Bad Boys Vs Bad Girls,inimigos?talvez Nã escrita por Nikkmoon


Capítulo 22
Cap21: Remorso


Notas iniciais do capítulo

Yo!!
Mil desculpas dela demora de 5 meses (é... CINCO MESES). Mas eu não abandonei a fic, o cap esta ai e espero que gostem. E... Espero tambem que não tenham abandonado a minha fic, sim?
Goem pelos prováveis erros de digitação e ortográficos.
Boa leitura.



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Cap21: Remorso




Respirou fundamente e fechou a porta atrás de si, se ponto completamente para fora do quarto. Ainda o encarava com uma expressão vazia, dura, gélida como ele costumava utilizar.

Sakura: O que você quer? – perguntou fitando os olhos ônix do garoto, estavam na frente da porta do dormitório feminino. Já era noite, ele não devia estar ali.

Sasuke: Eu preciso falar com você.

Sakura: Não temos nada para conversar, vai embora idiota. – o encarou com desdém, mas ele não era tão grande assim. Fez menção de tocar a maçaneta da porta, mas sua mão foi parada antes de poder tocá-la. 

Sasuke: Temos sim – apertou o pulso da garota com força a puxando pelo menos para mais perto de si, e o mais longe possível da porta – Eu quero entender o que esta acontecendo aqui.

Ela o fitou diretamente nos olhos, novamente estavam próximos demais, mas não seria igual às outras vezes. Não se deixaria levar facilmente.

Sakura: Voc... Você se faz de idiota ou o que? Como quer entender? Não é obvio o que esta acontecendo? – ela praticamente gritava, tentando soltar seu pulso da mão firme do Uchiha.

Sasuke: Não seja hipócrita você também não entende, não sabe. Ninguém sabe!! –bradou, a chacoalhando com força. 

Sakura: Eu sei que você é um idiota e que é culpado em tudo isso. – puxou com força o braço, livrando seu pulso. 

Sasuke: Apenas eu sou culpado aqui? Tem certeza? Você não fez nada para contribuir? Ou outros também não?

Sakura parou, pretendia entrar e fechar a porta na cara dele, mas não o fez. As palavras duras, mas flexionadas de uma forma calma a deixaram confusa. Afinal, o que diabos ele queria? Jogar e esfregar em sua cara que ela era culpada, mas ele também era... Todos eram.

Sakura: Todos nós somos, mas vocês foram mais, foram os que extrapolaram os limites.

Sasuke: Não me lembro de termos imposto regras... Estávamos em uma disputa, fizemos o que achamos que era certo e vocês nos culpam por isso?

A garota se calou.


Toda vez que nós ficamos acordados
Depois de cada tapa que damos



---


Apoio a cabeça no vidro da janela do carro, estava exausto. Havia passado quatro dias em um hospital, ao lado da garota que jurava odiar. Agora ele estava ali, voltando para o colégio no carro da medica que havia visto ele se demonstrar tão... frágil?

Sarah: Então... – ela segurava firme o volante, mas por um instante desviou sua atenção da pista para o garoto sentado ao seu lado – Hyuuga Neji, não é mesmo?

Ele concordou em silencio, cruzando com mais força os braços.

Sarah: Você é filho de Hyuuga Hiashi, certo? – ela tentava puxar assunto para quebrar o silencio. O caminho ate o colégio não era longo, mas continuar naquele clima não era o que ela queria.

Neji: Não, ele é meu tio.

A medica se calou por um instante, ela sabia o porque dele não querer falar nada com ela. Afinal, ele era um Hyuuga, assim como o seu detestável tio e como homem tinha todo o seu orgulho, e ficar conversando com uma mulher que o viu chorar não deveria fazer parte dos planos. Mas Sarah era aplicada, alem de medicina havia feito um pequeno e rápido curso de psicologia. Para ela era importante saber tratar, responder e dar noticias aos seus pacientes. E porque não usufruir das aulas que teve? Não pretendia abusar, na verdade, estava disposta a fazer um favor ao garoto.

Sarah: Não precisa ficar tenso, muito menos se preocupar.

Neji: Me preocupar com o que? – ele a observou pelo canto do olho, ainda de braços cruzados e com a cabeça apoiada no vidro.

Sarah: Com isso que esta pensando, enquanto esta calado.

Neji: E no que acha que estou pensando? Na imbecil da Pucca? Não, eu não perderia o meu tempo com ela.

Sarah: Pucca? É a Tenten, certo? – virou o volante – Nela também, mas na culpa que você acha que tem.

Neji: Culpa? Eu não fiz nada – se endireitou no banco do carona, ainda de braços cruzados. 

A Haruno deu um pequeno sorriso, tirou uma das mãos do volante e arrumou atrás da orelha uma mexa do cabelo rosado que cismava em fugir do coque.

Sarah: O acidente que levou a Tenten ao hospital... Conhecendo ela como conheço não vou acreditar que ela, de moto, foi simplesmente andar pelas ruas e em um cruzamento aconteceu o acidente... Ela estava correndo, não estava? E você estava junto.

Ele se calou mais uma vez, descruzou os braços e abaixou a cabeça, encobrindo assim o rosto com o cabelo comprido. 

Sarah: Vocês estavam competindo, não é? Racha, esse é o nome, certo?

Como resposta ele apenas balançou a cabeça positivamente. Ela se calou, deu espaço para ele falar, mas ele continuou quieto.

Sarah: “ Só para variar ele não vai falar... Vou ter que insistir...” E... Como aconteceu? – ela não fez questão de olhá-lo, saberia que isso faria com que ele se cala-se.

Neji: Estava tendo uma festa na escola, baile de outono... – ergueu a cabeça e fixou o olhar nas gotas de chuva que caiam no pára-brisa – Nós estávamos no estacionamento, eu comecei a provocá-la e acabamos por fazer uma aposta e travar um racha... – ele parou e fitou ainda com mais atenção as gotas de chuva que deslizavam e morriam antes de terminar o seu percurso, sendo impedidas de prosseguir por causa do limpador de pára-brisa – Ela começou a correr muito rápido, eu desacelerei ela iria ganhar de qualquer jeito... Mas ela continuou correndo rápido e furou um farol vermelho... Vinha um outro carro...

A medica parou o carro, o sinal havia fechado e ela se dado o luxo de olhá-lo. Calado, ainda ereto no banco e fitando algo em um ponto qualquer.

Sarah: Não deveria se culpar pelo acidente, ela vai ficar bem... Eu prometo.

Neji a olhou com certa descrença, mas preferiu não dizer nada. 

Sarah: Você... Você gosta dela? – ela se atreveu a perguntar, mesmo já sabendo qual seria a resposta.

Neji: Claro que não! – exclamou para logo em seguida se silenciar. Voltou a cruzar os braços e apoiar a cabeça no vidro da janela – Claro que não... – sussurrou para si mesmo.


Cada sentimento que sinto
Mas eu ainda não senti sua falta



---


Ela continuava sentada, calada, apenas pensando. Havia perdido a noção dos dias... Há quanto tempo estava ali? Toda sua vida... Um ou dois dias talvez... Mas era tempo demais. Tempo de mais sofrendo e se culpando. Por que tinha que acontecer de novo? Justo no momento que ela estava se sentindo tão bem, que estava se firmando e acreditando ser forte de novo. Mas talvez ela nunca tenha sido forte.

Sentou-se no sofá velho, ainda em total escuridão murmurou algo apenas para ela e as paredes. Afinal, não havia mais ninguém ali... Mais ninguém.


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Ela estava ao ponto de esganá-lo. Como ele podia? Como se atrevia? Era obvio que tudo aquilo era culpa deles, ninguém mais era tão culpado... Ninguém? Mas ... Eles estavam em uma “guerra”, e na guerra e no amor é valido tudo, não é? Mas e quando a guerra e o amor se entrelaçam as “regras” continuam as mesmas?

Sakura: Nós não pré-determinamos nada, mas isso não queria dizer que vocês tinham o direito... Ninguém merece ser usado, nem você! – ela gritou, raivosa a ponto de entrar em colapso. 

Sasuke: Não grite comigo como se fosse qualquer coisa!! Vocês teriam feito o mesmo, era apenas uma questão de tempo. – ele bradava mais alto, era uma competição não determinada; quem emudecesse primeiro ou não tivesse mais forças para gritar perderia e não teria mais razão. Ate o momento, os dois estavam empatados, ambos sem razão. 

Sakura: Como você se atreve? Nunca seriamos tão detestáveis, nunca iríamos precisar nos rebaixar tanto... Vocês são detestáveis.

Sasuke: Eu venho aqui procurando entender, chegar em um senso comum e você me acusa? Você sempre acusa, você nunca é a culpada... Tsc é tão irritante.

A garota abaixou a cabeça e serrou o punho, calando-se. Ele havia vencido? Não. Ela apenas estava absorvendo e digerindo tudo, cada gota de tudo e cada pedaço de si. “Irritante... Eu sempre sou a garotinha irritante” 

Sakura: Seu idiota – gritou, saltando no Uchiha. Ela tentava esmurrá-lo a todo custo, o garoto assustado tentava segurar seus braços na tentativa de não ser atingido – Eu... – ela ainda gritava quase chorava, enquanto tentava inutilmente acerta-lhe um soco – Eu cheguei a pensar... Eu quase acreditei que... – gritou agonizada o mais alto que pode.

O Uchiha estava apavorado, ela se debatia e gritava, ele por sua vez tentava se proteger e ao mesmo tempo segurá-la. O escândalo de Sakura era devastador, metade do prédio destinado ao dormitório feminino estava com as luzes acessas, e não foi diferente no dormitório que estava na frente daquela gritaria. Hinata abriu aporta, pondo-se para fora junto a Ino.

Ino: O QUE ESTA ACONTECENDO AQUI? – gritou, em uma tentativa de acabar com a gritaria. 



Cada colega de quarto que fica acordado
Por causa de cada suspiro e grito que damos


Por mais assombroso que fosse os gritos de Ino foram capasses de calar Sakura. Ao ouvir a voz da amiga a garota parou de gritar e de tentar esmurrar Sasuke. Ela parou, com seus punhos sendo segurados pelo Uchiha, olhou-o por um momento diretamente nos olhos. Os olhos esmeraldas desolados, a pele alva molhada pelas lagrimas que escorriam. Já os olhos ônix estavam assustados, a pele ainda mais pálida, mas nenhum resquício de lagrimas.

Hinata: Sa-Sakura... O que esta acontecendo?

A garota soltou-se do Uchiha e limpou as lagrimas, mas antes que pudesse virar e encarar as amigas uma voz a fez emudecer sem ao menos ter falado. 

- É Sakura, por que não nos explica o que esta acontecendo?

Ela se virou aos poucos em direção a escada, rezava para apenas ser um sonho e que ela não estivesse ali. Encarou a mulher forçando um sorriso ou qualquer outro tipo de expressão que não demonstrasse raiva ou desdém.

Sakura: Mãe?

Sasuke “Mãe?”

Sarah: É... – colocou a bolsa no ombro – Agora vai me dizer o que esta acontecendo? E o por quê de um garoto estar na área do dormitório feminino, isso não é proibido? 

Sasuke: “Merda” Eu já vou indo – colocou as mãos nos bolsos da calça e caminhou apresado em direção a escada, mas antes que pudesse passar Sarah o barrou segurando seu braço.

Sarah: Eu vou fingir que não vi você aqui, mas... Você é amigo de Hyuuga Neji?

Sasuke: Sou – ele a fitou de cima a baixo. – O que ele fez?

Sarah: Nada, mas ele esta de volta – soltou o braço do garoto, que não fez questão nenhuma de continuar ali.

Sakura estava completamente sem jeito por ver a mãe ali, ainda mais diante do escaldá-lo que havia proporcionado. Ela havia enlouquecido, precisava liberar todo o ódio e a ira, e ninguém melhor do que Uchiha Sasuke para recebê-la. Afinal, ele era a causa daquela raiva. Mas não era isso o que mais importava, o que mais importava era o que Haruno Sarah estava fazendo no colégio àquela hora?

Sakura: Mãe, o que aconteceu? Por que veio aqui?

Sarah: Eu deveria perguntar o que aconteceu e o por quê daquele menino estar aqui – ela fitou a filha com uma expressão dura de reprovação – Mas eu não vim aqui para isso... Olá Ino e Hinata, como estão? – as garotas deram um sorriso em resposta – Onde esta a outra... A Temari? – nenhuma das três se manifestou – Eu precisava que todas estivessem aqui, mas dêem o recado para ela – deu alguns passos para frente, se aproximando das garotas.

Sakura: O que foi mãe? O que aconteceu?

Sarah: Vocês devem ter dado falta da Tenten esses dias, não? Pois bem... Ela sofreu um acidente.

Hinata: O que? Um acidente? Como? Quando? Ela está bem? – disparou a metralhadora de perguntas sem determinar um alvo. Havia entrado em choque. Como um acidente?

Ino: Calma Hina – segurou a amiga para impedir que atacasse e tentando de alguma forma abraçá-la – Como assim um acidente Sarah? 

A medica fez um breve silencio. Conhecia todas as garotas ali, sabia que eram todas muito amigas e mesmo que o estado de Tenten fosse melhor do que dias atrás, elas não interpretariam dessa forma. 

Sarah: Um acidente de moto na madrugada de sexta para sábado, vocês sabem melhor do que ninguém como ela é... Mas ela já esta melhor, vai ficar no hospital por mais uns dias apenas em observação. 

Sakura fitou a mãe com descrença. Ela sabia que sua mãe não estava contando toda a verdade.

Sarah: Eu falei com a Tsunade, ela permitiu a vocês saírem amanhã para vê-la.

Hinata: Não minta para mim Sarah... Ela esta bem mesmo? – ela olhou desolada, os olhos perolados inundados por lagrimas.

Sarah: Ela esta sim Hinata, não tem com que se preocupar. – sorriu, reconfortando a garota – Eu vou indo – se aproximou da filha e lhe deu um beijo na esta – Tchau meninas – caminhou lentamente em direção a escada que dava acesso ao andar de baixo. 

As garotas fizeram silencio, esperando a certeza de que Sarah já se fora.

Hinata: Vocês acham que a Tenten esta bem?

Sakura: Estamos falando da Tenten, ela é forte.

Ino: Vamos entrar, temos muito que conversar... Não é Sakura?

A garota se calou. As três entraram, Hinata ainda abatida pela noticia sentou-se em sua cama, Sakura e Ino sentaram-se na cama de Tenten.

Hinata: Era só o que faltava... A Tenten sofreu um acidente, a Temari ainda não apareceu... O que vocês acham que aconteceu?

Sakura: Não faço idéia, vemos isso amanhã. – levantou-se, mas foi impedida por Ino de seguir o seu caminho em direção a escada.

Ino: Tudo bem Sakura, falamos agora da sua briga com o Sasuke... O que aconteceu?

Sakura: Por favor, Ino estou pedindo, por favor... Eu não quero falar sobre isso.

Hinata: Vamos deixar ela quieta, ela não quer falar. Melhor dormimos. 

Ino: Você não quer saber, eu quero. 

Sakura: Ino, por favor. 

A Yamanaka não respondeu nada, apenas subiu para sua cama. Sakura respirou aliviada e vez o mesmo caminho que Ino. Hinata apagou a luz e em pouco tempo todas estavam em baixo de seus edredons. A Haruno sendo, muito mais que as outras, inundadas de pensamentos. “ Ele não passa de um grande idiota Sakura... Aceite isso!”


Todos os sentimentos que eu sinto
Mas eu ainda não senti sua falta



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Abriu a porta do quarto com calma, não estava furioso muito menos irritado, apenas estava muito mais confuso do que quando saíra do quarto.

Viu parado no meio do quarto Neji, com um casaco nos ombros e um semblante confuso.

Neji: Sasuke, onde você estava?

Sasuke: Eu deveria perguntar isso... Você sumiu cara.

O Hyuuga fugiu dos olhos ônix que do amigo, poderia contar toda a verdade ou omitir certos fatos. Preferiu omitir. 

Neji: Eu estava no hospital – o amigo não disse nada, apenas continuou o encarando com uma expressão vazia – Mas o que aconteceu aqui? Quem morreu? – apontou para os amigos jogados de qualquer jeito em suas camas.

Sasuke: Foi depois que você saiu da festa, a irmã do Gaara descobriu a nossa forma de “obter” informações... E aparentemente o Shikamaru estava fazendo mais que apenas colher informações, e aparentemente o Naruto também estava envolvido com a sua prima... E desde aquele dia eles estão assim. – saiu da frente do Hyuuga e subiu o lance de escada ate a sua cama.

Neji: Eu saio por uns dias e isso aqui já vira de ponta cabeça? – olhou para os amigos, Naruto virado para a parede, Shikamaru jogado de qualquer jeito na cama e Gaara sentado mantendo o olhar fixado em um ponto qualquer.

Sasuke: O nosso mundinho ruiu – deitou-se em sua cama e fitou o teto – E ela me culpa por isso – murmurou para si mesmo.

Neji estava confuso, alguns dias fora e tudo havia virado de ponta cabeça. Shikamaru com a irmã do Gaara, Naruto com sua prima? Era um tanto quanto absurdo. Mas ele ainda tinha mais coisas com o que se preocupar, e ele teria que dar um jeito de ir vê-la no dia seguinte. Mas por hora ele precisa de um banho.

Na parte de cima do quarto, Gaara ainda continuava concentrado, pensando e refletindo. O mundinho deles havia ruído, sua irmã estava desaparecida e ele estava parado sem fazer nada.

Gaara: “Ela é a sua irmã... Ela é a minha irmã... Mas eu a odeio, não?... Mas... Porque? Talvez esteja na hora de colocar as coisas a limpo, ficar parado não vai ajudar em nada.”


Somente quando eu paro para pensar sobre isso...



*


Após o termino das aulas as garotas iriam podem visitar Tenten no hospital, Neji sabia disso e teria que de alguma forma conseguir sair antes delas. Mas como? Sua moto estava no estacionamento do hospital, ele poderia pegar o carro do Uchiha, mas pular os portões da escola era uma coisa, sair de lá com um carro era outra. Mas ele precisava ver a Mitsashi, por que ele exatamente não sabia, apenas queria visitá-la. Pular os murros e ir procurar um táxi ou um ônibus para ir demoraria muito.

Estava parado no jardim olhando para o portão, era intervalo de aulas e o Hyuuga estava determinado a ir. Ele caminhava perto do portão, quando viu ele se abrir era exatamente o que ele precisava. Um carro grande entrou na escola, talvez fosse do pai de algum aluno, mas isso não importava. O caso era que Neji poderia pegar o carro de Sasuke e ir ao encalço do outro carro quando ele saísse, o porteiro nem notaria. E era o que ele faria.

O garoto correu ate o quarto, não foi difícil achar as chaves de Sasuke. Voltou ao estacionamento, destravou a porta e quando ia adentrar no carro azul do Uchiha ouviu uma voz atrás de si.

Gaara: Onde você vai? 

Neji: ... – ele parou por um instante, a situação toda entre os amigos e as outras garotas já estava complicada e estranha demais, se contasse que pretendia visitar Tenten no hospital tudo ficaria ainda mais estranho – Vou... No hospital buscar a minha moto.

Gaara: Você foi parar no hospital por que? – encarou o amigo, aquela historia não lhe descia.

Neji: Eu... Cai da moto – tentou parecer serio e convincente com sua mentira, mas sabia que Gaara não acreditaria.

Gaara: Você caiu? E por que tem que ir buscar a moto hoje? No final de semana não é melhor?

Neji: E por que esta fazendo tantas perguntas?

Gaara: Por nada... Mas me da uma carona ate o centro?

Neji: Tudo bem entra ai – adentrou no carro, viu o amigo dando a volta e sentando-se no banco ao seu lado.

Gaara: O Sasuke sabe que você pegou o carro dele?

Neji: Desde quando eu peço alguma coisa para ele? – deu um meio sorriso debochado.

Gaara: Então não vou precisar perguntar se você tem autorização para sair – colocou o cinto enquanto via o amigo ligar o carro.

O Hyuuga ligou o Nissan azul marinho, mas não saiu do estacionamento. Gaara não disse nada, apenas observou os olhos perolados do amigo espreitando alem do pára-brisa. Assim que camionete preta passou por eles, Neji saiu com o carro logo atrás com uma distancia mínima da camionete. Os dois carros passaram pelo portão sem nenhuma complicação.

Assim que saíram das muralhas do colégio Neji ultrapassou a camionete e aumentou a velocidade. 

Neji: O que você vai fazer no centro?

Gaara: Preciso resolver uns negócios de família...

Neji: Com a sua irmã? – não olhava para o amigo, não havia necessidade de contato visual.

Gaara: Sim... Do centro eu pego o metro ate Suna – o Sabaku não fazia idéia onde a irmã estava, mas tinha certeza que não era na casa do pai.

Neji: Suna fica no sentido contrario do hospital... Vamos fazer assim... Eu paro no centro, você fica com o carro e eu vou a pé ate o hospital, afinal eu tenho que pegar a minha moto.


O Sabaku aceitou em silencio. O ruivo sentia um desconforto no estomago, não tinha certeza se encontraria Temari, mas tinha certeza que ela não estaria em sua casa e tinha mais certeza de que precisava fazer aquilo, não tinha duvidas.


---


As garotas estavam reunidas no dormitório, cada qual se trocando para visitar a amiga no hospital. Já não bastava tudo que estava acontecendo com todas, Tenten trouxera mais um problema para se preocuparem.

Hinata prendia os fios azulados com um elástico, estava tão absorta em pensamentos que nem notou quando prendeu a própria mão no elástico. “Ele mentiu Hinata, ele mentiu... O tempo todo, conforme-se”


Eu odeio tudo em você!
Então por que eu te amo?


Sakura: Vamos? – parou frente à porta do quarto – A Tsunade não irá permitir que passemos o dia todo fora, e a Tenten deve estar precisando de nós. 

As duas balançaram a cabeça de forma positiva e seguiram a Haruno para fora do quarto.

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Ela permanecia parada algum tempo, fitando as mesmas flores. Era um buquê grande de cravos azuis, suas flores favoritas. Quando acordara pela manhã o buquê já se encontrava ao seu lado, sem cartão ou bilhete, perguntara a enfermeira, mas ela não sabia quem as deixara ali.

Tenten: Quase ninguém sabe que... Deixa pra lá, devem ter mandando para o quarto errado. – colocou o buquê de volta na cabeceira da cama.

Uma batida sutil na porta chamou a atenção da garota, ela tinha quase certeza que era a enfermeira lhe trazendo mais uma porção de algo indigesto. 

Tenten: Eu não quero nada! – tentou ser agressiva, mas não conseguiu, virou-se para ver o que a tal enfermeira trazia, mas se surpreendeu com quem adentrava em seu quarto.

Neji: Tem certeza que não quer? – entrou devagar, como se tivesse algo no quarto que precisasse evitar.

O garoto se aproximou da cama de hospital trazendo uma sacola, uma sacola que exalava um cheiro muito conhecido por Tenten.

Tenten: O que você tem ai? – perguntou ingenuamente, ela sabia o que era, o cheiro de fritura invadia suas narinas.

Neji: Batata frita, hambúrguer com cheddar – colocou a sacola sobre o colo da garota.

Os olhos chocolates de Tenten brilhavam, fazia tempo que não via uma comida consistente e com gosto.

Tenten: A Sarah deixou você entrar com isso? – pegou o hambúrguer e o fitou por alguns instantes, mas não resistiu e lhe arrancou um belo pedaço sujando o canto da boca com o cheddar.

Neji: Não.

A Mitsashi deu mais algumas mordidas no lanche, parecia uma criança se deliciando com porcarias. Mas de repente parou, com as costas da mão limpou o queijo do canto da boca.

Tenten: Por que você veio aqui? – fitou o garoto parado ao seu lado da cama, Neji estava se entretendo vendo a garota comer.

Neji: Eu vim buscar a minha moto – disse seco, sem dar mais nenhuma explicação.

A garota torceu o cenho e abaixou a cabeça, fitando a sacola sobre suas pernas. Parecia desgostosa com a resposta, talvez ela esperasse por mais... Talvez... 

Neji: Recebendo flores do namoradinho? – debochou, apontando para ao buquê.

Tenten: Idiota, eu não sei quem me mandou – fitou com raiva, colocando o que restava do hambúrguer dentro da embalagem.

Neji: Você está com...– apontou para o próprio queixo – Ta sujo aqui.

Tenten: Hã? Onde? Aqui? – tentou limpar o lugar onde Neji apontava, mas os dedos da garota nunca acertavam o lugar onde o queijo havia ficado grudado. 

Neji: Aqui – segurou o queijo da garota, enquanto seu polegar deslizava por ele, limpando a mancha de cheddar. O toque de Neji era suave, Tenten sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha quando ele soltou seu rosto – Pronto! – levou seu polegar ate a boca, lambendo o queijo que havia ficado nele.

Tenten paralisou ao ver o que estava acontecendo, ela prestou atenção em cada detalhe, desde o momento em que os lábios finos de Neji se entre abriram ate o momento em que sua língua deslizou e limpou o queijo. Mas seu devaneio chegou ao fim, quando a porta do quarto se abriu sem aviso prévio. Tenten jogou a sacola com o lanche de fast-food em baixo da cama, pensando que a enfermeira era quem entrava em seu quarto sem bater.

O silencio que se fizera após a porta ser aberta não fora por causa de uma enfermeira ou medica, uma outra mulher causara espanto nos adolescentes dentro do cômodo. A mulher que adentrava trajava uma roupa fina, tinha em uma das mãos um celular e embaixo de um dos braços trazia uma bolsa preta. O cabelo castanho curto fazia leve ondulações. Ela suspirou e guardou o celular na bolsa, com calma retirou os óculos escuros que usava revelando seus enormes olhos castanhos.

Tenten: O que você esta fazendo aqui? – desviou o olhar da mulher, fitando qualquer coisa mais interessante no piso branco.

Enquanto Tenten evitava olhar para a mulher, Neji não conseguira tirar os olhos dela. Ela e Tenten eram praticamente idênticas. Se Tenten corta-se o cabelo e ganhasse algumas marcas de expressão, ficariam iguais!

Tomoko: Vim ver que como você está... Não acredito que veio parar no hospital novamente.

Tenten: Só agora lembrou que tem uma filha? Por que não mandou os seus assessores ou a sua secretaria? Eles pelo menos vinham me visitar e traziam doces, e inventavam uma desculpa rápida por você não “comparecer” – debochou, fazendo aspas com os dedos. 

A garota sempre achou que para sua mãe ela não passa de um compromisso que podia ser facilmente adiado, que não faria a menor diferença a sua presença.

Tomoko: Não diga isso, filha! Eu não pude vir antes por que estava viajando, mas assim que soube fiz de tudo para voltar.

Tenten: Você sempre tem alguma coisa mais importante para fazer, não é? – fitou a mãe com certo desdém.

Enquanto mãe e filha se estranhavam, Neji se encontrava completamente atordoado, não sabia se saída do quarto ou se continuava ali parado com as mãos nos bolsos. Optou por continuar no cômodo, mesmo tendo que ouvir algo que não lhe dizia o mínimo respeito, se Tenten enlouquecesse e pulasse da cama poderia impedi-la. 

Tomoko: Não, entenda... Filha, eu... – sentiu a bolsa vibrar e um ruído se pode ouvir, seu celular tocava com toda a urgência de sempre – Um minutinho – pediu, virando-se de costas para a filha e atendendo o celular.

O quarto tomou um clima mais pesado e denso, enquanto Tomoko falava ao celular. Tenten fitava sua versão mais velha com ódio, fazia tanto tempo que não via a mãe e justo quando ela decide aparecer tudo ficara ainda pior. Ela apertava o lençol com força, descarregando nele sua raiva e o Hyuuga via isso. Tomoko desligara o celular pouco depois, mas antes que pudesse dizer algo Tenten a cortou. 

Tenten: Não quero ocupar mais do preciso tempo de Mitsashi Tomoko, pode ir embora. Afinal, deve ter muitos negócios para resolver!! – bradou, ofensiva e raivosa.


Eu odeio tudo em você!
Então por que eu te amo?


A mulher ficou sem resposta, não adiantaria dizer nada, não faria diferença. Aproximou-se da cama da filha e tentou tocar seus cabelos, mas Tenten esquivou-se para o lado. Tomoko apertou com força a bolsa contra o corpo, olhou para o garoto e saiu às presas do quarto.

Quando a porta bateu Tenten rosnou de raiva, se seu corpo não estivesse tão dolorido levantaria e esmurraria tudo que encontrasse a sua frente, descontando todo o seu ódio, mas nem isso poderia fazer.

Neji: Você não deveria ter sido tão grosa com ela – balbuciou, mas seria melhor ter ficado caldo.

Os olhos castanhos os fitaram com raiva, foram mais devastadores e violentos do que milhões de palavras que a garota poderia lhe arremessar. Neji engoliu em seco, fora uma grande idiotice abrir sua boca.

Neji: Acho melhor eu ir embora... Você provavelmente vai receber muitas outras visitas hoje, e eu não quero estar aqui quando elas chegarem – forçou um meio sorriso e saiu do quarto, deixando a garota a fitar novamente os cravos.


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Estacionou o carro frente à velha casa, a tinta nas paredes poderia estar velha, mas continuava igual a sua infância. Assim como todo o restante de Suna, o ar seco e o vento forte também continuavam iguais.

Apoiou-se na lataria do carro, faltava-lhe certa coragem de entrar na casa, mesmo que sua irmã não estivesse lá, ainda sim sentia receio. Ninguém gosta de reviver o passado onde houvera tanta dor, Gaara não era uma exceção. Ele não queria sentir dor novamente, não queria sofrer novamente, mas a cada instante que pensava em não se machucar, acabava por se flagelar.

Gaara: Vamos lá, você precisa fazer isso – disse para si mesmo, desencostando-se do carro e seguindo em direção a sua antiga residência. 

Os Sabakus costumavam morar naquele antigo numero em Suna algum tempo atrás, tempo em que eles não eram tão divididos, tempo em que Karuna no Sabaku ainda era viva. As luzes da velha casa estavam apagadas, provavelmente não havia ninguém, mas sua mão tremia enquanto tentava, com certa dificuldade, acertar o buraco da fechadura. 

Gaara: Droga – resmungou, quando deixou a chave cair.

Pegou a chave e fechou os olhos, tinha que fazer de uma vez, sem interrupções. Destrancou a porta, girou a maçaneta e entrou de uma vez. A sala estava escura, um cheiro forte de mofo impregnou as narinas de Gaara forçando-o a cosa-lo com certa insistência. Aquele cômodo costumava ser o mais iluminado da casa, mas agora estava recoberto de pó e sem um misero raio de sol. Continuou a caminhar no breu da sala, tudo parecia estar eu seu devido lugar, incluindo o sofá aonde sempre batia o pé quando ia correndo para a cozinha, e não fora diferente dessa vez. Soltou um gemido de dor quando seu joelho entrou a ponta do sofá, mas o pequeno hematoma que ficaria em sua pele não seria tão grande e doloroso quanto a ferida que estava se abrindo em seu peito. Voltar aquela casa não lhe fazia bem, sua cabeça estava sendo inundada de lembranças e essas lembranças dolorosas aumentaram quando o garoto chegou à cozinha.

O cômodo destinado ao preparo das refeições estava mais iluminado, uma pequena janela estava aberta e o sol conseguia chegar ate o piso branco da cozinha. Gaara sentiu um aperto no coração quando parou frente à pequena mesa. O móvel de madeira velha lhe tocou mais do que qualquer outro. Era justamente na cozinha que sua mãe passava maior parte do tempo, e justamente naquela mesa ela costumava deixar o garoto sentado enquanto ela cozinhava. Seus dedos trêmulos tocaram a superfície de madeira, sujando-os de pó. 

Gaara: Eu não deveria ter vindo... – limpou as pontas dos dedos no casaco que usava.

Daria meia volta e iria embora se não tivesse avistado algo que lha chamara atenção. Em um canto do pia havia embalagens de comida pronta e pacotes de restaurantes deliverys.

Gaara: Que me lembrei mandamos alguém vir limpar a casa a algum tempo, ela não deixaria comida para trás, deixaria? – levantou a hipótese enquanto remexia nas embalagens, ainda podia sentir o cheiro do shoyo vindo de uma das caixinhas.

Deixou o lixo onde encontrara, não se daria ao trabalho de tirá-lo dali. Saiu da cozinha e fitou por certo momento a escada que dava acesso ao andar de cima, não queria ir... Mas precisava.


Toda vez que nós ficamos acordados
Depois de cada tapa que damos


Subiu no primeiro degrau empoeirado e parou, subiu mais um degrau e parou novamente. Se continuasse naquele ritmo não chegaria nunca, mas colocando um pé frente ao outro, passo a passo, ia inconscientemente tomando coragem.

Chegou ao segundo andar, demorara muito indo lentamente, mas parecia exausto. Colou a mão no corrimão de madeira e olhou para trás, sentiu vertigem e a lembrança de quando ainda morava naquela casa e empurrara sua irmã da escada lhe invadiu a mente. Balançou a cabeça para expulsar a lembra, e seguiu o corredor dos quartos. 

As portas ainda estavam fechadas, a pintura das mesmas estava velha, quase a ponto de descascar, mas continuam bonitas. Parou frente ao quarto de Temari, torcendo para que não estivesse trancado. Colocou a mão na maçaneta e a rodou com calma, a porta se abriu. O quarto de menina ainda estava bem conservado, quem visse não diria se tratar do quarto de Temari. As paredes pintadas de rosa claro, a cama coberta por um acolchoado florido onde alguns ursos de pelúcia velhos pegavam pó.

O ruivo andou ate a janela e com certa dificuldade a abriu, permitindo o sol entrar e o ar circular pelo cômodo. Sentou-se na cama, lembrava de ter entrado no quarto da irmã uma única vez, se não tivesse visto-o antes juraria que não era o quarto de Temari.

Gaara: Eu deveria saber que ela não estava aqui, mas... Acho que foi bom voltar aqui... – passeou com os olhos verdes pelo quarto – Ninguém pode dizer que não tentei. 

Fitou o chão e continuou a passear com seus olhos por ele. Sentia-se muito mal por estar ali, mas de certa forma o fizera bem. Levantou-se, pretendia ir embora quando viu a ponta do acolchoado encostar no chão, puxou e o arrumou na cama. Foi quando viu de relance em baixo da cama o que parecia ser uma caixa. Abaixou-se e encontrou uma caixa de presente azul, voltou a sentar-se na cama com a caixa apoiada sobre as pernas. Sentia certo receio em abrir, mas não conseguiu conter-se. Dentro encontrou diversas fotos, fotos rasgadas propositalmente... Havia varias fotos da infância, varias fotos de Temari, Kankurou e de seus pais. Mas, onde Gaara deveria aparecer as fotos estavam rasgadas. 

Gaara: Ela realmente me odeia...

- Eu nunca disse que te odeio.


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Estava sentado sozinho em uma das mesas do refeitório, deveria estar na aula de musica, mas preferia levar uma bronca da Tsunade a ficar sentado ao lado de Hinata. Naruto tentara, tentara com toda a vontade falar com Hinata, mas ela não o queria ouvir e isso lhe doía profundamente. 


Cada sentimento que eu sinto
Mas eu ainda não senti sua falta


Ele nunca desistia das coisas, por mais difíceis que fossem, mas estava quase a entregar o jogo. Ele poderia ser um grande idiota, mas continuar a falar com alguém que só o que ignorava estava lhe feriando profundamente, principalmente porque quem o ignorava uma vez disse que o amava.

Sasuke: Não devia estar na sua aula de musica, Uzumaki?

O garoto nada respondeu, apenas viu o amigo sentar-se a sua frente. Naruto não falava, gritava e quando ficava mudo era porque algo realmente serio estava acontecendo. 

Sasuke: Você esta assim por causa da prima do Neji? Eu nunca imaginei vocês dois juntos... Na verdade, nunca pensei que nada disso poderia acontecer – apoio os cotovelos sobre a mesa, e fitou o amigo que continuava cabisbaixo.

Era estranho para o Uchiha ver o amigo daquele jeito, tão quieto e tristonho. O loiro era seu melhor amigo, e mesmo que Sasuke não demonstrasse se preocupava muito com ele.

Sasuke: Você gosta muito dela? – o Uchiha puxando papo e o Uzumaki calado, não era coisa que se via todos os dias.

Naruto: Muito... – respirou fundo e fitou o amigo de forma vaga – Aconteceu sem querer, vi mais nela do que a garota bobinha com quem implicava... Mas ela acha que eu a usei como o Shikamaru fez...

Sasuke: E não foi?

Naruto: Claro que não! Mas, agora ela não quer mais saber de mim...

Sasuke: E você vai desistir?

Naruto: Todo mundo pode desistir menos eu?

Sasuke: Não faz o seu estilo... Lembro de uma vez no primário que você gostava de uma menina e ficou uma semana inteira gritando para a escola toda que ela era o amor da sua vida... Eu sempre te chamei de perdedor, porque mesmo que você não conseguisse as coisas nunca desistia, mas... Se você desistir agora vai se tornar realmente um perdedor, um perdedor e fracassado. – levantou-se e deixou o amigo boquiaberto.

As coisas realmente haviam virado de cabeça para baixo. Sasuke não era de dar conselhos, muito menos para Naruto. “Se eu sou o culpado de tudo tenho que começar a fazer as coisas darem certo”

Somente quando eu paro para pensar sobre isso...

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Gaara: Temari...?

A garota estava parada na porta, com os braços cruzados. Os cabelos loiros estavam soltos, o rosto um tanto quanto inchado, as olheiras marcavam com frieza o rosto da jovem. Ainda trajava as mesmas roupas de quando saíra da escola as presas, então... Passará todo tempo ali?

Temari: O que está fazendo aqui?

Gaara: O que você está fazendo aqui, não? – olhou a garota de cima a baixo, ela parecia mais... Fria.

O assoalho gemeu quando Temari começou a andar em direção ao irmão. Aparou ao seu lado, vendo-lhe segurar as fotos que ela mesma rasgara quando era mais nova.

Temari: Por que pegou isso? Não deveria.

Gaara: Por que não? Por que mostra o quanto você me odeia? Ate das fotos em família você não queria que eu participasse.

Temari: Eu nunca disse que te odeio...

Gaara: Disse... Quando éramos pequenos você disse que me odiava. – apertou com força uma das fotos entre as mãos – Eu lembro... Quando jogou aquele vaso em mim você disse que me odiava.

A garota o fitou nos olhos de uma maneira fria, a Temari que um dia existiu parecia ter morrido. Ela deu as costas para ele e foi ate o velho guarda-roupa, pegou uma caixinha de madeira gasta e a entregou a Gaara.


Eu odeio tudo em você!
Por que eu ainda te amo?


A caixa de madeira era bem menor do que a de presente, que já havia sido deixada de lado. Gaara a segurava entre as mãos, deslizando os polegares pelos desenhos ao redor da caixinha. Temari fez um gesto para que o ruivo a abrisse, mas ele não o fez. 

Temari: Vamos, abra! – ordenou.

Gaara: Isso irá provar que você não me odeia? 

Temari: Abra! – bradou.

O garoto obedeceu, tirou o cadeado que apenas servia de enfeite, já que estava quebrado, e emudeceu ao ver o que havia ali dentro. 

Temari: O que veio fazer aqui?

Silencio, o garoto nada respondeu. Ele ainda tentava entender o por que daquela caixa, precisava de mais tempo para processas as palavras e dizer algo que fizesse sentido.

Gaara: Você sumiu... Eu tinha quase certeza que estaria aqui, então vim te procurar.

Temari: E você decidiu isso por conta própria? – sorriu sarcástica, desacreditando no que ouvia. 

Gaara: Não... – calou-se ao ver uma das poucas fotos inteiras que havia dentro da caixa, deslizou os dedos sobre ela – Alguém me abriu os olhos... Eu sou seu irmão, e... Eu não te protegi... Não cuidei de você... Nem ao menos sei o porque de você ter sumido... Isso me corroeu por dentro.

A garota segurava as próprias mãos, sentia os olhos serem invadidos por lagrimas e um aperto no peito. Havia ficado sozinha aqueles últimos dias, realmente precisa daquele tempo, mas agora... Ver seu irmão mais novo na sua frente, parecendo tão frágil lhe causava uma sensação estranha.

Temari: Então... – procurou as palavras certas a serem ditas – Você lembrou que é o meu irmão?

Gaara: Você também não vem desempenhando o seu papel de irmã nesses últimos anos – os olhos verdes se encontraram; os opacos com os mais claros. 

Era estranho... Os dois irmãos ali juntos novamente. Era realmente de se estranhar principalmente o fato de estarem conversando sem xingamentos, ou simplesmente por trocarem mais de meia palavra já era um fato inusitado. Gaara sempre fora uma criança tímida e quieta, Temari passara por dificuldades e se tornara... Problemática, talvez.

Mas agora os dois estavam ali, cobrando um do outro as coisas que nenhum deles fazia. Irmãos eles eram apenas em papel e sangue, as atitudes e sentimentos nunca se encaixaram com essa posição. 

A garota sentou-se ao seu lado em silencio, tirando a caixa de suas mãos. A pequena caixa de madeira tinha o mesmo conteúdo da de presente que Gaara encontrara, fotos e mais fotos. Diferente da anterior, o interior daquela era repleta de fotos de Gaara, fotos apenas do garoto, os pedaços das fotos rasgadas que apenas havia ele. Temari revirou as fotos, mas não achara a que procurava. A foto que o ruivo ainda segurava era a que a garota queira, uma foto dos dois juntos. Na foto em que Gaara deslizava os dedos, uma pequena Temari sorridente segurava o irmão mais novo no colo, os cabelos cor de fogo de Gaara batiam em seu rosto e a menina tinha dificuldade em segurar o irmão que na época tinha pouco mais de dois anos, mas ela não parou de sorrir.

A caixa foi devolvida ao colo do ruivo e a foto foi tirada de suas mãos com calma. Temari fitou o pedaço de papel com carinho, guardara aquela caixa cheia de fotos do irmão para não se esquecer que o amava apesar de tudo.


Eu odeio tudo em você!
Por que eu ainda te amo?


Temari: Eu sempre tive inveja de você... – sibilou, fitando o garoto nos olhos, olhos que estavam perplexo e desacreditados.

Gaara: Como?

Temari: É... Eu sempre tive inveja de você, por isso que sempre era seca e por qualquer motivo implicava e brigava com você... Era pura inveja.

Ele abaixou a cabeça. Inveja? Por que ela teria inveja dele? Não havia motivos, havia? Ele nunca fora um garoto esplendido e super talentoso, então por quê?

Gaara: Você tinha inveja de mim? Por quê?

Temari: Você era quem recebia mais atenção da mãe, ela era toda sua.

O garoto calou-se. “Eu roubei a atenção que seria dela, é por isso que ela me invejava?”. Mas a garota ainda não havia terminado.

Temari: Eu sou a mais velha, nosso pai sempre quis um homem para herdar suas finanças, eu sempre soube disso. Quando Kankurou nasceu ele tinha o homem que precisava para herdar o que achava que eu não teria capacidade, mas então veio você... Ele se encantou por você e com a mamãe não foi diferente. Eu também me apaixonei pelo meu irmãozinho, achei que poderia me apegar a você quando precisasse. Mas tudo conspirou contra! Mamãe não soltava você, era o favorito dela... Foi então que comecei a te invejar e tentar me aproximar do pai, mas ele também não queria saber de mim. Tudo era por Gaara e para Gaara. “Ele vai herdar tudo isso, vai ser um homem completo. Perfeito”, era o que ele dizia. – suspirou, doía-lhe o peito lembrar de tudo isso.

Gaara: Perfeito...?

Temari: Foi então que comecei a implicar com você, qualquer coisa para conseguir atenção de quem fosse. Eu ainda era criança, mas tive que abandonar a minha infância quando a mãe morreu.

Gaara: Eu nunca te vi chorando por ela, isso me enchia de ódio.

Temari: Eu chorei por ela mais do que qualquer um!! Chorava escondida, eu tinha que mostrar ao pai que eu poderia ser forte, ser o primogênito que ele queria, não você. E depois que a mãe morreu você ganhou ainda mais atenção, eu era a mais velha tinha que ser forte e mostrar isso aos meus irmãos mais novos, mas o mais novo não poderia passar por um trauma como esse. “Ele é muito pequeno, perdeu a mãe muito jovem... Pobre criança”. Mas se esqueciam que eu ainda era criança também, foi então que comecei a te invejar mais e a juntar essas fotos... Porque por mais seca e cruel que eu fosse com você, eu não poderia esquecer que era meu irmão e que o amava.

Os pequenos lábios do garoto abriram e fecharam varias vezes sem que nenhum som saísse deles... Ela o invejava... Ela o odiava... Ela o amava... Ele roubara o que era dela... Ele era o culpado. Mas ela não tinha terminado ainda.

Temari: Eu via você chorar pelos cantos e isso me doía profundamente, você não passava de uma criança assustada... Kankurou era o único que sabia o quanto eu chorava, era o único que me dava um pouco de apoio enquanto todos os outros davam atenção para você... – fitou a foto com carinho, havia tanta dor em seu peito que ela precisa colocar para fora. Tudo para fora – Quando eu joguei aquele vaso em você, eu nunca fiquei tão assustada e apavorada em toda a minha vida. Eu estava desesperada, precisa descontar a minha raiva, e dizer que te odiava foi a maior idiotice que pude fazer depois de ter lhe machucado. Eu entrei em desespero quando você desmaiou... Sentia-me culpada cada vez que via os seus pontos, mas o pior era ouvir os gritos do pai... – olhou-o nos olhos, estava preste a chorar – Me desculpe... Por tudo.


Somente quando você para para pensar
Sobre você, eu sei...


Gaara: Eu que deveria pedir desculpas, não? Eu roubei as coisas que deveriam ser suas...

A garota balançou a cabeça negativamente. Nunca colocara a culpa totalmente em Gaara, talvez subconscientemente sim, mas preferia jogar tudo em seu próprio pai. Seu pai que era o machista, ele que os separara e a colocara para morar com ele. Era ele o culpado.


Gaara: Quando você me jogou da escada, eu fiquei com tanta raiva que na primeira oportunidade que tive devolvi na mesma moeda... Ver-te rolando aquela escada não pareceu tão bom quando eu imaginava, e o pior de tudo foi ouvir a pai me chamando de louco. Acho que naquele momento ele desistiu da idéia de quem era o melhor para a sumir seus negócios... Foi por minha culpa que ele foi morar com você e Kankurou em outra cidade, e me mandou morar com o nosso tio... Não que eu não gostasse de Yashamura, ao contrario, eu adorava-o, mas... Separar-me de vocês fora torturante e só fizera aumentar o meu desdém por você. Talvez, se ele não tivesse nos separado, como achou que fosse melhor, eu não teria nutrido esse sentimento em relação a você. – abaixou a cabeça, fitando os próprios pés.

A antiga casa em que por pouco tempo moraram juntos, realmente lhes trouxera algo que nunca poderiam imaginar. As paredes daquela casa eram pintadas de lembranças e rebocadas com desdém, mas os dois haviam colocado seus sentimentos na mesa, explicando tudo o que sentiam. Ambos estavam necessitados daquela conversa, esclarecer tudo era algo que deveriam ter feito há anos, mas acontecera no tempo certo. Gaara pensara em algo para dizer, algo para quebrar o pequeno silencio que havia se formado entre eles. Mas esquecera completamente o que pretendia dizer, quando sentiu os braços de Temari envolvendo o seu pescoço, em um singelo abraço que os irmãos talvez jamais tenham trocado.

Tudo que precisava ser dito já havia sido. Talvez eles guardassem remorso um do outro para sempre. Nenhum dos dois esperava que saíssem dali e vivessem como irmãos que sempre se amaram, mas ambos esperavam por dias melhores. Mas por hora, aproveitariam aquele momento.

Gaara: Me... Desculpa... – abraçou a irmã com mais força, sentindo sua camisa ser molhada pelas lagrimas dela.


---



Ele estava sozinho, sentado ao pé da arvore em que ela sempre costumava sentar para ler. Sentia-se tão culpado, sujo, imbecil... Ele a machucara... “Eu fui só um meio para você atingir o que queria, agora me deixa em paz...” Ela o odiava e tinha razões, ótimas razões, mas ele poderia se explicar. Era verdade que no começo a usara, mas se apaixonara pela problemática garota, ela não via isso?



Somente quando você para para pensar
Sobre mim, você sabe...



Shikamaru: Temari... Eu sinto muito, eu nunca quis te machucar, nunca foi a minha intenção – murmurou ao vento – mas eu não vou te deixar ir.


Eu odeio tudo em você!
Então por que que eu te amo?
Você odeia tudo em mim!
Então por que você me ama?


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Notas finais do capítulo

Yo, povo! Quanto tempo, não? * se esconde trás do sofá*
Pertinho do dia dos finados eu descido ressurgir das cinzas, irônico da minha parte, não?
Enfim...
Peço mil desculpas pela demora, eu perdi o interesse em digitar, realmente estava sem vontade e deixei a fic ao deus dará. Mas vou tentar recuperar o ritmo, ler umas fics quem sabe para motivar, e coisas do tipo.
Eu lembro que falei algo sobre nesse cap dizer o que havia acontecido com a Temari, não é mesmo? He-he, pois é... Eu achei melhor deixar pra depois, sabe? Porque achei que condizia muito mais com o titulo do cap apenas a reconciliação entre os irmãos, e achei que o jeito que os deixei (abraçados), ficou bem melhor do que retomar uma conversa. Mas em breve saberão o que aconteceu, e ainda terão surpresas!! Aguardem!!
Enfim...
Nesses longos meses que fiquei sem postar a fic, comecei uma nova fanfic original(que a propósito também esta parada). Quem tiver interesse em ler, aqui vai o link:
Originais - Bad girl - Fuckin perfect (http://www.fanfiction.com.br/historia/147656/Bad_Girl_Fuckin_Perfect)
E no dia 05/06 desse ano (nem faz tempo né?) comemorou um ano (agora já faz bem mais tempo, mas enfim u.u) que posto essa fic (aqui no Nyah ainda não fez um ano de postagem, só no ano que vem) e vocês amavelmente agüentam a minha demora!! Valeu povo!!
Musica:
I Hate Everything About You - Three Days Grace
No próximo capitulo de Bad Boys Vs. Bad Girls, inimigos talvez não...
As estranhas duvidas que percorrem e corroem Tenten aumentam a cada dia, e seus sentimentos em relação a Neji ficam ainda mais confusos quando descobre o que aconteceu com Temari.
Temari volta a escola, e Shikamaru fica ainda mais perdido.
E Hinata ainda nada quer saber sobre o Uzumaki, mas sangue não ajudara ela a esquecê-lo...
Para saber mais é só esperar o 22° cap(titulo ainda não definido).
Bjos e ate o proximo cap!!
Vou tentar não demorar tanto quanto antes!!