-          Light-kun! Ryuuzaki-kun! Bom dia!

- Ah, bom dia, Matsuda-san – Light cumprimentou-o, mas L não se deu ao trabalho disso.

A Equipe de Investigação sempre trabalhava seriamente no caso Kira. Revisavam os mortos do dia, data e hora, outros sinais da aparição do assassino. Cada detalhe era investigado minuciosamente.

- Ryuuzaki! – Aizawa fala para que todos no salão pudessem ouvir – parece que Kira está matando criminosos todos advindos dessa prisão aqui, no norte de Tóquio. Devemos ligar lá para obter mais informações?

- Tem razão Aizawa-san. Watari, me ponha na linha com o chefe da prisão, por favor.

- Não, Ryuuzaki.

Todos os olhares voltam para Light.

- Alguma objeção, Light-kun? – L o encara.

- Não, mas deixa que eu falo com ele. Você se arrisca demais. Mesmo usando a distorção de voz, Kira parece ter contato com as informações da polícia. Deixa que eu faço.

- ...Como quiser...- L passa o telefone para a mão de Light.

Light Yagami surpreende todos com sua capacidade de oratória e simulação. Novamente, Ryuuzaki o encara inexpressivo.

Ao desligar o telefone, todos o cumprimentam pelo bom trabalho.

-

- Hoje você fez um bom trabalho, Light-kun – L comenta com Light, os dois já no quarto, depois do dia inteiro investigando.

- Nada que você não pudesse fazer – o garoto retirava o terno que usava para o trabalho – mas não descobrimos nada de novo, infelizmente.

- ...

- Aconteceu alguma coisa? Hoje você está estranho. Quer dizer...mais estranho que o normal.

- O que quer dizer?

- Não sei, mais calado e tratou os outros com grosseria. Matsuda trabalhou bem hoje e só recebeu olhares de desprezo.

- Parece que você ficou bem ocupado hoje – L o encarou – me observando.

- Só reparei como os outros...

- Não. Você reparou meus olhares de desprezo. Diga-me, gosta de observar meus passos, Light-kun?

- O que? Não! Eu...nem sei por que eu – Light já sabia onde tudo isso ia parar. – Olha, chega! Está bem?

- Devo dizer que você simula bem situações e provou isso hoje...Kira também simularia.

- Chega! – o jovem senta-se na cama – Depois você diz que não quer me irritar.

Silêncio.

O detetive se senta em uma cadeira à frente de Yagami.

- Light-kun, se...eu te dissesse outra coisa...você ficaria irritado comigo?

- Depende do que seria.

- Bom, posso falar mesmo assim?

- É...acho que sim – Light retirava seus sapatos.

- Eu sonhei com você essa noite.

Light piscou. Não sabia se era pelo fato de L ter sonhado com ele ou pelo fato de o detetive falar com ele sobre isso.

- Mesmo?

- Sim – L começou a massagear os lábios com o polegar – É estranho dizer isso, é meio embaraçoso.

Mas não parece, Light pensou. Não havia nenhum sinal de embaraço na face do detetive. O mesmo semi-cadáver de sempre.

- Tudo bem...como foi o sonho? – o jovem estava já com medo de perguntar.

- Na realidade eu não lembro muito bem, só sei que era com você. E...quando eu acordei...- L continuou – na verdade...

O que L queria dizer? Que ele gostava dele ou algo assim?

- Você falou meu nome enquanto dormia. – Light anunciou, e já nem sabia se devia ter dito aquilo ou não.

- Falei? ...Me desculpe Light-kun. Eu devo ter feito você se sentir constrangido.

- Ah, esqueça.

- Light-kun, eu não me sinto bem com isso. Eu...

- Se isso for mais uma das suas idéias idiotas de tentar provar que sou o Kira...

- Não é. Eu realmente estou preocupado por que não sei o que pensar...

Light estava cansado. L não o deixava em paz nem nos momentos que, teoricamente, seriam de descanso. Ele só queria que L parasse de falar.

Levantou-se, olhou para L, se aproximou, o abraçou e o apertou com força. Ficou assim por alguns segundos, e sentiu o detetive ficando rígido na cadeira, mas não devolveu o gesto.

Isso deve calar a boca dele.

Desvinculou-se, e L continuava sem palavras. Light juntou os sapatos do chão e foi arrumar a cama, quando ouviu Ryuuzaki.

- Light-kun, acho que isso aumenta as suas possibilidades de ser Kira.

- Ah, é mesmo? – Light não pode conter um pequeno sorriso.

- Sim, infelizmente.

- Infelizmente? Achei que você ia ficar animado. – Diz o jovem ironicamente.

- Sim, eu devia mas...

E, mesmo depois que Light achava que L já tinha mostrado todas as suas cartas e que o jovem tinha ganhado o jogo, L ainda tinha uma carta na manga.

- Acho que eu te amo.

-