Sadness And Love escrita por Grandia


Capítulo 2
Capítulo II




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Capítulo II

May’s POV

Estava tudo certo. As flores de cerejeira que invadiam o local, o pôr-do-sol... Eu estava com minha camiseta do Nirvana – a minha preferida – e minha flanela azul. Meus cabelos não estavam presos. Ele fora a primeira pessoa que me viu com o cabelo solto.

O que eu fiz de errado?

Será que errei alguma coisa? Mas por quê?

Por que...? Eu o admirava desde que eu vim para o Japão. Eu sempre estive iludida por ele. Delinqüentes também são boas pessoas – eu acho. Então por quê? Se eu fosse uma Gal, aposto que ele iria. Mas não sou.

Talvez as coisas não sejam como eu imaginava...

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Haruhi’s POV

O dia hoje não se tornou uma rotina comum. Fui dormir, como se algo ruim tivesse acontecido. Eu sentia uma dor no peito muito forte. “Talvez você esteja bebendo de mais em encontros”, cheguei a pensar. Mas acho que não. Talvez eu precisasse apenas dormir. Acordei tarde – não cedo como sempre. Tomei um banho de perfume, ajeitei a gravata, e arrumei meu cabelo. Peguei minha mochila e fui, tomando um suco de tomate. Peguei o ônibus, e sentei com meus amigos. Batemos um papo como sempre, mas...

No segundo ponto, ela não estava lá. É como se algo de rotina tivesse desaparecido.

– Veja Joey! Sua amada não veio hoje! – riram Jack e Riku, o que me chamou a atenção.

Meu Deus... O tom da risada dos dois é igualzinho...” pensei.

– Calem a boca!! – gritou Joey, irritado. – Vocês também querem pegar ela!

Logo, todos nos paramos. Sentimos uma aura maligna e mortal, vinda de um dos bancos da frente. E lá estava ele, Kazu, “O delinqüente do mal” (Título).

Ele nos olhou como se fosse nos matar. Logo, paramos com a brincadeira e começamos a falar de outra coisa.

– E aí? ‘Bora marcar um goukon? – sugeriu Joey.

– É uma boa idéia... – concordaram Jack e Riku. – Haruhi com certeza vai ir, certo?

– Claro que vou! – exclamei. – Eu não perco nenhum! Que tal chamar algumas garotas de outro colégio? Cansei das garotas daqui...

– Melhor ainda. – disse Joey. – Yeah, goukon!!!!!!!! Hoje depois da aula? Bem, acredito que todos nós levamos uma roupa extra...

– Claro. – disse eu. – Você acha que vamos sair com o uniforme da escola? Só dá pra entrar em cafeterias com ele.

– Nós podemos ligar para as garotas da escola Sakurai... – disseram Jack e Riku. – Será divertido com elas.

Viva Goukon!!! Atividade saudável para adolescentes saudáveis – e bonitos.

May não veio à aula hoje. Sua carteira está vazia.
Ela nunca faltou um dia sequer, desde o ano passado. O que teria acontecido? E o jeito que o tal Kazu nos olhou, foi assustador...

Eu observava Kazu durante a aula. Podia ver que era apenas mais um punk nesse mundo, desenhando palavrões e pornografia ao invés de copiar a matéria. Será que teria acontecido algo entre eles? Mesmo não sendo da minha conta, eu não conseguia parar de pensar naquele rosto sério, com seus cabelos amarrados num rabo de cavalo, e aqueles fones pretos que a acompanha... E seu sotaque engraçado e os palavrões de seu idioma que solta quando está brava. O que teria acontecido entre eles?

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Ok, talvez eu encontre a minha rainha na quadra, treinando no clube. Oras! Ela pode faltar na aula, mas não deixaria seu clube na mão. Quando deu o sinal, fechei o livro, coloquei dentro da bolsa, e corri para a quadra. Ela não estava lá. Corri ao redor e vi, uma pessoa, sentada embaixo de uma cerejeira. Ela escondia seu rosto. Seu cabelo estava bagunçado e tingido de vermelho com qualquer tinta barata. Ela usava uma flanela azul enorme, maior que seu copo. Vestia também uma calça jeans rasgada, e um All Star preto sujo. Quando ela levantou aquele seu rosto, cheio de lágrimas, eu pude ver claramente: era May.

Completamente diferente. E hoje, na aula, percebi que ninguém sentiu sua falta – apenas eu.

Aquela garota radiante, de franjinha, toda bonitinha... Como pode ficar tão estranha e masculina daquele jeito? Mudança de comportamento?

... Acho que todos nós perdemos uma aposta.

Eu iria confortá-la, mas...

Eu tenho um goukon muito importante pra ir.

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May’s POV
Quarta-feira, 19h13min, meu quarto.
Não, isso não é um diário. É uma narração DESESPERADORA.

Minha prima chegou de repente, me arrumando toda. Ela está toda estilosa, parecia uma atriz. Quanto a mim... O fora de Kazu foi tão forte que agora eu fico apenas trancada no quarto ouvindo Nirvana. Músicas como Rape Me, Heart-Shaped Box, Dumb, Come As You Are, Polly, Lithium e About A Girl. Ela ficou sabendo disso e veio para cá.

Ela disse que vamos à um lugar chamado “Goukon”... Perguntei o que era isso e ela respondeu que é apenas um encontro entre jovens e disse que talvez eu conseguisse um novo namorado lá. Ela começou a escolher um monte de roupa pra mim, mas eu recusei, colocando apenas minha blusa do Pearl Jam, uma flanela vermelha, a jeans rasgada, um All Star vermelho e prendi na cabeça minha bandana preta com caveirinhas. Ela disse que eu estava “super-brega”, e que qualquer coisa, não me conhecia. Besteira.

– Vai ter muitos garotos lindos, prima! – exclamou Yayoi (minha prima), empolgada. – E olhando pra você, assim, horrível desse jeito, cheguei à conclusão de que vou te arranjar um namorado não importa o que aconteça!

– De boa, estou tão horrível assim? – encarei.

– Claro que sim. Garotos gostam de garotas fe-mi-ni-nas! Como você era até um dia atrás. – respondeu Yayoi, se olhando no espelho e passando um pouco de laquê nas mechas onduladas.

– Fechaduras inúteis que abrem com qualquer chave? – eu disse, pegando meu mp3.

– Hm? O que quer dizer com isso? – disse Yayoi.

– Nada, nada...

Enfim, terminamos de arrumar as coisas, e lá fomos nós para um karaokê, no tal “goukon”. Yayoi ficou na porta, pegando na minha mão, tentando achar a mesa onde estariam os tais garotos. Até que um deles acenou. Olhamos diretamente para a mesa. O garoto que havia acenado... Era o famoso pegador Haruhi. E quando ele me viu, aquele sorriso alegre havia desaparecido, ficando chocado com o que viu.

Minha presença é tão desagradável assim? Preferia ficar em casa assistindo meu DVD do Queen.


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