Narração Autoras

-Então diretor, queríamos entender o que está acontecendo conosco – Dulce começou aflita.

-Entendo –ele refletiu- venho observando vocês há um tempo já e acho que já tenho respostas, quais são as perguntas?

-Como viemos parar em Hogwarts? –Bella perguntou primeiro.

-Muito bem –ele se endireitou na cadeira, pelo jeito a história é longa, pensaram as garotas- tem um motivo para que vocês sejam tão amigas, tão próximas, é que, no mundo bruxo, vocês são mesmo irmãs.

-Como? –todas perguntaram juntas.

-Sim, é uma longa história, muitos já a conhecem. Devem até ter alguns livros na biblioteca da escola do futuro, falando sobre a história da família Dó-Ré-Mi.

-Somos famosas? –Káh perguntou feliz.

-São, os que estudam os livros, ou que conhecem a história da magia, sabem e muito sobre vocês.

-Muitos tentam entender o que aconteceu naquela noite – ele continuou parecendo pensativo. Levantou-se indo até um armário próximo- e graças ao meu eu do futuro, eu também sei.

-Como? –todas perguntaram em dúvida.

-Simples, todos os que vieram da geração de Harry, não foi um acidente. O meu eu do futuro os mandou. Ao que parece Voldemort ficou mais poderoso do que prevíamos, e causou mais mortes do que as esperadas. Tudo ficou totalmente fora de controle. Meu eu do futuro os mandou para me avisar, e também para mudar o futuro.

-Mas porque ele mandou Draco? O que ele tem haver com mudar o futuro? –Leda questionou.

-Ah, Draco não era pra vir, ele estava... espionando e acabou vindo por... acidente –ele sorriu.

-E a geração de Alvo, o que faz aqui? –Dulce perguntou pensativa.

-Ah, eles realmente foi um acidente. Como sabem Scorpius virou amigo de Alvo nos primeiros anos aqui na escola. Eles estavam todos na’ Toca quando aconteceu. Rose tinha um vira-tempo, queria fazer como a mãe, para ajudar nos estudos, mas Alvo e Scorpius acabaram achando o vira-tempo e acabou no que deu, todos que estavam na sala foram transportados para cá.

-Diretor, e como sabe de tudo isso? Os do futuro que contaram? –foi à vez de Manu perguntar.

-Sim, eles me contaram algumas coisas, mas o meu eu do futuro foi quem realmente me convenceu, ele me mandou lembranças, elas me mostram tudo que aconteceu no futuro –ele pega um pequeno frasco em suas mãos e mostra a elas- esta por exemplo, é sua Dulce.

-Mi... minha? –ela gagueja assustada.

-Sim, é da noite em que seus pais morreram – todas ficaram em choque.

-No..nossos pais? –Duda tremeu.

-A lembrança foi tirada de você antes de apagarmos as suas memórias –ele colocou o conteúdo dentro da penseira- venham, não querem saber o que ouve?

Cada uma foi entrando na penseira e observando as paredes se formarem.

Naquela noite o vento soprava fortemente, balançando galhos e arrancando folhas das arvores. Vários vultos encapuzados rodearam a casa. Invadiram-na e foram à procura dos donos do local. Carlos estava à frente da mulher, com os braços abertos em forma de proteção. Ana estava atrás do marido, com as duas gêmeas no colo, Leda e Duda, de dois anos. Káh e Dessa estavam entre os pais, segurando-se nas pernas. Dulce, a mais velha, primogênita das irmãs e com cinco anos, ficou atrás da mãe, colocando-se na frente de Bella e Manu, que estavam de mãos dadas.

A porta foi arremessada longe.

-Ora, vejam quem esta aqui – uma voz cínica foi ouvida.

-Deixem-nos em paz! –urrou Carlos.

-Entreguem as crianças e os deixaremos – retrucou outro encapuzado.

-Nunca! –berraram os dois em resposta.

-Muito bem então...

-Saiam da frente! Milorde chegou! –ouviu-se a conhecida voz de Belatriz Lestrange.

Todos se afastaram imediatamente e deram espaço para outro vulto, porem este não estava mascarado.

-Ou entregam, ou vou ter que pegá-las a força – ele apontava a varinha diretamente para o peito de Carlos.

-Não vão tocar nelas – ele disse confiante.

No mesmo segundo ouviu-se um ruído e várias pessoas apareceram na sala. A Ordem da Fênix.

Vários feitiços e maldições foram lançadas. Carlos protegia a família enquanto Ana levou as crianças para longe da confusão. Abriu um dos cômodos e mandou que elas entrassem lá, trancando a porta com um feitiço.

Dessa, Káh, Manu e Bella se postaram a frente das duas mais novas. Dulce ainda estava trancando a porta quando a mesma é derrubada, lançando-a contra a parede.

-Maldição! Milorde mandou levar vocês inteiras, e você já esta machucada! –Belatriz Black reclamou entrando na sala e levantando Dulce bruscamente- vamos não tenho a noite toda.

-Não! Mamãe mandou ficarmos aqui! –berrou a morena puxando seu braço.

-Oras! Pois eu não sigo ordens da mamãe, venham ou podem sair machucadas e... –ouviu-se um estrondo e a parede do quarto caiu- Maldição. Venham comigo pirralhas.

-Não! –berraram as cinco em resposta.

As paredes se dissolveram e todas voltaram para sala de Dumbledore.

-A próxima lembrança é de Belatriz Lestrange – ele derramou outro conteúdo, e todas entraram novamente. Era a continuação da ultima lembrança.

Feitiços passaram raspando pela mulher, mas isso não a parou.

Segurou um único braço e aparatou. Melhor uma do que nenhuma, pensou enquanto girava, e aparecia em um novo cômodo da casa.

-AH! PARE DE CHORAR! –a morena exclamou ainda segurando o braço de Duda, que berrava, chorando alto.

Belatriz colocou-a no sofá e andou em direção a cozinha. Deixando-a ali.

Ouviu-se o barulho de alguém aparatando na entrada.

Segundos depois os berros de Duda cessaram.

Régulo Black chegou à cozinha mancando.

Ao olhar para os pés do rapaz não aguentou-se e teve que rir.

A garota se agarrara, abraçando-os.

-Que diabos é isso? –ele perguntou intrigado.

-Uma criança – Belatriz respondeu puxando-a pelo braço para longe dele.

-E desde quando tem crianças nessa casa? –ele perguntou bufando.

-Desde que o Lord das Trevas mandou raptar as filhas dos Dó-Ré-Mi –ela pegou Duda no colo e recolocou-a no sofá.

-Então tem mais? –agora estava indignado.

-Infelizmente não – ela respondeu sentando-se na escada.

-Infelizmente? Você deveria estar pulando de alegria!

-Não escutou o que eu disse? O LORD DAS TREVAS mandou que trouxéssemos TODAS as sete e eu só consegui trazer uma! Só uma! –resmungou.

-Estamos ferrados.

-Você acha?

-Tenho certeza.

No mesmo segundo Duda começou a chorar escandalosamente.

-Ah, de novo não – reclamaram os dois.

Meia-hora depois...

-O QUE EU FAÇO PRA CALAR A BOCA DESSA GAROTA! –Belatriz perguntou desesperada pegando Duda pela milionésima vez no colo e tentando acalmá-la.

-Horas e eu vou saber? Sou um homem solteiro e filho mais novo ainda por cima, nunca vi uma mulher cuidando de algum filho! –retrucou Régulo tampando os ouvidos pela berração.

Duda fez uma careta e vomitou em cima de Belatriz.

-Ah! Essa garota esta me tirando dos nervos! –ela berrou- pega ela, argh!

E saiu rumo à cozinha.

Duda que antes berrava, agora estava rindo nos braços de Régulo, brincando com o cabelo mal cortado do rapaz.

-Como fez isso? –Belatriz o encarava da porta da cozinha, incrédula.

-Não sei, ela simplesmente ficou quieta – ele deu de ombros.

Duda parou de rir e encarou Belatriz.

Encolheu-se nos braços de Régulo ameaçando chorar.

-Ah não, quietinha ai – os dois falaram.

-FORA! –Régulo berrou a Belatriz e a mesma se retirou do cômodo. No mesmo instante Duda voltara a sorrir e brincar.

Uma semana se passou desde que Duda chegara à casa dos Black.

Régulo ficara encarregado de cuidar da garota, mas como ele mesmo disse, não tinha experiência alguma. Se não fosse pela ajuda de Sra. Black, Duda morreria de fome.

A cena se dissolveu e novamente estavam no escritório de Dumbledore.

-Céus Duda, desde pequena você é tarada pelos Black! –riu-se Dulce, acompanhada pelas outras.

-Eu era tão fofinha – Duda fez uma carinha de olhinhos brilhando enquanto juntava as mãos com carinha de anjo.

Todas riram novamente e ficaram em silencio esperando Dumbledore continuar.

-A próxima lembrança é de Sirius Black – e lá foram elas de novo.

Já era tarde da noite. Todos já dormiam.

Uma luz verde-esmeralda cobriu a sala dos Black.

-Um bom filho a casa torna – riu-se o maroto que acabava de chegar pela lareira. Vestiu a capa de James.

Caminhou silenciosamente pela casa.

“Vamos lá, onde você está...” pensou olhando em todos os quartos.

Abriu a ultima porta do corredor. Lá estava, deitada enrolada em uma colcha.

Maria Eduarda Dó-Ré-Mi.

“Finalmente” pensou abrindo a porta, mas para seu desespero a mesma rangia.

“Ótimo”

Com o ranger da porta Duda se sentou na cama.

“Que sono leve” espantou-se o maroto.

-Duda –sussurrou- vem aqui vem... vem aqui no tio Six.

Fez um feitiço com uma luz piscando para chamar a atenção dela.

A pequena olhou em direção a luz, levantou-se da cama.

Seguiu-a meio cambaleante, com dificuldade para andar e caiu nos braços do maroto.

-Peguei – riu ele, levantou-a e voltou apressado até a lareira.       

Duda fez um tipo de exclamação.

-Shhiii –pediu ele- vamos ficar quietinha agora.

Ela apenas riu segurando uns dos cachos do cabelo do maroto, puxando um deles.

-AU! –ele reclamou. Pegou o pó de flú e exclamou “A’ Toca”

Sumiram no mesmo instante cobertos por chamas verdes.

-Ah finalmente! –ouviu-se a voz de Molly Weasley assim que os dois apareceram na lareira.

-Sã e salva – riu-se Sirius entregando-a a mulher.

-Vamos! Dumbledore já está esperando! –chamou Arthur Weasley.

Todos se dirigiram a uma tenda montada do lado de fora da casa.

-Ah, que ótima notícia! Ela esta bem, graças a Merlim! –sorriu ele quando chegaram à tenda- Ótimo trabalho Sirius, ótimo trabalho.

-Obrigado Dumby – ele sorriu.

-Vamos, precisamos ser rápidos! –exclamou Arthur.

-Sim, Arthur tem razão, não sabemos se eles já notaram a falta da garota... –Dumbledore confirmou- já pegamos as lembranças que precisávamos e apagamos as lembranças das garotas. E falta claro a de Duda – ele pegou Duda nos braços e levou-a para junto das demais irmãs que estavam inconcientes-Obliviate – da ponta da varinha saiu uma pequena luz e a garota adormeceu.