Hidden escrita por jduarte


Capítulo 44
Focada


Notas iniciais do capítulo

Mais um cambada! 4o leitores? Ah, que amooooooooor ♥!!
HAHHAAHA! Que cute *-*!
Enfim, desculpe a demora, mas é que eu estava terminando a história.
Beijooooos melados,
Ju!



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   Ao invés de “colocar” algo dentro de mim, ele tirou. Tirou todo o líquido que ele tinha posto, e então me deixou sozinha com Shenid e Bernardo.

- Acho que isso lhe dá uma pequena idéia de que aqui, não brincamos em serviço. – disse Shenid. – Ah, - completou antes de sair pela porta onde todos antes haviam saído – se eu pegar mais vocês flertando, arranco suas córneas. – ameaçou.

   Não tinha forças para responder. Minhas costas ardiam como fogo, e minha cabeça explodia de dor, assim como meu estômago.

   Quando saiu pela porta, eu implorava mentalmente a Bernardo: “Me ajude! Me ajude a fugir, seu idiota!”

   Dois segundos depois, Bernardo estava ao meu lado, pegando-me em seu colo, e tirando as cordas de meus punhos, com uma facilidade louca. Ele me carregou até um lugar escuro no canto da sala, e tudo o que eu via, eram algumas colunas de pedra, velhas – aparentemente –, uns equipamentos de tortura, sinistros, e depois vi a cadeira de ouro, e mais alguns cacarecos não muito interessantes ao lado dela.

- Você está bem? – perguntou ele deixando uma lágrima cair em cima de meu rosto.

- Estou machucada pra caramba, mas pelo menos estou viva. – consegui dizer.

   Ele sorriu.

   Eu sorri, depois de grande sacrifício.

- Senti sua falta. – murmurou ele.

   Sorri mais uma vez, tocando seus rosto, e limpando uma lágrima com o polegar.

- Senti sua falta também. – disse eu.

   Bernardo chegou mais perto de mim, e encostou seu nariz no meu. Ele puxou minha nuca, enquanto se aproximava cada vez mais. Seus olhos pareciam molhados e brilhantes. A testa de Bernardo encostou-se à minha, provocando tremores involuntários, e palpitações nervosas em meu coração, e nossos rostos s encaixaram. Ele acariciou minha bochecha, ainda sem tirar as mãos de minha nuca, e encostou o lábio superior no meu inferior.

   Lembrei do que Shenid disse, e o impedi de prosseguir, segurando sua mão, afastando a cabeça, e balançando-a.

- Não podemos continuar. – sussurrei na consistência manteiga derretida ao máximo.

   A aproximação de Bernardo era um sonho. Um doce de coco. Porém, esse doce era proibido. Venenoso. Eu não podia tocar no doce, senão era morta.

- Eu sei.

- Isso é errado. Você é humano. – sussurrei.

   Ele ficou em silêncio.

- O relacionamento entre nossas espécies é proibido e quase como um tabu. É claro que, bem, seria considerado um tabu se eles soubessem da minha existência.

- É. – disse Bernardo.

- Será que – comecei a falar, mas fui interrompida por uma crise de tosse passageira – você poderia me ajudar a levantar?

   Bernardo se limitou a sorrir.

- Não me importo em te carregar até seu quarto.

- Se alguém nos ver? – perguntei.

- Há essa hora? Será difícil algum guarda estar acordado.

   Concordei com a cabeça, e deixei que ele me levantasse do chão.

   O sono veio. E com ele, o pavor de ter que deixar Bernardo um dia. Será que um dia eu iria vê-lo novamente? Será que ficaríamos juntos no final? Quero dizer, nosso destino não pode ser controlado por um relógio.

- Pode dormir. – disse ele, percebendo que eu já piscava pesado.

  Balancei a cabeça afirmando, e abracei seu pescoço, pousando a cabeça na curva do mesmo.

  Agora você está no lugar que sempre quis, não é mesmo, Camila? Relaxa, essa mordomia com ele, acaba de começar, disse uma voz histérica em minha cabeça oca.

   Quase pegava no sono, quando em questão de segundo, parecíamos ter chegado a meu quarto.

   Abri os olhos minimamente, e constatei que estávamos, sim, em um alojamento. Mas não era o meu.

- Onde estamos? – perguntei com a voz fanha de dor.

- No meu quarto.

   Pisquei algumas vezes, fazendo com que meus olhos se acostumassem mais rápido.

   O quarto de Bernardo nem era tão militar como eu imaginava. As paredes, ou pelo menos uma delas, era azul clara, havia uma persiana branca em uma das janelas. Uma escrivaninha onde ficava – pode acreditar – seu computador, uma iluminação clara no quarto, fez com que eu acordasse um pouco mais.

- Isso é errado. – sussurrei enquanto ele adentrava o quarto carregando-me, e me baixava na cama.

   Quando senti o edredom macio e gelado por baixo de minhas costas, tremi. Depois de um tempo, percebi que estava sangrando em sua cama.

- Oh, Deus! – exclamei levantando-me rapidamente, e sentindo o abdômen reclamar de dor, e vendo tudo girar.

   Bernardo correu até mim, e forçou meus ombros para baixo.

- Relaxa. – sussurrou.

   Pelos meus cálculos, eu não era tão melosa a ponto de fazer o que ele mandava. Pois, quando ele falou para relaxar, eu relaxei.

   Fechei os olhos por um instante, e vi a sombra de Bernardo mexer em algo no armário, porém estava lá no alto. Ele pulou algumas vezes, procurou algo sem tentar fazer nenhum barulho. Ele deu uma espiada no quarto para ver se eu estava dormindo, e depois voltou para dentro do armário. Alguma coisa grande e preta, como se fosse uma sombra de algum tipo de asa, pareceu sair das costas de Bernardo, e pela primeira vez, desde que o vi há alguns meses atrás, eu realmente tremia de medo dele.

   Focalizei os olhos, e percebi que a sombra havia sumido. Mas o que...?, pensei assustada. Não havia palavras para descrever o que eu sentia naquele momento. Talvez pavor? Não. Condolência? Nem passou perto. Nem sei por que a palavra condolência passou pela minha cabeça.

   Ele voltou a mim, carregando como se fosse uma maleta cheia de remédios, e esse tipo de coisa.

- O que é isso? – perguntei ficando mais ereta, e fazendo o se assustar.

- Vou cuidar de seus machucados. – disse. Ele parou para pensar. – Você estava acordada? – rebateu.

- Sim.

- O que você viu?

- Nada. A dor tá me consumindo por dentro. – menti.

   Ele pareceu aliviado.

- Vire e levante a blusa. – ordenou ele.

   Fiquei constrangida, olhando para a cara dele como boba.

- Não! Você já cuidou de mim o suficiente. – disse eu levantando da cama gostosa e quente, com certa dificuldade.

   Bernardo apertou a ponte do nariz e respirou fundo.

- Senta. – ordenou.

   Fiquei ofendida.

- Eu não sou uma cadela, Bernardo! Também não sou doente. Posso me cuidar sozinha.

   Ele olhou-me passando-me algum tipo de paz espiritual, e eu comecei a chorar. Assim, sem mais nem menos.

- Você não entende, não é? Eu não posso pedir pra você cuidar de mim. Não é justo! Eu não posso. Fui criada pra ser forte, e não fracote. – disse eu com as lágrimas entrando pela boca aberta.

   Ele se aproximou de mim, colocou as mãos em meus ombros, e puxou-me para enlaçar os braços em minha volta.

- Eu sei que você não é uma cadela, nem doente, sei que pode se cuidar sozinha, mas essa pode ser a última vez que fique junto de mim, sem alguém atrapalhar.  – Bernardo murmurava em meu ouvido. – Me deixe cuidar de você.

   Apertei a frente de sua camisa, e sussurrei:

- Porque você tem esse poder?

   Ele se assustou.

- Que poder?

- De me fazer ficar bem. Por quê? O que eu significo pra você? – perguntei.

   Ele me fez sentar, e limpou minhas lágrimas com o dedão.

- Você é a razão para eu estar aqui. Qual seria a outra razão? – rebateu interessado na bobagem que eu havia dito.

   Sorri convencida de que iria mudar de assunto, mas ele foi inflexível.

- Qual outra razão, Camila?

- A tal de Gina, talvez? Vocês parecem ser mucho amigos.

   Ele riu, enquanto vasculhava alguma coisa na maleta que havia trazido consigo.

- Ei, estou detectando algo... – ele disse, olhando de soslaio para cima. – É alguma coisa como... Ciúmes?

   Engasguei.

- Por quê? Tem alguma razão para eu ficar com ciúmes? – perguntei, desejando do fundo da minha alma, que a resposta fosse não.

   Bernardo riu.

- Não. Há não ser que tenha, e eu não sei. Gina é uma pessoa com um grande coração, mas lutamos lado a lado. Tenho certeza de que ela não é nada mais do que uma péssima cozinheira.

   A confusão em minha cabeça estava armada.

- Como assim?

- Ela é uma das péssimas cozinheiras desse castelo. – respondeu. – Há alguma razão para estar com ciúmes?

   Virei o rosto, queimado pelo vermelho incandescente que subia da ponta de meus pés, e disse bem baixo:

- Não.

- Hmm. Posso cuidar de você agora?

- Pode. – respondi com um assentir de cabeça suave.

   Ele, mais uma vez, pegou algo na maleta, e passou em minhas costas. A ardência foi imediata. Rosnei alto, e ele tapou minha boca, em vão. Voei em uma parede, lá no alto, e fiquei o encarando com uma baita dor nas costas. Como, eu realmente não sei.

- Volta para cá, Camila! – ordenou.

   Percebi onde estava, e soltei a bendita parede, caindo no chão – de pé – como um baque oco, mas alto.

- Vai arder. – avisou quando voltei engatinhando para a cama.

   Irritei-me ao extremo.

- Será que não dava pra falar antes? – rebati.

- Você iria reclamar.

- Ah, certamente iria! – disse mirando em seus olhos verdes.

   Bernardo revirou as esmeraldas que ele continuava dizendo que eram olhos, e continuou a trabalhar em minhas costas. Algumas vezes, as coisas que ele passava em minhas costas, eram tão ardidas e doloridas, que eu era obrigada a morder o edredom.

   Ele passou mais alguma coisa em minhas costas, e pegou como se fosse uma faixa branca.

- Hey! – o adverti. – Onde é que você vai pôr isso ai?

   Bernardo revirou os olhos.

- Na sua boca, pra ver se você fecha a matraca. – zombou.

   Estendi minha mão direita para lhe dar só um tapa, mas ele a segurou.

- Acho que não é essa a machucada. – disse ele.

   Ele pegou a outra mão, vendo meu punho.

- Teremos que levar para meu p... – Bernardo se interrompeu no meio da frase. – Então, er, tá quebrado. – disse.

   Fiz cara de coisa óbvia.

- Mas acho, SÓ acho, que posso dar um jeito. – disse novamente. Acho que quem precisaria colocar a faixa na boca, era ele. – Já volto.

   Bernardo foi até o armário, e pegou como se fosse uma corda.

   Ele tá me zoando, né?

- O que você quer? Que brinquemos de pegar? – perguntei.

   Ele rodou os olhos nas órbitas. Oh, ele fica tão sexy fazendo isso, pensei com um lado obsceno e perigosamente bobo de minha mente.

- Não, Camila. É pra morder, pois vai doer. – avisou.

   Ele pegou em minha mão esquerda com uma das mãos, e o final do antebraço com a outra, e quando eu coloquei a corda na boca, ele puxou as duas partes, que fizeram um estalo gigante e ardente.

- Filho-da-mãe!

- Shh! Perdão! – exclamou assustado, colocando as mãos em minhas costas machucadas.

- Não coloca as mãos aí! – gritei exausta, esquivando-me de seu corpo.

   Ele abaixou o olhar para a faixa que estava entre nós, e sussurrou:

- Vai precisar de ajuda para colocar? – perguntou.

- Sim, por favor.

   Bernardo começou a enrolar a faixa por minhas costas e minha barriga, até que se deteve onde começavam meus seios. Ele ficou meio constrangido.

- Er... Hmm... Acho melhor você continuar daqui pra frente.

   Assenti, passando a faixa por baixo da blusa, cobrindo meus seios, e depois, quando não alcançava a parte das costas, Bernardo me ajudava, e repetíamos tudo novamente, por várias vezes, até que acabou.

- Finalmente. – sussurrei puxando a blusa para baixo, para cobrir a faixa.

   Ele me impediu, dando aquele sorriso de lado.


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Notas finais do capítulo

continua?