Hidden escrita por jduarte


Capítulo 53
Selecionada


Notas iniciais do capítulo

Valeu, mais um capítulo!
Beijooooos,
Ju!



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- Ah, é um belo lugar, estou certa?

   Assenti. Dei um solavanco para frente quando o ônibus andou e a minha primeira reação foi segurar meu irmão e Lonlye.

- Eles são uma jóia rara. Quantos anos têm os dois?

 - 10 e 5.

- Hmm...

   Sentei mais confortavelmente, e pousei a mão embaixo de minha cabeça, fechando os olhos.

- Deve estar cansada e com fome. – disse ela.

- Desculpe-me, mas a senhora não se importa de ficar ao lado de alguém que nem ao menos está usando tênis? – perguntei.

   Ela olhou para mim carinhosamente.

- Sei o que é, querida, também sou especial. – a senhora murmurou.

- Seu nome é...?

- Meredith. Meredith Astif. – respondeu.

   Astif. Astif? Donde é que eu conhecia esse nome?

- Astif? Eu conheço uma pessoa chamada Astif, ela começa com B... – comecei a falar.

- Ah, meu filho serve no exército, está lutando na guerra que está acontecendo com a nossa espécie. Pobrezinho.

   Comecei a me interessar por todos os detalhes que ela estava me contando.

- Seu filho se chama...? – perguntei.

   Ela relutou.

- Ele não gosta de ser conhecido por muita gente. Seu apelido é Boo.

- Boo?

- Sim. Era como eu o chamava.

- Que poderes ele tem? – perguntei curiosíssima.

- Ele é um magnolo mestiço. – respondeu.

   Fiquei confusa.

- Seu marido, no caso, é um mutante, e você não?

- É isso mesmo. Meu marido e filhos são. Por isso sei como é conviver com essa raça.

   Balancei a cabeça concordando.

- Qual é o nome de seu marido mesmo?

- Barnabé Sheldon King. – respondeu.

- Seu marido é King? – praticamente gritei, escutando de algumas pessoas o “Shh!”

- Foi mal! – murmurei. – Seu marido é Barnabé King? – tornei a perguntar.

- Sim, você o conhece?

- Aham. Ele é boa pessoa.

- É sim. Sheldon disse que uma menina havia criado problemas para nosso filho, e portanto não veio. – disse Meredith.

   Sorri.

- Porque ele não vêm?

- Ele tem que ajudar alguns amigos. Nada sério. – respondeu.

   Bocejei, e ela deu um tapinha de leve em minhas costas.

- Meu filho tem as mesmas marcas nas costas. Mas vou parar de falar, estou deixando você com mais sono. Boa noite, querida.

   Acordei no meio da noite, e percebi que a mulher falava baixinho com alguém.

- É. Ela pode ser perfeita para ele. Não. Não! Lógico que não, Sheldon! Isso é problema dele! Eu a achei perfeita. Não, eu não sei o nome dela. Ela está dormindo! – dizia Meredith.

   O ônibus deu um solavanco para frente, fazendo com que meu irmão e Lonlye se remexessem inquietos. Caramba, a camuflagem te deixa pra baixo e totalmente com sono!

- Não! Passe pra ele. Sheldon, vê se pára de amolar o garoto! Ele já sabe o que quer da vida!

   Do outro lado da linha, ouvi alguém reclamar, e uma voz cansada dizer:

- Oi, mãe.

­- Oi, querido! Como está? Quanto tempo!

- Não estou bem. E sim, quanto tempo.

­- O que aconteceu?

- Tudo de ruim que pode acontecer na minha vida.

- Me conte! – exigiu Meredith.

- Depois a gente conversa. Eu te amo, mãe. – e o garoto passou para King.

   Bem, uma coisa boa disso tudo? Acabei de achar a mulher de King, e mãe de um cara misterioso, cujo nome era feito de três letras e uma palavra desconhecida: Astif.

- Mila? – perguntou Lonlye. – Estamos chegando?

- Sim. – respondi baixinho.

   Ele se virou, e continuou a dormir.

- Porque é tão difícil entender que eu consegui achar alguém? – perguntou Meredith.

- E daí se ele já está comprometido! Eu não ligo! Quero que meu filho se case com uma... – ela começou a falar baixo. – mutante.

   Arregalei os olhos. Ela não poderia estar falando comigo, não é? Quero dizer, ela nem me conhece direito.

- E? Eu não quero saber se a garota que ele namorava não quis saber dele. Ela pode mudar a cabeça dele. Tá. Vou tentar convencê-la. Não, não vai ser legal! Adeus.

   Fingi que estava dormindo, e fingi roncar. A mulher se assustou, mas ela deve ter se ligado de que, hey, eu estava acordada. Bem acordada pelo visto.

   Para escapar logo, decidi que desceria na primeira parada, que não demorou muito.

   Logo o ônibus parou e decidi descer ali mesmo.

- Ah, ok então! – disse Meredith quando agradeci pelo lugar, e fui descendo do ônibus.

   Quando já estava a uns dois metros do veículo, Meredith enfiou sua cabeça pela pequena janela, e gritou:

- Será que não gostaria de almoçar conosco?

   Seria bom para conhecer seu filho, e bater um papo com King sobre: “O Que Diabos Estava Acontecendo!”, e também para ele me explicar como foi parar nos quintos dos infernos. Quero dizer, no castelo/prisão.

- Seria ótimo! – gritei de volta.

- Meu número está no bolso de sua calça. – disse.

   Mexi no bolso da calça e vi que tinha um número tremido escrito em vermelho, em um pedaço de guardanapo. Meredith desceu do ônibus, pegou sua mala, e entrou em um carro vermelho que estava estacionado.

- Obrigada! Eu te ligo! – avisei quando o carro disparou.

   Suspirei pegando nas mãos de Lonlye e Rubens que praticamente encostavam um no outro de sono.

- Quem quer comer uma rosquinha? – perguntei inocentemente.

- Não temos nenhum dinheiro. – disse Lonlye.

- Mas, mamãe tem.

- Mamãe não está aqui. – respondeu Rubens.

- Desculpe, qual é o poder que eu tenho, mesmo?

- De materializar as coisas. – responderam os dois em coro, bocejando depois.

- Ótimo. Então, concentrem-se. Vamos visualizar o cartão.

   Os dois apoiaram a cabeça em um poste de luz que havia perto de nós.

- Ele é dourado, com os números brancos, tem o nome de mamãe na frente, e a tarja magnética atrás. – disse meu irmão sorrindo.

- Precisamos de uma máquina que possamos sacar o dinheiro, pois estou com o cartão na mão. – disse eu, animada, balançando o cartão na mão.

   Lonlye riu.

- Vocês são loucos. Todos loucos. – disse ele.

   Rimos juntos e fomos para dentro de uma lojinha 24hrs, chamada: “Finefild City Store”. Paramos na frente de uma máquina do banco, e ficamos olhando para o cartão brilhante.

- É no vão – disse uma voz desconhecida.

- O que? – perguntei.

- Coloca o cartão no vão.

   Assenti colocando ali, e vendo umas luzes brilharem na tela. Com algum esforço, tirei o dinheiro, e sentamos todos juntos em uma mesinha.

- Gostariam de beber o que? – perguntou um homem já velho. O crachá indicava que seu nome era Sillas.

- Eu quero três rosquinhas, dois sucos de qualquer sabor e um café expresso com açúcar. – respondi cutucando minha unha com um palito de dente.

- Eu tenho que fazer uma pergunta antes, vocês viram alguns mutantes por ai?


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Notas finais do capítulo

Continua??