Ruídos de Sangue escrita por Sarubaka


Capítulo 3
II. Lembranças do Inverno


Notas iniciais do capítulo

Finalmete vou introduzir o nosso herói na história como ele realmente merece, uma curta passagem de como foi criado a amizade entre Éomer e Éolrin. Divirtam-se



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Éomer ainda gritava na face de Gríma, esse apenas olhava com tom de desprezo para o marechal rohirrim.

- Você! Eu vou te matar Gríma!

Dois guardas o agarravam pelos braços, mas Éomer era forte, e conseguiu se soltar, e como um tigre se lançou para cima de Gríma, o olhar de desprezo do servo de Saruman mudou totalmente, agora sua expressão de terror era nítida.

Éomer o jogou na parede e com o braço apertou a garganta de Gríma. O marechal rugiu ao ver o rosto do homem tão de perto.

- Você envenena a mente de meu rei! Você macula contra seu próprio povo! Gríma, o língua de cobra!

Um dos guardas de Gríma desembainhou a espada curta para lutar a cavalo, e a apontou para o marechal. Éomer sentindo o aço frio em suas costas se deixou levar pelos guardas, sem tirar seu olhar de fúria do amedrontado Gríma. Éolrin observava tudo, estava encostado na parede de pedra escura, estava se controlando ao máximo para não se jogar contra Gríma e esmaga-lo ali mesmo. Viu Éomer ser deixado fora do palácio de Meduséd, o palácio real de Rohan, seu rosto de fúria ainda era visível. Éolrin também saiu do palácio e gritou pelo seu nome. Éomer começou a descer a escadaria, e Éolrin gritou de novo, o marechal não parou.

- Éomer, sua besta!

O marechal finalmente parou e Éolrin desceu as escadarias para alcançá-lo.

- Onde está indo?

Perguntou intrigado para o amigo, Éomer não respondeu, estava de cabeça baixa, seus cabelos loiros escondiam sua face de raiva. Éolrin era apenas um pouco mais alto que o marechal. Perguntou navamente. Ele levantou a cabeça, olhou nos olhos do amigo e respondeu com mais calma.

- Levarei meus homens para as planícies. Vamos cavalgar atrás dos inimigos de Rohan, mas não mais me reportarei ao palácio de Meduséd.

Éolin entendeu o que o marechal dizia, Éomer estava exilado, mas ainda era o mais competente dos líderes de Rohan, mesmo sendo um dos mais jovens. Éolrin se sentiu entusiasmado de repente.

- Irei com você Éomer!

-Não!

O marechal logo negou, Éolrin ficou com a face assustada com a ferocidade que recebera a resposta.

- Mas eu sou melhor cavaleiro! Preci...

-Eu preciso de você aqui Éolrin! Gríma vai cair com mais palavras venenosas em nosso rei e ainda, tem Éowyn!

O cavaleiro não entendeu seu marechal. Mas esse respirou fundo e respondeu calmo e baixo para Éolrin.

- Gríma deseja minha irmã! Ela é forte, mas não seis os artifícios que esse maldito pode tentar. Preciso que você a proteja, e também será meus olhos e ouvidos em Edoras!

Éolrin afirmou com a cabeça, as pessoas passavam à frente do palácio e os ignoravam apenas os guardas no topo da escadaria os observavam, mas não podiam ser ouvidos.

- A cada três dias mandarei um mensageiro, ele irá te encontra no Ferradura de Prata, não se esqueça, irá te reporta minhas mensagens e você passará o que você ver, entendeu?

O cavaleiro confirmou com a cabeça novamente, agora havia entendido o que Éomer queria dizer. Thengel havia morrido há pouco tempo e por causa dos Uruk-hai, todos sabiam que eram enviados de Saruman, mas o rei doente e influenciado por Gríma, permanecia a disser que Isengard era aliada dos rorrihins. Mas isso era uma mentira, e não havia uma alma viva em Rohan que acreditasse, mas mesmo sendo o óbvio, ninguém conseguia discorda do rei.

Éomer olhou para o amigo e deu um de seus raros sorrisos, bateu em seu ombro protegido pela armadura de couro e desceu as escadarias. Éolrin permaneceu olhando o amigo ir embora, o viu gritando ordens e em alguns minutos cerca de cem homens cavalgaram para fora da capital de Rohan para se encontrar com o resto do exército de Éomer. Foi esse mesmo campo que agora os cavaleiros de Éomer cavalgavam, fora nessa mesma cidade que ele havia conhecido seu senhor. Novamente Éolrin vagou em seus pensamentos antigos, mais antigos que os anteriores.

Era inverno naquela época, e vento frio atingia a pele do pequeno Éolrin que se encolhia nos braços da mãe, o solavanco da carroça e o barulho das rodas eram baixos, mas pareciam ser gritos de desespero na vastidão branca de neve. Sua mãe sorria para ele enquanto lhe cantava uma música de ninar, sua irmã mais velha estava ao seu lado, brincava com os cabelos longos e castanhos, enquanto sua irmã do meio descansava nos ombros do pai, que ia conduzindo a carroça devagar, estavam na estrada há três dias, Éolrin já havia gastado todas as suas energias fazendo perguntas chatas, e se entediando ou fazendo nada. Aos sete anos e irmão mais novo de duas meninas não era muito promissor para o pequeno Éolrin. Estava triste por deixar sua antiga casinha no campo, cercado por seus cavalos, considerado os melhores de Rohan. Esses mesmo cavalos fizeram de seu pai um homem rico, mas mesmo assim humilde e simples, ele era um homem alto, o mais alto que já vira, tinha os olhos muito azuis e os cabelos castanhos. Havia lutado por muito tempo e agora desfrutava de sua aposentadoria forçada devido aos ferimentos de guerra. Ele ria muito facilmente, não importasse a besteira que ocorresse isso era algo que Éolrin adorava em seu pai. Sua mãe era bela, cabelos muito loiros, quase que como ouro, seus olhos igualmente azuis ao do pai, mas havia um ar de sutileza nela, algo que acalmava as coisas a sua volta. Suas irmãs eram muito parecidas com ele, apenas diferenciados pelos cabelos castanhos. Hurdia era a mais velha, tinha quatorze anos, Éolin não gostava muito dela, era chata, sempre implicava com ele, preferia sua outra irmã Helena, ela tinha nove anos, faziam tudo juntos.

Após o pai receber a proposta do próprio Thengel para cuidar de seus cavalos, ele não teve como recusar, por isso agora viajavam a três dias para chegar a Edoras. Estavam a apenas alguns minutos de contemplar a mais bela cidade de Rohan, dizia o pai, e Éolrin sempre quis saber como era, nunca viajara tão longe de casa, estava feliz por ter sua família ao lado.

Então como se a névoa desce passagem para a cidade dourada, ali estava, em cima de um morro branco, o Meduséd, o palácio dourado e Edoras a capital de todos os rorrihins.

Éolrin mais uma vez sorriu e saiu do colo quente da mãe para ficar de pé na carroça que carregava as coisas da casa nova. Era tão bela, tão limpa, pensou ele.

Mais alguns minutos e eles passaram pelo portão sendo liberados logo na entrada pelos guardas vestidos em suas majestosas armaduras e cotas de malhas brilhantes.

Mais alguns minutos depois e seu pai parou a carroça em frente a uma casa grande, de dois andares, de madeira e teto de palha, um pouco afastada da muralha, mais ao leste em frente a um estábulo igualmente grande. Sua mãe desceu da carroça e ajudou os filhos mais novos a descerem também. Helena tão curiosa quanto o irmão, andou para dentro da casa já aberta, tinha o cheiro de floresta de pinheiros, e estava quente por dentro, puderam perceber a fumaça da lareira. O pai também entrou e olhou pela casa, era bonita, faltavam apenas algumas mobílias. Então da escada para o segundo andar desceu um homem com armadura, armado com uma bela espada e com um elmo de aço com uma crista branca no topo. Tinha o rosto sério, uma barba loira e bem cortada, com cabelos também loiros e curtos, acompanhado de uma criança mais ou menos da idade de Éolrin. Seu pai riu alto como sempre fazia, e o homem sério apenas sorriu, os dois se abraçaram como velhos amigos que não se viam há anos. Depois que se abraçaram o homem apresentou seu filho ao pai de Éolrin, o nome do garoto loiro era Éomer, e estava viajando com o pai. Depois Éolrin foi apresentado para o homem de armadura.

- Este é Éomund, o principal marechal de nossas terras meu filho.

Disse o pai de Éolrin e depois apresentou a esposa e suas filhas. Éomer ficou olhando Éolrin por um tempo, era parecido com o pai, sério, mesmo sendo uma criança, mas logo sorriu o que fez Éolrin sorrir também, e os dois começaram a correr pela casa grande como se fossem amigos há muito tempo.

Tempo pensou Éolrin, se recuperando dos transes que o levavam ao passado, era amigo de Éomer há tanto tempo, aos 11 anos o amigo perdera o pai e aos 12 Éolrin perdera o dele. Estavam ambos com 26 anos agora, e tanto tempo se passara desde então, e tanto sofrimento tiveram os dois que eles se congelaram emocionalmente, mas Éolrin havia se recuperado com mais facilidade, sua mãe e suas irmãs ainda viviam, e Éomer tinha apenas o tio doente e a irmã ameaçada.

Tempos, era a palavra que Éolrin não tirava da cabeça.


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Notas finais do capítulo

Novamente fui bem liberal quanto a crítica situação de Rohan. Dessa vez Éomer se exila um pouco antes do determinado, deixar seu mais promissor tenente pra trás tem motivos validos, a proteção de sua irmã e espionagem. Estou tentando abordar partes que não são abordadas nos livros como a própria espionagem, táticas de guerra e o sentimento dos soldados. Enfim, espero que gostem desse novo cáp. e não se esqueçam, estrelas e reviews me deixam bem felizes! :D



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