You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 61
The "F" Day!




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Os dias até Sábado não poderiam ter passado mais rápido. É estranho, quando não queremos certas coisas, é quando elas chegam mais depressa a nós. Eles estavam todos entusiasmados com a vinda da família, estavam tão felizes que nunca ousei abrir a boca para dizer como me sentia em relação a isso. Eu notava, que às vezes, a Rose olhava-me preocupada mas nesses momentos, eu tentava sempre disfarçar. Parecia que ela não acreditava muito mas também não me disse mais nada. Na noite de sexta para sábado, não consegui dormir. Andei a noite toda às voltas na cama. De manhã cedo, ouvi, logo, barulho na casa, mas não me levantei. Sabia que a Esme se iria levantar cedo, para deixar tudo perfeito. Ela esteve, ontem, o dia todo a montar o local da festa e a fazer algumas sobremesas. Hoje, ela ainda tinha que fazer mais algumas comidas e receber os convidados que pelo que percebi pela conversa de ontem, iam começar a chegar cedo. Cada um deles iria buscar um familiar ao aeroporto. A família da Esme estava a morar no Canadá e a irmã do Carlisle estava a morar em Londres. Para não falar de alguns primos que vinham doutro sítio qualquer. A família deles era bastante grande e eu perdia-me sempre nos nomes quando eles começavam a falar dela. Não demorou muito para que começasse a ouvir mais movimento dentro da casa, mas, em menos de meia hora, a casa voltou a tornar-se silenciosa. Pressupus que só estava eu e a Esme em casa. Iria aproveitar para lhe dar o meu presente. Levantei-me da cama e fui até lá abaixo com o meu embrulho. Mal cheguei ao piso debaixo, comecei a ouvir a Esme a trautear uma música alegremente. Ela estava feliz! Dirigi-me imediatamente à cozinha, sabia que ela estaria ali.
– Bom dia! – Disse assim que entrei na cozinha. – Parabéns, Esme! – Exclamei abraçando-a e dando-lhe um beijo na bochecha. Ela sorriu abertamente para mim e abraçou-me de volta.
– Obrigada, querida. – Agradeceu ela.
– Tenho uma coisa para ti! – Disse ainda sorrindo.
– Não era preciso, querida.
– Claro que era e nem é nada de especial. – Disse dando-lhe o meu embrulho que era um pouco grande. Ela depositou-o na mesa da cozinha que estava desocupada e começou a desembrulha-lo. Fiquei, nervosamente, à espera que ele percebesse o que era. Assim que ela viu o que era, abriu um sorriso lindo e notei algumas lágrimas presas nos seus olhos.
– É lindo, Alice! – Exclamou ela deslumbrada. Ela continuava a olhar para o quadro que continha o retrato da nossa família. Eu tinha desenhado o retrato da nossa família num pedaço de papel maior e depois mandei emoldurar para dar à Esme. – Vou pendura-lo. – Disse ela indo em direção à sala. Fui atrás dela e vi ela a tirar um quadro que estava pendurado por cima da lareira da sala e de seguida a colocar o quadro que eu lhe tinha dado. Ela ainda o admirou mais uns minutos e depois voltámos para a cozinha. Comi algo e quando terminei voltei para o meu quarto. Voltei a deitar-me na cama, sem vontade nenhuma de me vestir para receber a família toda deles. Mas eu tinha que fazer um esforço e vestir-me e ir lá cumprimenta-los. A Esme iria ficar tão feliz, e eu só queria ver a Esme feliz. Ela fez tanto por mim que eu sentia que estava a ser egoísta por não querer conhecer a família dela. Não era bem não querer mas sim, ter medo de conhecer. A única pessoa que eu conhecia era a mãe do Carlisle que eu considerava uma senhora muito simpática. Mas quando a conheci, nem era namorada do Jasper nem a Esme e o Carlisle eram meus pais adotivos. Ouvi o meu telemóvel a tremer na mesa-de-cabeceira. Peguei nele e vi que a Rose me mandou uma mensagem.


Levanta esse rabo da cama e começa a vestir-te. Estamos a chegar.


Ri-me um pouco com a mensagem dela. Ela conhecia-me demasiado bem para saber que eu estava a fazer ronha na cama para me demorar mais um pouco. Carreguei no botão “responder” e comecei a digitar uma mensagem.


Como sabes que eu estou na cama?

Perguntei só para a irritar. Eu nem sabia o que haveria de vestir, para não falar que não sabia qual a roupa indicada para vestir. Se vestisse algo casual, poderia deixar má impressão mas se vestisse um vestido, poderiam achar que me queria destacar e chamar a atenção. Nunca recebi a família em casa, não sabia como agir perante isto.


Conheço-te demasiado bem, dona Alice. Agora, levanta esse rabo e veste aquele vestido rosa que compraste comigo no outro dia. Vais ficar linda. Estamos mesmo a chegar, por isso, despacha-te.


Mandou-me ela, fazendo-me rir outra vez. O vestido rosa era uma boa opção. Não era muito vistoso porque era simples mas também não era casual. Poderia passar uma boa impressão para a família. Nunca o tinha vestido mas assim que o vi na loja adorei-o e quando o fui experimentar a Rose disse que ficou muito bem em mim.


Já me levantei. Até já.


Respondi assim que me levantei da cama. Pousei o telemóvel na mesa-de-cabeceira e fui até à minha casa de banho para tomar um banho rápido. O banho não foi assim tão rápido, como eu estava à espera. A água quente a escorrer-me pelo corpo relaxava-me e fez-me perceber o quanto eu estava nervosa para o dia de hoje. Assim que sai do banho, dirigi-me para o closet para me vestir. Vesti uma roupa interior clarinha e depois peguei no vestido. Ele ia até acima dos meus joelhos e em vez de ser de alça, fazia manga curta. Mas como não queria assustar toda a gente com as minhas cicatrizes, decidi vestir um casaco de malha num rosa mais escuro que ia até abaixo dos meus seios. Calcei uns sapatos com um pouco de salto do mesmo tom do casaco e deixei o meu cabelo solto que estava grande e com pequenos cachos nas pontas. Para ele não ir demasiado molhado, decidi secar um pouco, o que me fez gastar mais uns minutos do tempo que eu não tinha. Já estava bastante atrasada e não me admirava que a família toda já estivesse lá em baixo. Quando desliguei o secador do cabelo, ouvi o meu telemóvel a vibrar loucamente em cima da minha mesa-de-cabeceira. Tinha algumas mensagens da Rose e dizer para eu vir para baixo e que não podia vir ter comigo porque estava presa em conversas com os familiares. E por fim outra a dizer que já estavam todos lá em baixo. Não respondi a nenhuma mensagem, visto que ia descer agora. Voltei a colocar o telemóvel na mesa-de-cabeceira e saí do quarto. O piso de cima estava silencioso, o que indicava que não estava ninguém aqui, mas ouvia-se uma confusão de vozes vindas do piso debaixo. Respirei profundamente e dirigi-me às escadas.
– Quem é que desenhou este retrato, Esme? – Perguntou uma voz feminina. Estaquei no topo das escadas, mal ouvi a pergunta.
– Foi a Alice. – Respondei a Esme. Podia jurar que ela estava com um sorriso imenso no rosto.
– E quem é a Alice? – Perguntou outra voz mas desta vez masculina.
– Bem, essa é a nossa surpresa. E em falar nela, onde ela está? – Falou agora, o Carlisle. Se eu estava nervosa anteriormente agora estava muito mais. Saberem que eles me acolheram e iam-me adotar era uma surpresa para a família toda, pensava que eles já sabiam.
– Acho que ela ainda não desceu, mãe. – Ouvi a Rose a dizer. – Eu vou busca-la. – Disse.
– Não, deixa estar Rose. Eu vou. – Disse o Jasper de imediato. Ouvi-o a aproximar-se das escadas e depois a subi-las. Encontrou-se de imediato comigo no topo das escadas. Estava um pouco escuro, mas consegui perceber que ele sorria para mim e aquele sorriso transmitia-me segurança. Relaxei um pouco perante isso. – O que a menina faz aqui? – Perguntou ele, abraçando-me pela cintura. – Já está na hora de desceres. – Comentou acariciando a minha bochecha.
– Estou com medo. – Respondi escondendo o meu rosto no seu peito.
– Eu sei que sim. Achas que eu não reparei durante a semana como ficavas quando começávamos a falar sobre a festa de hoje? Mas vai tudo correr bem. A família é bem aberta em relação as essas coisas. Eles vão achar maravilhoso o facto dos meus pais terem-te acolhido. – Explicou ele fazendo carinho nos meus cabelos.
– Vou ter que contar a minha história? – Perguntei num sussurro ainda com o rosto escondido no rosto dele. Ia relaxando aos poucos por causa do carinho que ele fazia.
– Se não quiseres, não, não precisas. – Respondeu ele seguro.
– E se eles perguntarem?
– Se eles perguntarem, dizes que não gostas de falar sobre isso. Se responderes isso, eles não te vão pressionar. E eu vou estar sempre ao teu lado para te ajudar, está bem? – Disse ele carinhosamente.
– Prometes? – Perguntei, pegando na mão dele.
– Sim, prometo! – Respondeu ele beijando de seguida o meu nariz e depois os meus lábios. – Agora, vamos para baixo que os meus pais já devem estar preocupados. – Disse ele descendo uns degraus. Eu fui junto visto que tinha a minha mão na dele e apertava levemente para me dar alguma segurança. À medida que ia descendo as escadas, voltei a ouvir a conversa da Esme com a mulher que perguntou sobre o retrato. O resto das pessoas estavam em conversas paralelas, mas como a mulher e a Esme estavam mais próximas das escadas, era a conversa que eu ouvia com mais clareza.
– Mas ela desenha muito bem, Esme! – Admirou a mesma mulher que agora conseguia vislumbrar. Ela estava de costas para mim mas consegui perceber que era alta, magra e tinha grandes cabelos loiros, do mesmo tom dos do Carlisle.
– Eu sei. Ela já tem um projeto exibido na galeria de artes, em Port Angels. – Disse a Esme orgulhosa. Sorri perante isso. Quando eu e o Jasper acabámos de descer todos os degraus, a Esme reparou na nossa presença e sorriu abertamente para mim.
– Carlie, desculpa interromper a conversa mas vou ali ter com a Alice. Ela acabou de descer. Já a trago para a conheceres. – Disse a Esme para a mulher loira à sua frente. Ela veio na nossa direção e quando chegou ao pé de mim abraçou-me fortemente passando-me ainda mais segurança. – Está tudo bem, querida?- Perguntou preocupada.
– Sim. – Respondi sorrindo. – Só me atrasei um pouco a tomar banho e a vestir-me. – Respondi, o que não era totalmente mentira. Só não queria que ela soubesse que eu me sentia apavorada para conhecer a família.
– Está bem. – Disse ela pouco convencida. – Vamos? Todos estão curiosos para te conhecer. – Comentou ela animada.
– Eles já sabem que vocês me acolheram e querem-me adotar? –Perguntei
– Não, é isso que lhe vamos dizer. – Respondeu ela. Olhei para ela preocupada e ela percebeu o meu olhar. – Só vamos comunicar a novidade, seja qual for a reação deles, a minha decisão e a do Carlisle, não muda, querida! – Disse ela convicta.
– Está bem. – Respondi sorrindo tímido.
– Pronta?
– Acho que sim. – Disse meio insegura. A Esme levou-me até ao meio da sala, onde se encontrava o Carlisle a falar com o senhor já mais de idade. Olhei imediatamente para trás para pedir silenciosamente ao Jasper para vir connosco. Ele percebeu o meu pedido e acompanhou-me a mim e à Esme até ao meio da sala. Assim que o Carlisle me viu, abriu também um sorriso. Cheguei ao pé dele com a Esme e o Jasper e ele deu-me um beijo carinhoso na testa, virando-se de seguida para onde as pessoas se concentravam mais. A sala estava cheia e havia algumas pessoas que deveriam ter a minha idade. Supus ser alguns primos.
– Bem, família! Queremos um pouco da vossa atenção. – Disse o Carlisle num tom mais alto para todos ouvirem. A sala ficou imediatamente em silêncio. – Toda a gente sabe que tínhamos uma surpresa. – Disse ele. Vi algumas pessoas a confirmarem com a cabeça. – Bem, sem mais delongas, queremos apresentar a Alice, a nossa mais nova filha. – Comunicou ele sorrindo ternamente. As várias pessoas passaram a olhar para mim curiosamente, algumas sorriam outras nem tanto mas continuavam todas em silêncio e esse silêncio matava-me por dentro.


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Notas finais do capítulo

Oláa! Desta vez postei a tempo e horas! A partir de agora, espero ser sempre assim! Espero não me atrasar mais, gosto que vocês tenham um capitulo fresquinho todas as semanas :p
Bem, eu não deixei de notar que algumas pessoas deixaram de comentar. Fiquei muito triste em relação a isso. Eu adoro saber as vossas opiniões. Bem, fico à espera dos vossos comentários e não deixem de recomendar a fic *.*
Beijinhos
S2



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