O coração de Edward estava em pedaços, seus olhos estavam vermelhos com enormes manchas escuras a baixo deles, passou à noite toda deitado na beirada do caixão de sua amada, suas mãos não deixaram as dela por nenhum momento, sua mãe o observava melancólica sem saber o que fazer ou agir, Julia era sua vida, como ele sobreviveria sem ela, cresceram juntos se dedicando sempre um ao outro, se casaram tão jovens jurando amor eterno. Edward desviou seus olhos do rosto pálido de sua esposa encontrando os de sua filha que tinha um belo sorriso no rosto.

- Não chore papai!

Edward estendeu os braços pegando Elizabeth, apertando-a em um abraço.

- Mamãe pediu que eu não chorasse, pois ela iria para um lugar bonito, cheio de flores, e que lá não sentiria mais dor.

Edward não disse nada só abraçou sua filhinha, o pedaço que sua amada deixou a ele, naquele momento prometeu para si mesmo que dedicaria sua vida a ela, sua filha era o único motivo para ele continuar respirando.

- Filho.

- Sim pai. – Edward disse levantando seus olhos.

- Está na hora. – Disse olhando o corpo de Júlia.

Elisabeth beijou a face de seu pai passando suas pequenas mãozinhas em seu rosto.

- Minha menina tão pequena e valente. – Edward disse em meio a soluços de dor, lágrimas grossas corriam em sua face. Elisabeth se apertou ainda mais em seus braços se recusando a deixa-lo na hora do enterro, tudo foi rápido e doloroso, todos estavam arrasados e tristes, os pais de Júlia se debruçaram sobre o caixão dando o ultimo adeus a sua filha, um ar de desespero rondava o lugar. Elisabeth desceu do colo de seu pai pegando uma rosa branca das mãos de sua avó Esme caminhando lentamente até o caixão, depositou um beijo na testa de sua mãe colocando a rosa entre suas mãos.

- Adeus mamãe, você sempre estará no meu coração, prometo cuidar do papai, descanse em paz.

          Todos os presentes se emocionaram diante da atitude da menina, tão pequena e agüentando tudo com bravura.

           A porta da casa foi aberta, o silêncio dominava o lugar, tudo ali a lembrava, parece que se pode ouvir seu sorriso em cada canto da grande casa, até os animais sentiram sua morte, aquela noite os cachorros não latiram, os cavalos não relincharam, nem o galo cantou anunciando o novo dia que chegava, Edward passara a noite andando pela casa, estava desnorteado sem lugar, sem rumo, não sabia o que fazer como continuar vivendo, tudo era tão confuso em sua cabeça, nada fazia sentido, pensou varias vezes aquela noite em acabar com sua vida, mas o rosto de sua pequena Elisabeth vinha em sua mente fazendo-o repensar sua atitude. Naquela manhã Edward decidiu que viveria para cuidar de sua filha, prometeu a si mesmo não mais amar ninguém. “Meu coração Júlia será sempre seu, ele foi enterrado junto com você”.

          Não tão distante dali Isabella chorava a morte de seu pai, já órfão de mãe desde bebê se vê obrigada a deixar sua cidade natal San Ângelo (TEXAS) e ir morar com seus tios em um sitio na zona rural, como Edward passara a noite caminhando pela casa, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, o sol não apareceu àquela manhã, o dia estava cinzento e frio, o que não é muito comum no Texas.