Equinócio escrita por Jules


Capítulo 10
Fogo.




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Dei as costas para eles decidida a ir embora. As lágrimas embaçavam minha visão, era difícil abrir caminho entre as pessoas que gritavam por meu nome. Eu não olhava para elas, eu não tinha mais condições de continuar naquele lugar. Eu tinha de ir embora.

Sai do salão, eu iria correndo, andando ou até voando para casa se fosse possível. Naquele momento eu não me importava com nada.

- E ai meu amor? - disse um garoto que deveria ter acabado de sair do baile, bêbado.

- Mas olhe só que gracinha - disse outro garoto que vinha de trás de mim.

- Não encoste em mim - eu disse enquanto saia de perto deles.

- Ei espera ai lindinha - disse o que parecia ser o mais velho, agarrando meu braço - você não quer se divertir um pouco esta noite?

Quando ele agarrou meu braço uma coisa estranha aconteceu. Eu ouvia todos os pensamentos podres e sujos dele. A raiva tomou conta de mim e eu senti todo o meu corpo tremer.

Mas porque eu estava ouvindo aquilo?

Virei-me e dei um soco na cara do mais velho sem pensar nas conseqüências da ação. O outro garoto voou para cima de mim e ganhei um soco no estomago. O idiota gemeu e sua mão parecia estar quebrada, provavelmente ele sentiu mais dor do que eu. Eles me olhavam assustados e depois cambalearam para longe de mim.

Meus olhos estavam arregalados. O que estava havendo? Como eu fui capaz de fazer uma coisa daquela? Eu não entendia o porquê de eu estar ouvindo os pensamentos indecentes deles.

Continuei andando. Eu sentia algo inédito, algo que eu nunca sentira antes. Talvez eu estivesse com febre, pois quando coloquei a mão na testa ela estava ardente.

A rua estava deserta. Não havia ninguém. Comecei a correr e eu era rápida – em poucos minutos eu já estaria em casa.

Foi quando de repente eu senti como se tivesse levado uma facada.

A dor era incomparável, inacreditável.

Não doía, queimava, era como fogo que ia se alastrando por meu corpo. Tentei me levantar e comecei a andar, já conseguia ver minha casa. Fui me arrastando, mas às vezes não conseguia evitar e guinchava de dor. Um som tão terrível que até me assustava.

Cai no chão de novo agora era a vez das minhas pernas. Pareciam milhões de facas que penetravam na minha pele lentamente. Olhei para o lado e vi Seth correndo em minha direção, gritando meu nome mas eu não tinha forças para responder.

- E- eu... Aqui - tentei dizer.



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