O Retorno escrita por Abraxas


Capítulo 16
Capítulo 17: Esperanças




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Aos poucos a Imperatriz retorna a sua forma humana. Todos os presentes estão dominados pelas tatuagens místicas, tanto os seus subordinados quanto os seus opositores. A conclusão é um tanto óbvia...

Tiamat tinha vencido.

A Rainha dos Dragões ordena que os seus inimigos se aproximem dela e assim é feito.

- Ajoelhem-se, vermes miseráveis!

Todos, sem excepção, obedecem.

- Finalmente... - e a Imperatriz caminha entre os seus inimigos.

- Asherat... Levanta-se! - ordena.

Depois de cumprir a ordem, a Imperatriz autoriza que ela fale o que pensa, mas o seu corpo esteja sob o seu controle. E a ex-consorte diz a sua primeira palavra:

- Monstro.

- Obrigada, criança... Sabe, eu estou curiosa. Por que me traiu? Afinal, aquele verme chamado Eric usurpou o seu trono, roubou-lhe o seu primeiro beijo, forçou-te a casar com ele, ainda sim fugiu com o pulha.

Você era a minha mais fiel serva...

- Você quer saber o porquê te traí? - interrompe Asherat. Eric me mostrou a liberdade. Eu estava iludida pela a minha gaiola dourada. Eric mostrou as grades. Ao odia-lo, por um tempo, percebi que como ele me prendia era do mesmo modo que você só que sem mascaras ou mentiras. Eric me respeitou como mulher, apesar de ter roubado o meu primeiro beijo, ele me tratava como igual e não uma "serva" ou escrava. Sabe! Você pode ter o meu corpo, mas nunca terá a minha alma!!!

A Imperatriz dá um olhar de deboche.

- Bem-vinda a escravidão! - e faz um gesto que a silência. Adoro vê-los esperniando. - e ri. Argana, querida! Diga-me algumas palavras...

O que a cigana diz são palavras nada polidas. Tanto que Tiamat a silência rapidamente.

- Ai!!! Que mulher vulgar!!! - e ri. Então, vampira? Quais são as suas últimas palavras? - e Tiamat pergunta para Lilith Astarte.

- Logos inmortum sabannis anunciati! - diz a Necrorainha.

Surpresa, Tiamat comenta:

- Um feitiço de invocação?! Não adianta, pois... - e a Imperatriz é interrompida.

Porque um estaca de madeira transpassa o seu coração.

- Ainda tem medo dos cavaleiros, Tiamat? - pergunta a Necrorainha. Ou dos vingadores?!

Ao tentar olhar para trás, Tiamat constata quem está a matando.

- N-não... Você está morto... Vin... gador... - balbucia a Imperatriz.

O sangue escorre e mancha o vestido amarelo da Imperatriz. A mulher tenta falar, mas o ar falta-lhe. Então usa gestos para que controle as cordas vocais de Lilith Astarte e fale pela a dragoa.

- Pare , idiota! - diz Tiamat usando a voz
da vampira. Ordeno que pare!!! - mas não obteve sucesso.

Sem entender. A dragoa ordena que a vampira explique o porquê de não controlar o ser.

- Simples, Tiamat. - diz a vampira assumindo o controle de sua própria voz. Ele é o vingador. Seu nêmesis. Sua sombra. A soma de todos os seus medos materializados. Ele existe para a sua destruição e assim que você for destruída, a sua existência deixa de ter sentido. Adeus, Tiamat!

A dor aumenta e a dragoa grita.

Subitamente, Tiamat volta a sua forma original, agoniza e cai.

Só aí podemos ver aquele que a atacou...

Era um homem vestindo uma armadura negra, metálica e brilhante. Em sua indumentária estão uma capa negra e carcomida, um par de chifres negros colocados em seu elmo, um pesadelo voador* e uma lança-de-justa que está dilacerando o coração da rainha dos dragões.

( *Pesadelo voador é uma espécie de eqüino voador semelhante a um cavalo com um pêlo negro, mas cavalga no ar, a sua crina e em cima dos seus cascos é tomado por chamas. )

A dragoa estrebucha numa última e desesperada tentativa de reagir, mas o sangue não mais irriga os seus cérebros...

Tiamat morre.

Com a sua morte, a sua magia se dissipa como um títere que solta, abruptamente, os seus bonecos.

Uma cena que deve ter destaque é o fato que a armadura negra do tal "Vingador" vai se transformando, aos poucos, em pó. E revela o seu
usuário...

Asherat, como também todos os presentes, despertam de um sonho ruim. A privação de sua liberdade. A ex-consorte tem ciência do valor do que é perder controle de seu corpo e de sua Vida. Filosofa sobre o que é a escravidão e ter algo ou alguém determinando o que comer, vestir, pensar, gostar, trabalhar. Ser livre, não é justificativa para fazer coisas anti-éticas, mas sim a ética existe para garantir a sua liberdade respeitando a liberdade do próximo. Isto é ser livre.

A adolescente de cabelos verdes levanta a cabeça e tem uma visão extraordinária. Ela descobre quem é o misterioso vingador que matou a terrível Tiamat.

- Eric! Eric! - grita em meio de uma cascata de lágrimas.

A garota corre em direção do homem que está paralisado olhando para o corpo sem vida da Hidra. Asherat o abraça com força. Em seguida, toca no seu rosto com as mãos e dá um beijo apaixonado.

- Aonde estava quando perdi isto?! - brinca Presto. Eric é pedófilo?!

- Que romântico... Um amor que supera todas as barreiras. - suspira Scheila.

- Tudo está bem quando se termina bem, não é, Argana? - pergunta Zoroastro.

Súbito, um disparo de energia nocauteia o sacerdote.

- Não é bem assim, "amigo". Os vencedores são aqueles que escrevem a história dos vencidos... - diz Argana.

- Certamente, sócia! - diz Lilith Astarte. Graças a vocês, nós tornamos as rainhas de dois mundos.

Todos ficam estupefatos.

- Mas vocês duas não são inimigas?! - pergunta Hank.

- Tolinho... Quanta ingenuidade... - diz Argana. Desde quando uma criança cigana pode escapar de um reino exilado se não tivesse ajuda interna e externa?

- Eu providenciei a fuga da Argana para que pudesse ser a nova Mestre dos Magos... Além do mais, nunca fui criança. - diz Asherat.

- Que diabo são vocês? - pergunta Diana.

- Hecatae... - tosse Zoroastro. As primeiras Deusas. As criadoras de nosso mundo que foram depostas pelos Titãs Ahriman e Ormuzd. Inimigas de tudo que conhecemos.

E Argana, Lilith e Asherat ficam juntas e falam ao mesmo tempo.

- Nós somos a Deusa suprema! Tríplice! Absoluta! Vocês são a nossa carne...

- Lá vamos nós de novo... - diz Hank. Ao ataque...

Súbito, um golpe atinge a cabeça de Hank e cai desacordado.

- Diana?! - grita Presto.

- Nome apropriado, não acha? - diz a bela negra.


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Notas finais do capítulo

( Fim do capítulo 17 )



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