Depois de passar a manhã toda arrumando a casa, fui tomar um banho pra esperar o Hero. Sim, Kim Jaejoong é meu melhor amigo, o integrante do JYJ viria até o meu apartamento me fazer uma visita após 2 semanas de férias. Saí do banho e procurei no meu armário uma roupa apresentável e confortável. Decidi vestir um short preto de lycra e uma regata cinza larguinha com a frase “Always keep the faith” escrita em glitter que ganhei do Chunnie. Fui até a cozinha tirar o bolo de chocolate do forno. A campainha tocou, eu abri a porta e pulei em cima dele, abraçando-o pela cintura com as pernas. Ele me abraçou apertado e me passou pela cabeça quão triste era o fato do Jae ser gay. Desci de cima dele e o vi sorrindo.

- Senti sua falta, Hero. É só você sair de férias que eu fico sem companhia pro shopping  e sem os seus conselhos -disse exagerando no drama e fazendo um biquinho.

- Eu já voltei, e prometo que hoje eu sou todo seu.

Juro, se ele falar que é todo meu e der esse sorriso sexy de novo, eu perco a linha. Vários pensamentos pervertidos passaram pela minha cabeça e me fizeram corar. Balancei a cabeça pra tentar espantar tais pensamentos. Foco Beatriz, mantenha o foco. Puxei ele até a cozinha para experimentar um pedaço do bolo. Nos sentamos nos bancos e começamos a colocar o assunto em dia, até surgir um assunto delicado.

- Andou namorando muito enquanto eu estive fora?

- Quem dera Jae, sou uma negação pro amor. Eu sinto tanta vontade de estar com alguém, mas eu nunca sou correspondida -percebi que ele estava ficando pensativo, então emendei – E você, andou namorando muito por lá?

- Nem um pouco, a pessoa que me interessa está aqui na cidade.

O assunto acabou morrendo, porque Jae sempre fala que está gostando de “alguém”, mas nunca diz se é um homem ou uma mulher, e também é raro ele elogiar alguma garota pelos atributos físicos. Somando o fato de me dar tantos conselhos amorosos e fazer compras comigo, cheguei a conclusão  de que ele é gay. E desde então eu o trato como um. Eu o levei até a sala e escolhemos um filme pra assistirmos. Jae queria terror e eu, comédia. Pra não dar briga, resolvemos decidir qual filme veríamos no “unidunitê”, e o filme escolhido foi PS Eu te amo. Não pude contestar, mas avisei que eu ia chorar oceanos. Dito e feito, chorei igual a uma criança do começo ao fim do filme, encostada no ombro do Jae. Assim que acabou o filme, ele me olhou divertido enquanto eu soluçava.

- Eu avisei que ia chorar, não avisei?

- Avisou. Mas pra quê chorar, Bia, me explica.

- Porque eu vou morrer sozinha. Não tenho namorado, não tem nenhum homem que preste nesse mundo.

- Ei, e eu?

- Você presta Jae, mas você é diferente, você é meu amigo.

- Mas eu nunca faria você sofrer se fosse seu namorado, você não merece isso.

- Tá vendo? Deveria ter mais homens no mundo pensando assim!

- E só eu não é suficiente?

- Ah, você é meu amigo -disse o abraçando – eu digo alguém com quem eu possa namorar.

- Só porque eu sou seu amigo não posso ser seu namorado?

- Jae! Você não pode namorar comigo porque é gay, oras!

- QUÊ?! De onde você tirou que eu sou gay sua doida?

- Quer dizer que você não é gay? Eu sempre achei que fosse, desculpa – não tinha como ficar mais vermelha, mas a culpa era dele, certo?

- Porque você achava que eu era gay?

- Ah, você nunca falou de nenhuma garota pra mim e sempre fala que está interessado em “alguém”. A culpa é sua, poxa.

- Então agora você sabe que eu não sou gay, que eu não falo de mulheres com você porque acho falta de respeito, já que esse alguém é você. Bia, como você é lerdinha, eu venho te dando indiretas a um bom tempo, e você nunca percebeu.

Vamos recapitular: Hero, meu melhor amigo, pelo qual eu sempre tive uma quedinha.. não, eu sempre tive um grand canyon, e achava que era gay estava na minha casa dizendo que gostava de mim e me chamando de lerda. Eu espero de verdade que não seja sonho e eu realmente esteja prestes a beijar Kim Jaejoong. Nossas respirações se mesclavam e a boca dele atraía minha atenção como um imã. Entreabri os lábios e suavemente os umedeci com a língua. Jae passou uma das mãos  pela minha cintura e a outra pela minha nuca, e me beijou. Foi um beijo molhado e intenso, como os dois queriam há um bom tempo. Quando nos separamos, abri os olhos devagar e ele estava lá me encarando com um sorriso bastante sexy dançando em seus lábios.

- Ainda acha que eu sou gay?

- Bom as aparências enganam – e soprando no ouvido dele, disse – mas você ainda não tirou todas as minhas dúvidas.

Ele me lançou um olhar furtivo se foi se aproximando até me  beijar novamente, e... bem, vocês sabem o que aconteceu depois.