Estrela Cadente escrita por Bellsmarti


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Tentei postar em um cap.só,, mas não deu, então vou dividir em quantos der.

Nos vemos lá embaixo.



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Desejo impossível

Olha só? Este aqui tem meu nome? – Falava Erick com os olhinhos brilhando.

- E este tem o meu! – Gritou James

- Calma, calma, fedelhos, aí tem presentes para todos. – Dizia Alice com um grande sorriso nos lábios e um brilho luminoso nos olhos.

De repente Alice desapareceu no meio de todas aquelas crianças. Através de uma brecha pude ver que estava sentada de frente para a Árvore de Natal e tirava vários pacotes coloridos de dentro de uma grande caixa de papelão e os colocava ao pé da árvore.

- Tia Bella, alguém gritou, tem um aqui prá você também! Vem aqui abrir.

- Ninguém vai abrir nada agora, precisamos esperar até meia-noite. – Disse Alice arrancando o pacote da mão do garoto.

Eu estava feliz pelas crianças. Mas se alguém me dissesse que eu Isabella Marie Swan, a maior patricinha da face da terra, um dia estaria passando um Natal com seus amigos em um orfanato no meio de crianças barulhentas, que não usavam roupas de marca, mas incrivelmente feliz, eu diria que estava louca, que precisava ser internada imediatamente em um hospício e a chave ser jogada fora. Caso perdido, sem solução.

Olhei novamente para aquele bolo de crianças em volta de Alice e percebi que Emmet havia se juntado a ela e Bill já estava pendurado em seu pescoço, agora sim a criancice ia começar. Emmet decididamente não era normal, e depois que começou a freqüentar o orfanato irmã Victoria tinha trabalho em dobro, ele aprontava mais que todas as crianças juntas.

Olhei em volta, a decoração de Natal estava linda, graças as doações que conseguimos. Uma vela em cada canto da sala exalava um perfume suave no ambiente, competindo com o aroma que vinha da cozinha do peru de Natal que estava assando, com certeza a ceia daquele ano seria inesquecível para todos só não seria mais feliz porque alguém não estaria lá, e tudo por minha culpa.

Olhei para o céu iluminado de Forks, naquela noite excepcionalmente estava aberto, quase sem nuvens, uma estrela cadente cruzou o céu, fechei os olhos e desejei o impossível, que ele estivesse ali, a distância entre eu e meu pedido era enorme e sabia que não podia ser realizado.  

Atacada por dois monstros

  06 meses antes

- Mais que droga, onde é que fui me meter, que lugar é este? E ainda aquele imbecil do taxista me deixou na rua errada.

Olhei de novo o endereço que constava no papel. Isso lá era nome de Rua? Dr. Maneco do Beco, nº 197 – Lar Santo Antonio.  Eu estava totalmente perdida. A calçada esburacada estava acabando com meu salto. Já estava  pensando em pedir demissão antes mesmo de começar meu estágio, imagine ter que ir aquele lugar horroroso que ficava a quase duas horas de minha casa.

Continuei andando sem rumo, quem sabe apareceria alguma criatura que conhecesse o lugar que procurava. Estava tão distraída que não vi aquela coisa pulando em cima de mim e quando percebi já estava no chão.

- Aí que nojo! Tira esse monstro de cima de mim. – Ele lambia meu pescoço, e balançava um rabo enorme. Alguém chegou correndo e agarrou o animal pela barriga puxando ele para trás, ficou nessa luta durantes alguns minutos.

- Sai daí Cler, seja boazinha. Olha só o que fez com a moça. – Finalmente aquele monstro saiu de cima de mim e eu consegui me levantar.

- Minha nossa! De onde saiu esse animal!? Olha só minha calça branca toda suja das patas desse vira lata imundo e pulguento! – Eu passava as mãos pela minha traseira e pelas minhas pernas, mas não adiantava nada.

- Ei dona, ele não é imundo não e nunca teve pulga nenhuma, ontem mesmo dei um bom banho nele, pode cheirar se quiser. – Eu olhava para o garoto sem acreditar no que estava ouvindo.

- Imagina que eu vou cheirar essa coisa. Deus me livre, nem que fosse de raça, eu odeio pelos!!!

Me viro para ir embora, e vejo um rapaz correndo em nossa direção, fico até alegre por ver alguém que talvez conhecesse o lugar que procurava, começo a andar até ele, mas quando percebo o cão dos inferno passa no meio de minhas pernas e eu saio tropicando até me esborrachar no chão novamente junto com o animal. O rapaz para em minha frente e mesmo sem fôlego desembesta a rir.  Tento me levantar, já que aquele infeliz mal educado nem sequer oferece ajuda, me apoio no salto que sente a pressão e se quebra ao meio.      

- Mas que droga, olha só o salto quebrado! – Me levanto e fico com um pé mais alto que o outro meio desequilibrada e encaro os dois, os olhos soltando fogo, que param imediatamente de rir, mas apertando os lábios como uma forma de se conter.

- Onde está a graça? Olha só minha roupa e meus sapatos? Vou processar os dois por isso, entenderam? Se é que conhecem o significado dessa palavra. 

Eles desabam novamente no riso. Me aproximo do garoto mais novo, que deve ter uns nove anos, pego seu braço e fico chacoalhando enquanto falo.

- A culpa é toda sua seu pirralho, que não segurou aquele cão sarnento.

- Cadela.

- Do que me chamou?

- Eu não te chamei de nada, só disse que não é ele é ela, uma cadela e largue o garoto. – Falou o mais velho parando imediatamente de rir.

- Não largo! – Olho para o menino e digo. - Me leve até sua mãe! Preciso ter uma conversinha com ela. – Ele olha para o outro rapaz.

- Eu sou o responsável por ele, e se quiser dizer alguma coisa, pode falar comigo mesmo!

- Com você? Hahahaha! Sessão piada? Faça-me o favor! Quer enganar quem? Pensa que sou idiota? – Eu ainda segurava o braço do menino. Ouço o barulho de uma sirene e vejo uma viatura parar bem à nossa frente. Dou uma risada para os dois.

- Agora vamos ver quem vai rir. – Digo cheia de convencimento. Os dois ficam me encarando sem dizer nada, aguardando o guarda se aproximar.

- O que está acontecendo aqui? – Pergunta olhando para minha mão ainda segurando o braço do menino.

- Que bom que chegou seu guarda, este garoto e seu cachorro vira-lata pulguento, me derrubaram no chão, sujaram toda minha roupa e ainda debocharam de mim, talvez seja um trombadinha ou sei lá o que, por isso quero registrar uma queixa contra estes dois.

- Não quer registrar queixa contra o cachorro também senhorita?

- O Sr. está brincando comigo! Não acredita no que contei?

- Claro que acredito, mas gostaria de ouvir o outro lado também se não se importa. – Levanto os braços, dizendo para que prossiga.

- Edward, James, podem me contar sua versão. – Abri a boca, mas a fechei no mesmo instante, aquele guarda era amigo deles. Essa não!

- Foi como ela disse Charlie, a Clair pulou em cima dela, você sabe a atração que ela tem por perfumes, ela sente o cheiro a quadras de distância e aí ninguém segura e do jeito que ela saiu em disparada, esse deve ser dos bons. Quando James chegou já estava esborrachada no chão sendo lambida todinha. – O guarda fez menção de rir, mas ao ver minha cara se conteve, pelo visto esta não era a primeira vez que acontecia. Mas eu não ia deixar essa história barato.

- Muito bem seu guarda, já que eles confessaram, gostaria que providenciasse a minha queixa. - O tal do Edward arregalou os olhos e veio para o meu lado.

- Você está falando sério vai fazer uma queixa contra uma cadela?

- Acho que não entendeu, seu tico e teco devem ser retardados, não estou fazendo uma queixa contra esse animal, seu animal, mas sim contra vocês dois que não sabem cuidar de um cachorro.

- Cadela já disse, e eu não sou retardado, você que é uma patricinha mimada, que ficou irritadinha só por que sujou sua roupa de Barbie. Aliás, onde pensa que está indo, em uma festa, para vir até aqui vestida assim?

- Onde estou indo não te interessa, seu idiota, mal criado e nada cavalheiro, que não teve capacidade sequer de ajudar uma dama a se levantar do chão. E não estou indo a festa nenhuma é assim que eu me visto todos os dias. – Dei uma olhada para ele de cima abaixo, e o encarei novamente.

- Dama, onde está à dama, não vejo nenhuma por aqui, só uma barraqueira.

- Seu monstro nojento!!

- Sua, sua riquinha metida e histérica.

- Seu palerma, verme repulsivo.

- Já chega os dois! – Gritou o guarda - A Srta. quer mesmo prestar queixa?

- Quero sim, agora mais do que nunca. – O encarei, meus olhos soltavam faíscas.

- Então teremos que ir todos para a delegacia.

- Delegacia? Mas não dá simplesmente para preencher o formulário aqui mesmo? Eu tenho um compromisso aqui perto e já estou atrasada.

- Sinto muito Srta., se quiser fazer a queixa vai ter que ser na delegacia. Olhei em minha volta, de onde apareceu tanta gente assim, se a poucos instantes atrás não tinha uma alma sequer para me dar uma informação?

Olhei para a cara de deboche do tal Edward, se ele estava pensando que ia ficar livre dessa estava muito enganado.

Edward fez questão de sentar na minha frente, e eu estava ficando irritada com aquele sorrisinho cínico dele. Olhando bem, até que era bem bonitinho, aquela boca, aquele sorriso e aqueles olhos verdes eram demais, mas não valia a pena qualquer paquera, ainda mais que devia morar naquele lugar horroroso, eca! to fora!.

Quando sai da delegacia pensei que estava sonhando, aquele guardinha de meia tigela disse para o delegado que eu tinha maltratado o menino, e por azar meu, as marcas dos meus dedos ainda estavam em seu braço, então determinou que eu cumprisse 06 meses de trabalhos à comunidade, dois dias por semana, e vejam só que coincidência, no Lar Santo Antonio. Mas isso não ia ficar assim, falaria com meu pai e ele tinha que dar um jeito de me tirar dessa, nunca mais ia pisar naquele lugar.

Meu pai não me ajudou em nada e, além disso, ainda achou bom. Eu só queria me enfiar num buraco e me enterrar viva.

Lar Santo Antonio

Entrei na casa onde se lia no letreiro Lar Santo Antonio, fui recebia em primeira mão pela cadela, e logo atrás uma senhora de meia idade veio sorrindo até mim e se apresentou como sendo irmã Victoria já me levando para dentro e me apresentando a todas as crianças, logo reconheci o garoto daquele dia, que veio correndo me cumprimentar. 

- Agora vamos, até a cozinha que estou preparando o almoço para essa garotada, e você pode ajudar.  Segui atrás dela. – Qual é o seu nome minha jovem? – Perguntou.

- Isabe..... – Parei no meio da palavra quando vi Edward no meio da cozinha mexendo em uma das panelas.

- Acho que já se conhecem, não? Edward vai lhe ensinar o que deve fazer, ele é um ótimo cozinheiro sabia? Esta semana ficará conosco, pois está de férias, é uma pena que a partir da semana que vem poderá vir apenas um dia, todos gostam muito dele aqui. Como disse mesmo que se chama?

- Isabella, mas pode me chamar de Bella. Porque do relatório, pensei. 

- Pena que a cara não faz jus ao nome. – Falou baixinho, mas nem tanto que eu não pudesse ouvir. Isso não vai ficar assim, pensei comigo, vai ter troco.

Olho por Olho

Madre Victória era muito paciente mesmo, e sempre tentava amenizar a situação quando se complicava. Como daquela vez que eu despejei a jarra inteirinha de suco de laranja em cima dele, só porque disse que a espremeção de laranja estava criando calos em minhas mãos, e ele me chamou de burra e que tinha que voltar para o primeiro ano de escola. Ou quando ele colocou molho de tomate em minha cadeira e eu avancei em cima dele agarrando seus cabelos e arrancando um belo de um chumaço, ou aquela vez que jogou perfume em meus sapatos e Clair os arrastou pela casa inteira e depois os destruiu com aqueles dentes enormes e tive que voltar pra casa de sandálias havaianas do James que calçava o mesmo número que eu.

Eu não deixava nada barato, como dizem olho por olho, dente por dente, me vinguei colocando laxante em seu suco e ficou a tarde inteira trancado no banheiro, ou quando fiz uma bela de uma maquiagem em seu rosto, pó, batom, blush e uma pintinha preta do lado de seu lábio direito, todos riram muito naquele dia, tiramos até fotos, que ficou pendurada no quadro por vários dias,  ele ficou tão irritado que pensei que ia me bater.

Os dois primeiros meses foram assim, os piores, um inferno, a coisa melhorou um pouco quando Jacob Black ficou doente e precisou ser internado. Edward passou todas as noites no hospital ao lado dele, já que a irmã Victoria precisava cuidar das crianças. Eu também passava pelo hospital quase todas as tardes depois do expediente, e demos uma trégua nesse período.

Ele me contou sobre seu trabalho, como havia conhecido a irmã Victoria, como gostava das crianças e que já fazia quase dois anos que ele era voluntário. Eu também contei sobre como sempre quis ser Assistente Social, mas que não havia pensado que seria daquele jeito, que minha realidade era outra muito distante daquela e que só agora eu percebia o quanto estava iludida, mas não arrependida, do que mais gostava de minhas amigas, meus pais, e como já tinha também me apegado àquelas crianças do orfanato, inclusive da Clair. Eu me sentia bem conversando com ele, fácil, e às vezes quando nossos olhos se encontravam rolava um clima que não sabia explicar.  Uma vontade de que fosse sempre assim, de estar junto dele.    

Depois de duas semanas Jacob saiu do hospital e fizemos uma festa com direito a bolo, refrigerantes, faixas e música, toda a vizinhança estava lá. Já era final de tarde quando todos foram embora, as crianças se dispersaram madre Victoria pediu licença dizendo que ia descansar um pouco. Comecei a recolher a bagunça da sala, quando ouço uma música suave tocando.

- Me concede esta dança senhorita? – Olhei para ele surpresa. Ele se aproxima mais e leva suas mãos em minha cintura me puxando para mais perto dele, coloco as minhas em volta de seu pescoço, sinto meu coração disparar, um formigamento estranho, encosta seu rosto no meu, sinto seu perfume e seu hálito quente e doce em minha face, mas tenho a impressão que está respirando com dificuldade e percebo que eu também. Fecho os olhos e procuro apenas apreciar aquele momento. A música termina, mas no mesmo instante começa a tocar novamente.

- Coloquei em repetir, se importa? – Disse baixinho. Apenas balancei a cabeça negativamente. Às vezes deslizava suas mãos por minhas costas e senti um desejo imenso que ele me apertasse mais e me beijasse. Acho que leu meus pensamentos. Percebo quando afasta seu rosto do meu e quando abro os olhos, me deparo com aqueles grandes olhos verdes me encarando e um leve sorriso em seus lábios, que vão se aproximando dos meus, e no instante seguinte estamos nos beijando, a princípio muito calmo que aos poucos vai aumentando de intensidade, paramos para respirar e retomamos o beijo.

A música havia terminado e começara de novo quando James, Jacob, Mike e Clair, entram correndo na sala parando imediatamente ao ver a cena e estragando o nosso momento, e como que por instinto nos separamos imediatamente, ficando os dois sem graça por sermos pegos em flagrante.


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Notas finais do capítulo

Olá queridas amigas leitoras.

Eu participei do concurso Christmas Contest, no Twilight Brasil Fanfics com esta esta fic.

Eu adorei escrever ela, eu me inspirei em uma outra que estou escrevendo, por isto resolvi posta-la também aqui no Nyah.

De qualquer forma me surpreendi em minha classificação pois haviam muitas concorrendo, e o sétimo lugar foi uma surpresa, pois não esperava tanto, já que faz pouco tempo que comecei a escrever, isto me dá animo para continuar escrevendo e melhorar cada vez mais.

Espero que gostem desta história tanto quanto eu gostei de escreve-la.

Um grande beijo a todas.

*Bells*



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