You Have Me escrita por Nyh_Cah
Eu e o Jasper quebrámos o beijo mal ouvimos a pergunta. Eu estava demasiado assustada em saber quem tinha perguntado isso, porque eu não tinha reconhecido a voz, não sei se por causa do choque ou porque não conhecia realmente a pessoa. O rosto do Jasper mostrava apreensão mas não medo como o meu.
- Mas que pouca vergonha! – Assim que virei o rosto, desejei nunca o ter virado. Encarei os olhos maldosos do pai da Esme na minha direção. Eu via o nítido ódio que ele sentia por mim, nos seus olhos. Senti ele pegar no meu braço com um pouco de força e fazer levantar-me, ficando de frente para ele. Ele continuava a agarrar o meu braço. – Mas o que é que estás a fazer? – Perguntou com ódio. – O que estás a fazer com o meu neto? – Voltou a perguntar enquanto me sacudia pelo braço que já estava a ficar realmente dorido.
- Somos namorados. – Disse numa voz firme e com uma coragem que eu nem saia que tinha. Ele riu-se na minha cara.
- Namorados? – Perguntou ironicamente voltando a rir. – Se queres o dinheiro, esquece, não vou deixar que uma menina como tu case com o meu neto e lhe tire o dinheiro todo. Tu não és digna dele, então faz-nos um favor e deixa-o livre para uma mulher digna dele. Uma mulher que mereça o lugar nesta família.
- Quem é o senhor para dizer se sou ou não digna para o Jasper? Só ele poderá dizer isso e até agora está comigo! – Disse num tom um pouco alto. Eu não sabia de onde tinha vindo toda esta coragem. Talvez do ódio crescente por ele. Eu não me importava que ele fosse o pai da Esme, eu só sabia que o odiava cada vez mais. Ele nem sequer me conhecia e dizia coisas tão más de mim. Tentava a todo o custo fazer-me sair do pé da Esme e do Jasper. As duas pessoas que eu mais amo no mundo. Neste momento, seria muito difícil, ele fazer isso, principalmente depois da conversa que tive com a Esme. Tinha certeza que ela nunca me iria deixar e isso aliviava-me.
- Não falas assim comigo! – Gritou ele na minha cara agarrando com força o meu pulso. Eu ia gritar algo de volta mas o Jasper falou primeiro.
- Avô, como a Alice disse, eu é que sei se ela é digna ou não para mim. E a Alice é a pessoa mais digna que eu poderia ter. Eu amo-a, avô! – Explicou o Jasper.
- Ainda és muito jovem para perceber, Jasper. – Disse ele mais contido para o neto. – Ela só quer o teu dinheiro, tu não vês isso mas eu consigo perceber.
- Eu não quero dinheiro nenhum! – Gritei. – Eu só quero uma família. – Disse já não a gritar. Isto fez com que ele me olhasse em choque mas não foi por isso que abaixou a armadura de ódio que eu via no seu rosto. O aperto do meu pulso afrouxou um pouco, mas ainda existia. Senti que havia mais gente a presenciar a discussão do que eu tinha notado. O jardim estava completamente em silêncio, nem os costumes murmúrios se ouviam. Isso queria dizer que a Esme tinha estado a ouvir. Eu não queria que ela me visse a discutir com o seu pai.
- Pai, o que se passa aqui? – Perguntou a Esme séria. Eu olhei para ela sem saber bem o que dizer. As palavras não queriam sair.
- Tu sabias que o teu filho namorava com esta… - Ele nem conseguiu terminar o que queria dizer, a Esme interrompeu-o furiosa.
- Claro que sei que eles namoram! – Respondeu ela.
- E deixas que isso aconteça, mesmo debaixo do teu nariz, dentro da tua casa? – Perguntou ele apertando mais uma vez o meu pulso. Eu já tinha tentado esquivar-me mas não tive grandes resultados.
- Eles namoravam antes de eu decidir adotá-la, pai! E isso não me interessa realmente. Eles nunca me desrespeitarem dentro da minha casa, nunca tive que os chamar a atenção. Eles sabem os seus limites e eu confio, plenamente, neles. – Disse a Esme zangada com o pai. – E não pai, a Alice não quer apenas o nosso dinheiro! – Disse ela exasperada quando o pai dela fez tensões de ir argumentar qualquer coisa. Ele olhou outra vez para mim com ódio.
- Eles podem não ver, agora, o que tu, realmente, queres, mas eles irão. – Disse ele para mim. Cada palavra carregada com ódio e raiva. Cada palavra que ele dizia e o aperto no meu pulso aumentava mais.
- Largue-me! – Disse num tom firme. Ele largou-me de seguida e eu saí dali a correr. Eu não queria ouvir mais nenhuma palavra dele. Eu odiava-o e não queria dizer coisas na frente da Esme que poderiam magoá-la, afinal, é pai dela. Subi a escadas, a correr e fechei-me no meu quarto. Descalcei-me e desabei na cama. Ficaria aqui até a festa acabar, para mim já chegava. Eu saberia que algo do género iria acontecer, eu já estava mais ou menos preparada para isto, mas não estava preparada para a dor, porque ouvir palavras como aquelas magoam muito. Encolhi-me na cama e deixei-me ficar. Não chorei, sabia que aquele homem, não merecia uma única lágrima derramada por mim. E eu tinha que começar a ser forte, a não chorar por tudo. Eu sabia que os amava e que não queria o dinheiro deles, e isso bastava-me. Mais ninguém tinha que se intrometer. Também sabia que a Esme e o Jasper confiavam em mim. Não demorou para que eu pegasse no meu bloco e começasse a desenhar algo. Não era algo racional, era como instinto. Quando não me sentia bem, desenhava. Sempre ajudava a organizar os meus sentimentos. Não sei quanto tempo é que fiquei a desenhar, mas fui acordada da minha bolha, quando comecei a ouvir as pessoas a cantarem os “Parabéns” para a Esme. De repente, senti-me mal por não estar lá. Eu queria estar lá para ela, tal como ela sempre esteve comigo. Larguei o meu bloco na cama e fui até à janela. A janela tinha uma vista privilegiada para o local onde eles estavam. Abri-a um pouco e fiquei à espera que eles acabassem de cantar. No final da canção, a Esme olhou diretamente para a minha janela e viu que eu estava lá. Sorri tristemente para ela e murmurei um “desculpa” e depois “parabéns, amo-te”. Ela sorriu para mim e, de seguida, voltou a prestar atenção às pessoas à sua volta. Fechei a janela e voltei para a minha cama. Embrenhei-me de novo nos meus desenhos e só desci as escadas quando tive a certeza que a maior parte dos convidados, já não estariam em casa. Estava com fome e por isso é que desci. No caminho até à cozinha não encontrei ninguém. A casa estava silenciosa. Comi algo rápido na cozinha e depois decidi fazer o caminho de volta, mas parei quando ouvi alguém a chorar. O som vinha do lado de fora, e do sítio onde eu estava, conseguia ver que era a Esme que estava a chorar. O Carlisle abraçava-a, tentado acalmá-las mas ela ainda chorava.
- Porque é que ele tem de ser tão difícil? – Perguntou ela, entre soluços.
- Não sei, Esme. Ele vai acabar por aceitá-la. Vais ver. Dá-lhe só um tempo. – Disse o Carlisle calmamente para ver se ela parava de chorar.
- Temos sempre de lhe dar um tempo, ele nunca aceita aquilo que eu escolho! – Exclamou ela. – Mas eu não vou ceder, a Alice é nossa filha e vamos ficar com ela, mesmo ele não gostando.
- Eu sei que sim, querida. Nunca pensei o contrário. A Alice é nossa. Pertence à nossa família.
- Mas eu queria tanto que ele a aceitasse. Ele nunca mais vai falar comigo, Carl. – Disse ela com uma voz chorosa.
- Ele já fez isto, outras vezes, Esme. Ele vai perceber o que fez e depois vem pedir-te desculpas. Está bem? – Perguntou o Carlisle, ela apenas respondeu, afirmando com a cabeça. – Não te quero ver a chorar, Esme. – Disse ele beijando a sua testa. A culpa de a Esme estava a chorar era minha e isso baixou as minhas defesas todas, fazendo-me chorar também. Eu estava a magoar a Esme, tudo o que eu menos queria. Subi as escadas a correr, antes que eles viessem para dentro e fui em direção para o meu quarto.
- Alice! – Ouvi o Jasper chamar, mas eu apenas continuei pelo corredor até ao meu quarto. – Alice! – Ouvi antes de entrar no meu quarto. Ele veio atrás de mim e entrou no meu quarto. – Alice, o que foi? – Perguntou ele abrindo os braços para me abraçar. Corri para os braços dele e chorei com a face escondida no seu peito. Ele apenas me acariciava a cabeça. – Shh, Alice! – Ele levou-me para a cama e deitei-me aconchegada a ele, ainda a chorar. – O que se passou, Alice? O que foi? Estás a deixar-me preocupado.
- Eu odeio-o, Jasper! Odeio-o tanto! – Exclamei entre soluços, ainda com o meu rosto escondido.
- Odeias quem, Alice? – Perguntou ele confuso.
- O teu avô. Ele deixou de falar com a Esme por minha causa. – Expliquei.
- Como é que sabes? – Perguntou ele surpreso.
- Ouvi a Esme a chorar e a falar com o Carlisle. – Respondi ainda a chorar. – É melhor eu ir embora. Ir para uma instituição. Assim, ele volta a falar com a Esme e a Esme fica feliz. Eu não a quis magoar, Jasper. Eu não queria. É o melhor ir embora. – Disse entre pequenos soluços.
- Não, Alice, não é o melhor! – Disse ele puxando-me mais para ele. – Achas que a minha mãe irá ficar feliz contigo a ir para uma instituição? Ela irá ficar pior do que já está. Tu és uma filha para ela e vais magoá-la ainda mais se saíres daquela porta para ires para uma instituição, para longe de nós. Se te fores embora, ela não irá suportar. Ela ama-te tanto, Alice.
- Mas eu magoei-a! Eu não devia ter gritado com o teu avô. Só piorei as coisas. – Disse num tom baixo.
- Tu fizeste o que tinha que ser feito. Defendeste-te. Ele não tinha que dizer aquelas coisas para ti. A minha mãe sabe o que se passou e não ficou feliz com o que o meu avô fez. Ela não vai abdicar de ti por ele. Ela só está a chorar porque é pai dela e ela queria que ele tivesse compreendido esta situação toda, como as outras pessoas da família compreenderam. Ela ama-o, tal como todos nós amamos o pai. Apenas isso. A minha mãe supera, ela é forte.
- Mas… - Murmurei.
- Mas nada, Alice. Ela refugiar-se da dor em nós. Já não é a primeira vez que isto acontece. Ela sabe como agir.
- Eu só não queria magoá-la. – Sussurrei.
- Eu sei e tenho a certeza que não a magoaste. – Reconfortou-me ele. Agarrei-me mais a ele e chorei. Sentia a sua mão a percorrer as minhas costas numa tentativa de me acalmar. Estava a dar resultado porque estava a ficar sonolenta. Ele também percebeu isso porque disse: - Dorme, Alice. Eu amo-te, nós todos amamos-te. – Foi a última coisa que ouvi antes de entrar no mundo dos sonhos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem, a festa já acabou (ufffaa) Mas esta festa trouxe algumas consequências como a tristeza da Esme e a culpa da Alice pela Esme estar triste. Estas coisa hao-de se resolver, nos próximos capitulos. Espero que tenham gostado do capitulo. Comentem muito, sim?
Beijinhos
S2