Fugindo da Fama escrita por meglois


Capítulo 6
Naruto


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Sasuke

Saímos do apartamento, e Sakura desceu as escadas pelo corrimão, como uma criança. Olhei-a de modo curioso, e ela corou e sorriu:

_Não seja careta e finja que eu não tive infância, tá? – ela mostrou a língua, e nós dois rimos.

No andar de baixo, os carregadores ainda traziam coisas para dentro. Sofás, mesas, cama, armários e caixas de papelão, tudo espalhado pelo chão, tomando parte do pequeno espaço do corredor.

_Eu gostaria conhecer os seus novos vizinhos... – comentou Sakura, espiando para dentro do apartamento.

_É, eu também. – concordei.

_Na volta podemos conversar com eles?

_Não. – recusei, fazendo sinal negativo com a cabeça.

_Ah, vai! Por favor, Sasukezinho? – Sakura fez cara manhosa.

_Que história é essa de Sasukezinho? Você me faz parecer uma criança, Sakura. – falei, já quase recusando novamente, mas Sakura se ajoelhou, ainda fazendo cara pidonha. – Tá, que seja.

Por que eu sempre acabo cedendo? Eu definitivamente não sou assim! Ou não era, sei lá.

Sakura soltou uma exclamação de felicidade, e pegou minha mão, me puxando para fora do prédio. Na rua novamente, acabamos sentando em um banco.

_E agora? Quantos ônibus nós temos que pegar para ir para o centro da cidade? – perguntou ela, arrumando o chapéu e soltando minha mão, que formigou. Argh.

_Talvez a gente não precise usar o metrô, nem ônibus nenhum. – falei, lembrando do meu carro. – Você se importa de esperar por um minuto?

_Por que? – Sakura franziu a testa.

_Vou ligar para alguém trazer meu carro. – expliquei.

_Você tem um carro? Então por que estava usando o metrô ontem?

_A gasolina acabou. Bem no meio da 5ª Avenida.

_Ah, entendi. Tudo bem, eu espero. – concordou ela.

Eu peguei o celular, e pensei em para quem deveria ligar. Pensei em meu irmão, mas estava fora de cogitação. Também pensei em algumas outras pessoas, mas nenhuma delas conseguiria me ajudar. A melhor opção que achei, foi meu melhor amigo (segundo ele mesmo): Naruto.

Disquei o número, que atendeu no 2º toque.

_Alô? – gritou ele, do outro lado da linha.

_Dobe.

_Sasukeeee! Quanto tempo, teme! Já largou aquele emprego ridículo que você tinha? – perguntou Naruto. Ouvi Sakura dar uma risadinha.

_Hm... Sim.

_Aleluia, viu! Já não aguentava mais você sempre trabalhando, e quando a gente conversava, você sempre reclamava de... – Naruto ia falando, e eu tampei a parte de onde saia o som, para que Sakura não ouvisse nada... feio.

_Escuta, dobe. Eu preciso de um favor.

_Ih, cara. Eu estou aqui no trabalho, tenho que pegar a papelada que a Hinata se não ela acaba comigo!

_Você está perto do seu trabalho? Melhor ainda!

_Ahn?

_Você está de carro?

_Não... O carro está na oficina, a Temari apareceu aqui em casa de novo, para levar a Hinata no shopping... Gastaram meu salário inteiro em coisas para bebê, cara!

_Espero que o carro ainda esteja inteiro. – falei, lembrando do jeito da Temari.

_Hehehe. O pára-choque ficou intacto! – riu ele. Sakura riu também.

_Então, você pode me fazer um favor?

_Depende... Fala aí, do que você precisa?

_O meu carro está estacionado a umas duas quadras daí. A chave está na ignição, e eu sei que você consegue destrancar o carro sem nem fazer esforço. Pode trazê-lo aqui na minha casa para mim? – pedi.

_Heh! Claro, teme! Mas vou demorar um pouco, tenho que dar uma passadinha no banco antes, sabe como é a Hinata...

_Tudo bem. Mas chegue hoje ainda, de preferência. E com o carro inteiro e funcionando!

_Hey, teme, você não confia em mim?

_Mas não mesmo! – falei. Sakura parecia prestar atenção na nossa conversa, pois estava sempre rindo do que falávamos.

_Amigos ingratos... – reclamava ele. – Olha aqui, teme, seu...

_Tchau, dobe. – falei, desligando na cara dele, o cortando bem no meio de um palavrão. Com certeza ficou irritado, não gosta de ser interrompido. Principalmente via telefone. Tsc, tsc. Mas ele sobrevive, não deixaria Hinata, o amor da vida dele, para trás.

Desliguei o celular, e olhei para Sakura, que tinha um sorriso divertido no rosto. Agora, era só esperar Naruto chegar, com o carro.

Com sorte, ele chegaria inteiro. Sem sorte, Naruto iria ouvir umas três horas de discurso meu, sobre como cuidar do carro dos outros.

Sakura

Pela conversa no telefone, o amigo de Sasuke, cujo nome não consegui identificar, era completamente o oposto de Sasuke: barulhento e extrovertido.

Eu não esperava que alguém como Sasuke tivesse amigos assim. Ou melhor, para falar a verdade, acho que eu nunca havia sequer pensado na possibilidade de Sasuke ter amigos. Mas parece que ele tem...

_Ele parece ser divertido. – comentei.

_Naruto? – oh, então esse é o nome dele. Também, toda aquela confusão com “dobes” e “temes”, eu fiquei confusa. – Ele está sempre gritando e é como uma criança, na maioria do tempo. Mas é um bom amigo, sim.

Fiquei meditando sobre como seria ter amigos de verdade novamente. Eu tive uma amiga de verdade, na época de escola, chamada Ino, mas depois que ela viajou para a Europa, quando terminamos o Ensino Médio, eu nunca mais a vi. Senti, e ainda sinto, muita falta dela.

Depois dela, o cargo de melhor amiga de verdade estivera sempre vago. Não sei, parecia que não havia ninguém Ino o suficiente para se tornar minha melhor amiga. Ou talvez, ninguém quisesse ser minha amiga mesmo. Tanto faz. 

_Você também é um bom amigo, Sasuke. – falei.

_E por que acha isso? – ele perguntou, surpreso.

_Se fosse um mau amigo, não teria concordado com o meu plano. Eu, pelo menos, te considero um amigo...

Ele não disse nada. Às vezes esse silêncio dele me incomoda.

_Será que ele vai demorar muito? – perguntei.

_Uns quarenta minutos, mais ou menos.

_Hum... Tudo bem, então. Vamos esperar.

Ele assentiu com a cabeça, e nós dois ficamos em silêncio.

Não fizemos barulho algum, fora os bocejos e suspiros cansados que volta e meia eu soltava. Mas ele parecia estar alheio a tudo a sua volta, os olhos virados para a rua acompanhavam os carros que passavam na nossa frente, enquanto eu apenas o observava.

Sasuke era um homem estranho. Digo, ele é muito diferente dos outros em vários sentidos. Nunca achei ninguém tão bonito quanto ele, é a primeira coisa. Depois, ele sempre tinha reações diferentes às dos outros homens: sempre impassível, mas muitas vezes ri e se diverte, mesmo que seja ao seu modo. E também, o que me deixa mais feliz, é ele não ter tentado me conquistar, nem seduzir, nem nada do tipo, o que é muito raro. Não sei... Sasuke parece ser tão perfeito...

De repente, como se estivesse nos chamando, uma linda Ferrari de um preto fosco passou. Não era conversível, mas chamava a atenção. Ela parou bem na nossa frente.

_Uau! – exclamei. – É sua? Você comprou?

_É minha. Herança de um tio... Madara é o nome dele, ele tem uma concessonária da Ferrari. Quando ele começou a ter dinheiro para dar e vender, meu deu essa aqui de aniversário. Ou será que foi de Natal? Hm, não sei bem.

_Sortudo você, hein! Ela é linda!

_Mas não deve nem chegar aos pés do seu carro... É uma limousine, né?

_Não, não. O meu é um Porsche. O meu produtor é que me obrigada a usar aquela limousine horrorosa roxa e brilhante. “Vai aumentar o seu sucesso e a venda das limousines” e blá, blá, blá... – falei, imitando a voz do meu produtor.

_Você está reclamando de usar uma limousine?

_Acho que estou sim. – sorri.

_SASUKE! – gritou uma voz masculina de dentro do carro.

Eu olhei para Sasuke, que só deu de ombros, e olhou para o vidro, esperando que ele abrisse. Mas o motorista pareceu não entender o recado.

_Naruto! Não vai abrir a porta, não? – falou Sasuke.

_DESCULPA, TEME! – continuava gritando. – FOI MAL...

Ouvimos o barulho da porta sendo destravada, e Sasuke abriu a porta do banco de trás para mim. Assim que sentei, meus olhos voaram para a pessoa no assento do motorista. Os óculos que eu usava não eram de grande ajuda, mas deu para ver que era um homem, mais ou menos da idade do Sasuke, com cabelos loiros bagunçados e olhos azuis que demonstravam alegria constante. Mas ele não pareceu me notar, e continuava olhando para o volante.

A porta ao lado dele se abriu. Era Sasuke.

_Dobe, sai daí.

_Mas por quê??? – perguntou ele, se fingindo de triste.

_Mas nunca que eu te deixo dirigir o meu carro comigo dentro! – falou Sasuke, empurrando o outro, sem dó nem piedade, para o banco do lado.

_O carro ainda está inteiro! – argumentou o loiro.

_É, mas nada me garante que você não vai dar um ataque de risos no meio do trânsito e bater o carro. Sai para lá de uma vez, Naruto!

_Argh, acordou mal-humorado, hein? Como sempre... Hunf. – bufou Naruto.

_Cale a boca. – disse Sasuke, sentando do banco do motorista. – E você, continua desatento, hein? Como sempre...

_Ahn?

_Olhe para o banco de trás, dobe idiota. – falou Sasuke, com um sorriso de canto.

Naruto virou a cabeça em um ato brusco, e me encarou com uma cara surpresa, que logo passou para constrangimento, que depois voltou a divertimento logo em seguida.

_Olá! Desculpa não ter te visto! – ele passou a mão pelos cabelos, sem graça. – Sou Naruto Uzumaki.

_Sem problemas! Podemos fingir que eu também não te vi, o que acha? – Naruto gargalhou alto. – Me chamo Sakura.

_Heh! Nome legal, Sakura. Prazer em conhecê-la.

Naruto era divertido, e parecia ser do tipo que está sempre sorrindo e fazendo piadas. Me lembrava Ino, aquela amiga de quem falei. Com a diferença era que as brincadeiras de Ino, em sua maioria, envolviam pensamentos nada puros.

_Hey, teme! O que ainda estamos fazendo da frente da sua casa? – perguntou Naruto, com um ar de reprovação. – Pé na tábua, Sasuke!

_Viu só? É por isso que eu tenho medo de te deixar dirigir o meu xodó.

_Hehehe. Eu sei! – Naruto apontou para o visor. – Mas você também não é muito mais exemplar que eu... Olha a velocidade!

_Oras, ainda nem chegamos a 120km/h! – exclamou Sasuke.

_Sakura, você não tem medo de velocidade, tem? – perguntou Naruto, com um sorriso maroto.

_Não que eu saiba... – respondi.

_Ótimo! – aprovou o loiro. – Sasuke, agora que sabemos que não temos ninguém com medo de velocidade... VÊ SE ANDA MAIS RÁPIDO, OK?!

Sasuke apenas sorriu. O que não quer dizer que não tenha obedecido.

_Preparem-se! No top de 5 segundos, estaremos praticamente dentro do filme “Velozes e Furiosos!” – berrou Naruto.

_Cinco... Quatro... Três... Dois... Um! – gritaram os dois juntos ao mesmo tempo. Sasuke parecia ficar mais jovem quando ria e brincava com Naruto. Os dois pareciam dois garotos de 13 anos jogando fliperama. E Sasuke ficava encantador sorrindo assim, tão descontraidamente.

Só o que eu senti depois, foi a sensação de que o carro estava voando. As árvores eram simples borrões ao passar ao meu lado na janela, assim como as pessoas e outros carros. Era uma sensação incrível! E surpreendentemente, não havia muito trânsito, então pudemos andar assim por muito tempo. Também não sei como conseguimos fazer isso sem atropelar ninguém e nem levar multa de policial algum. É, parece que temos um pouquinho de sorte de vez em quando.

Durante todo o “vôo”, ninguém disse nada. Mas as risadas de Naruto soavam altas, e eu podia apostar que se tivesse alguém do lado de fora do carro, ouviria.

Quando chegamos à parte movimentada da cidade, Sasuke foi obrigado a diminuir a velocidade, e andar no mesmo ritmo que os outros.

_Que chato, cara! – reclamou Naruto, emburrado.

_Não reclama, dobe. Andamos bastante tempo do jeito que você gosta.

_Hehehe. E você, Sakura? O que achou da corrida? – perguntou o loiro, subindo e descendo as sobrancelhas.

_Corrida? Estávamos quase saindo do chão! – eu falei.

_E você gostou? – perguntou Sasuke.

_Se eu gostei? Eu amei! Temos que fazer isso mais vezes!

_Hehehe! Essa é das minhas! – falou Naruto, estendendo a mão. – Bate aqui! – e eu fiz o que ele pedia. Sasuke revirou os olhos em desaprovação.

_Você, hein, Naruto. Fica levando as pessoas para o mau caminho... – brincou Sasuke.

_Ei! Eu não fiz nada! – disse Naruto. E nós três acabamos rindo. Só que eu tinha que rir cuidando para que o chapéu não caísse e que o óculos continuasse no lugar, e não era tão fácil quanto parece.

_Então, dobe, aonde nós vamos te deixar?

_Hm... – Naruto parou para pensar. – Pode me deixar na casa da Ino? Hinata está lá.

Eu travei.

_I-Ino? – perguntei. – Ino Yamanaka?

Naruto olhou para mim com espanto. Sasuke mais ainda, talvez por que fosse estranho eu conhecer qualquer pessoa que ele também conhecesse. Bem, e deveria ser mesmo.

_Você conhece a Ino? – perguntou Naruto.

_Então é ela mesma! – falei, animada. – Sim, conheço.

_Legal! – falou Naruto.

Sasuke ainda tinha os olhos arregalados. Quando o sinal abriu, ele continuou a dirigir sem dizer nada, e pareceu se concentrar no trânsito. Naruto, apenas começou a rir de alguma coisa que viu na rua, então, já não prestava atenção em mais nada.

E eu fiquei lá, sentadinha do banco de trás, abraçada às minhas pernas, pensando.

Ino era uma amiga para todas as horas. Escutava, dava conselhos, e tudo o mais, apesar de sempre ter uma pontada de malícia em tudo... Ino estava sempre pensando e falando merda, em voz alta, e em qualquer lugar. Quero dizer, fazia isso tudo quando ela ia com a sua cara. Ou com o seu cabelo.

E ela foi com a minha cara... Não, comigo foi o cabelo mesmo. Cor-de-rosa, lembra?

Mas será que Ino continuava como antes?

O nervosismo e a ansiedade tomaram conta de mim, de um jeito que fiquei tão ocupada com isso que nem vi quando já estávamos lá, em frente à casa que, pelo que Sasuke e Naruto conversaram, deveria ser a casa de Ino, a amiga que eu não via há muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Eeeh, consegui postar hoje!
Bem, conhecer os amigos de Sasuke e reencontrar Ino vai servir de alguma coisa para Sakura, sim. Eu acho. Hehehe.

Espero que tenham gostado do cap. Eu me divirto escrevendo sobre o Naruto!

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