Opostos! escrita por Mariana Macalli


Capítulo 3
Capítulo 3- Descobertas!




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[Continuação....]

- Não sei exatamente por onde começar... Já sei!... Tive quatro irmãos. John o mais velho, estava no ultimo ano de direito; Fred estava formado em administração; Luka, o irmão do meio, fazia medicina, estava no 5° ano; e o Jake, que era 1 ano e 6 meses mais velho do que eu, havia começado a fazer pedagogia. Meu pai é administrador da fazenda, onde eu e meus irmãos estávamos sempre; minha mãe, incrivelmente, é dona da maior rede de lojas de roupas e modas que o mundo conhece, mas ela jamais deixou a gente de lado pela profissão... Eu e meus irmãos sempre nos demos bem de mais, um completava o outro, a amizade, o carinho, o amor, tudo que vinha da gente era verdadeiro e puro. Nunca fazíamos nada separados, se um não iria a tal lugar, os outros quatro também não. Sempre foi assim, menos no dia mais triste para minha família, para mim... ... Era um final de semana, há 8 meses atrás, como outro qualquer, mas tinha uma coisa especial nele; nós tínhamos ido até o banco uns dois dias antes de tudo acontecer, e vimos que a nossa poupança estava completa. A completa que eu digo, era que, fazia mais de dois anos que eu e meus irmãos guardávamos dinheiro para fazer um Tur. por toda a Europa com nossos pais. E tínhamos chegado ao valor necessário para isso, então iríamos para a fazenda curtir o feriado e planejar exatamente os lugares desejados. Meu pai tinha ido para lá na sexta, enquanto eu, meus irmão e a nossa mãe íamos no sábado por causa da faculdade dos meninos que eram à noite. Na manhã da viagem, como sempre acontecia, meus irmãos e eu iríamos no mesmo carro até a fazenda, enquanto a nossa mãe iria sozinha com algumas coisas no carro dela. Mas naquele dia, minha mãe passou mal e nós decidimos que era melhor alguém ir com ela, no caso dela passar mal novamente, e eu me prontifiquei a fazer isso, por ser a caçula, e saber que se fosse à sorte, meus irmãos roubariam e eu teria que ir mesmo (¬¬)... Eu sempre tive certo “dom” para sentir as catástrofes que iriam acontecer na nossa família; se eu acordasse me sentindo mal, com algum sentimento pesado em mim, poderia notar que algo naquele dia iria acontecer. E no dia da viajem eu acordei com o mesmo sentimento pesado, só que estava mais forte do que o “normal”, a angustia me abatia, o medo e a vontade de chorar não passavam. Eu não contei a ninguém o que era; e quando minha mãe passou mal, achei que o sentimento era em relação a ela... Enganei-me... Quando eu fui até o carro dos meus irmãos, me despedir deles, eu senti a mesma angustia de antes; e eu não contive o choro. Abracei os quatro e chorei como nunca havia feito antes. Claro que eles ficaram preocupados, não queriam ir viajar de maneira alguma; queriam cuidar de mim. Mas eu fiz a expressão mais maluca que eu consegui e fiz com que eles fossem... Para a morte... Minutos depois que meus irmãos saíram de casa; eu fui conferir toda a casa, organizar mais umas coisas, antes de eu e minha mãe sairmos. Mas o telefone tocou, e noticia veio como uma bomba... Meus irmãos, na estrada, um caminhão, o motorista alcoolizado e em alta velocidade, morreram na hora.... E até hoje, eu não consigo suportar isso. Eles eram tudo que eu tinha. Você pode até me perguntar, “Mas e seus pais?”, não é a mesma coisa. Eu via meus pais duas ou três vezes por semana, já meus irmãos era todo dia, todo momento. Do que eu precisasse, meus irmãos arrumavam. Minha defesa pessoal, eles que faziam. Um jantar para meus pais, a gente organizava juntos. Compras. Organização. Mercado. Boate. Limpeza. Exatamente tudo, era os cinco quem fazia. E agora? Sou só eu. Por mais que meus pais queiram me ajudar, eles não conseguem me entender. Eles não conversam comigo, tentando ouvir o que eu tenho a dizer, tentando entender. Eu começo a falar, e eles me interrompem me julgam e dizem que eu estou doida. Eu só queria que eles me escutassem que alguém tivesse me escutado quando eu precisei de alguém. Que olhasse para mim, na primeira crise de depressão e me xingasse, dizendo que eu estava sendo infantil, boba, ingênua. E que meus irmãos estavam com vergonha de mim, por ter essas atitudes. Mas não, todo mundo apenas me julgou. Como você fez diversas vezes.

Dudu!

Eu fiquei pasmo. Confesso que eu não esperava nada do que tinha ouvido dela. Quando, enfim, ela resolveu ceder e me contar o que a atormentava tanto, eu achava que iria vir um: “Meu ex, terminou comigo, e agora não sei mai viver”, “As lideres de torcida me expulsaram do time, morrerei sem ele”; ou qualquer outra coisa banal, jamais isso.

Quando ela terminou de me contar tudo, começou a chorar; um choro triste, angustiante, inexplicável na realidade. Nesse momento me deu uma enorme vontade de ter ela no meu colo, e dizer que tudo melhoraria que eu estaria ali. E foi o que eu fiz. Puxei-a com todo o carinho, coloquei em meus braços, e deixei que chorasse; dizia palavras: Ficará tudo bem; Eu estou aqui com você. Farei de tudo para que você melhore. Sou o seu protetor. Distribuía carinhos, olhares. Até que ela foi se acalmando, mas pegando no sono, como uma criança que chora de mais, e depois que tem a atenção da mãe dedica adormece em seus braços. Ela sorriu para mim, disse algo que eu não pude ouvir, já que estava encantado com o sorriso sincero e doce que ela havia me dado. Arrumei-a na cama, e quando pretendia preparar um chá para ela, e pensar em tudo que tinha ouvido; ela me abraçou forte, ainda dormindo, como se fosse o único que poderia salva-lá de uma tempestade em alto mar. Não recusei o abraço, deitei-me ao seu lado, e fiquei a acarinhar sua face úmida pelas lagrimas, deixei que ela se aconchegasse em meus braços.

[...]


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