You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 28
She Is Much Better




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Alice
Acordei ainda um pouco sonolenta, na manhã seguinte. Senti-me tão bem, aconchegada a Esme. Para não falar que há muito tempo não tinha uma noite tão descansada como esta. Abri os olhos lentamente e vi que a Esme ainda estava a dormir profundamente. Olhei para o relógio e vi que era cedo, então decidi voltar a dormir. Aconcheguei-me mais a ela e fechei os olhos. Como ainda estava sonolenta, não demorou muito para voltar a adormecer.
Quando voltei a acordar, ouvia duas vozes, por isso a Esme já devia estar acordada. Abri os olhos lentamente e deparei-me com a Esme e o Carlisle no quarto. A Esme ainda estava ao meu lado e o Carlisle estava junto à cama.
- Bom dia, querida. – Disse ela dando-me um beijo na bochecha.
- Bom dia, Esme. – Disse sorrindo.
- Dormiste bem? – Perguntou.
- Dormi. – Respondi sendo sincera.
- Ainda bem, querida. – Disse ela acariciando a minha bochecha.
- Carlisle, quando é que eu vou puder sair daqui? – Perguntei-lhe. Ele sorriu ternamente para mim.
- Daqui a uns dias. Foste operada, Alice. – Respondeu ele.
- Está bem. E a Esme? – Perguntei. Não queria ficar sozinha e muito menos deixar a Esme sozinha no hospital.
- A operação da Esme foi mais complicada que a tua e requer maiores cuidados. Ela vai ficar aqui mais tempo que tu, Alice. Quando se opera alguém ao cérebro, não é só o cérebro que se ressente mas sim o corpo inteiro. – Explicou ele. Eu olhei para a Esme e ela tinha um olhar compreensivo no rosto, como se aquilo não lhe importasse. Eu sabia o que era estar no hospital e não queria que a Esme passasse tanto tempo num. A Esme deve ter percebido o meu olhar porque tratou logo de me acalmar.
- Não faz mal, querida. Desde que eu fique bem, não me importo de ficar no hospital. Quero ser totalmente curada para cá não voltar. – Disse ela sorrindo carinhosamente.
- Eu não gosto de hospitais. – Simplesmente constatei. Eles riram-se os dois com o meu comentário.
- Agora, está na hora de vocês comerem. – Disse o Carlisle sorrindo, trazendo um tabuleiro com a comida para as duas. Comemos as duas satisfatoriamente e depois ficámos a falar os três. A meio da manhã, levaram a Esme para fazer alguns exames e eu acabei por ficar sozinha no quarto, mas não por muito tempo. O Jasper acabou por aparecer e ficou lá comigo. O resto dos dias até à minha alta passaram-se assim. Eram um pouco monótonos mas eu até gostava de ficar com a Esme. Ela era sempre tão maternal comigo e estava sempre preocupada se eu estava bem. Acabei por ter alta no dia a seguir a tirarem-me os pontos tanto do braço como da barriga. Nesse tempo, tinha perdido muitas aulas mas o Jasper tem me ajudado e explica-me tudo, por isso, não fiquei atrasada na matéria. No dia a seguir a ter alta, fui para a escola. Fiquei a saber que o Brian e o Mike tinham sido expulsos da escola pelo que me tinham feito e foram para uma casa de correcção, visto que não eram maiores de idade. Fiquei muito mais aliviada. O meu grande medo era, eles voltarem a aleijar-me. O mês e meio seguinte foi óptimo. A Esme ainda não tinha saído do hospital. Tinham havido umas complicações, o que fez com que a submetessem a um tratamento, resultante em mais um mês e meio internada. Eu via que ela estava desejosa de ir para casa, mas ela também queria ficar boa, não queria que houvesse mais problemas. Mas de resto, passou-se muito bem. Eu não podia estar melhor com o Jasper. Ele era sempre tão querido e cavalheiro. Estava sempre a fazer-me surpresas como ir-me levar a jantar fora ou ao cinema. Muitas vezes íamos passear para o centro de Forks, depois das aulas. Outras vezes, íamos para casa dele e ela ajudava-me com a matéria. Eu ainda tinha algumas dificuldades. Também estava muito próxima da Rose. Eu adorava-a e adorava passar tempo com ela. Era sempre muito divertido.
Hoje, era quinta. Não via a hora de chegar ao fim de semana. Eu não gostava de ir à escola.  O despertador tocou, mas eu já estava acordada. Acordei às seis da manhã com um pesadelo. Eu ainda tinha muitos e às vezes já envolviam apenas o Sean. Muitas vezes envolviam a Esme ou o Jasper. E já não era sempre o mesmo pesadelo. Às vezes sonhava que todos me deixavam e eu voltava a ficar sozinha, sentindo um enorme vazio dentro de mim. Esse para mim era um dos piores. Eu não queria que eles me deixassem, eu considerava-os minha família e amava-os como tal. Levantei-me calmamente e fui vestir-me para depois ir tomar o pequeno-almoço. Depois de estar despachada, fui andando até à escola calmamente. Ainda era cedo quando cheguei, por isso, a escola estava um pouco deserta. Fui andando para a minha sala. Tinha desenho. Era a minha disciplina favorita. Ainda não tinha começado a fazer o projecto, eu não sabia o que havia de fazer. Mas todas as aulas, fazia um desenho novo. Eu adorava desenhar. A aula de desenho passou-se rapidamente. Elas passavam sempre rápido. No final da aula tentei outra vez falar com o professor sobre o meu projecto. Eu não saberia o que fazer. Não tinha ideias nenhumas.
- Professor! – Chamei quando me aproximei da sua secretária.
- Sim, Alice?
- Não posso mesmo mudar de palavra. Eu não sei o que fazer com a minha. É muito complicado.
- Alice, desculpa mas não posso mudar a palavra. Se eu te mudasse a palavra, tinha que mudar a toda a gente que também quisesse e o projecto tornava-se mais fácil. Alice, tu és uma das melhores alunas. Nunca vi ninguém desenhar como tu. Os teus desenhos expressam tanto sentimento. Isso é muito difícil de fazer. Ou se nasce com isso, ou não se tem. Eu sei que tu vais conseguir fazer alguma coisa.
- Acredite professor. Happiness é a pior palavra que me poderia ter calhado. É tão estranho para mim, professor. – Expliquei.
- Porque é que é estranho? Pensa no momento em que te sentiste muito feliz, ou então pensa em pessoas que te trazem felicidade, ou em acções. Alguma coisa te traz felicidade. Tu vais conseguir, eu acredito em ti! – Disse ele. Não valia a pena discutir mais. Eu não ia conseguir aquilo que queria. Sai da sala de aula e fui para a próxima. Ia ter matemática com o Jasper, mas ele não apareceu na sala. Nem mesmo quando tocou. Fiquei preocupada, ele não era de faltar às aulas. Os restos das aulas passaram-se lentamente. Nem o Jasper, nem a Rose, nem o Edward vieram à escola. Teria acontecido alguma coisa? Estava a ficar preocupada. As aulas da tarde passaram-se lentamente. Eu queria saber o que tinha acontecido para o Jasper, a Rose e o Edward não terem vindo à escola. Quando as aulas acabaram eu saí da escola o mais rápido possível da escola e fui em direcção à casa do Jasper. Estava a ficar mesmo preocupada.
Em quinze minutos, cheguei lá. Bati à porta e fiquei à espera que viessem atender. Demorou um bocado, mas passados uns minutos a Rose atendeu a porta.
- Alice, o que fazes aqui? – Perguntou ela surpreendida por me ver ali.
- Vocês não foram à escola, fiquei preocupada. – Expliquei. – Mas se quiseres posso me ir embora. – Disse rapidamente. Não gostava de aparecer na casa deles sem avisar. Sem eles saberem que eu ia.
- Não! Entra. Vem, tenho uma surpresa! – Disse ela sorrindo. Ela estava muito feliz. Pelo menos não tinha acontecido nada de mal. – Anda! – Disse ela pegando na minha mão e conduzindo-me até às escadas. Subimos as escadas e entrámos num quarto. Nunca tinha entrado neste quarto. Não sabia de quem era. Entrei com a Rose no quarto e deparei-me com a Esme sentada na cama a falar com o Edward.
- Esme! – Exclamei. Ela tinha saído do hospital. Quando dei por mim, estava ao lado dela na cama, a abraça-la. – Saíste do hospital. – Eu estava muito feliz por ver a Esme em casa. Queria dizer que ela já estava melhor e que estava a recuperar bem.
- Sim, querida. Vim, hoje, de manhã. – Informou ela. – O que vieste aqui fazer? – Perguntou acariciando a minha bochecha.
- Eles não foram à escola e eu fiquei com medo que algo tivesse acontecido. – Respondi meio envergonhada, olhando para baixo.
- Não se passou nada, querida. É que o Carlisle teve que ir trabalhar, hoje, e eles não me quiseram deixar sozinha em casa. O Carlisle vai tirar féria, agora. – Explicou ela. Sorri.
- Estou tão contente pela Esme estar em casa! – Disse sorrindo abertamente e abraçando-a outra vez.
- E tu querida, como estás? – Perguntou ela ternamente.
- Estou bem. – Respondi.
- Como vão as coisas na instituição?
- Normais. – Respondi, mentido. Não queria dizer péssimas. Eu cada vez odiava mais morar ali. A Ellen todos os dias arranjava qualquer coisa para poder gritar comigo. Eu só queria fugir dali. Arranjava sempre alguma coisa para não ir para lá. Ou ficava com o Jasper, ou ficava na biblioteca da escola a estudar até tarde. Ou ia para os jardins. Qualquer coisa menos ficar ali dentro. Agora que vinham os testes, ia ser pior. A Ellen não parava de me ameaçar. Ela não queria que eu tirasse negativas e passava a vida a mandar-me estudar. Eu esforçava-me, muito, mas mesmo assim tinha algumas dificuldades.
- Sim, querida, vou fingir que acredito. – Disse a Esme olhando para mim. Ela sabia que eu estava a mentir. Mas eu não queria falar do assunto. Não queria preocupar a Esme. – Querida, sabes que podes dizer a verdade. – Disse ela acariciando a minha bochecha.
- Eu sei, mas não vale a pensa. – Respondi olhando para a paisagem que a janela emoldurava. A Esme não insistiu mais, eu agradeci mentalmente por isso. – O Jasper? – Perguntei. Ainda não o tinha visto. Ele não estava aqui no quarto.
- Está no quarto dele a fazer qualquer coisa. – Respondeu a Rose.
- Posso ir lá ter com ele? – Perguntei meio envergonhada.
- Claro que podes, querida. – Respondeu a Esme
- Obrigada. – Agradeci levantando-me da cama. Saí do quarto da Esme e fui em direcção quarto do Jasper. Bati levemente à porta e fiquei à espera que ele respondesse.
- Entre. – Ouvi ele dizer. Abri a porta e entrei lentamente. Ele estava em tronco nu, apenas com umas calças a enxugar o cabelo. Deve ter acabado de sair do banho.
- Olá. – Disse envergonhada. Ele era lindo.
- Olá! – Disse ele puxando-me para um abraço. – Como estás? – Perguntou ele carinhosamente.
- Bem e tu? – Perguntei ainda com o meu rosto aconchegado no seu peito.
- Também. – Disse ele sorrindo abertamente. Ele estava feliz por ter a mãe em casa, eu conseguia perceber isso. – Desculpa não te ter avisado que não ia. Só soube hoje de manhã que a minha mãe vinha para casa.
- Não faz mal. Eu compreendo. – Disse sorrindo. Ele também sorriu para mim e acabou por unir os nossos lábios num beijo terno. Eu amava-o tanto. Tinha tanta sorte em tê-lo. Ele foi umas das melhores coisas que me aconteceu na minha vida toda. Às vezes tinha medo de que tudo fosse apenas um sonho e eu tivesse que acordar a qualquer momento.
- Como correu a escola? – Perguntou. Ele ainda tinha medo que algo me acontecesse na escola. Ele queria ir bater no Brian e no Mike enquanto eu estava no hospital. Só que a Rose o impediu, dizendo que não valia a pena e depois arrastou-o até ao hospital para ele se acalmar. Ela dizia que ele se acalmava quando estava comigo. Ele não me contou nada, foi a Rose que o fez e depois eu conversei com ele e pedi-lhe para ele não fazer nada. Eu tinha medo que ele acabasse por sair aleijado no final. Ele concordou comigo e nunca mais falámos no assunto, nem no Mike e no Brian.
- O normal. – Respondi. Ele sabia que eu não gostava da escola.
- Vamos para baixo? Estou com fome. – Disse ele. Ri-me.
- Está bem. – Ele pegou na minha mão e conduziu-me até à cozinha, onde estava a Rose com o Emmet a comer. Nem tinha dado pelo Emmet chegar. O Jasper também preparou algo e começou a comer. O Emmet praticamente devorou a comida que eles tinham na dispensa. A Rose teve que o chamar à razão. Não sei onde ele tinha tanto espaço para armazenar a comida, devia ter um estômago enorme. Depois de comermos, fomos os quatro para a sala e passámos um resto de tarde divertido. Estava a passar uma comédia na televisão e ficámos a vê-la. Eu sentia-me sempre bem quando estava com eles. Sentia sempre algo que desde que nasci nunca sentira. Eu não sabia bem o que era, mas desconfiava. Desconfiava de ser felicidade. Era um sentimento caloroso que me preenchia. Fazia sentir-me completa e plena. Isso acontecia sempre que eu estava com eles. Quando eu ia para a instituição, esse sentimento caloroso desaparecia e dava lugar a um sentimento gélido que fazia abrir alguns remendos do meu coração. 
Ao fim da tarde, acabei por ir embora, contrariando o meu coração. Mas o meu cérebro sabia que tinha que ir para a instituição para não ouvir a Ellen gritar comigo. Despedi-me de todos e fui a pé até à instituição. Jantei sozinha como sempre e tive sorte de não encontrar a Ellen. Mal acabei de jantar fui até ao meu quarto. Eu tinha o papel a dizer Happiness em cima da minha secretária. Nesse momento, ao ver a palavra escrita naquele papel e ainda sentindo um pouco daquele sentimento que eu tanto gostava, eu sabia o que havia de fazer para o meu projecto final para a aula de desenho. Sabia-o perfeitamente. Peguei numa grande folha em branco e pus-me a desenhar. Claro que não ia ficar acabado aquela noite, mas ia começar e dentro do meu coração eu sabia que o que ia desenhar era o certo, que o que ia desenhar era a minha felicidade. Nunca tive tanta certeza na minha vida.
Quando o sono começou a vencer, larguei o lápis e deixei a folha com o meu projecto em cima da minha secretária. Vesti o pijama, já muito sonolenta e deitei-me. Acabando por cair na confusão que era o meu sono.


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Notas finais do capítulo

Oláa! Tudo bem? Espero que sim. Bem, mais um capitulo! (: (: Espero que tenham gostado e que continuem a comentar! Até ao próximo capitulo!BeijinhosS2