Capítulo 1 – O rapaz popular

Natsumi ouviu o sinal tocar; Estava atrasada. Acelerou o passo, não podia se atrasar novamente ou não conseguiria entrar na sala de aula. Correu apressada pela a praça que ficava diante do colégio, mas parou perto do portão ao ver uma multidão de garotas amontoadas. Forçou a vista para ver do que se tratava todo aquele alvoroço e logo se irritou ao ver que no centro de todas aquelas garotas estava Kurama, um dos garotos mais populares (e mais bonitos) de todo o colégio.

Ela soltou um suspiro de frustração, todas as garotas do colégio babavam por ele e por Yusuke, mas ela, porém, o odiava! Eram apenas adolescentes superficiais, logo eles estariam terminando o terceiro ano e iriam sair da escola, ela poderia ficar em paz. Cursava o segundo ano, um ano mais nova que eles, e com certeza, muito mais madura que todos eles juntos.

E quando dizia todos queria dizer: Kurama, Yusuke, Botan, Hiei, Mukuro, Kuwabara e Yukina. Odiava a todos. Mas em primeiro lugar ela com certeza colocava Kurama e Botan. Os dois namoraram durante um tempo e volta e meia resolviam pregar peças nos mais novos. Resolveu ignorar tudo aquilo e entrar, não estava disposta a ficar do lado de fora da sala só porque o Kurama resolveu interditar a entrada.

Mas quando se aproximou daquela massa compacta de garotas teve que apelar para a ignorância para poder passar, pois elas não estavam dispostas a se afastar um milímetro para trás, queriam era se aproximar mais de Kurama, ma nos final das contas conseguiu passar.

- Ufa... – ela suspirou quando saiu daquele amontoado – Que loucas... O que ele tem de tão bom afinal? Só porque ele é popular? – ela resmungou.

- Natsumi! – ela voltou à realidade quando ouviu a voz de sua melhor a amiga Keiko a chamar. – Apresse-se ou não vai entrar na sala de aula hoje!

- Ah, não! – ela murmurou e correu para a sala. Felizmente conseguiu entrar antes do professor. – Droga! – ela praguejou enquanto sentava-se em seu lugar.

- Por que a irritação? – Keiko perguntou baixinho.

- Você por acaso viu aquela loucura na frente do portão?

- Aquele Kurama sabe como ter garota a seus pés. – Keiko comentou com um sorriso maroto, mas achou melhor calar-se ao ver o olhar assassino que Natsumi lhe mandou.

- Ele é um idiota, isso sim. Acha-se no direito de fazer os outros de trouxa só porque é popular. – ela respondeu girando os olhos.

- Ah, não dá para você esquecer isso? Afinal, faz mais de um ano!

- Não, Keiko, não dá para esquecer. Foi uma injustiça. Graças a Deus que a Botan resolveu se mudar ano passado, só assim esses atentados pararam.

- Você nem os conhece direito... – Keiko murmurou balançando os ombros levemente.

- Nem quero! E pare de defendê-los!

- Não os estou defendendo!

- Claro que não. – Natsumi retrucou com ironia – Apenas o Yusuke, não é? – ela disse e viu a amiga corar até a raiz do cabelo, e sorriu satisfeita.

- Claro que não! Apenas estou dizendo para você não julgar um livro pela a capa!

- Eu não faço mais isso, Keiko. Nunca mais julgarei um livro pela a capa, pois da primeira vez eu me dei mal. – ela abaixou o olhar.

- Naty... – Keiko murmurou, sabia as feridas que a amiga carregava dentro do coração, mas antes que pudesse completar a frase o professor entrou em sala e lançou-lhe um olhar gélido, ela ajeitou-se na cadeira e resolveu esquecer o assunto.

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Kurama conseguiu se livrar das garotas entrando no banheiro masculino. Sabia que àquela hora o professor já devia estar em sala de aula, mas não estava com a mínima vontade assistir aula, e tão pouco de ficar com Yusuke e o resto que com certeza estariam procurando alguma encrenca.

Pegou o celular e ficou indeciso sem saber se ligava ou não, mas resolveu não ligar, tinha que arranjar algo para fazer enquanto não houvesse a troca de professores, assim poderia entrar de novo na sala.

Estava sentindo um pouco de dificuldade em espanhol, não que saber a língua fosse importante, mas precisava tirar boas notas para poder se formar no fim do ano, isso incluía espanhol, que seria sua próxima aula.

- Droga... Por que temos que aprender uma droga de idioma que não usamos aqui? – resmungou enquanto guardava o celular em suas vestes. – Inglês, espanhol, francês, pra quê eu preciso saber dessas línguas se não vou sair do país?!

- Hei, é você está aí, Kurama? – ouviu a voz de Kuwabara.

- Sim, sou eu, Kuwabara. – ele respondeu enquanto abria a porta do Box onde estava.

- Olha, o Yusuke ficou preso na sala de aula, mas eu vou dar o fora do colégio. Quer vir junto?

- Não, cara, não dá.

- O que deu em você? Ultimamente só quer saber de estudar... Nem tá mais indo para as festas com a gente! – ele indagou desconfiado.

- Eu prometi a minha mãe que me formaria com boas notas, e as promessas que eu faço, eu cumpro. – ele respondeu calmamente.

- Então tá. – ele ia saindo quando se lembrou de algo – Recebeu alguma notícia da Botan?

- Não. Acho que ela já conseguiu outro namorado... – ele falou sem muita emoção na voz.

- E você não se incomoda? – ele perguntou erguendo uma sobrancelha.

- Por que deveria? Nós terminamos, lembra? Ela pode fazer o que quiser da vida.

- Okay... Hum... Eu já vou...

- Tchau.

Kuwabara ficar lotado, o que significava que já era hora de ir para a sala. Antes da troca de professores os alunos tinham cerca de três minutos para beberem água e irem no banheiro, depois tinham que voltar para a sala antes do tempo esgotar ou não conseguiria assistir aula.

Kurama deixou o banheiro e estava voltando para a sala quando viu quem se aproximava. Alta, cabelos negros longos e lisos, pele branca, olhos azuis profundos e expressivos. Era Natsumi. Ele sorriu maliciosamente, e viu o olhar dela mudar de calmo para um completamente assassino.

- Como tem passado? – ele perguntou parando no meio do corredor.

- Melhor impossível. – ela respondeu secamente sem parar de andar.

- Isso foi grosseiro, sabia? Podia ter parado para conversar comigo. – ele disse, ela parou maia à frente e se virou para ele.

- Por quê? Você ao menos sabe o meu nome? – ela vociferou.

- Hum... Deixe-me ver... É Natalia, né? – ele falou.

- Hunf! – ela se virou e continuou andando até o bebedouro.

Ele sorriu e voltou para a sala.

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“Idiota!” – Natsumi pensava – “É claro que ele não sabe meu nome! Aposto que os únicos nomes que ele sabe de toda a escola são os dos amigos idiotas dele.”

Ela encheu um copo de água e tomou de um gole só, estava enfurecida, por causa da audácia daquele garoto vir falar com ela com a maior cara limpa! E ainda nem lembrava de seu nome.

- Imbecil, convencido... – ela xingou baixinho.

- Espero que esses adjetivos ‘carinhosos’ não sejam para mim. – ela se virou e deu de cara com Koenma.

- Não, claro que não! – ela exclamou nervosa. Koenma sempre tinha o mau hábito de aparecer nas piores horas.

- Então por que você tá querendo me fuzilar desse jeito?

- Não é sua culpa, desculpe. – ela falou se acalmando. – É culpa daquele idiota!

- O Kurama de novo?

- Ele mesmo!!

- O que ele fez dessa vez?

- Não quero falar sobre isso. Além do mais, eu tenho que voltar para a sala. – ela disse e deixou Koenma parado diante do bebedouro.

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Kurama estava nervoso. O professor iria entregar uma prova que havia feito alguns dias antes e ele sabia que não havia se saído bem.

“Maldito espanhol” – Praguejou mentalmente – “Por que todo mundo não fala uma língua só?”

O professor parou diante do Kurama, aquele olhar de decepção apontava que a nota de Kurama não tinha sido das melhores, e o silencio do professor fez o nervosismo de Kurama aumentar.

- Kurama, sinto muito, mas você tirou um quatro. – o professor disse depositando a folha sobre a carteira de Kurama.

- Quatro?! – ele exclamou sem conseguir acreditar.

- Sim. Precisa estudar mais.

- Estudar mais? Eu quase me mato de estudar para essa maldita prova! – ele disse exaltado.

- Então qual o problema? Por que tirou uma nota ruim?

- Eu... Eu não sei! Não entendo espanhol ou qualquer outro idioma estrangeiro!

- Kurama... – o professor suspirou cansado – Você está precisando de nota para passar na minha matéria, sei que se esforçou para aprender, mas está com dificuldades. Eu vou falar com uma aluna minha para que ela possa lhe ajudar, tudo bem?

- É... É sério? – ele perguntou vendo enfim uma esperança.

- Sim. Ela poderá ajudá-lo. Vou falar com ela no recreio e se ela aceitar em lhe ajudar, me encontre na sala dos professores no final da aula.

-Sim! – ele exclamou já mais animado.

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Natsumi saiu da fila da cantina com um salgado numa mão e um copo de suco na outra, viu Keiko acenar para que ela fosse se sentar junto dela numa mesa que ficava debaixo de uma laranjeira.

- Já está mais calma? – Keiko perguntou quando a amiga se acomodou no banco de pedra.

- Estou. Aquele idiota realmente sabe como me tirar do sério.

- É... Um idiota bonito. – Keiko deixou escapar, e ouviu a amiga se engasgar com o salgado.

- DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ, AFINAL?

- Do seu. Só estou contando os fatos. Vai dizer que não acha ele um gato? – Keiko perguntou sorridente, e seu sorriso se alargou ainda mais quando Natsumi virou o rosto e tomou um grande gole de suco na tentativa de esconder a vermelhidão de seu rosto. – Se disser que ele é feio, vai estar mentindo.

- Tá, ele é bonitinho. – ela respondeu, Keiko estreitou os olhos.

- Bonitinho é o feio arrumado. Admita.

- Okay, ele bonito, satisfeita?!

- Bastante.

A conversa das duas foi interrompida quando o senhor Tankado, o professor de inglês e espanhol, chegou até onde elas estavam.

- Srta. Tatsuyo, posso falar com você? – o professor dirigiu-se a Natsumi.

- Sim, professor. – ela respondeu levantando-se e o seguiu para um local um pouco afastado de onde estava com Keiko. – Algo errado?

- Não. Mas preciso de sua ajuda. Você morou por alguns meses na Espanha, não foi?

- Hã, sim, senhor. – ela respondeu, não sabia aonde ele queria chegar.

- Bem, é que tenho um aluno que está com alguns problemas com espanhol e queria saber se você poderia ajudá-lo com a matéria.

- Claro, eu posso sim.

- Maravilhoso! Poderia ir até a sala dos professores depois da aula?

- Aham. – ela meneou a cabeça confirmando.

- Até mais tarde, Natsumi.

- Tchau, professor.

Assim que o professor se afastou, ela voltou para Keiko e para seu lanche. Estava faminta.

- Então, o que o Sr. Tankado queria com você? – Keiko logo indagou.

- Ele pediu para ajudar um aluno dele que tá bombando em espanhol.

- Hum... Você aceitou?

- Aceitei. Vou encontrar com eles no final das aulas na sala dos professores.

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Quando o sinal soou no final da tarde, Natsumi anotou os deveres em sua agenda apressadamente, guardou seu material e logo saiu em direção a sala dos professores.

- Depois me liga para falar do cara que você vai ajudar. – Keiko disse

- Tá! – ela disse e continuou a correr.

Parou diante da porta da sala dos professores. Nunca havia estado lá. Nenhum aluno havia estado lá, era um local proibido para alunos. Mas era diferente. Ela tinha sido convidada, não é?

Bateu levemente na porta e esperou um pouco até ouvir a permissão para que ela entrasse no local. Estendeu a mão até a maçaneta, inspirou uma grande quantidade de ar tomando coragem e depois abriu a porta.

- Oh, olá, Natsumi! – o professor disse amistoso.

- Boa tarde. – ela disse sem graça

- Entre, o meu aluno ainda não chegou, mas logo estará aqui, com certeza. – ele apontou para uma cadeira, ela sentou-se ainda sentindo-se fora de área.

- Espero que consiga ajudá-lo, Natsumi, ele realmente precisa da nota.

- Não se preocupe, eu prometo que vou ajudá-lo. – ela disse convicta.

- Que bom! Posso confiar em você, quando diz que promete, cumpre, não é?

- Sim, senhor.

De repente ouviram batidas nas porta e o professor novamente ordenou que entrassem, Natsumi estava na maior expectativa, vai que o cara era bonito? Mas quando viu aqueles cabelos vermelhos como fogo, aqueles olhos verdes e aquele porte atlético, Natsumi sentiu o sangue correr mais rápido em suas veias.

Não! Não podia ser ele a quem ela deveria ensinar! Ele com certeza estava ali por pura coincidência, logo sairia dali e depois entraria o seu futuro ‘aluno’. Mas não podia ser o Kurama!!

- Desculpe a demora. – Kurama disse adentrando na sala sem maiores cerimônias.

- Sem problema. – O professor disse sem notar a expressão da jovem – Natsumi, esse é Kurama, o rapaz do qual falei. É a ele que você vai ajudar.

N/A: Olá!

Essa é a minha primeira fic de Yu Yu Hakusho, espero que gostem, e peço por favor que deixem seus reviews deixando suas opiniões (onegai,onegai,onegai!! .)

Sem mais nada para falar por enquanto...

Bjus

Liligi