da minha lista é você, e pode apostar que sempre, SEMPRE, vou ter tempo pra você.

E então, inconcientemente, eu sorri. Sorri bobamente, porque era exatamente isso o que eu precisava escutar. Era exatamente isso o que todas as garotas no mundo deviam escutar.

Um coração que eu julgava não bater por amor, tornou a martelar em meu peito, e aquele estranho calor me percorreu mais uma vez, como se quisesse ter certeza de que tinha esquentado cada parte do meu corpo.

Eu ainda não tinha uma resposta decente. Sentia que sinceramente nunca teria uma resposta que chegasse a altura de tudo o que ele tinha me dito. Mas senti-lo tão perto de mim, seu corpo roçando no meu, seus lábios à centímetros dos meus, seu hálito batendo suavemente em meu rosto e seus olhos focalizados apenas nos meus... Aquilo era demais para a minha paz de espírito.

Desprendi minhas mãos dele com desespero e agarrei seu rosto, finalmente quebrando a torturante distância entre nós. Minha boca colou-se à dele de um jeito que tirou todo e qualquer fôlego que eu pudesse ter. A maciez de seus lábios me espantava... Lá estava eu pensando mais uma vez como uma boba garota de Afrodite! Como odiava as sensações que ele provocava em mim... E ao mesmo tempo amava.

Eu amava Chris Rodriguez.

Me separei dele arfando de leve, e disse, mesmo com dificuldade para pronunciar tais palavras tão fora do meu vocabulário:

-Eu também te amo Chris Rodriguez.

Seus olhos claros se encheram de satisfação ao ouvir aquelas palavrinhas. Assim como eu tinha me enchido de satisfação.

Talvez então, amar fosse sim um sentimento legal... Mas não que eu realmente ligasse pra isso. Porque o que realmente importava, era poder ficar escutando ele dizer aquilo até que nós dois cansassemos de ficar apenas conversando e nos beijassemos até que o luar fosse engolido pela imensidão do mar e nos obrigasse a recuar para os Chalés.


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Notas finais do capítulo

Ganho alguns reviews?