Entrei em casa bem divagar e subi as escadas lentamente. Não queria acordar o velho, digo meu pai. Se ele acordar agora, com certeza vai rolar ‘aquele’ papinho sobre sexo.  Se falar disso com a sua mãe é um pouco vergonhoso, com seu pai então e ele falando para se proteger é bem pior.

Tomei um banho porque de novo eu acordei do lado do Cullen. Eu acho que não fiz nada de errado, mas melhor tirar tudo de ruim do corpo e dormir. Dormir por muitas horas.

3 horas depois

- Acorda Bella

- Onde eu estou? Edward é você seu puto? Sai de cima de mim.

- Bella sou eu, seu pai.

- Aaaaaah pai, me deixa dormir.

Eu não quero acordar. Será que eu não tenho nenhuma paz nesta casa?

- Levanta Bella, vamos almoçar fora.

- Fora tipo o jardim né?

- Não, tipo a casa do seu namorado.

- Que namorado? NÃOOOOOOOOOOO

Agora que eu não vou mesmo. Prefiro ficar sem almoço e dormir aqui na minha boa cama e descansar. Eu não quero comer a comida daquele Cullen muito menos conhecer a família dele.

- Levanta Isabella Marie Swan. AGORA!

- Porra pai, não precisa ser assim.

- Com você é necessário.

- Mas eu não quero ir.

- Você vai e não tem que querer nada. Levanta já dessa cama. LEVANTA AGORA!

- Já estou levantando.

Droga. Eu não quero levantar agora. Quero minha cama, quero dormir. Eu vou é dormir no sofá dos Cullens, isso sim. Babar no travesseiro do Edward.

Meu pai saiu do quarto para eu poder me trocar. Só coloquei uma calça jeans e uma camiseta branca com uma estampa e uma blusa preta. E claro meus óculos de sol, porque ninguém merece acordar depois de beber tanto.

Desci e meu pai já estava me esperando. Entramos no carro.

- Você sabe onde seu namorado mora?

- Na casa dele ué.

- Disso eu sei Bella. Quero saber o endereço.

- E eu sei lá onde ele mora pai.

- Mas ele é seu namorado. Espera, acho que eu guardei aqui o endereço.

- Como é?

- Eu liguei para o seu namorado para poder conhecer a família dele, já que vocês dois estão em um relacionamento sério.

- Não é nada sério pai é apenas...

- Sexo?

- AAAAAAAH PORRA PAI, não começa com essas historinhas de sexo que eu vomito aqui mesmo.

- Ta bom. Procura aí no porta-luvas um papel amarelo com um endereço.

Procurei e tinha cada tranqueira naquele lugar.  Meu pai podia limpar aqui de vez em quando. Limpeza faz bem para saúde.

- Aqui pai o papel amarelo.

- Já sei onde é.

Então fomos para a casa do Cullen. Não queria chegar lá, torcia para que ele tivesse saído que não tivesse ninguém na casa.

Não demoramos a chegar a casa dele e bom, eu já tinha vindo aqui. Não quero lembrar, não posso lembrar. Dei uns tapinhas na minha testa para ver se o pensamento saía da minha cabeça.

- Para de se bater Bella.

- Ah pai não enxe.

- Esta nervosa de conhecer seus sogros?

- Eles não são nada meus e nem vão ser. Só vim aqui para comer de graça.

- Sei.

Saímos do carro e meu pai tocou a companhia. Edward apareceu na porta daquele jeito superior e idiota de sempre. Tudo bem, ele estava lindo. Foda-se, não quero saber disso.

- Bella tira esses óculos de sol.

- Claro que não.

- Ola Sr. Swan.

- Ola Edward. Como você esta?

- Bem e o senhor?

- Bem também.

- Pode entrar Sr. Swan, fique a vontade.

Meu pai já tinha entrado na casa e quando eu ia entrar, o Cullen bloqueou minha passagem. Por que pelo amor de deus esse menino gosta de me provocar?

- Dá licença?

- Não, é a minha casa.

- Então eu vou embora.

O que não seria uma má idéia. Eu tinha minha cama me esperando super alegre, para eu poder dormir nela. Nada me impedia de não voltar. Fui indo em direção ao carro quando senti alguém puxando meu braço.

Edward me puxou para perto dele. Não queria ficar assim tão perto. Ele tirou meus óculos de sol e colocou no bolso da calça. Eu não estava com uma boa aparência, mas também não estava horrível.

Ele acariciou meu rosto e não pude evitar fechar meus olhos. Eu gostava daquilo tinha que confessar. Edward colou a testa dele na minha. Eu ainda de olhos fechados, pensando no que eu estava fazendo e sentindo.

- Eu senti sua falta.

- Você o que Edward?

- Senti sua falta.

- Mas eu passei... Bom, eu acho que passei a noite inteira com você ou sabe lá deus o que fizemos.

- Mesmo assim Bella.

- Então por que você fica me provocando, fazendo brincadeiras idiotas?

- Porque se você ainda não percebeu, eu gosto de você.

- Disso eu sabia.

- Vamos você vai conhecer minha mãe.

- Vou o que?

Ele já me puxava para dentro da casa. Eu não queria conhecer a mãe dele ou ninguém hoje. Olha a minha cara. É ressaca na certa.

Quando finalmente vi a mãe de Edward, pude perceber que ela e meu pai estavam em uma conversa bem animada. Meu pai estava, hm, paquerando a mãe de Edward. Ela era muito bonita e tinha algo de maternal nela, eu não sei por quê.

- Mãe essa é a Bella.

- Oi Bella. Finalmente é bom te conhecer.

- Ahh cla----claro.

Ela me deu um abraço, tipo abraço de mãe. A minha própria mãe não fazia muito isso, não que ela não gostasse de mim, mas ela vivia ocupada com roteiros e filmes.

Ficamos conversando um pouco. Nem ousei perguntar ao Edward sobre o pai dele. Esme queria saber meus objetivos quanto à faculdade. Eu realmente não tinha nenhum. Tem algum curso de beber ou ir a festas todos os dias? É acho que não.

- Edward leve Bella para conhecer o resto da casa. Menos o seu quarto viu.

- Nem precisa Esme eu já conhe----ço.

- Ah sim Bella, acho que você já conhece.

Senti meu rosto corar. Por que eu falei isso em voz alta? Era um único pensamento e nada de mais.

Edward foi me mostrando a casa e os cômodos. Eu conhecia o quarto. Quantas vezes eu já acordei e fitei o teto me perguntando: Que merda aconteceu? Ou: Por que eu acordei aqui?

- Bom Bella, este é meu quarto. Você já conhece.

- Há engraçadinho... Edward posso te perguntar algo?

- Claro.

- Cadê o seu pai?

Ele ficou bem desconfortável com a pergunta.

- Meu pai é um filho da puta Bella. Que abandonou minha mãe quando ela estava grávida de mim.

- Ah sim. Bom, sinto muito.

- Não precisa. Estamos melhores sem ele mesmo... E para você Bella, posso te perguntar algo?

- Aham.

- Por que em Los Angeles, você usava drogas?

Eu parei. Não tinha como ele saber disso. O único que sabia disso era o Jacob. Mas ele não iria contar. Era pra ser algo que eu nunca mais deveria falar.

- Quem te contou isso?

- Seu pai... E ai, vai responder?

- Eu prefiro não responder.

- Eu respondi sobre o meu pai. Parece justo você responder sobre isto.

Será que ele não entende? Eu não quero falar disso. Eu não quero desenterrar coisas que foram enterrados bem fundo para nunca mais ninguém falar.

- É difícil para eu falar sobre isto Edward. Envolve muitas coisas da qual você nem imagina.

- Eu sou paciente para ouvir. Pode falar. Eu não vou sair contando isso para a escola toda Bella.

- É que... Foi uma época escura e totalmente estúpida da minha vida. Eu não gosto de falar sobre coisas que eu não me sinto bem. Uma coisa é você falar do seu pai que você nunca conheceu e se sentir tudo sobre isto. Outra coisa é eu falar sobre o que eu vivi e o que fiz que quase me levou a....

- Morte?

- Sim.

Edward me abraçou. Eu não me contive e lagrimas caíram no meu rosto. É difícil falar sobre isto, sempre foi.

- Bella confia em mim. Você não pode ficar guardando isso dentro de você. Faz mal. Eu não quero ver você mal.

- Tudo bem eu falo.

- Estou ouvindo.

Edward me fez sentar na cama do lado dele. Tentei lembrar do que eu vivi e de todas as coisas que eu passei.

- Bom tudo começou quando eu namorava um cara chamado Dean. Ele, no começo, parecia ser bonzinho. Nunca imaginei no que poderia levar. Eu o amava muito e sempre queria estar com ele. Antes do Dean eu bebia socialmente, não de enxer a cara. Mas aí fomos a uma festa e ele passou cocaína. Eu sabia o que era. Sabia o que aquilo poderia fazer. Mas eu estava perdidamente apaixonada por ele. Eu iria fazer tudo que ele quisesse. Eu cherei cocaína e me senti poderosa, como nunca tinha me sentido antes. Eu me sentia a dona do mundo. Mas depois dessa festa eu sempre quis mais... Eu queria algo forte, que fosse mais potente que a cocaína... Foi aí então que ele me apresentou a heroína. Eu viva em festas usando cocaína e heroína. Eu chegava em casa drogada, querendo quebrar tudo. Uma vez eu caí a bati a cabeça tão forte... Eu achei que ia morrer... Minha mãe ficou tão preocupada, mas mesmo depois disso eu não parava... Era drogas e bebida. Até que eu ficava o dia todo na casa de Dean e passava o dia inteiro usando drogas e fazendo outras coisas.

Sorri meio forçado. Acho que o Edward entendeu o que eu quis dizer.

- Eu não dormia em casa e não avisava onde eu estava. Eu não ligava para nada nesse mundo. Eu já não falava mais com a Alice, nem com outros amigos. Eu vivia para o Dean. Era tudo na casa dele. Drogas, festas, bebidas, sexo. Nem isso era bom. Mas eu o amava, era um amor idiota e doente. Até que bom Jacob foi para Los Angeles...

- Jacob?

- Sim Edward. Meu pai estava tentando de tudo para poder me tirar das drogas. Rehab não adiantava. Eu ficava louca, pirava. Então Jacob fez aquilo que meu pai e nem minha mãe fizeram... Ele conversou comigo. Deu-me conselhos, me disse que eu era querida e amada. Que eu estava estragando a minha vida. Foi aí que eu me distanciei do Dean e comecei a...

- Começou o que Bella?

- Eu, bom, Jacob foi meu amigo de infância, crescemos juntos. Eu vi nele uma salvação. Alguém que me amava. Eu me apaixonei por ele naquele tempo.

- O QUE?

- Não seja besta Edward. Eu não gosto dele assim agora! Ele foi o único que me salvou de tudo, foi inevitável não me apaixonar por ele.

- Tudo bem Bella. Eu só fico com ciúmes.

- Hm sei.

Edward me abraçava de novo, dando beijos na minha testa.

- Que bom que você esta melhor agora e esta aqui comigo.

- Quem disse que eu estou com você?

- Eu disse. Não ouviu?

Edward acariciava meu rosto e me beijou. Um beijo doce... Que acabou com ele quase em cima de mim. Tudo bem que eu não ajudava, eu só provoca. Coloquei minha perna na cintura dele quando eu ouvi alguém tossir.

Ah se for meu pai, juro que eu pulo da janela.

Edward saiu de cima de mim e olhei para quem estava na porta. Emmet.

- Oi pessoal. Vocês não se cansam de transar hein. Já não basta ontem?

- Cala boa Emmet.