You Have Me escrita por Nyh_Cah
- O que fizeste? – Ouvi gritar. Demorei a perceber quem é que tinha falado. Era o Jasper. O que é que ele fazia aqui? – Alice, o que é que fizeste? Ó meu deus! Mãe, Ellen, chamem uma ambulância! – Gritou ele. Agora, sim, a escuridão estava a apanhar-me. Comecei a ter medo de morrer. O Jasper tirou a camisola dela e rasgou-a ao meio. Depois embrulhou-me os pulsos com os pedaços da camisola. Estava a tentar estancar-me o sangue.
- O que se passou Jasper? – Perguntou a Esme alarmada.
- Não sei, encontrei-a assim. Já chamaram uma ambulância? – Perguntou, preocupado(?).
- Sim, já chamámos. Estão aí a vir. – Respondeu a Esme. Só agora reparei que estava no colo do Jasper. Sentia-me estranhamente bem lá. Sentia-me segura e o medo tinha desaparecido. – Alice, não adormeças, querida. – Disse a Esme.
- Tenho sono… - Disse praticamente sem som, só a mover os lábios.
- Alice, não podes dormir, ok? – Perguntou o Jasper. – Tenta ficar acordada! Tens de sobreviver. – Disse mais como um pedido. – A Ellen? – Perguntou.
- Não está cá. Depois de ter falado com a Alice, saiu fula e foi arejar.
A ambulância chegou nesse momento. Os paramédicos entraram dentro de casa e levaram-me para o hospital. O Jasper veio na ambulância comigo. Os paramédicos na ambulância deram-me algo para eu adormecer. Adormeci ao fim de um bocado.
Quando voltei a acordar, já estava num quarto. Abri os olhos lentamente. O Dr. Cullen estava lá. Ele percebeu que eu tinha acordado.
- Alice. Bom dia. – Disse.
- Bom dia. – Disse num sussurro.
- Dói-te os pulsos? – Perguntou. Neguei com a cabeça. – Porque fizeste isso? – Perguntou confuso.
- Apenas queria adormecer e não voltar a acordar. – Desabafei.
- Porquê? – Perguntou. – Não gostas da instituição?
- Não é propriamente o meu sítio preferido mas não me posso queixar. Odeio a minha vida. – Continuei. – Sei que fiz asneira mas na altura foi o que me pareceu mais acertado. – Disse.
- Suicídio, nunca é o mais acertado. Alice, tu quase morreste de hemorragia. – Disse ele.
- Pelo menos fiz uma coisa bem na vida. – Disse, referindo-me a cortar os pulsos no sítio certo.
- Alice, pára com isso! – Gritou o Dr. Cullen. – O que se passa? Porque estás assim? – Perguntou.
- Só estou farta de estar neste mundo, sozinha. A solidão não é propriamente uma boa companheira.
- O que estás a querer dizer? Tu estás na instituição, não estás sozinha. – Disse ele.
- Eu sou completamente invisível, lá. Mas deixe estar, é o normal e sempre vai ser assim. Não é nenhuma novidade, apenas me fartei de viver assim. – Desabafei.
- Alice… - Começou o Dr. Cullen.
- Não é preciso ter pena. Eu não quero que tenham pena de mim. Apenas queria que alguém, pelo menos uma vez na vida, gostasse de mim e que se importasse comigo.
- Alice, eu preocupo-me contigo. – Disse ele.
- Porque é meu médico e tem essa obrigação. Se eu não desse, aqui entrada, era uma completa estranha para si. – Disse.
- Alice, não é bem assim… - Uma enfermeira entrou, interrompendo o Dr. Cullen.
- Dr. Cullen, tem uma emergência. Precisa de vir já.
- Ok, estou a ir. – Disse para a enfermeira. – Alice, depois falamos. Não faças nenhuma asneira até lá, ok?
- Ok. – Disse.
- Promete. – Pediu.
- Sim, prometo que não faço nenhuma asneira.
- Ok, até logo.
- Até logo. – Despedi-me. Ele saiu do quarto e eu fiquei sozinha. Passei o resto do dia a dormitar. À tarde, uma enfermeira veio dizer-me que eu tinha uma visita.
- Alice, tens uma visita lá fora. – Disse a enfermeira pondo um novo saco com sangue. Eu estava a receber transfusões de sangue, tinha perdido demasiado sangue com o que eu fiz.
- Quem? – Perguntei confusa.
- Não sei o nome. Mas posso deixar entrar? – Perguntou.
- Pode, provavelmente é engano. – Disse.
- Não, não é. Ele pediu para ver-te. Não deve ser engano. – Explicou a enfermeira.
- Ok, mande entrar. – Disse.
A enfermeira saiu do quarto e eu fiquei à espera da misteriosa visita. Não fazia a mínima de quem poderia ser. Não tinha amigos, nem familiares. Bateram à porta.
- Posso entrar? – Perguntou uma voz masculina.
- Pode. – Disse insegura. A voz masculina não me era estranha.
- Estás melhor? – Perguntou o Jasper. A voz masculina pertencia ao Jasper. O que é que ele estava a fazer aqui?
- Estou. – Respondi confusa.
- Deves te estar a perguntar porque é que eu vim aqui. – Disse ele sorrindo de lado. O sorriso dele era lindo. Afirmei com a cabeça. – Apenas quis vir ver de estavas bem. Deixaste-me preocupado.
- Desculpa. Não era minha intenção deixar ninguém preocupado.
- Não faz mal. – Disse. – Alice, porque é que fizeste aquilo? – Perguntou um minutos depois. Olhei para o lado e comecei a brincar com o lençol.
- Apenas odeio a minha vida. – Respondi simplesmente. Ele não me perguntou mais nada depois de eu dar a minha resposta. – Porque é que vieste ao meu quarto, ontem? – Perguntei.
- Encontrei a Ellen, quando entrei na instituição e ela disse-me que tiveste um zero no teste de ontem de matemática e que as tuas notas estavam péssimas. – Boa, agora ele ia pensar que eu era muito burra. – Ela pediu-me para eu te dar explicações e ajudar-te. Eu ia perguntar se tu querias. – Explicou ele.
- Ahh, ok. – Respondi simplesmente.
- E então? Estás disposta a ter explicações comigo? – Perguntou. Não era má ideia, eu precisava de subir as notas.
- Tenho de pagar alguma coisa? – Perguntei. Se fosse a pagar, eu não podia. Não tinha dinheiro nenhum.
- Claro que não. – Disse ele sorrindo.
- Então aceito. – Disse sorrindo um pouco.
- Ok, quando é que queres começar? – Perguntou.
- Já?
- Tens a certeza? Nem consegues escrever.
- Não faz mal. Explicas, só. Eu tenho de começar já, senão dão matéria nova e eu fico perdida.
- Ok. Só vou buscar a mochila ao carro e começamos. Se começar a doer-te os pulsos, ou quiseres parar por estares cansada, avisa. Tu precisas de descansar. – Disse ele.
- Ok. Eu digo.
Ele saiu do quarto e voltou uns minutos depois com a sua mochila da escola. Tirou os livros de matemática e começou a explicar-me a matéria. Com ele, percebia melhor a matéria, ele era um bom explicador. Mas eu já estava a ficar muito cansada.
- Percebeste? – Perguntou depois de explicar uma parte da matéria. Afirmei com a cabeça. – Já estás cansada, não estás? – Perguntou ele simpaticamente. Voltei a afirmar com a cabeça. – Vamos acabar por, hoje, ok?
- Ok. – Disse baixinho. Nesse momento, bateram à porta. Era o Dr. Cullen.
- Jasper? O que fazes aqui? – Perguntou o Dr. Cullen surpreendido.
- Vim ver como estava a Alice e depois acabei por lhe dar explicações de matemática mas ela já está cansada. Ia-me embora para a deixar dormir. – Explicou ele.
- Ok. Também vinha ver como estavas. Tens dores, Alice? – Perguntou o Dr. Cullen. Neguei com a cabeça e a partir daí não me lembro de mais nada, apenas adormeci.
Acordei com uma enfermeira.
- Alice, já está na hora de almoçares. – Informou-me a enfermeira.
- Já é hora de almoço? – Perguntei ainda ensonada.
- Sim. – Respondeu ela, pondo um tabuleiro com comida à minha frente. Comi metade do que havia no prato e depois passei o resto da tarde a ver televisão. Ao fim da tarde, o Dr. Cullen apareceu no meu quarto.
- Boa tarde, Alice. – Disse ele sorrindo.
- Boa tarde. – Cumprimentei.
- Estás bem?
- Sim. – Respondi sinceramente. – Quando é que tenho de sair daqui? – Perguntei.
- Amanhã, se continuares estável, podes sair daqui. – Disse ele. – Não tens tido dores, tens estado bem e já repusemos o sangue que perdeste. Depois só tens de voltar para tirar os pontos. – Informou-me ele. – Vais ficar com cicatrizes… - Disse ele depois.
- Não faz mal, é uma maneira de me lembrar a asneira que fiz e não voltar a repeti-la.
- Ainda bem que aprendeste a lição.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oláa! Estou muito contente com os comentarios! Fico0 muito feliz que estajam a gostar da fic, eu estou a adorar escreve-la! (: Espero que tenham gostado deste capitulo e claro espero os vossos comentários! (:
Beijinhos
S2