Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich
Notas iniciais do capítulo
Sendo o primeiro capítulo, eu quis juntá-lo com o epílogo de "Harry Potter e as Relíquias da Morte", mudei apenas algumas coisinhas. Espero que gostem. xD
O outono pareceu chegar sem aviso naquele ano. A manhã de primeiro de Setembro estava fresca e nublada, enquanto a pequena família cruzava a rumorosa estrada em direção à grande estação. Uma garotinha de cabelos rubros passou chorosa por seus irmãos e se segurou no braço do pai.
– Não vai demorar muito para você embarcar também. - Harry disse a ela.
– Ainda faltam dois anos, - choramingou Lílian – eu quero ir agora!
A família se dirigia para a barreira entre as plataformas nove e dez. A voz de Alvo chamou a atenção de Harry para uma discussão que seus filhos, Tiago e Lílian haviam começado ainda no carro.
[...]
Um grupo de quatro pessoas saiu da névoa, próximos ao último vagão. Seus rostos só se tornaram nítidos quando Harry, Gina, Alvo e Lílian se aproximaram deles.
– Olá. – disse Alvo, imensamente aliviado.
Rose, que já estava usando o uniforme de Hogwarts, sorriu para o garoto.
De volta à plataforma, eles encontraram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rose, tendo uma conversa animada sobre em qual Casa ficariam quando finalmente fossem para Hogwarts.
– Eu o deserdo se você não for da Grifinória. – disse Rony.
Lílian e Hugo riram, mas Alvo e Rose permaneceram sérios. As duas famílias atravessaram a coluna de pedras. A névoa parecia ter diminuído um pouco, tornando possível ver três pessoas paradas, aliviadas pela neblina que se movia.
– Olha quem é.
Draco Malfoy estava em pé, com sua mulher e filho, um casaco verde escuro abotoado até o pescoço. Seu cabelo louro-branco estava penteado para trás, te tal modo que acentuava seu queixo fino. O filho lembrava tanto Draco assim como Alvo lembrava Harry. Draco percebeu que Hermione, Harry, Rony e Gina olhavam para ele, então acenou rapidamente, com um breve sorriso. Mas o olhar era desdenhoso. Deu as costas ao grupo e comentou alguma coisa com o filho.
Harry ficou confuso. Draco Malfoy, a quem salvara a vida duas vezes, estaria mesmo encarnando seu famoso olhar de desdém na frente dele? Draco, que agora estava em frente à porta do trem, entregou uma pequena urna preta a seu filho. A mesma urna que Harry vira vários anos atrás nas mãos de Lúcio Malfoy, enquanto estava escondido no armário da Borgin & Burkes.
Draco acompanhou o filho até o trem. Harry reparou que o senhor alto de olhos frios e cinzentos segurava a bengala de seu pai, com uma nova varinha sobre ela. Porém, muito semelhante à antiga, com a serpente prateada na base.
– Então aquele é o pequeno Scorpio. – disse Rony entre os dentes, interrompendo os pensamentos de Harry. – Arrase-o em todos os testes, Rose. Graças a Deus que você tem o cérebro de sua mãe.
As crianças riram. Harry Potter sentiu algo formigar em sua cabeça, mas não tinha certeza do que se tratava. Colocou a mão sobre a testa, e suspirou. Gina espantou-se de imediato, temendo que algo pudesse ter relação com a cicatriz.
– O que foi? A cicatriz está doendo?
– Não é nada, querida. Foi só uma sensação estranha. – Harry olhou novamente para a família Malfoy. Scorpio já havia entrado no trem. Draco andava ao lado de sua esposa majestosamente em direção a saída, olhando os outros de forma arrogante, como sempre fizera nos anos em que estudara em Hogwarts.
Gina, ainda desconfortada pela reação do marido, abraçou-lhe, na esperança de que voltasse ao normal.
– Esse aí não vai mudar nunca. – acrescentou Rony, imaginando o que Harry poderia estar pensando. – Não se preocupe, Harry. Ele agora está só desgostado por tudo o que a família dele passou. No fundo sente gratidão por você. Rancorosa, mas sente.
Hermione concordou com a cabeça. Uma música alegre e agitada saiu de seu bolso.
– Nunca vou me acostumar com essa coisinha. – Rony sussurrou para os filhos de Harry.
– Deixe disso, Rony. É só meu celular. – finalizou Hermione, atendendo-o sorridente. – Depois de tanto tempo, você deveria ter aprendido a mexer no seu.
Rony se calou, envergonhado. Ainda não estava acostumado com o mundo trouxa, apesar de passar todo verão em alguma pousada trouxa junto à família de Hermione. Era tudo muito moderno, cheio de luzes. Afinal, no mundo dos bruxos, a varinha é uma das maiores tecnologias existentes, capaz de substituir boa parte dos objetos normais.
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