Vida Cruzada escrita por Razi


Capítulo 5
Noitada


Notas iniciais do capítulo

Nos encontramos nas notas finais...



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Entro na cozinha encontrando Allan terminando o jantar.

-Se a comida estiver como o cheiro...

-Fica quieta – ele me recrimina virando-se para mim – Li o mangá mais cedo.

-Gostou? – indago fazendo desenhos na mesa.

-O carinha de cabelo laranja é bacana – ele diz jogando pra mim uma maça – Precisa ingerir outra coisa além de refrigerante e café.

-Papai que pediu? – conjeturo dando uma mordida na fruta.

-Ambos – ele diz passando a mão no cabelo – Vou tomar banho antes que eles cheguem.

-Ainda temos tempo de contratar um assassino – o provoco recebendo um olhar reprovador – Vai logo.

Ele sai da cozinha enquanto vou para a sala assistir alguma coisa ou mesmo ler, menos estudar.

Passo o dia inteiro, o ano completamente no colégio. É mais que o suficiente, além do que é fato que os brasileiros são inteligentes, não tanto quanto os japoneses, mas minhas notas são boas, razoáveis se forem comparadas com a de Hana ou de Allan, que não sei como conseguem tirar notas tão altas.

Sinto-me inferior nesse quesito em relação á eles.

A campainha ressoa retirando-me de meus devaneios.

Vou abrir a porta dando de cara com um rapaz de cabelo azulado cortado em todas as direções possíveis, os olhos negros na pele alva do corpo magro e meio alto.

-Tora – digo surpresa, o nome dele ser o mesmo de um personagem que odeio é apenas Karma.

Ele deixa um sorriso escapar de seus lábios enquanto seus olhos adentram a casa.

-Allan-san não vai se importar se te roubar dele – ele diz na sua voz suave que adoro.

-Imagina – dou passagem pra ele – Fica a vontade. Pra onde iremos?
-Passear um pouco – ele responde numa nota misteriosa.

Mordo meu lábio inferior indo para o meu quarto trocar de roupa.

Ele é minha salvação.

-Eu posso te trancafiar aqui – Allan ameaça entrando no meu quarto enquanto coloca uma regata – Uma blusa mais composta seria uma boa idéia.

O olho sugestiva enquanto ele cruza os braços.

-Sabe que não Possi dispensá-lo – argumento colocando um casaco cinza – Está satisfeito?

-Menos mal – ele diz carrancudo – Você vai ter que arrumar algo para compensar.

-Mesmo? – indago sarcástica – Me arrastar para Housen não é o suficiente?

-Isso não conta – ele retruca dando depois um suspiro – Tudo bem, mas quero que esteja cedo em casa.

-Claro – dou-lhe um beijo na bochecha – Bom jantar.

Ele forma uma carranca enquanto dou-lhe um sorriso antes de sair rumo à sala encontrando Tora já se levantando para vir ao meu encontro com um meio sorriso.

-Cadê Allan-san? – ele pergunta quando íamos para a porta.

-Preparando o jantar respondo puxando-o de uma vez para fora.

Detesto esses sufixos e o pior que os ouço com uma freqüência exorbitante, me dando nos nervos.

Afinal de contas, eles fazem parte da etiqueta da educação japonesa e como eu queria que não estivessem.

Pegamos o metrô conversando sobre nossos dias.

Isso é tedioso e enfadonho, mas é melhor que ele não tocar no assunto Housen. A mãe da Hana não era a única que estava em desacordo com minha transferência para a escola.

Só que tinham que compreender que era melhor ficar perto do meu irmão para evitar que se metesse em encrencas.

Por que ele não continuava na mesma escola?

Tinhas as brigas que tanto queria. Soube que Housen possui alunos violentos até a última célula do corpo, me dava sempre arrepio pensar nisso.

-Kath-chan – Tora me chama – Tudo bem?

Estaria se não me chamasse desse jeito”

-Claro – digo com um leve sorriso – Vi me dizer agora pra onde vamos?

-Cinema – ele responde erguendo-se – Vem.

Descemos na estação que não consegui identificar, mas logo me situei quando saímos. Deparando com a iluminação dos prédios, o trânsito turbulento, as pessoas nos mais diversos estilos.

Estávamos no centro de Nagoya.

-Vamos – Tora diz me puxando pelo pulso.

Meus fios esvoaçam levemente enquanto lhe dou um sorriso.

Tinha que reconhecer que ele me entretinha com sua presença, mesmo que fizesse coisas que me deixavam tentada a sufocá-lo.

Que bom pensamento que uma namorada tem para seu parceiro.

Enquanto Tora foi comprar nossos ingressos, compro um cappuccino pra mim, já que ele nem em sonho compra.

Não que seja pão-duro ou liso, mas não é fã que tome café freqüentemente ou mesmo refrigerante.

Uma tragédia.

Ele logo retorna quando viu que estava me embebedando em cafeína lança um olhar recriminador que finjo não notar.

-O filme começa só daqui á 15 minutos – ele me informa sentando na minha frente – Tem algum lugar que queira ir?
-Estou bem aqui – respondo sugando um pouco mais de café pelo canudo.

Passamos os 15 minutos falando pouco, na verdade, interagindo pouco já que deixei que ele falasse, não estava a fim de conversa depois de verificar o filme romântico que escolheu.

Não tinha nada contra, só que o titulo me faz acreditar que será uma melosidade sem tamanho, tendo em conta que terei vontade de dormir.

Se prestei alguma atenção no filme foi mínima, já que de cinco em cinco minutos Tora me beijava fazendo agora os músculos da minha boca estarem doloridos.

-Boa-noite – ele me deseja quando ficamos na porta de minha casa – Sonhe comigo.

“Vou dispensar a oferta”

Dou-lhe um sorriso antes de entrar em casa indo desabar depois no sofá fechando meus olhos.

-Ele acabou com você – ouço Allan comentar com certo riso na voz.

-É bom saber que meu irmão adora ver a tortura da irmã – satirizo sem mudar de posição.

Ele bagunça meu cabelo, fazendo-me olhá-lo irritada enquanto ria, mas que toma logo depois uma expressão séria.

-Não quer mais namorar ele não é? – ele conjetura olhando pra frente.

Paro de arrumar meu cabelo para encará-lo.

-Já se entediou? – ele indaga voltando-se para mim.

Olho para minhas mãos.

-Talvez – murmuro mordendo o lábio inferior – Tora é agradável, divertido, muito protetor e...

-Você não gosta dele – ele me corta solene – Não está apaixonada por ele, Katherine.

Franzo minha testa encarando-o que mostra um amplo sorriso.

-Sou seu irmão – ele continua – E quero um cunhado menos tediante.

Sorrio fracamente colocando uma mecha no lugar, encosto minha cabeça em seu ombro.

-Ele te chamou de Kath-san? – ele indaga curioso.

-Não me lembre disso – o repreendo – Ainda tinha o fato que não parava de me beijar no filme, chocante...

-Quer que eu o soque um pouco? – ele sugere com prazer na voz.

-Não quero problemas – digo séria – E Allan...

-Hum?

-Nunca te perguntei isso – começo envergonhada – Por que mandou que o Hajime lutasse comigo?

Ele respira fundo enquanto seu braço afaga o meu, como se quisesse aquecê-lo.

-Eu não queria brigar com ele – Allan respondeu por fim – Sabia que ficaria irritada por brigar, mas tinha certeza de que não perderia. Na verdade, não queria que perdesse.

-Só que eu poderia ter perdido – insisto – Ouvia que vocês eram uns monstros, os garotos tremiam apenas de ficar na presença de vocês.

Ele dá uma risada musical.

-Por que quer ir a Housen? – pergunto lentamente.

-Se conseguir dominá-la, estarei no mesmo nível, não, poderei bater de frente com ele – ele respondeu solene.

-Ele? – sibilo me afastando para encará-lo.

-Hora de ir pra cama – ele informa levantando-se.

-Quem é “ele”? – pergunto cruzando os braços.

-Ninguém para se importar – ele respondeu seco – Tem que dormir cedo, Kath.

Faço uma careta, mas cumpro seu pedido.

Apesar de ficar cogitando de quem é que ele poderia estar falando...


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Notas finais do capítulo

Bem, vou reforçar uma coisa que Katherine falou por alto.
Brasileiros são menos inteligentes que os japoneses.
Foi feita uma pesquisa onde estão os 10 países mais inteligentes do mundo.
Quem fez foi Richard Lynn, que trata-se de ser o maior especialista em etnias e inteligência do mundo.
Primeiramente, quem não sabe QI trata-se de quociente de inteligência que é diferente de conhecimento. Além do que a média trata-se de 100, agora chutem a média do brasileiro?
Posso colocar o top 10 dos países, mas apenas os cinco primeiros me parece uma boa.
1ºCoréia do Sul = 106
2ºJapão = 105
3ºTaiwan = 104
4ºCingapura = 103
5ºAustria = 102

Até o final do ano aprendo coreano.
:P
Agora onde o Brasil fica?
A 40º posição está de bom tamanho?
E o QI médio de 90?
Nova informação, E.U.A não está entre os dez primeiros não.
Enfim deixo a pergunta, quanto é o seu QI?