Fugindo da Fama escrita por meglois


Capítulo 2
Metrô


Notas iniciais do capítulo

Cap. 2
O nome do narrador aparece em negrito XD
Boa leitura...



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Sakura

Eu estava bem na frente da linha de metrô, só esperando um deles passar. Eram quase 19h. Minhas pernas começavam a ficar dormentes, de tanto esperar, e cada vez mais gente se amontoava ao meu redor, aumentando também a minha paranóia de que poderia ser reconhecida a qualquer momento.

Finalmente, depois de longos 40 minutos de espera, rezando para ninguém me reconhecer, um metrô parou por ali. Eu fui a primeira a entrar, e me animei quando vi que não havia ninguém de pé ainda. Mas me desanimei totalmente ao ver que só haviam dois lugares sobrando. Um deles era ao lado de uma mulher que dormia tranquilamente, com a cabeça apoiada na janela, e parecia nem notar as pessoas que iam e vinham, só continuava ali. E o segundo lugar...

Ah, o segundo lugar... Nunca fiquei tão feliz pelos bancos dos metrôs serem para duas pessoas. Bem, no segundo lugar, havia um espaço vazio no lugar da janela, e o outro lugar, que dava para o corredor, estava sendo ocupado por um homem, que devia ter seus 23, 24 anos.

Mas ele não era um homem. Pode anotar aí, ele era o homem. Parecia um deus. Os cabelos negros bagunçados para todos os lados pareciam não seguir regra alguma, o que lhe dava um ar mais despojado, e ainda assim, lindo. Os olhos negros e brilhantes se destacavam por causa da pele extremamente clara, e pareciam duas grandes piscinas negras e infinitas. Eram olhos muito expressivos. A expressão no rosto deixava claro que ele não gostaria de estar ali. A camisa social estava solta por cima da calça, também social, e ele não usava nem terno, nem gravata. Pelo jeito, provavelmente trabalhava em escritório, mas não algo tão formal a ponto de se usar gravata e terno. E antes que eu esqueça: o físico dele parecia incrível. Conclusão: era um homem mais ou menos da minha idade, com aparência despojada, e absurdamente bonito. Perdi até o ar.

Então, eu tinha duas opções, sentar ao lado da mulher que dormia, que não vale a pena descrever, ou ao lado do homem mais bonito que eu já vira em toda a minha vida. Nem é preciso dizer qual deles eu escolhi, certo?

Me sentei ao lado dele, que me analisou por uns três segundos, mas depois agiu como se eu nem estivesse ali. Parecia ser bem a cara dele. Mas isso era bom, significava que ele não me reconheceu. Ou talvez ele nem me conhecesse mesmo. E se não me conhecesse, talvez ele pudesse ser o tipo de pessoa que eu precisava, para me ajudar nessa minha uma semana fugindo da fama.

Pode-se dizer que eu fiquei encarando – entenda-se secando – ele descaradamente durante todo o percurso. Ele deve ter percebido, pois a certa altura da viagem, ele tinha um sorrisinho malicioso no canto da boca. O sorriso era lindo também. Dava um ar misterioso que combinava perfeitamente com ele. Aliás, me arrisco a dizer que qualquer coisa combinaria perfeitamente bem com ele.

Sasuke

Quando entrei no vagão de metrô, me sentei na primeira cadeira livre, e sem ninguém ao lado, que encontrei. Eu queria chegar em casa logo. Metrô eram uma das coisas que eu mais odiava na vida. Argh.

Eu achava que teria sossego. Mas, nem tudo são flores, e a vida é uma caixinha de surpresas, como meu irmão sempre fazia questão de me lembrar antes de aprontar alguma coisa e depois colocar a culpa em mim. O problema era que meu pai sempre acreditava nele.

Mas dessa vez, quem acabou com o meu sossego não foi o Itachi. Estava tudo bem, e de repente o metrô deu mais uma parada. Uma garota entrou quase correndo, e analisou os únicos dois lugares que sobravam, um ao meu lado, e o outro ao lado de uma mulher que dormia. Adivinha onde ela veio sentar? Bem ao meu lado. Com certeza, tinha que ser o meu dia de sorte. Ótimo.

Olhei bem para a mulher sentada ao meu lado. O rosto demonstrava ter os seus vinte e poucos anos, provavelmente um pouquinho mais nova que eu. Ela usava um chapéu jeans escuro que escondia todo o cabelo, então eu não pude ver a cor. Os olhos estavam escondidos atrás de um óculos, com duas grossas lentes que pareciam velhas e gastas, o que não ajudava em nada quando tentei descobrir a cor dos olhos dela. Ela usava uma camiseta listrada com três cores bem chamativas, e por cima, uma jaqueta preta bem larga, e deixava a gola erguida, de modo que atrás, não era possível ver o pescoço dela. A calça era de um jeans escuro da mesma cor que o chapéu, e não era nem grudada, nem larga. A aparência dela era irritantemente comum, tirando o fato de que havia um sorriso bonito no rosto, os dentes tão brancos que se poderia dizer dignos que gente famosa. Eles me intrigavam, porque eu tinha certeza absoluta de já tê-los visto antes... Mas onde? Hm, não importa.

No meio da viagem, eu percebi que ela me secava sem nem tentar esconder. Qualquer um que olhasse, veria que ela estava quase babando em cima de mim. Com certeza, ela não era a primeira, e nem seria a última. Mas por alguma razão, foi a única com que, involuntariamente, eu sorri. O menor dos sorrisos, mas ainda assim, era um sorriso.

Em uma das paradas, várias pessoas saíam e outras entravam, e alguém se sentou atrás da garota, que continuava olhando para mim. O sorriso também continuava lá, mas ergui uma sobrancelha quando o sorriso se transformou em uma expressão de puro pânico.

Virei minha cabeça para o lado, e vi seu chapéu caindo, mostrando longos fios lisos, brilhantes e... cor-de-rosa? Algumas peças de encaixaram na minha mente. O sorriso, meu pressentimento que já tê-la visto antes, e agora os cabelos dessa cor. Um nome veio na minha cabeça: Sakura Haruno. Era a cantora mais famosa do momento, e por mais incrível que pareça, cantava rock, o meu estilo de música favorito.

_OH MEU DEUS!!! – ouvi alguém gritar.

_SAKURA HARUNO? – berrou mais alguém, agora um homem.

_É ELA MESMA?! – gritou a 1ª voz. Vi várias pessoas virarem a cabeça para ver de quem se tratava. Ou melhor, para ver se era ela mesma.

_AAAAH! SAKURA HARUNO NO MESMO METRÔ QUE EU! – gritava alguém histericamente, e eu via a face de Sakura ficar cada vez mais triste e desesperada.

_NÃO ACREDITO! ME DÁ UM AUTÓGRAFO??  - e assim continuava, mais e mais gritos e berros.

Logo depois, várias pessoas começaram a levantar e tentar chegar perto dela. Vi várias máquinas se erguerem no ar, e flashes batiam sem cessar na direção dela.

Me senti mal ao ver a expressão da moça. Ela demonstrava não aguentar mais aquilo, e o sorriso parecia estar bem longe dali. Mas também, o que é que ela esperava, sendo a pessoa mais famosa do país, e andar de metrô? Talvez por isso os óculos e o chapéu.

Depois de uns dez minutos, eu já não aguentava mais aquilo tudo. Então, resolvi ajudar, e para começar, peguei o chapéu que havia caído e guardei-o comigo. Depois peguei na mão dela, e saímos correndo.

Eu, Uchiha Sasuke, iria ajudar uma pessoa com quem nunca havia trocado uma palavra sequer, e que por acaso, era a grande celebridade internacional, Sakura Haruno.

Em menos de 24h, eu fiquei desempregado, e vi uma celebridade, ao vivo e em cores, e agora, sem motivo algum, iria ajudá-la. É, eu devia estar mesmo em um dia ruim.


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Notas finais do capítulo

Desculpem o cap. pequeno.
Mas foi por uma boa causa! Vejam bem, eu fiz uma capa decente, depois de aprender a mexer no Photoshop!

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