You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 70
Suffering




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Esme

Algo não estava certo. Sentia que alguma coisa se encontrava errada e esse sentimento fazia pressão sobre o meu peito. Estava tensa há algum tempo e estava preocupada com algo. Sentia que algo se tinha passado, e algo de grave.

- Vais ver que está tudo bem, Esme. – Disse o Carlisle para me tranquilizar, mas eu conseguir perceber que ele também se encontrava um pouco preocupado desde que o Jasper tinha ligado.

- Eu sinto que algo não está bem, Carlisle. O que será que é? Só espero que não seja nada de grave. – Disse com a voz tensa. Estávamos quase a chegar a casa e não via a hora de o Jasper falar connosco para nos dizer o que tinha acontecido. Sim, porque alguma coisa tinha acontecido. Ele não fora muito explícito no telefonema mas eu era mãe dele e conseguia perceber que o seu tom de voz era triste. O que será que tinha acontecido?

- Chegámos, querida. – Avisou o Carlisle, visto que eu estava distraída com os meus pensamentos. Saímos os dois do carro e o Carlisle tirou as malas do carro, antes de seguirmos em direção à porta de casa. Entrámos e deparámo-nos com o Jasper e o Edward sentados no sofá à nossa espera. A cara deles não era das melhores. Eles estavam abatidos e tristes o que fazia com que este pressentimento de que algo estava mal, aumentasse.

- Ó meu deus, algo de grave se passou. – Sussurrei em pânico para o Carlisle. Ele abraçou-me por trás e deu-me um beijo na nuca para eu relaxar um pouco.

- Não sofras por antecipação, Esme. Espera por eles dizerem o que realmente aconteceu. – Disse ele para me acalmar. Entrámos, definitivamente na sala e eles deram por nós. Percebi que algum alívio passou pelos rostos deles.

- Mãe, pai! – Disse o Jasper vindo cumprimentar-nos. O Edward apenas levantou-se e também nos cumprimentou. Eles voltaram-se a sentar e permaneceram em silêncio. Sentei-me calmamente de frente para eles.

- O que se passou? – Perguntei-lhes. – Estão a deixar-me preocupada, queridos.

- Têm de prometer que mantêm a calma, nós precisamos de vocês calmos, especialmente a Rose. – Pediu ele. Percebi que o que se tinha passado algo com a Rose. E era algo sério, percebia que eles estavam a tentar ganhar coragem para contarem o que tinha acontecido. Eu estava com medo de ouvir o que se tinha passado. O mau pressentimento era cada vez maior. – Prometem? – Perguntou o Jasper para ter a certeza.

- Sim, prometemos, filho. Mas o que se passou com a Rosie? – Falou o Carlisle com um tom de voz preocupado. Eu não conseguia dizer nada. A preocupação era maior, eu estava aterrorizada e, ainda não sabia o que tinha acontecido.

- A Rose, na noite passada, foi abusada sexualmente. – Disse o Jasper num tom baixo e triste. Eu levei a minha mão para a frente da boca e sinal de choque. Eu, simplesmente, não queria acreditar naquilo que tinha ouvido. Era demais para mim saber que a minha filha foi magoada com tal brutalidade. Ela não merecia isso. Ela não merecia ter sido magoada desta maneira.

- Ó meu deus! A Rosie não! – Consegui dizer em total desespero. O Carlisle ainda não tinha dito nada, por isso olhei para ele ainda em desespero. Ele tentava manter-se controlado mas eu percebia o desespero que ele estava a sentir, era o mesmo que o meu. – Carl… - Chamei-o. Ele olhou para mim e eu atirei-me para os braços dele. – Diz-me que não é verdade. Diz que a Rosie não passou por isto. Ela não, Carl, ela não merece. – Pedi começando a chorar. Eu queria tanto que tudo fosse mentira. Ele aconchegou-me melhor no seu abraço.

- Não posso dizer isso, Esme, porque, infelizmente, a Rose passou mesmo por isso. – Disse ele tristemente. Continuei a chorar no ombro do Carlisle. Eu sabia que tinha que me acalmar, que tinha que me recompor para ajudar a minha filha, mas neste momento tudo o que eu sentia era desespero por não ter feito nada que impedisse a minha filha de sofrer tal monstruosidade. – Shh, Esme.

- Mãe, a Rose está bem, agora. Pelo menos fisicamente. Ela vai precisar de vocês os dois calmos para darem-lhe segurança. Ela necessita de se sentir segura neste momento. Apenas isso. – Disse o Edward. Parei o choro aos poucos com as palavras do Edward. Ele tinha razão. Eu tinha que ser forte por ela, ela precisava de mim neste momento e eu não podia ir-me abaixo.

- Onde é que ela está? – Perguntei limpando os restos de lágrimas que ainda pousavam nas minhas bochechas. Ainda estava aconchegada ao Carlisle e ele acariciava-me levemente as costas para me ajudar a acalmar. 

- Ela está no hospital com a Alice. A Alice quis levá-la hoje de manhã para apresentar queixa e por causa de um sangramento. – Explicou o Jasper. – A médica preferiu internar a Rose até o sangramento estancar.

- Mas está tudo bem com ela agora? – Perguntou o Carlisle preocupado.

- Penso que sim mas acho que a médica ainda quer falar com vocês. – Respondeu o Jasper.

- Como é que a Alice está a reagir? Ela está bem? – Perguntei. A Alice era frágil e sabia que ela poderia ir-se abaixo num momento como este. Ela gostava tanto da Rose que saber a que violência é que a Rose foi submetida poderia trazer-lhe memórias indesejadas.

- Percebe-se que ela está abalada com isto tudo, mas ela tem demonstrado uma força interior tão grande. É ela, que desde ontem à noite, que tem ajudado a Rose em tudo. Foi ela que convenceu a Rose a fazer queixa e a ir ao hospital. Se a Alice não estivesse com a Rose, provavelmente, ela estaria muito pior do que o que está agora. Ela tem sido um grande apoio para a Rose e vê-se que a Rose se sente segura perto da Alice. – Respondeu o Edward. Saber que a Alice tinha estado a apoiar e a ajudar a Rose em tudo deixa-me um pouco mais descansada. Sabia que a Alice faria de tudo para ver a Rose bem e eu sentia-me tão orgulhosa disso, de elas se comportarem como duas irmãs, de cuidarem uma da outra.

- Eu quero ir ter com ela, eu preciso de vê-la. – Pedi ao Carlisle.

- Sim, vamos. Quero confirmar se está tudo bem. – Disse o Carlisle ainda com um tom preocupado na voz. Levantámo-nos todos do sofá e fomos em direção à garagem onde estavam os carros. O Edward e o Jasper levaram um e eu e o Carlisle fomos noutro, se a Rose tivesse alta, precisaríamos de dois carros para voltar.

- Porque é que aconteceu isto com ela, Carl? – Perguntei tristemente. – Ela não merecia nada deste sofrimento.

- Eu sei que não, Esme. Mas agora temos de a ajudar a superar isto. Ela vai estar bastante traumatizada, Esme. Vai precisar bastante do nosso apoio, qualquer coisa que ela veja que nós não concordámos ou que não estejamos sem por cento de apoio, vai abala-la. Ela vai sentir que não tem o nosso apoio. Ela já tem idade para tomar as suas decisões, nós só temos que apoiá-la. – Disse o Carlisle.

- O que estás a querer dizer, Carl? – Perguntei um pouco confusa com o discurso dele.

- Esme, quando uma rapariga que sofreu o que a Rosie sofreu e aparece no hospital, uma das primeiras perguntas que fazemos é se ela quer tomar a pílula do dia seguinte para evitar uma possível gravidez. – Explicou o Carlisle. – Eu não sei o que a Rose escolheu fazer, mas nós temos que apoiar qualquer decisão que ela tenha tomado. Se ela quis arriscar uma possível gravidez, temos que a ajudar no futuro se a gravidez se vier a concretizar, se ela decidiu tomar a pílula, temos de aceitar que ela não se sentia preparada para ter um filho, principalmente, um filho de um homem que lhe provocou tanto sofrimento. – Continuou o Carlisle a explicar. Eu não tinha, realmente, pensado nisso. Eu só estava preocupada se a Rose estaria bem ou não. Mas eu percebi o que o Carlisle me estava a querer dizer, ele queria que mesmo que eu não concordasse a cem por cento com o que a Rose escolheu para ela, que eu a apoiasse porque isso era importante para ela. Eu sabia que não tinha que fazer esforço nenhum para apoiá-la. Sabia que ela era uma rapariga consciente e madura que sabia o que era melhor para ela. Por isso, iria apoia-la em tudo o que ela decidiu.

O resto da viagem foi feito em silêncio. Assim, que chegámos ao hospital, o Carlisle estacionou numa vaga e depois de esperarmos um pouco pelo Jasper e pelo Edward que ainda estavam a estacionar o carro, entrámos. Eles guiaram-nos até à zona do hospital onde a Rose estava. Acabámos por encontrar pelo caminho a médica da Rose.

- Doutora! – Chamou o Edward quando viu a médica a passar. A doutora sorriu um pouco e dirigiu-se a nós. – Estes são os pais da Rosalie. – Informou ela.

- Bem, vamos até ao meu consultório para falarmos, está bem? – Perguntou ela. Seguimo-la até ao consultório e depois sentámo-nos de frente para ela.

- Como está a Rosalie, doutora? – Perguntou o Carlisle preocupado.

- Encontra-se bem, neste momento. Ela chegou aqui com uma pequena hemorragia mas já está estancada e ela já pode ir para casa, só estava à vossa espera. Como ela ainda é menor, preciso de falar com vocês. – Explicou ela. – A Rosalie decidiu tomar a pilula do dia seguinte. Ela está bastante desorientada e confusa, mas é normal nestes casos. Ela precisa de bastante apoio e se ela aceitar, claro, acompanhamento psicológico. É bastante importante nestes casos, uma vez que, para estas raparigas, é difícil livrarem-se destes demónios interiores, sozinhas. Também está a fazer medicação para o HIV, como não sabemos de nada a cerca do abusador, temos que nos precaver. Já expliquei tudo à Rosalie.

- Eu também conheço o tratamento, sou médico, por isso qualquer coisa, também posso ajudá-la. – Disse o Carlisle.

- Isso é bom, como deve saber o tratamento tem alguns efeitos secundários, é sempre bom ter alguém que perceba do tratamento nessas alturas. – Disse a médica. – A nível clínico está tudo bem com a Rosalie e como já disse, só estava à vossa espera para assinar a alta. A Rosalie já pode ir para casa.

- Muito obrigada, doutora. – Agradeci educadamente. Eu, agora, só queria ver a minha menina e estar com ela. A doutora levantou-se para nos levar até ao quarto da Rose. Não era longe, por isso foi um caminho rápido, o que era bom. Eu estava demasiado ansiosa para ver a Rosie.

- Bem, vou deixar-vos aqui. Tenho que ir ver outros pacientes. Podem ir embora quando quiserem, a alta já está dada. Já sabem, se acontecer algo, venham ter comigo e daqui a uns tempos devem fazer as análises de rastreio para ver se a Rosalie contraiu alguma doença sexualmente transmissível.

- Claro, muito obrigado, doutora. – Agradeceu o Carlisle desta vez. A médica acabou por seguir por outra direção e nós ficámos à porta do quarto. – Vamos entrar? – Perguntou-me o Carlisle.

- Sim, vamos. – Respondi, convicta. Sabia que a partir deste momento tinha que ser forte e não poderia ir-me a baixo. A minha filha precisava de mim, mais do que tudo neste momento. Ela precisava do meu apoio e da segurança que só uma mãe consegue dar a uma filha. 


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que estou muito atrasada e que deveria ter postado há muito tempo, mas é que não tive mesmo tempo. Estive em final de periodo e tinha testes e trabalhos para fazer e entregar. Depois a semana passada, estive numa especie de estágio e não consegui fazer nada, espero que compreendam. Queria apenas dar-vos uma pequena prendinha de natal e presentear-vos com um capitulo! Espero que tenham gostado e comentem muito sim?
Beijinhos
S2



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