− Oi senhorita Isabella! − Elisabeth disse sorrindo calorosamente.

− Oi, você deve ser a Elisabeth.

− Sim, é um prazer te conhecer, você é muito linda.

− Obrigado, você que é linda, não precisa me chamar de senhorita, me chama de Bella.

− Tá, mas só se você me chamar de Beth.

− Combinado − Bella disse se agachando até estar no nível dos olhos da menina que a abraçou e beijou-a ternamente.

        Bella gostou muito de Elisabeth assim como a menina que se apaixonou logo por ela, não a deixando em momento algum, em poucas horas já pareciam grandes amigas, Esme observava tudo maravilhada e aliviada, sabia que poderia ir embora para cidade tranquila que sua neta estaria em boas mãos, os empregados da casa já a olhavam com afeto, sua presença trouxe alegria para todos, ninguém conseguia olhar para ela e não sorrir.

− Esta menina é um anjo que Deus enviou, sinto esperança só de olhá-la, meu coração me diz que ela vai promover grandes mudanças nesta casa. – Esme disse para Laura uma das empregadas.

− Ela é muito especial, conquistou todos em uma fração de segundos. – Laura disse.

       De longe Edward escutou os sorrisos vindos de dentro da casa, logo reconheceu as gargalhadas que sua filha. Entrou devagar vendo Bella e Elisabeth dançando animadamente na sala, a musica estava baixa, logo reconheceu a canção “Down onthe earth farm de Tim Mcgraw”, seus olhos se iluminaram ao ver a felicidade de sua filha, a muito tempo não ouvia ela gargalhar, sentiu uns arrepios subir pelo seu corpo ao ver Bella como sentiu no dia anterior.

− Papai! – Elisabeth falou em um tom meio assustado − desculpe não ouvi o senhor chegar.

        Bella parou seus movimentos encontrando o olhar de Edward, seu corpo congelou no lugar ao ver a figura de um metro e oitenta, corpo magro, braços fortes levemente musculosos, seus cabelos eram castanhos claros, olhos verdes esmeralda e apesar de estar com a barba grande sua beleza era sem igual.  Edward desviou seu olhar de Bella olhando para sua filha por um momento antes de subir as escadas.

− Vamos lavar as mãos para almoçar.

      Edward subiu indo para seu quarto, sentia uma emoção estranha, os grandes olhos azuis de Bella queimavam em sua mente, suas mãos estavam suadas e os pelos de seus braços estavam ouriçados, sentou em sua cama passando as mãos pelos cabelos. Esme entrou no quarto vendo a confusão nos olhos do filho.

− Você chegou cedo, se soubesse não tinha deixado elas com o som ligado na sala.

− Fazia muito tempo que não a via sorrir daquele jeito, confesso que me impressionei.

− Ela gostou muito da nova governanta, não parou de sorrir depois que ela chegou. Não fique bravo, tente ser mais razoável pela sua filha, se essa governanta também desistir juro que levo a Beth para morar comigo, é muita coisa para a cabeça de uma criança ter que se familiarizar com uma pessoa diferente quase todo mês.

− Vou tentar mãe, prometo, e quanto à música ela pode ouvir quando quiser, minha menina tem o direito de fazer o que gosta, não sei onde eu estava com a cabeça tirando isso dela.

− Obrigado meu filho. – Elisabeth vai gostar disso.

− Pode mandar servir o almoço, vou me trocar e já desço. – Edward disse.

        Esme desceu radiante, tinha certeza que Bella tinha mexido com seu filho, em menos de cinco horas conseguiu que ele liberasse a música, “estou ansiosa para ver ela fará em 24 horas”. – Esme disse para si mesmo.

        Quando Edward chegou à sala de jantar encontrou sua filha sentada em seu lugar de sempre, estava com seus olhinhos fechados com fones no ouvido, havia um pequeno sorriso em seus lábios, percebeu que ela tinha um iPod em sua mão, sentou a mesa mexendo com os talheres para chamar sua atenção, a menina abriu seus olhos assustada.

− Oi papai. – disse envergonhada.

− O que é isso? – Edward perguntou olhando para o aparelho em suas mãos.

− É um iPod, a Bella me emprestou. Ela disse para eu não ficar triste, que você tem seus motivos para não gostar de musica, também falou que devo sempre respeitar as escolhas de todo mundo.

Edward ficou admirado com o que ouviu, começou a questionar mentalmente a atitude de Bella, resolveu o seu problema e o de sua filha de uma maneira tão simples e rápida, o que mais o intrigava-o era o porquê dela se preocupar, fazendo com que Elisabeth não ficasse chateada e entender meus motivos, seus pensamentos foram interrompidos pela entrada da moça, seus olhos fora até ela voltando rápido para Elisabeth.

− Sua mãe pediu para avisar que já vem – Bella disse indo até Elisabeth pedindo a ela que desligasse o ipod para almoçar. Edward observava atentamente pelo canto dos olhos, sua filha desligou o aparelho sem reclamar, entregando-o a ela que colocou no bolso cochichando alguma coisa em seu ouvido que a fez sorrir. “Como esta estranha pode fazer minha filha sorrir tão facilmente”. – Edward questionou para si.

         Bella se sentia muito desconfortável tentava agir de maneira natural mais estava louca para fugir dali, soltou os cabelos de Elisabeth prendendo alguns fios que estavam soltos em seu rosto. Esme logo entrou na sala, isto relaxou um pouco Bella, o almoço foi silencioso como de costume, só se ouvia o barulho dos talheres nos pratos. Os olhos de Edward não saíram de sua filha e de Bella.

− Vou para meu quarto, me avise quando Alice chegar. – Edward disse saindo da mesa. Bella percebeu que havia raiva em seu olhar, era como se ele não se permitisse ser feliz.

       Os dias se passaram e Bella percebeu que a casa funcionava de forma mecânica, tudo acontecia da mesma forma todos os dias, Edward estava sempre em seu canto, mas algo dentro dele mudou, ele se sentia ansioso, não sabia por que. Bella acordava cedo todos os dias e saia para correr, chegava a casa sempre antes de Edward e Elisabeth se levantar. À tarde a menina ia para escola e Bella aproveitava para colocar a casa em ordem, no seu tempo livre se dedicava ao jardim que estava cada dia mais bonito, esta atividade dava há ela muito prazer. Edward não saiu do quarto nem para almoçar naquela semana, no sábado Esme veio de novo com toda sua família. Alice irmã mais nova de Edward se tornou uma grande amiga de Bella em apenas um dia, Emmet o irmão mais velho e sua esposa Rosali também se afeiçoou muito a ela, Bella se sentia em casa.

− Bella o jardim esta lindo. – Carlisle disse.

− Obrigado!

Edward saiu na porta observando a animação de sua família.

− Trouxe o que te pedi Alice. – Edward disse sem cumprimentar sua irmã, como ele sempre faz com toda sua família.

− Oi Maninho! – Alice disse chateada com a atitude de seu irmão. – Eu trouxe sim, ela disse pegando uma sacola em sua bolsa entregando-o a ele.

− Elisabeth venha aqui. – Edward chamou. Ela caminhou até seu pai desconfiada, ele entregou-lhe uma pequena caixa, a menina abriu rapidamente curiosa, seus olhinhos se iluminaram quando viu o pequeno Ipod cor de rosa.

− Este é para você senhorita Isabella, já que Elisabeth destruiu o seu. – Edward disse estendendo a sacola para Bella que pegou um pouco receosa, não teria aceitado se Alice não tivesse avisado que ele não gosta de ser contrariado.

− Tem um computador na biblioteca você pode usá-lo para baixar e colocar musica, você pode pegar livros também se quiser.

Edward falou voltando para dentro da casa deixando sua família adimirada,. Depois que sua esposa morreu nunca abriu a biblioteca para ninguém. Ele também estava confuso, não entendia o porquê de querer presenteá-la e liberar a biblioteca para ela, durante a semana observou-a lendo na varanda a noite, e cantarolando enquanto cuidava do jardim, sua generosidade tocava seu coração, não entendia o porquê dela se privar de seu ipod se era nítido que amava escutar musica, só para deixar Elisabeth feliz. De seu quarto ouvia os sorrisos de sua filha, uma hora ou outra espiava pela janela e a via dançando pelo jardim.

         Todas as noites depois de colocar Elisabeth para dormir Bella fazia seu caminho para biblioteca, passava longas horas ali, cada livro que abria se emocionava com as frases de amor escrita por Edward para sua esposa, com isso ela ia conhecendo um pouco mais de seu misterioso patrão, pelas datas podia se perceber que eles praticamente cresceram juntos, para cada aniversário dela ou dele havia um livro, o amor dos dois era muito intenso e verdadeiro, agora entendia o tamanho de sua dor, sentiu pena dele, queria poder ajudá-lo de alguma forma. Conseguia ler um livro em dois dias, isto porque em cada livro encontrava mais uma característica de Edward, nos três meses que estava ali, já havia lido muitos exemplares, se questionava onde estava este homem maravilhoso que Júlia descrevia em suas declarações, a beleza ainda estava lá, mais a doçura, o carinho pela família, o amor pela musica, não existia mais. Estava tão envolvida com tudo que quase todas as noites adormecia na poltrona da biblioteca. Uma noite Edward saiu do quarto para ir a cozinha percebeu que a luz estava acesa e foi até lá tentando não fazer barulho, chegando a porta percebeu que ela dormia, se aproximou contemplando-a, suas mãos formigavam de vontade de tocá-la, percebeu que seu Ipod estava ligado. Pegou um dos fones que estava sobre a poltrona levando ao ouvido, tocava “GrownMenDon'tCry” de Tim Mecgrow, as letras da musica tocou seu coração, ele já ouvira ela cantarolar esta musica varias vezes, e quando fazia isso as palavras saia de sua boca com sentimento, sentiu vontade de saber mais dela, queria saber o porque de ser tão generosa, o porque que ela chora quando ouve esta canção.

Continuo tendo esse sonho com meu velho pai

Eu tenho dez anos e ele está segurando minha mão

Nós estamos conversando em frente ao porto

Assistindo o sol se pôr

Mas isso é só um sonho

Ele era um escravo de seu trabalho

E não podia estar por perto

Tantas coisas que eu queria dizer a ele

Mas eu apenas deposito uma rosa em seu lápide

E converso com o vento.

Bella se moveu deixando cair um pedaço de papel, Edward largou o fone pegando o papel, “O que posso fazer para ajudá-lo com sua dor?”, segurou o pedaço de papel por longos minutos em suas mãos pensando em que ela pensava quando fez esta pergunta, em um impulso foi até a mesa de leitura pegou uma caneta e respondeu.

       Bella acordou assustada percebendo que havia dormido mais uma vez na biblioteca, levou o livro que estava lendo até a mesa descobrindo o pedaço de papel que rabiscou mais cedo, ficou perplexa com o que viu.