Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 28
Capítulo 28 – O Mau Jogador




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Faltava apenas um mês para o ano letivo chegar ao fim. No salão Comunal da Grifinória, Tiago Potter conversava com o melhor amigo a respeito do irmão mais novo, e de como estava arruinado por ter se saído tão mal como apanhador nos últimos tempos. Era como se o grande talento que antes tinha definitivamente tivesse acabado. Estresse e ansiedade pareciam bons motivos para isso. O fato de o pai estar sendo tachado de imprestável pela imprensa, e o irmão mais novo de louco por toda a escola, traziam de fato, preocupação.

– Não esquente mais a sua cabeça, Potter. – disse Antony Longbottom, tentando consolar o inconsolável. – Daqui a pouco começará o último jogo do ano. Está chovendo bastante, será engraçado ver os moleques da Sonserina levando trovoadas no traseiro.

Por mais que sua situação fosse péssima, Tiago não pôde deixar de rir.

– Se eu não tivesse sido um perdedor o ano todo, quem estaria jogando hoje contra eles seria a Grifinória, e não a Lufa-Lufa!

– Você ainda terá os próximos dois anos para provar que continua sendo tão bom apanhador quanto seu pai foi um dia. – Antony deu um leve tapa no ombro do amigo, como meio de descontração.

O campo do lado de fora estava carregado. Uma tenebrosa tempestade encharcava todo o gramado, enquanto a platéia vaiava inúmeras vezes para o time sonserino, antes mesmo de o jogo começar. Lufa-lufa estava recebendo o apoio de grifinórios, corvínios e lufanos, que erguiam bandeiras e cartazes com mensagens como "Sonsamonga já era, Lufa-lufa campeã!". Deste jogo dependeria a decisão de qual casa finalmente receberia a Taça de Quadribol.

"Senhoras e Senhores, Lufa-Lufa entra em cena!", disse a voz alta e clara de Solfieri, o locutor.

Os jogadores de uniforme ouro-negro surgiram montados em suas vassouras, recebendo uma cortina de aplausos de todas as casas, menos Sonserina. O apanhador se chamava Russel Mcmillan, um garoto alto com topete no cabelo.

"E agora Sonserina entra com seu mais novo apanhador! Nicolaaaaaaaau Krum!"

O time verde-prateado entrou em campo violentamente, atropelando o time adversário com arrogância. Nicolau Krum foi transferido de Durmstrang, estava no quinto ano, e era ninguém menos do que filho do notório ex-apanhador da Bulgária.

A professora Hooch se posicionou em meio ao campo, com o mesmo apito de sempre no pescoço. Lufa-lufa e Sonserina no ar, os jogadores se encaravam como se estivessem em um campo de guerra. A torcida sonserina estava confiante como nunca esteve, certa de que iria triunfar sob a vitória de Krum. As demais casas ficaram silenciosas por alguns instantes ao repararem como o novo apanhador era veloz. Mas de forma alguma deixaram o nível de entusiasmo cair, pois Mcmillan não ficava atrás.

Alvo Potter estava ao lado de Scorpio, segurando o grande bastão. Seu olhar parecia confuso, e ao mesmo tempo sonolento. Ao seu outro lado estava Paul Lovecraft, fazendo gestos obscenos ao time adversário.

– Assustado, Potter? – disse Radesh Patil, um dos artilheiros da Lufa-lufa.

Antes que Alvo pudesse responder, Scorpio se intrometeu.

– Nenhum de nós está assustado, Ra-dé-shi. Sabemos que vamos vencer.

– Não esteja tão certo disso, Malfoy. Temos tanta chance de ganhar quanto vocês.

– Nós temos o Krum, e ele é o melhor. – Scorpio riu, satisfeito. Em seguida olhou para o apanhador de seu time. – Não é, Krum?

Nicolau soltou um ruído estranho, animalesco.

– A gente acha que isso quer dizer "sim". – completou Malfoy, sem perder o sorriso de desdém.

O apito soou e a goles foi lançada para cima. Os quatorze jogadores se espalharam rapidamente ao céu nebuloso. Relâmpagos podiam ser vistos poucos metros acima da arquibancada. Chovia tanto, que às vezes era difícil enxergar os elementos do jogo. Os artilheiros sonserinos Paul Lovecraft e Victor Reed voaram imediatamente atrás de Radesh, que já estava com a goles nas mãos. Em questão de um minuto, o lufano deixou a bola cair. A terceira artilheira da Sonserina (e única garota no campeonato), Lavínia Parkinson, já estava perto dos aros esperando a goles se aproximar.

"Dez pontos para a Sonserina!", disse o locutor tentando parecer animado, quando a garota acertou no aro do meio.

Henry Mayer, artilheiro da Lufa-lufa, pegou a goles. No mesmo instante foi atingido por um balaço na nuca, atirado por Scorpio Malfoy. Henry quase perdeu os sentidos e a goles caiu em queda livre até ser pega novamente por Radesh. Desta vez ele consegue chegar até os aros de Sonserina, e acerta. O goleiro, Adam Flint, cospe em sua direção, furioso por não ter conseguido impedir.

"Dez pontos para Lufa-lufa! Não adianta se revoltar, Sr. Flint! Os times estão empatados!", ouviu-se a voz alegre de Solfieri.

O jogo seguiu confuso e violento. A tempestade dificultava a visão tanto dos jogadores quanto da platéia. Já havia se passado uma hora, e nem sinal do pomo de ouro. Scorpio voou até o centro do campo, avistando Alvo parado em cima da vassoura, encarando o céu por baixo dos óculos de proteção.

– Acorda, Potter! Não é hora pra esquisitice!

– Estou acordado! – respondeu Alvo, enfurecido.

– Então vá atrás do Mayer! Não deixe ele se aproximar dos aros! – berrou Scorpio, passando a mão no rosto encharcado.

– Esse Mayer é o gordinho do cabelo crespo? – Alvo apontou para o jogador.

– Sim, é! – Scorpio gritou ainda mais alto. Seu rosto comumente branco, agora estava vermelho. – O que há de errado com você? Vá atrás dele, derrube-o da vassoura se precisar! Mas não deixe que ele mar...

Antes que Malfoy pudesse terminar de falar, foi atingido por um balaço nas costas. Urrou de dor, mas se manteve firme. A voz do locutor estava mais animada do que nunca.

"Lufa-lufa na frente por noventa a sessenta!"

Passados cerca de dez minutos, Nicolau Krum finalmente percebeu a pequena esfera dourada circulando no alto. Com seu modelo de vassoura quase idêntico ao de Malfoy, voou inclinado para cima. O apanhador lufano, Russel Mcmillan, percebeu e fez o mesmo. Alvo Potter voava incessantemente atrás de Henry Mayer, até ser puxado pelo melhor amigo.

– Venha, Potter! Vamos até Krum!

– Mas não era o Mayer que eu tinha que seguir? – Alvo pareceu confuso.

– Você não lembra do que combinamos no treino, não? – Scorpio arregalou os olhos, furiosamente. – Quando Krum visualizasse o pomo, nós iríamos ficar perto dele para sabotar qualquer um que tentasse atrapalhá-lo!

– Por que não disse logo? – bufou Alvo, em seguida ele e Scorpio voaram mais alto, de modo a se aproximar do apanhador.

Nicolau já estava de braço esticado, com o pomo de ouro a apenas dois metros de distância. Russel voava exatamente ao seu lado. Atrás deles, estavam Alvo e Scorpio, segurando os bastões. Abaixo, mais próximo ao chão, estava o restante dos jogadores. Paul Lovecraft segurava a goles e apenas fugia, ao lado de Lavínia Parkinson e Victor Reed. Os batedores lufanos pareciam perdidos, mal sabendo onde estavam os balaços.

"Onde estão os apanhadores? Onde estão os batedores da Sonserina?", Solfieri gritava entusiasmado, olhando para o céu.

Trovões para todos os lados faziam a platéia tremer. A chuva se tornava cada vez mais forte. Henry Mayer levou um soco de Victor Reed, quando o mesmo tentou pegar a goles das mãos de Paul. A torcida vaiou, indignada com os modos grosseiros dos jogadores da Sonserina. A diretora Mcgonagall até pensou em cessar a partida, em vista da situação. Mas como era o último jogo do ano, não pôde. Os alunos jamais a perdoariam.

Vŭn (saia)! – disse o búlgaro, dando um chute no joelho do adversário. – Este jogo ser da Sonserrrrrina!

Russel deu um empurrão em Nicolau, que chegou a se desequilibrar. O apanhador da Lufa-lufa conseguiu ultrapassá-lo, por pouco. Quando estava a poucos centímetros do pomo, foi atingido pelo bastão de Scorpio, no ombro.

– Rápido, Krum, pegue o pomo! Nós o seguramos! – berrou Scorpio, agarrando as vestes do lufano com a ajuda de Alvo.

– Me larguem! Vocês não podem fazer isso! É trapaça! – Russel Mcmillan se debatia, tentando de todas as formas se soltar dos oponentes.

– Oras, com essa chuva ninguém pode nos ver! – disse Alvo, tranquilamente, olhando para baixo. Segurava o garoto pela capa.

No mesmo instante em que Alvo terminou de falar, Krum deu um grito de triunfo. Ele finalmente pegara o pomo. Desceu novamente até o campo, com as mãos para cima, comemorando.

"Nicolau Krum pegou o pomo de ouro! Sonserina venceu!"

A torcida grifinória foi a que mais vaiou, mesmo o time perdedor sendo Lufa-lufa. Os batedores sonserinos e o apanhador lufano continuaram no alto, aproximadamente cem metros acima do gramado, cobertos pelas nuvens cinzentas.

– Trapaceiros! Todos saberão o que fizeram! – gritou Mcmillan. Sua voz foi abafada pelo som de um trovão.

– É mesmo? – Alvo bateu com o bastão da cabeça de Russel, fazendo com que ele caísse da vassoura. – Acho que não.

Scorpio Malfoy ficou mudo. Potter apenas assistia o corpo de Mcmillan cair. Mcgonagall fez o corpo do garoto flutuar quando se aproximou do chão, usando um feitiço. Quando o professor Hazel se aproximou para socorrê-lo, Russel estava desacordado. O bastão havia acertado o cerebelo. Não havia ferimento visível, nem sangue.

Todos na arquibancada se perguntavam sobre o que havia ocorrido com o rapaz. Ninguém sabia responder, apenas sugeriam hipóteses. Sonserina não estava nem um pouco interessada no jogador ferido. Gritavam "Son-se-ri-na! Son-se-ri-na!" a todo o instante, provocando a ira dos demais alunos.

A Taça de Quadribol foi entregue ao capitão e goleiro do time, Adam Flint. Mcmillan foi levado até a ala hospitalar. Tiago Potter estava mais irritado do que nunca, sentado no primeiro degrau da arquibancada. Teve a certeza de que o jogo não foi justo. Russel Mcmillan era um bom jogador, talvez o melhor.

A tempestade poderia ter sido a culpada do péssimo monitoramente da partida. O mais incrível foi ela ter cessado imediatamente depois de Madame Hooch dizer:

– Fim de jogo. Sonserina é a campeã do ano.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando? Próximo cap daqui alguns dias (: bjuus