Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 12
Capítulo 12 – O Antigo Rival




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O ano letivo chegara ao fim. A taça da casa finalmente foi da Sonserina. Grifinória em segundo lugar, novamente bem-sucedida no quadribol. Era incrível como os alunos da casa vencedora não economizavam nem um pouco a arrogância, por mais que já tivessem perdido a taça muitas vezes nos anos anteriores. Perdido mais vezes do que ganhado. Nada mais importava para eles. A vitória já estava garantida. Foram para casa, felicíssimos.

Harry Potter, que estava muito contente por seu filho não ter se metido em outra encrenca e sua casa ter ganhado a taça, o havia parabenizado com uma vassoura de corrida igual a do irmão. Uma Firebolt, último modelo. Ainda assim, ele estava receoso quanto à amizade de seu filho com Scorpio. Não tinha como ter certeza se ele era o motivo de todos os problemas de Alvo, mas não perdia nada por pensar isso.

– Por favor, meu amor. Deixe isso pra lá. – disse Gina, tentando fazer o marido mudar de idéia.

– Não descansarei até falar com o pai dele. Maldito Draco!

– Não guarde tanta mágoa. Eu sei que Malfoy era desprezível, mas quem garante que o filho é como o pai?

É! Quem garante que o filho é SEMPRE como o pai? – a voz firme e irônica de Alvo pôde ser ouvida da cozinha. Sabia sobre o que os pais falavam e aproveitou a chance para mandar um trocadilho.

– Realmente... Não tenho como saber se o escorpiãozinho é ou não é como o pai.

Scooorpio! – complementou Alvo, irritado.

Harry suspirou. Não queria começar uma discussão com seu filho no momento. A cada dia que se passavam das férias, Alvo se tornava mais agressivo. Gina sugeriu que tudo isso era uma fase. Afinal, Alvo já completara treze anos. Tiago também teve suas dificuldades nessa idade.

Alvo estava com tanta pressa de ir para Hogwarts quanto Lílian.  Já havia se passado uma semana do verão e Alvo só conseguia pensar em meios de superar os alunos em todos os exames. Tiago, que antes sentira pena do irmão, agora estava começando a se aborrecer. Alvo nunca fora tão competitivo.

Harry decidiu fazer uma visita aos Malfoy em Whiltshire. Não agüentava mais a incerteza sobre as intenções de Draco depois da queda de Voldemort. Nos últimos anos a família Malfoy deixou de ser perseguida pelos aurores e acabou conquistando seu antigo status. Harry teve certeza de que Draco estava adotando as mesmas medidas do pai. Havia muito ouro envolvido.

A mansão Malfoy era gigantesca. Assim que Harry se aproximou do grande portão lembrou-se da última vez em que estivera lá, sendo segurado brutalmente por seqüestradores que tinham a intenção de entregá-lo ao Lord Voldemort.

Um elfo doméstico abriu o portão com dificuldade. A entrada da mansão era um vasto caminho de pedras, onde a sebe margeava e se estendia para além do impressionante portão de ferro detalhado.  Harry sentiu um frio na espinha ao reparar o casarão sombrio. Havia pavões albinos espalhados pelo terreno.

Assim que chegou ao hall de entrada, o elfo fez sinal para segui-lo, até chegarem à sala de estar, onde havia uma grande lareira e várias poltronas suntuosas. E sentado em uma delas estava Draco Malfoy.

– O que te trás aqui, Potter? – sua voz arrastada estava grave como a de Lúcio. – Espero que seja assunto rápido.

– Vim aqui lhe fazer umas perguntas.

– O que? – exclamou Draco, indignado.

– Como chefe dos aurores do ministério, tenho direito de interrogá-lo.

Draco se acalmou. Então se levantou da poltrona em frente à lareira cuja extensão tinha um grande retrato de Bruto Malfoy. Draco jogou seu copo do uísque nas mãos do elfo, que quase o deixou cair.

– Pois bem, Harry Potter. Seus aurores já estiveram aqui anos atrás. E como minha família deixou de participar da guerra antes do Lord das Trevas cair, todos os Malfoy foram inocentados!

– Tudo bem. Não irei lhe perguntar sobre seu passado de Comensal, Draco. – Harry continuava sério. – Na verdade vim conversar sobre outra coisa. Já que a amizade de nossos filhos é inevitável, tenho que lhe pedir para que controle Scorpio quanto a suas idéias maníacas de puro-sangue.

Draco deu um sorriso sarcástico.

– Humm... Quer dizer que o pequeno Potter é o primeiro a criar juízo na sua família! Se até para a Sonserina ele entrou, não é?

– Isso não vem ao caso. E cuidado com o que você fala, Malfoy. Pode se arrepender.

– Ah, por favor, não se ofenda. – disse Draco, desdenhoso. – Mas por que meu filho o incomoda tanto?

– Não me incomoda. Apenas não quero que meu filho adquira esse fanatismo de raça pura como os sonserinos costumam adquirir.

Draco Malfoy se aproximou. Seus frios olhos cinzentos encararam os olhos verdes de Harry escondidos por trás dos óculos redondos.

– Tem certeza de que é só? Tem certeza de que não é por causa disto? – Draco Malfoy levantou bruscamente a manga esquerda de seu terno. Ali estava a Marca Negra gravada a fogo.

Um vento gelado passou pelas costas de Harry.

– Como se atreve a mostrar isso na minha frente? Como se atreve! – Harry já estava gritando.

– Não há com o que se preocupar. O Lord das Trevas está morto, não é mesmo? Graças a você! – disse Malfoy, com os olhos entreabertos. Por um instante Harry sentiu tristeza na voz de Draco. – Você destruiu a minha família, Potter. Você tornou meu sobrenome uma vergonha!

– Está enganado, Malfoy. Foram vocês mesmos que se destruíram. Deixaram-se manipular por Lord Voldemort!

– Mas eu me ergui, Potter. – Draco tinha um olhar doentio, nem prestava atenção no que Harry dizia. – A mim e a toda a minha família! E nunca mais irei permitir que alguém nos ameace!  Nunca mais!

Harry Potter não podia acreditar no que estava ouvindo. Draco Malfoy parecia muito alterado. O passado ainda o assombrava. Sentia remorso por não ter sido mais prestativo na época em que era um Comensal da Morte. Não soube aproveitar os ensinamentos de Lúcio Malfoy, enquanto sua família ainda era distinta.

– Eu adimito que fui fraco, Potter. Mas agora eu mudei! Agora é como nos velhos tempos! Meu pai está orgulhoso!

– Não quero saber, Malfoy. Acabou! Você não tem que me explicar nada.  – Harry, por um lado, entendia o motivo da revolta de Malfoy. Mas jamais iria perdoá-lo. Foram muitas as desavenças que sofreram no passado.

– Saia da minha casa, seu mestiço sujo! Saia já! – lágrimas de ódio saiam do rosto pálido de Draco. Harry nunca o vira tão furioso.

Um clima frio adentrou a enorme sala de estar. O fogo da lareira se apagou. O copo de uísque que o elfo doméstico segurava começou a criar geleiras em sua base. Harry sentiu a pior sensação do mundo. Uma sensação que ele já havia sentido antes.

– Tudo bem. Espero que saiba o que está fazendo, Draco. Você teve uma segunda chance. – Harry não viu sentido em continuar uma briga. O estado emocional de Malfoy não estava ajudando.

– Saia! – Draco gritou novamente. – Mestiços em minha casa! Só me faltava essa! – finalizou ele, enxugando as lágrimas.

Harry se enfureceu. Mas ao contrário de Malfoy, podia controlar suas emoções. Sabia que Draco o odiaria eternamente. Não havia nada que pudesse ser feito. Devia ter ouvido Gina. Foi um completo erro visitar os Malfoy. Eles nunca mudariam.

Harry seguiu em direção ao hall de entrada. E assim que saiu do enorme casarão, pôde jurar que viu um dementador por uma das janelas térreas com formato de losango. Parecia óbvia a idéia de Malfoy abrigar dementadores em sua casa, já que eles não eram mais os guardiões de Azkaban. Porém, algo terrível lhe passou pela cabeça: E se Harry se recusasse a se retirar da mansão? Draco teria coragem de mandar dementadores – as criaturas que Harry mais temia no mundo da magia – atrás dele a fim de lhe proporcionar um destino igual ao de Bartô Crouch Jr.?


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