Hong kong, 05 de junho

Algumas pessoas dizem que escrever diário é coisa de menina, mas isso não vem ao meu caso, já que eu sou um garoto.  E só entrei nesse lance estranho de escrever um diário porque minhas notas em caligrafia estão péssimas e porque Clow também teve o seu próprio “diário”, e, eu achei no direito de fazer um para mim, já que almejo e ser igual ou até melhor do que ele. Pouca falta de modéstia a minha, é eu sei.

Podemos dizer que eu não sou um garoto comum, eu tenho muitas obrigações e um cérebro de um homem de 30 anos no corpo de uma criança de quase dez anos, esse sou eu Li Xiao Lang. E com certeza não existe uma “criança” tão forte e habilidosa como eu, pelos dentro do clã Li, eu sou o melhor.

Mas para ser o melhor mesmo, eu preciso superar um antepassado meu, Reed Clow, o mago mais poderoso que a família Li já teve. Para tanto eu precisaria achar as cartas mágicas que ele criou, o que infelizmente ninguém sabe, pois elas sumiram depois da morte dele.  Mas mudando de assunto, já que agora eu vou escrever tudo aqui mesmo, de forma clara e objetiva.

Nome: Li Xiao Lang

Idade: 9 anos

Aniversário: 13 de julho (não precisa comemorar, odeio festas)

Estou na quarta serie, gosto de matemática e ed. Física e odeio mandarim.

Família: numerosa. Uma palavra para descrevê-la: competitiva. Tem competição em tudo. Meus primos, por exemplo, me detestam, exceto Meiling, que parece ter nascido com defeito, pois acha que está apaixonada por mim. Mas, afinal quem em sua sã consciência iria gostar de mim? Eu nem sei, particularmente não gosto de nenhuma garota. Elas são terríveis. A começar pelas minhas quatro irmãs mais velhas. Minha mãe é viúva e vive mais na empresa do que em casa, ele vive me dizendo que um dia eu terei que assumir os negócios um dia. Apesar de ter uma família grande, me sinto só muitas vezes, minha companhia constante é o Wei, meu tutor, mordomo e mestre de artes marciais.

Rotina: Simples, treino, escola, casa, treino e por aí vai.

Não costumo confiar nas pessoas – exceto minha mãe e Wei -, pessoas são sujeitas a falhas, não que eu seja perfeito, mas no meu meio, não se dá para confiar em ninguém. E desde cedo me acostumei com isso, porque tendo dinheiro e sobrenome, é um pretexto fácil para que várias pessoas avancem em você só para tirar uma vantagem.

Então, eu fico na minha e os evito ao máximo. 

Como dá pra ver, obviamente eu tenho poderes mágicos, os anciãos (ou velhos gagás) dizem que eu sou um prodígio para minha idade. Descobri minhas habilidades aos três anos, muito cedo, é talvez eu fosse algum tipo de anormal. Mas eu gosto de ser anormal. Ser igual a todo mundo não tem a mínima graça. Meu nível de magia é alto, e dizem que daqui alguns anos eu posso me tornar o membro mais poderoso da família.  

E é justamente isso que eu pretendo realizar. Tornar-me líder do Clã. Mas, para isso, eu teria que conseguir um intento invejável: achar o livro com as cartas do Clow. Mas isso parece impossível de acontecer. Por enquanto. 

Eu sei que eu não sou muito interessante, mas um dia, quem sabe, eu fique tão importante quanto o Clow, e outros descendentes meus leiam esse diário.

Nossa! Eu escrevi até demais!

Até outra hora.