- Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus resolvem se encontrar... - Naruto cantava, enquanto se arrumava para sair. - Ai, que bom que isso é, meu Deus. Que frio que me dá o encontro desse olhar.

- PÁRA! - Uma voz abafada gritou do quarto.

Naruto sorriu, imaginando o rosto irritado do garoto. Olhou no espelho, tirando o resto de espuma do queixo e passou a cantar mais baixo, para não irritar ainda mais Konohamaru.

- Mas se a luz dos olhos teus resiste aos olhos meus, só para me provocar...

- NARUTO!

Naruto olhou para a porta do banheiro, como se dali pudesse ver o garoto. Se cantar mais baixo não tinha resolvido, ele não se preocuparia mais. Sabendo dos riscos, voltou a cantar, dessa vez mais rápido do que antes.

- Meu amor, juro por Deus, me sinto incendiar. Meu amor, juro por Deus, que a luz dos olhos meus já não pode esperar. Quero a luz dos olhos meus na luz dos olhos teus sem mais larirurá...

- Você venceu!

Konohamaru fechou o livro de matemática, com o qual tentava estudar e apagou a luz da luminária sobre a mesa. Seu estômago estava vazio, mesmo depois de ter jantado com Naruto há poucas horas. Desanimado, ouvindo Naruto cantar aquela música que o irritava tanto, Konohamaru levantou-se da cadeira e saiu do quarto. Quando passou pelo banheiro, viu Naruto todo arrumado e animado, como há muito tempo não o via. Parou no batente da porta e ficou observando-o.

- Vai a algum lugar?

- Vou. - Naruto respondeu, ainda cantarolando a música. - Terminou de estudar?

- Fui obrigado. - Konohamaru olhou-o acusador.

Naruto achou graça da expressão do garoto.

- Não me diga que fui eu que te atrapalhei! - Falou, provocando. - Eu sou mesmo uma péssima influência!

- Te mando a merda agora ou espero você sair?

- Ai! - Naruto riu. - Essa doeu! - Naruto empurrou Konohamaru para trás devagar. O garoto afastou-se para dar passagem e seguiu-o até o outro quarto. - Não se preocupe tanto com essas coisas de nota. Isso não significa nada, afinal. Quando você sair da escola, vai ver que quem tirava as melhores notas, acabaram tendo uma vida infeliz, com casamentos insatisfatórios e salários ridículos! Enquanto os que nunca se preocuparam em estudar e badernavam nos corredores da escola, são os caras para quem você vai prestar contas quando fizer um trabalho errado ou quando chegar tarde no serviço.

- Isso era para me consolar, eu imagino...

- Era... Mas desconfio que não funcionou.

- Não!

Os dois riram.

- Aonde você vai? - Perguntou Konohamaru, vendo Naruto colocar o casaco preto, para enfrentar o frio que fazia lá fora.

- No bar do Uchiha.

- Ah... Posso ir?

- Você sabe que não.

- Por que não? O próprio Sasuke disse que eu posso ir quando quiser...

- Ele disse que você poderia ir quando quisesse e tivesse idade! Não distorça as coisas!

- Mas, Naruto! - Konohamaru entrou no quarto, tentando convencer o amigo. - Qual o problema? Você vai estar lá... E eu não faria nada demais.

- Tenho cara de babá, por acaso? Seu tio me pediu para deixar você morar aqui comigo e com o Iruka, enquanto ele resolve os problemas dele. Nós te damos comida, cama e roupa lavada...

- Quem lava roupa sou eu...

- Isso porque a gente não tem tempo! - Naruto saiu do quarto, tendo Konohamaru o tempo todo na sua cola. - Cuidar de você aqui em casa, é uma coisa. Cuidar de você no Mangekyou é outra história.

Konohamaru saiu da sala, contrariado, mas desistindo de tentar convencer Naruto. O rapaz o viu se afastar e deu de ombros. Faltava apenas dois anos para que Konohamaru fizesse dezoito anos e pudesse acompanhá-lo. Ele não podia negar que o garoto tinha amadurecido bastante desde que tinha ido morar com ele e Iruka, embora esse amadurecimento se devesse muito mais à influência de Iruka que a de Naruto.

Quando voltou para a sala, Konohamaru usava um casaco pesado e pegou as chaves da casa.

- Aonde você vai?

- Vou encontrar o Udon e a Moegi.

- Pensei que ia ficar em casa e estudar...

- Eu ia... Mas agora não estou com cabeça pra isso.

- Hm... "Não to com cabeça pra isso"! Quem diria que um dia ouviria você dizendo isso.

- Não enche, ok?

- Vamos? - Naruto chamou, abrindo a porta.

*

- Aonde você vai? - A menina perguntou, olhando a irmã se arrumar para sair.

Fazia muito tempo que Hinata não sai de casa para se divertir e vê-la se arrumando daquele jeito deixava Hanabi contente e ao mesmo tempo, curiosa.

- Vou sair com o Neji.

- O quê? Com o Neji? Como assim? Você e ele, juntos?

- É, Hanabi. Nós vamos sair juntos.

- Mas... Ele é nosso primo... E eu pensei que papai tivesse brigado com ele.

- Eu não estou nem aí para a briguinha daqueles dois. Eu quero me divertir.

- Com o Neji? É melhor achar outra companhia, então.

Hinata sorriu para a irmã mais nova e passou por ela dando um beijo em sua bochecha.

- Eu vou demorar, então não espere por mim. Comporte-se.

- Hinata!

Hanabi ficou parada, observando sua irmã descer a escada e sair de casa. Pelo barulho de carro, percebeu que Neji estava lá fora esperando por ela e que os dois já tinham ido. Irritava-a o modo como Neji parecia só se importar com sua irmã mais velha e sempre se esquecia da adolescente, que era obrigada a ficar em casa, enfiada nos livros da escola.

*

- Você já ouviu falar do Ichiraku? - Konohamaru perguntou, enquanto eles entravam no elevador.

- Ichiraku? - Naruto olhava fixamente para a porta. Não gostava nada de elevadores e da maneira que parecia ficar preso entre aquelas quatro paredes, tão próximas umas das outras. - Não sei... Esse nome não me é estranho.

- Dizem que é o bar onde os Três Lendários tocavam...

- Ah... Agora que você falou... Isso é só uma lenda, Konohamaru! - Naruto riu, sentindo-se aliviado ao sair do elevador. Olhou para Konohamaru, com um sorriso levemente divertido.

- Os Três Lendários foram os maiores músicos de todos os tempos. Quem ouviu esses caras tocando, respeitam por tudo o que eles representam. - Naruto fez uma pausa, olhando para a rua, ainda movimentada àquela hora. - Os Três Lendários nunca foram do tipo "modestos", se é que me entende. Eles se achavam verdadeiras lendas...

- E eles eram? - Konohamaru interrompeu.

- Absolutamente! - Naruto riu. Era engraçado ouvir alguém da idade de Konohamaru falar sobre aqueles três músicos, sem sequer ter ouvido alguma de suas músicas antes. - Mas a maioria das pessoas que falam deles, nunca os ouviram tocar. - Fez mais uma pausa. - Enfim... Eles se achavam deuses da música. E como qualquer deus, na cabeça deles, eles precisavam de um "templo". Como na cidade não havia nenhuma casa de show que se comparasse ao nível deles, eles inventaram esse lugar. Um lugar onde somente as pessoas que realmente entendessem de música poderiam ir.

Naquela época, aquele tipo de música estava acima de qualquer coisa. Acima do bem e do mal. Os jovens que ouviam essas músicas eram considerados rebeldes, os artistas eram considerados vagabundos e a música era proibida na maioria dos lugares. Mas todos queriam ouvir, curtir, tocar aquilo! Rebeldia era a palavra de ordem naquela época do pós-guerra. Por isso, todos queriam ser rebeldes, para serem respeitados. E muita gente começou a dizer que faziam parte do seleto grupo de pessoas que assistiam os Três Lendários no Ichiraku.

- Que ridículo.

Naruto deu uma gargalhada sonora ao ouvir aquilo.

- Eu concordo com você, mas, se eu vivesse naquela época, eu também faria a mesma coisa.

- Melhor esses caras terem sido bons mesmos...

- Mas por quê você perguntou sobre o Ichiraku?

- Por que o Udon acha que descobriu onde ele fica.

- Ah é?

- É... - Konohamaru suspirou, olhando para o céu. - Já vi que minha noite está perdida. Sair por aí, procurando um lugar que não existe, onde pessoas que eu nunca vi, na verdade nunca tocaram... Isso vai ser um saco!

- Boa sorte. - Naruto riu. - Até mais Konohamaru. Tente não chegar tarde.

- Pode deixar. Não pretendo levar essa história muito longe, mesmo.

*

- Não sei como agradecer a você, Neji! - Hinata falou, encostando-se ao banco do carona e suspirando. - Eu não agüentava mais aquela prisão.

- Seu pai é muito rigoroso com vocês.

- Conosco? Comigo você quer dizer. A Hanabi tem tudo o que quer. Tudo o que ela diz ele ouve.

- Isso é porque você nunca fala, Hinata. Alguma vez você tentou enfrentá-lo?

- Eu... Já, mas não é tão simples. Você o enfrentou e veja o que aconteceu! - Hinata olhou para Neji, pensando em dizer mais alguma coisa sobre aquele assunto, mas conteve-se, olhando para a janela ao seu lado. - Eu sou filha dele. Não é tão simples assim bancar a rebelde.

- Ele sabe que você saiu comigo? - Hinata não respondeu. - Hinata? - Neji olhou para ela, preocupado com a resposta.

- Ele não sabe que estou com você.

- ...

- Neji?

- Nós vamos voltar!

- O quê? Por quê?

- Não quero que ele pense que eu seqüestrei ou a joguei contra ele...

- Neji, por favor! Meu pai está viajando. Não há como ele descobrir sobre isso.

- Viajando?

- É. Ele foi para a outra cidade, resolver umas coisas. - Hinata suspirou. Depois, vendo que Neji não tinha mudado o destino, sorriu. - Além disso, não tem como a relação de vocês ficar pior!

Neji sorriu também.

- O que aconteceu com a doce Hinata que eu conheci?

- Aquela Hinata morreu. Agora acelera, que eu não quero chegar atrasada!

*

Naruto afastou-se de Konohamaru, indo na direção oposta. Não conseguia parar de pensar em como seria a noite do garoto, procurando pelo Ichiraku por toda a cidade. Mais do que isso, ele não podia deixar de se sentir culpado, por não ter contado toda a verdade ao mais novo.

O Ichiraku era uma lenda, mas isso não significava que não era real. O problema, é que a noção de real das pessoas era diferente da dele. A maioria das pessoas que moravam naquela cidade, que iam lá para fazer compras ou visitar parentes, passavam pelo antigo Ichiraku distraídas, sem sequer notar que ele estava exatamente no mesmo lugar de décadas antes, igual, intacto.

Qualquer um poderia bater em sua porta, entrar no seu prédio, olhar entre as suas janelas. Mas ninguém tinha a sensibilidade necessária para perceber isso.

Quantas pessoas passaram na frente do Ichiraku, enquanto comentavam sobre ele, tentando descobrir se ele existia ou não?

Será que ele deveria ter sido sincero com Konohamaru? Não... Se Konohamaru realmente quisesse encontrar o Ichiraku, ele deveria fazer isso por suas próprias pernas. Além disso, o garoto ainda não estava pronto para saber sobre o Ichiraku. Antes, ele teria que conhecer os Três Lendários, respeitá-los e só então saber sobre o bar.

Afastando esses pensamentos, Naruto percebeu que estava se aproximando do bar de seu amigo. Era um prédio de esquina, que exibia uma pequena placa com as palavras BAR MANGEKYOU.

- Olá. - Naruto cumprimentou um homem um pouco mais velho que ele, que ficava na frente da porta de entrada, sentado em uma cadeira de madeira, com um copo de vodca na mão. - Eles já chegaram?

- Ainda falta um...

- Qual?

- A mulher! - Genma disse, como se aquela resposta fosse óbvia. E, em se tratando "daquela" mulher era realmente óbvio.

- Vou entrar. Até mais... Você vai assistir, hoje?

- Claro! Não perderia isso por nada.

Naruto então passou pela porta de ferro e começou a subir a estreita escada até chegar em outra porta, dessa vez de madeira envernecida, que dava para um grande salão.

Várias pessoas estavam sentadas em torno de mesas espalhadas ordenadamente pelo salão. Muitas delas se viraram para cumprimentar o rapaz recém chegado. Naruto foi direto para o bar, onde Lee parecia exausto por servir tantas pessoas, mas não perdia o sorriso satisfeito que sempre trazia no rosto, por poder trabalhar ali.

- Boa noite, Naruto! Há quanto tempo! - Chamou Lee, antes que Naruto alcançasse o balcão de madeira, que conseguia brilhar mesmo sob a luz fraca do lugar.

- Boa noite.

- O de sempre?

- Claro! O Iruka está aqui?

- Está lá atrás com eles.

- Ah... - Naruto olhou em volta, cumprimentando com a cabeça alguns conhecidos. Deteve seu olhar em uma mesa onde dois homens estavam sentados. Um deles falava de vez em quando e o outro parecia pouco interessado. - Aqueles dois não são os irmãos Sabaku?

- São. - Lee respondeu, sorrindo. - O Sasuke quase teve um ataque quando os viu, mas conseguiu ser diplomático. Foi até lá e os cumprimentou. Até desejou que tivessem uma noite agradável!

- "Uma noite agradável"? - Naruto riu. - E eles não perceberam que ele estava sendo excessivamente falso?

- Perceberam... - Lee riu. - Mas disseram que só vieram para ouvir a música.

*

Neji abriu a porta do carro para Hinata sair e estendeu uma mão para ela. Hinata sorriu, sentindo seu coração palpitar pela presença marcante do primo. Seria a rebeldia perfeita. Além disso, apaixonar-se por Neji não seria sacrifício nenhum. Ele era bonito, gentil, educado, charmoso e seu perfume ficava no ar, por onde passava. Hinata já sentia seu corpo responder de maneira incômoda e deliciosa à presença de Neji. Mesmo que não quisesse, apaixonar-se por Neji já estava se tornando um fato. Ainda bem que era exatamente o que ela queria.

Os dois passaram por Genma e subiram as escadas, até chegar no salão.

- Esse lugar é lindo, Neji!

- É mesmo. Quem diria que nesse bairro teria um lugar como esse. - Neji olhou ao redor e viu uma única mesa vazia. - Vamos, Hinata. - Falou, colocando as mãos nas costas da prima.

- Como conheceu esse lugar? - Hinata estava encantada com o Mangekyou.

- Um amigo me falou sobre ele. Eu não conhecia.

- Vão querer alguma coisa? - Uma garçonete de cabelo castanho, preso em dois coques aproximou-se da mesa deles.

- Eu vou querer um whisky com gelo. E você Hinata?

- O mesmo para mim, por favor.

- Ok. A garçonete foi até o balcão, soltando o pedido na mão de Lee e abraçando Naruto, que só agora ela tinha visto.

- Como vai Tenten?

- Naruto! Pensei que nunca mais fosse te ver!

- Só fiquei uns meses sem vir...

- Uns meses? Isso é muito tempo! Eu já tava prontinha para caçar aquela garota e arrancar a dentadas aquela cara enjoada dela!

- Aposto que você teria adorado fazer isso.

A voz de Naruto ficou mais triste com a lembrança que Tenten tinha evocado. A garota percebeu o que tinha feito e mudou de assunto rapidamente.

- Anda logo, Lee! Os Hyuuga estão aqui!

- Os Hyuuga? - Lee olhou para a mesa em que estavam Neji e Hinata. - O que aconteceu com o lado nobre da cidade?

- Eles finalmente perceberam que suas vidas eram insignificantes e resolveram se divertir com os pobres! - Naruto levantou seu copo, fazendo uma reverência.

- Você fez falta, Uzumaki! - Tenten riu.

- Boa noite a todos! - Sasuke falou, do centro do pequeno, porém confortável palco que havia no salão. - Estamos muito felizes com a presença de vocês na nossa casa. Mas como eu sei que nenhum de vocês veio aqui para me ver, eu tenho o orgulho de apresentar a razão de vocês estarem aqui hoje... Os novos gênios da música, Kakashi Hatake, Gai Maito, Asuma Sarutobi e Kurenai Yuuhi!

Ao anunciar os músicos, Sasuke saiu do palco e foi ao encontro de Naruto.

- Naruto! Finalmente aceitou o meu convite?

- Eu tinha que sair de casa algum dia...

- Ainda bem que decidiu vir hoje. Eu não conseguiria agüentar esses esnobes sozinho. - Sasuke deu uma rápida olhadela para as mesas dos irmãos Sabaku e dos primos Hyuuga. - Ora, ora...

- O que foi?

- Hinata Hyuuga e Neji Hyuuga? Quem diria. Eu soube que o Senhor Hiashi deserdou o Neji, depois de uma briga feia. - Sasuke sorriu, irônico. - Das duas uma, ou o Neji e o Hiashi fizeram as pazes, ou essa tal de Hinata está doida para se rebelar.

Naruto olhou discretamente para a mesa dos Hyuuga, enquanto tomava mais um gole do whisky. Ele havia visto Neji algumas vezes, mas nunca esteve tão perto dele, como agora.

Mas a mulher, ele nunca tinha visto. Seus olhos eram claros e brilhantes, pareciam deslumbrados com o lugar, com as pessoas, com Neji. Seu vestido deixava claro que ela queria ser percebida, ao mesmo tempo em que deixava claro, não apenas pela presença de Neji, que era inalcançável.

"Outra mimada.” ·

Os músicos começaram a tocar uma música bastante conhecida pelos que estavam no Mangekyou aquela noite, chamada "Living for the city". Naruto a ouviu pela primeira vez quando Iruka lhe mostrou uma rara gravação dos Três Lendários, há quase dez anos. Desde então, Naruto nunca mais conseguiu esquecer daquela música e da perfeição com que a haviam tocado. Por mais que os quatro músicos no palco fossem excelentes, não se comparavam aos músicos que haviam composto a canção.

Enquanto ouvia a música, concentrado no ritmo, Naruto deixou seu olhar percorrer o salão. Novamente seus olhos caíram sobre a jovem sentada ao lado de Neji Hyuuga. O sorriso de Hinata fez sua atenção se desviar completamente da música.

"Que droga, Naruto!”

Pensou, obrigando-se a desviar o olhar, mas, antes de fazê-lo, Hinata olhou na direção dele, mantendo o sorriso e um brilho no olhar.

"Droga. Droga. Droga. Ela é linda!” ·

Inconscientemente, Naruto sorriu de volta para a garota. Hinata sentiu-se incomodada com o modo como ele a encarava e desfez o sorriso.

"Será que não se pode mais ser simpática nessa vida, que eles pensam que estamos interessadas?"

Hinata desviou o olhar e encostou a cabeça no ombro de Neji.

"Mimada e comprometida..."

Naruto torceu o nariz, decidido a esquecer aquilo de vez. Sua última troca de olhares havia lhe deixado meses afastado de seus amigos e de sua música.

E ele não pretendia ficar tanto tempo longe de tudo aquilo novamente.