Escolha Difícil escrita por narutonyah


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

espero que estejam gostando !!!



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Ainda era cedo, naquela manhã. A Floricultura Yamanaka estava em processo de abertura matinal, um pouco mais lento que o normal, dada a ausência de uma das funcionárias, no caso, Ino. E nesse exato momento, um jovem de cabelos ainda molhados do banho, olhos azuis e roupas laranja parou frente à porta de entrada. Trancada. Por um instante Naruto se indagou se chegara muito cedo, mas foi interrompido ao sentir uma mão em seu ombro. Virou-se para ver de quem se tratava, apenas para encontrar Yamanaka Inoshi, pai de Ino, com um rosto não muito feliz.

- Ohayo, garoto – disse o homem, meio desconfiado.

- Ohayo, Inoshi-san – respondeu educadamente o jovem. Preferia não despertar uma fúria que aparentemente já estava desperta. Até mesmo Naruto percebeu que estava lidando com alguém visivelmente irritado àquela hora da manhã.

- Então, veio comprar flores para alguém? – indagou Inoshi, indo direto ao ponto.

- Na verdade... – engoliu em seco, e prosseguiu – Eu vim ver a Ino, ela está em casa?

- A Ino? – a têmpora do homem parecia que ia estourar, dada a irritação causada pela resposta do jovem à sua frente – E o que um garoto limpo e perfumado quer com a minha filha? E principalmente sendo você, Naruto. Todo mundo sabe que é difícil você tomar um banho e sair perfumado assim pela rua. O que exatamente você pretende?

- Gah! I-isso não passa de um... – Naruto mal pôde terminar, já que Inoshi ia tirando uma kunai de um dos bolsos de seu colete Jounin, e apontou para o jovem que o encarou. A cor do rosto do loiro sumiu completamente, suas pernas tremeram.

- Então... Você tem mesmo segundas intenções para cima da Ino, seu safado! – Inoshi tinha um olhar assassino estampado, e Naruto caía nele como um rato numa ratoeira – Acho melhor pensar bem antes de querer alguma coisa com ela...

- Mas, não é isso que...

- Quieto, garoto!

- Gah!

- Entenda... Eu não vou deixar que um pivetinho medroso como você chegue perto da minha filha. Não é nada pessoal – Inoshi parou, fez uma cara pensativa, e prosseguiu – Pensando bem, é pessoal sim. E acho bom manter a mesma distância que mantinha da Ino antes, ou eu entro na sua mente e além de bagunçar tudo, ainda roubo seus segredos mais escondidos. Você não quer isso, quer?

- A-acho que não... – Naruto suava frio encarando o pai daquela que tinha lhe proposto ajuda.

- Então o que você vai fazer agora? Vai ficar aí parado? – Inoshi sorriu com o canto da boca, vitorioso.

- E-eu vou... CORRER! – e Naruto correu numa velocidade nunca antes vista.

Enquanto isso, Ino, que vinha chegando, apenas avistou uma nuvem de fumaça vindo em sua direção. Ao parar para observar com calma, percebeu a causa de tanta poeira sendo jogada para o alto. Naruto corria desesperadamente, toda a cor de seu corpo sumira e ele gritava alto e amedrontado, provavelmente ia se esconder em algum lugar. "Espera... Mas ele não marcou de estar lá em casa? O que será que deve ter acontecido?". Ainda curiosa, a kunoichi loira continuou seguindo em direção a sua casa, onde encontrou seu pai à sua espera do lado de fora. Ao que parecia ele não estava muito feliz. E realmente não estava.

- Yamanaka Ino, ainda bem que a senhorita chegou! – disse Inoshi, já irritado o suficiente pela manhã toda e parte da tarde.

- Ah, ohayo! – respondeu a jovem numa tentativa inútil de acalmar seu pai.

- Não adianta bancar a educada agora. Quero que me responda logo uma pergunta – o olhar de Inoshi já causava medo no coração de sua filha, que apenas o ouvia atentamente.

- C-claro, papai... Qualquer coisa... – era a única alternativa. Com Yamanaka Inoshi, não havia opção B.

- Por que o Garoto-Kyuubi? – indagou Inoshi, ainda visivelmente chateado.

- Eh? Como assim? – a confusão tomou conta das feições da jovem loira.

- Vocês estão saindo sem eu saber! Ele veio até aqui hoje todo arrumado... Tomou até banho! – a forma com que Inoshi mencionara Naruto deu a Ino a impressão de que o jovem era porco. A algumas centenas de metros dali, um garoto loiro toma um tombo por estar correndo muito rápido e espirrar subitamente.

- Eu... Saindo com o... Naruto? – a princípio Ino estava aguardando seu pai dizer algo do gênero "brincadeirinha"! Mas ele não disse nada. Ao contrário, apenas aguardava a resposta de sua filha com um olhar severo e irritado.

- Então...

- Isso só pode ser brincadeira, certo? – Ino mal controlava o riso. A situação era até ridícula, já que seu pai se irritara tanto por um mal entendido.

- Eu estou rindo por um acaso?

- Pai... Tudo isso é um mal entendido – enfim respondeu Ino. Entretanto Inoshi não prestara atenção, já que estava vendo as horas em seu relógio de bolso. Olhou para sua filha, ainda cheio de incerteza.

- Mais tarde esclarecemos isso tudo. Estou atrasado. Tsunade-sama quer me ver – e dito isso, Inoshi saiu rapidamente em direção à Torre da Hokage.

Nesse momento, Naruto estava em casa, escondido debaixo de sua cama. Tremia feito louco, e chegou a considerar desistir da ajuda de Ino. "Droga... Agora que as minhas chances já eram mesmo. Tudo porque o pai da Ino é um tapado que não percebe que eu e ela não temos nada... Mas até que não seria nada mal. Huh? O que eu to pensando! Ela continua sendo a Ino, e provavelmente não me vê dessa forma. Então vou continuar por aqui... Até porque está tão confortável! Minhas costas só doem um pouco".

Voltando à Floricultura Yamanaka, Ino ainda estava impressionada com a capacidade de seu pai em criar mal entendidos do nada. Sem ter mais o que fazer a não ser procurar pelo loiro e se desculpar pelas atitudes de seu pai, a garota entrou na loja para avisar à sua mãe.

- Ohayo, filha! – disse a Sra. Yamanaka, completamente diferente de Inoshi. A mãe de Ino era uma versão da mesma um pouco envelhecida. Mas não perdera sua beleza, seu cabelos loiros indo até a cintura, soltos. Os orbes azuis tão marcantes quanto as da filha brilhavam com o bom-humor matutino. Ao que parecia, ela tivera uma boa noite de sono enquanto Inoshi passara a noite acordada.

- Ohayo, mãe! – respondeu animadamente Ino, enquanto dava um pequeno beijo na testa de sua mãe.

- Filha, não ligue para o que seu pai diz, certo? – a mãe de Ino tinha essa peculiaridade. Os comentários profundos sempre vinham nos momentos mais inesperados, e foi a vez da jovem loira corar ao ouvir o resto da frase – Depois me apresente seu namorado novo! Ele é uma gracinha, eu dei uma espiada enquanto abria a loja.

- Mãe... O Naruto não é meu namorado... – respondeu Ino, ainda corada.

- Jura? É uma pena. Ele tem cara de ser muito bonzinho. E convenhamos que ele é bem bonito, faria um ótimo par com você, já que vocês dois são loiros – a cada palavra dita pela mãe, a filha corava ainda mais.

- Mãe!

- Tudo bem minha filha... Pode ir fazer o que quer que seja, eu cuido daqui – e foi pegar um vaso no fundo da loja, rindo.

Ino saiu da floricultura mentalmente confusa. O papo com seu pai já tinha sido esquisito, e agora ouvir o que sua mãe lhe disse foi completamente adverso. Seu dia já começara a todo vapor. Ainda meio desnorteada, resolveu ir caminhando até o único lugar possível para Naruto estar à uma hora daquelas. Em casa. A cada passo, mais e mais dúvidas surgiam na mente da garota. "Meu pai confundiu o Naruto com um pretendente. Esquisito, muito esquisito. E agora a minha mãe me vem com esse papo de ele ser bonito... Se bem que ele é bem bonito sim. E é tão ingênuo que eu chego a me impressionar. Ele de certa forma é fofo... Mas continua sendo o Naruto! Yamanaka Ino, não ouse pensar assim novamente! Você estaria traindo suas amigas! E nenhum homem vale isso...".

A loira chegou relativamente rápido no apartamento de seu colega. Parou em frente à porta, já decidida quanto a não pensar sobre Naruto daquele jeito novamente. Deu duas batidas na porta, apenas para descobrir que estava encostada. Adentrou o local, lentamente. O apartamento do jovem era um tanto quanto pequeno, e consistia basicamente de uma sala, que também era o quarto, a cozinha sendo separada da sala por uma pequena bancada, um banheiro e o armário. O que impressionou a garota foi o fato de estar tudo limpo.

- Naruto, eu sei que você está aí! Pode aparecer! – disse Ino, sem saber ao certo para onde chamar.

Naruto estava ainda debaixo da cama, mas a jovem desconhecia seu paradeiro. Mas, como o apartamento era pequeno, decidiu por pegar uma das cadeiras da mesa da cozinha e se sentar no meio da sala. Olhou para a cama, e viu a janela bem ao lado. Pôs a cadeira de frente para lá, de modo que ao menos pudesse ver o céu e refletir sobre tudo o que se passou. Mal sabia ela que estava de frente para quem procurava.

O loiro ainda permanecia deitado debaixo de sua própria cama, "Desculpe Ino, mas não posso deixar esse lugar tão cedo... Vai que seu pai me encontra... Ele vai descobrir sobre a minha coleção de mangás e isso não vai ser legal!". Ouviu o som de algo sendo depositado no chão, e resolveu parar de se encolher e dar uma olhada no que acontecia no meio da sala. Viu a cadeira ali, e logo depois Ino se sentando nela. Antes de qualquer comentário sobre a reação de Naruto, vamos ao visual da loira. Ela trajava uma camisa roxa, colada, o que dava ênfase as curvas sensuais de seu corpo. Usava as sandálias ninja de sempre. Mas, principalmente, usava uma saia um tanto quanto curta, deixando suas pernas praticamente por completo à mostra para Naruto. O loiro ao notar o que estava a sua frente, começou a esticar seu pescoço para cima, tentando ver algo mais. Foi quando deu de cabeça em sua cama, com um pouco de força. O som alertou Ino, que logo descobriu onde estava o jovem.

- Droga! – xingou baixinho Naruto.

Hinata terminara seus afazeres muito rapidamente naquela manhã. Estava sentada na varanda de seu quarto, sentindo o vento acariciar seu rosto e pensando sobre o que fazer. "Não sei... Talvez eu possa perdê-lo se deixara oportunidade passar assim tão fácil. Acho que eu vou visitá-lo... Não... Seria muito evidente. O que eu faço?". Estava tão absorta em seus pensamentos que mal notou sua irmã adentrando seu quarto. Foi até a primogênita e sentou-se ao seu lado, olhando fixamente para o rosto de sua irmã mais velha.

- Pensando nele, nee-chan? – indagou Hanabi, quebrando a linha de raciocínio de Hinata.

- É... Eh? C-como...? – a mais velha apenas se deu conta de que se entregara após ter dito, e também estava apreensiva sobre a forma com que as pessoas liam suas atitudes e pensamentos.

- Nee-chan, pensando em tomar alguma atitude? Não que eu ache que o Garoto-Kyuubi realmente mereça alguém como você, mas... – Hanabi apenas retrucava, enquanto Hinata permanecia corada e estática.

- Pensei em talvez visitá-lo hoje... Mas acho que seria muita ousadia minha... – enfim disse a mais velha num tom quase inaudível.

- Pare de dizer besteiras e faça alguma coisa logo! – o tom de voz determinado da mais nova assustou, inicialmente, a jovem de cabelos negro-azulados – Você pode partir para a ação, já que esse tapado nunca vai perceber que você gosta dele se você não dizer! Ou... Você pode ficar aí e assistir outra garota acabar ficando com ele um dia, e você vai ficar aí chorando porque não foi forte o suficiente para conquistá-lo, quando na verdade nem tentou.

As palavras de Hanabi foram suficientes para a jovem Hyuuga Hinata se motivar. Tomou um bom banho, colocou uma roupa simples, porém elegante. Hinata era assim: Simplicidade e Elegância em forma de mulher. E ainda com um pouco de nervosismo a incomodando na boca do estômago, partiu rumo a casa de seu amado. Enquanto isso Hanabi foi fazer o que sempre adorava: dar em cima de Neji.

Nesse mesmo momento, na casa de Naruto, Ino já havia conseguido tirar o loiro de onde estava. O aspecto do jovem era o de um rato assustado, fugindo de um gato, mas que acabou acuado. Seu rosto estava pálido e suas pupilas contraídas de medo. Mas o sorrisinho de Naruto deixou Ino intrigada. Havia algo que ela não sabia. Esquadrinhou o rosto do garoto até ter uma noção do que acontecera. Resolveu brincar um pouco.

- Então, o que fazia debaixo da sua cama? – indagou Ino, rindo.

- Vendo suas per... Digo, me escondendo do seu pai... Ele é medonho... – Naruto quase se entregara. Mas Ino sacou logo o que criara o sorriso malicioso no rosto do loiro.

Vendo que Naruto estava sentado no chão, recostado em sua cama, Ino foi até o centro da sala e se sentou novamente na cadeira, cruzando as pernas bem lentamente. Percebeu que toda a atenção do jovem foi para onde imaginava. Sorriu sedutoramente, logo em seguida corando de leve. Olhou para o chão, e com uma voz mais leve, e extremamente provocante, resolveu implicar um pouco mais com seu colega.

- Naruto... – chamou a garota, despertando o jovem de seu devaneio.

- Huh? Ah, sim, Ino? – o loiro ainda estava meio desnorteado com a visão.

- Você... Por um acaso... Estava olhando para as minhas pernas? – indagou a loira, rindo por dentro da cara que fez Naruto ao ver que tinha sido descoberto.

- Eu? Ah... Não! – respondeu o loiro, pensando que fosse dar fim na situação.

- Então quer dizer que eu não sou bonita o suficiente para você? – Ino se levantou.

A garota foi andando muito lentamente até onde estava o loiro. Rebolava mais do que o normal enquanto ia até lá. A cada passo uma onda de excitação corria as veias de Naruto, que agora se encontrava numa situação pior do que a que passara com Inoshi. Mas o erro fatal do garoto foi ter deixado suas pernas abertas. Ao ficar muito próxima do jovem, a loira desceu ficando de joelhos exatamente entre as pernas de seu colega.

- Você ainda não me respondeu, Naruto... – seus rostos muito próximos um do outro. "Que sensação é essa? Por que de repente eu senti uma vontade imensa de dar um beijo nele. Ele é tão bonito! E tão fofo... Eu acho que quero beijá-lo... Não devo... Ah, só um beijinho...", pensou Ino.

- N-não foi isso que eu quis dizer... – Naruto cada vez mais perdia as palavras na língua. "Assim ela vai acabar me matando! Droga! Para que eu fui olhar!".

Naruto sentiu a mão de Ino em seu rosto, e logo em seguida seus lábios se encontraram. Uma onda elétrica percorreu o corpo do jovem, para então trazer um imenso prazer. Sem saber o que fazer, Naruto apenas se deixou ser beijado. Logo Ino já estava em cima do loiro, beijando-o ardentemente. Sua língua pedia passagem nos lábios do garoto, que abriu, deixando-a explorar a boca que nunca imaginara beijar em sua vida.

O nervosismo de Hinata acabou fazendo com que, pouco depois de sair do clã Hyuuga, a garota começasse a ir cada vez mais rápido, chegando incrivelmente depressa no apartamento de Naruto. Deu duas batidas na porta, que se abriu, revelando o beijo de Naruto e Ino. Milhares de sensações diferentes percorreram a mente da jovem naquele segundo. Em seguida, Hinata sentiu as lágrimas quentes correrem suas bochechas.

- Naruto...Kun... – foi tudo o que pôde dizer antes de se virar e correr para longe de onde virava realidade o pior de seus pesadelos. Naruto desconectou seus lábios dos de Ino, passando-a um olhar apreensivo e levantou-se, já disposto a correr atrás de Hinata.

- Hinata, espere! – e assim só sobrava Ino no recinto. Ela permaneceu lá, imóvel por alguns segundos, tentando assimilar o que se sucedera nos últimos minutos. "Eu realmente o beijei?", essa era a pergunta que martelava em sua cabeça quando também saiu em busca de consertar seu erro com Hinata.


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Notas finais do capítulo

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