Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 10
Capítulo 10 – A Voz da Serpente




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A sala da diretora McGonagall, antes ocupada por Dumbledore, já estava tomada por cinco pessoas. Duas delas eram Alvo e Scorpio, que estavam sentados num sofá perto da mesa enquanto Minerva tentava dar explicações ao Sr. Campbell, pai de Gary.

Uma luz verde saiu da lareira, e através da rede de Flu surgiram mais dois homens com lustrosas capas de viagem.

– Ministro, eu receio não poder atender ao pedido do Sr. Campbell.  – disse Minerva McGonagall, ligeiramente.

O Ministro, Kraven Norington, era um homem muito magro e comprido. Usava um paletó com listras verticais e capa púrpura. Os olhos pesados na face extremamente pálida do bruxo demonstravam um caráter doentio. Mas assim que olhou para os dois garotos sonserinos, brotou um grande sorriso em seu rosto.

– Ah, compreendo Minerva. – continuou o ministro – Medidas extremas não serão necessárias.

O Sr. Campbell se enfureceu.

– Meu filho foi atacado! Quero que alguém seja punido!

A diretora McGonagall andou até os garotos e colocou a mão sobre o ombro de Alvo Potter, cujo pai era seu grande amigo.

– Esses meninos não tiveram intenção de ferir o aluno! Eles têm só doze anos! Por Merlin, Ministro!

– Eu acredito em você, diretora. – Kraven Norington continuou sorrindo para os garotos. – O Sr. Campbell está exagerando. Pelo que soube, o filho dele está completamente bem!

O homem que acompanhava o ministro apenas concordava com ele, segurando uma prancheta. O pai de Gary se acalmou. No fundo, sabia que não acontecera nada grave a seu filho. Mas e se o professor Wood não estivesse lá na hora do incidente? O que o preocupava era o fato de que dois alunos da mesma idade de seu filho conjurassem feitiços agressivos e excêntricos dentro da escola.

O Sr. Campbell saiu da sala da diretora acompanhado de Lázaro Jones, que o encaminharia ao encontro de Gary. O Ministro Norington se aproximou dos dois menores.

– Sr. Potter... A história que o senhor contou é verdade?

– Todas as palavras, Ministro. – disse Alvo, tentando parecer o mais sincero possível.

– Ah, jovem Malfoy... Seu pai já está a par do acontecido. Ele estava bem no meu escritório quando fui informado. Que coincidência, não é mesmo? – o ministro ainda sorria. – E devo lhe informar que não haverá nenhum problema quanto a você. Já pode ir.

Scorpio deu um largo sorriso desdenhoso e levantou. Seguiu até a porta e desceu as escadas espirais em volta da águia. Alvo sentiu um frio na barriga.

– Agora, Sr. Potter. Terá de tomar mais cuidado. O ministério acabou de enviar uma coruja a seus pais. Harry Potter será convocado a uma reunião com o Conselho de Hogwarts. Talvez ele possa explicar como um aluno da sua idade tenha chegado a aprender um feitiço tão hostil como a Maldição do Príncipe.

Alvo ficou chocado. Nem imaginaria o que ia acontecer quando seus pais descobrissem. Pois afinal, ele aprendeu o tal feitiço sozinho, quando achou o antigo livro de Severo Snape em sua própria casa, no porão.

– Quanto à imprensa, Minerva, não se preocupe. – prosseguiu o ministro – Daqui nada será vazado.

– Está certo, Ministro. Obrigada por compreender. – a diretora McGonagall pareceu aliviada. Pois o Sr. Campbell havia sugerido a expulsão de Alvo Potter.

– Vamos indo, Richard. – o ministro se dirigiu a grande lareira, acompanhado de seu assistente, com um sorriso no canto da boca. – Não podemos deixar o Sr. Malfoy esperando.

E então as chamas verdes iluminaram a sala, e os dois senhores desapareceram. Minerva McGonagall revirou os olhos. Sabia muito bem que tipo de assunto o ministro tinha a tratar com a família Malfoy.

– Professora... – Alvo disse em voz baixa. – A senhora acredita em mim, não é?

– Claro que acredito. Mas por favor, Alvo, seja mais cuidadoso. Não coloque seu pai em maus lençóis. – Minerva acariciou os cabelos do menino. Alvo sorriu e levantou-se do sofá verde.

Assim que Alvo Potter chegou aos corredores. Alguns alunos o encararam com olhos curiosos. A partir daquela noite, ele ficou conhecido por sua inteligência e ousadia, porém passou a ser temido pelos demais.

Nos meses seguintes o acontecido na noite do Clube dos Duelos fora parcialmente esquecido. Mas Alvo às vezes podia ouvir cochichos a seu respeito, e em quase todos eles Malfoy era mencionado. Scorpio o aconselhou a ameaçá-los, mas visto que era exatamente esse o motivo do temor que sentiam por ele, resolveu não adotar a sugestão do amigo. Sem falar que a diretora lhe pediu para andar na linha.

Alvo estava sentado no sofá de couro preto no grande e suntuoso salão comunal da Sonserina. Scorpio conversava com outros alunos que lhe pediam ensinamentos a respeito dos feitiços de ataque, e de vez em quando tentavam arrancar alguma informação sobre Potter.

Topher Stiglitz chegou ao salão comunal segurando seu bicho de estimação. Uma cobra de tamanho médio, com detalhes verdes e marrons se enrolava sobre seu pescoço e braço direito. Alvo pôde ouvir Topher cantarolar:

Silva, silva, serpinha

Serpeia pelo soalho

Seja sempre boazinha

Ou Thoper crava você.

Alvo não deixou de reparar como a cobra se enrolava e se desenrolava com facilidade. Topher segurou a cabeça dela e encarou-a nos olhos, como se falasse com um filho.

– Você está com fome, minha querida? Espere um momento. Vou lhe trazer algo apetitoso!

A cobra foi deixada no sofá. Por um momento, Alvo pensou que ela estivesse olhando para ele. A serpente esverdeada não desviava o seu olhar em nenhum instante. Alvo se lembrou como o seu pai aprendera a falar com as cobras. Mas isso se devia ao fato de ele ser uma Horcrux de Lord Voldemort, que por sua vez, era um herdeiro de Salazar Slytherin.

Topher voltou segurando um rato ainda vivo pelo rabo e estendeu-o para perto da boca da serpente. Estranhamente o animal recuou. Pareceu não querer comer. Topher percebeu que Alvo assistia a cena interessado.

– Acho que Nefertiti não está com fome. – disse ele, um pouco confuso. Então soltou o rato dentro de um caixote e segurou a cobra novamente, colocando-a em volta do pescoço.

Uma sensação estranha tomou a mente de Alvo. Podia jurar que ouviu um sussurro vindo da cobra.

– Incrível! – disse Alvo, simpaticamente, reparando como os olhos da cobra eram ofuscantemente amarelos.

‘’Agradeço!’’. Alvo ouviu uma voz sibilante vinda da serpente, enquanto ela colocava sua língua comprida e escura para fora.

– O que você disse? – indagou Topher Stiglitz, um tanto surpreso.

– Disse que a cobra é incrível. – respondeu Alvo, sem entender.

– Não! Você não disse isso! – Topher olhou novamente para a cobra Nefertiti. – Ouvi você falar uma língua esquisita. Língua de cobra.

Todos no salão comunal, sem exceção, olharam para Alvo. A cabeça da cobra se ergueu e pairou no ar, encarando Potter. Alvo ouviu novamente a voz aguda e sibilante. Nefertiti o encarava nos olhos.

‘’Você pode me entender. ’’


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