40 anos se passaram desde que Chihiro foi até à Casa de banhos para Espíritos. Agora, uma senhora de 50 anos, casada, tinha uma filha, Sen, nome que foi homenagem à Yubaba, que deu esse nome, quando a contratou.

Pouco antes de morrer, pediu a sua filha de 16 anos, para quando morrer, ir até a passagem entre os mundos e que procurasse Haku. Logo depois, caiu em um sono profundo sem volta. Sen, sem nenhuma intenção de não cumprir o último desejo de sua querida okaa-san, foi até a passagem, no pôr-do-sol, que sua okaa-san sempre a mostrava.

Atravessou a passagem sem nenhum problema e ficou à frente da Casa de banhos, onde a informou que encontraria Haku. Muito tempo depois, apareceu um garoto com cabelos castanhos escuros, olhos verdes escuros e magro. Ele correu até Sen e a abraçou.

-Chihiro! O que faz aqui? Eu disse para não voltar! Meu Deus, como cresceu!

-Me desculpe, Haku-sama, mas porque está chamando o nome da minha okaa-san? Eu sou Sen, não Chihiro.-Sen falou confusa.

-C-como? Chihiro? S-sua mãe?-Haku falou assustado.

-Vamos para outro lugar, logo os hóspedes estarão aqui e eu não quero chamar atenção, já que sou humana.

Então os dois andaram até uma ladeira perto da passagem entre os mundos e se sentaram.

-Certo, agora pode me explicar, Sen-chan.

Ela explicou tudo que sabia sobre a Casa de banhos e sobre a vida de Chihiro.

-Então, quer dizer que Chihiro... Está morta?-Haku não conseguia acreditar. O grande amor da sua vida, morta.

-Sim, eu sinto muito, Haku-kun. Ah! Minha okaa-san te mandou isso.-Sen retirou um papel do seu bolso e deu a Haku. Ele desdobrou o papel e leu tudo várias vezes.

Kohaku-kun,

Eu agora estou no fim da minha vida e quando esse fim realmente chegar, eu mandarei minha filha, Sen, para a Casa de banhos. Por favor cuide dela. Depois de você, ela é o meu bem mais precioso.

Nunca se esqueça: Eu te amo.

Chihiro.

Lágrimas rolaram pelos olhos de Haku e ficou vagando pelas palavras escritar por Chihiro e só despertou quando ouviu um berro da morena ao seu lado.

-Aimeudeuseuestoudesaparecendo!-Ela falou aos berros e as palavras saiam uma atropelando a outra.

-Calma, Sen-chan!  Vamos, coma isso.-Ele a deu uma bola do tamanho de uma gude e parecia uma bala.-Vamos, coma! Você não irá virar um porco.

Um pouco receosa, ela comeu. Depois de mastigar bastante, Haku ofereceu a mão para ela levantar.

-Vamos, você precisa pedir um trabalho para Yubaba.

-Certo, Yubaba.-Eles correram. Passaram por tudo com uma velocidade incrível e chegaram até as fornalhas do Kamaji.

-Kamaji-kun!-Chamou Haku.

-Haku! Como vai? Muito trabalho? Ah! Sen-chan, você voltou!

-Essa não é a Sen que conhecemos, Kamaji-kun. Essa é a filha dela.-Ele falou com desgosto. Sen não gostou nada do tom de voz dele.

-Filha?-E Kamaji deu uma risada gostosa.-Parece que você não gostou muito disso, não é, Haku-sama?

-Cuide da sua vida!-Haku rosnou.-Estamos atrás de Lin. Sabe onde ela está?-Após pronunciar essas palavras, apareceu uma mulher de cabelos castanhos e longos.

-Meu Deus, é a Sen!-E ela  correu para abraçá-la.

-Ela não é a Sen que conhecemos, é a filha dela.-Haku a explicou monotonamente.

-Filha da Sen? Ai meu Deus, você é igualzinha a sua mãe! Só muda os cabelos, que são mais longos.

-Er... Lin, você poderia acompanhá-la até Yubaba?

-OK,OK...Mas eu estou fazendo isso por ela. Vamos Sen!

E depois de muito tempo, encontrávam-se à frente da porta do “escritório” de Yubaba.

-Olha, Sen, eu só posso chegar até aqui, agora você segue sozinha. Boa sorte, te vejo mais tarde.-Lin se despediu e desapareceu pelo elevador. Sen estava muito nervosa. Sua okaa-san a descrevia como bruxa má, quando era criança. Bateu na porta e ela abriu.

-Aproxime-se.-Disse uma voz feminina. Sen não se atreveu a ir adiante, tinha medo do que iria acontecer.-Eu disse para se aproximar!-Então com um puxão, Sen foi passando por vários cômodos com uma velocidade incrível, até cair no chão em uma sala que parecia realmente com um escritório.-Sen! Você voltou!

-Desculpe, Yubaba-sama,  mas creio que esteja me confundindo com minha mãe. Eu realmente me chamo Sen, mas sou filha da Sen que você contratou à 40 anos.

-Filha de Sen? Creio que queira um trabalho, não?

-Er... Sim, quero.

-Então assine esse contrato.-E uma folha de papel e uma caneta voaram até Sen.- E como vai sua mãe?

-Morta, Senhora.-Ela disse após assinar o contrato, que voou para Yubaba.

-Ah, é uma pena... Hum, agora você deixará de ser Sen, será Mayumi. Ouviu Mayumi? Responda, Mayumi!

-Sim, Senhora!-“Mayumi” respondeu sem convicção.

-Me chamou, Yubaba-sama?

-Sim, Haku.Eu acabei de contratar essa garota, por favor, coloque algo para ela fazer.

-Hey, garota, qual é o seu nome?-Haku a perguntou em um tom frio.

-Se...Mayumi.

-Me siga, Mayumi.

Após muito andar, eles chegaram ao térreo, onde achou Lin e colocou Mayumi como sua assistente.

Ao chegar no quarto, Mayumi se trocou e antes de ir dormir, abriu um papel que estava no bolso de suas vestes:

Sen, enquanto for viver nesse mundo, não se esqueça que você se chama Sen, não importa o nome que Yubaba a dê, não se esqueça do seu nome verdadeiro.

Chihiro.

E dormiu tranquilamente, pensando no dia cheio de amanhã.