POV Atena

Eu estava passeando pelo Olimpo, olhava de longe os mortais andando pelas ruas, alguns indo trabalhar, outros voltando de longas noitadas, continuei caminhando até chegar à sala dos tronos, meu pai estava lá, fiquei pensando se eu deveria contar a ele sobre eu e Poseidon e qual seria a reação dele.

- Pai. – Ele se virou pra mim e sorriu.

- Atena, está tudo bem? – Ele perguntou e eu assenti.

- Eu preciso conversar com você. – Ele me convidou para sentar e depois me encorajou a prosseguir, eu respirei fundo e formei as frases na minha mente antes de pronunciá-las.

- Pai, eu queria que você soubesse que eu conversei com minha filha um dia e tomei uma decisão drástica em minha vida, cabe a você aceitá-la ou não, mas não posso voltar atrás. – Ele assentiu e eu continuei. – Eu estou dando uma segunda chance a Poseidon.

Fiquei calada fitando-o digerir a conversa, Zeus ficou parado por uns quinze minutos apenas refletindo, ele me examinava com os olhos talvez procurando algo que denunciasse que eu fiquei louca, quando ele desistiu, falou:

- Você tem certeza disso minha filha? – Eu assenti. – Como você mesma disse, eu apenas tenho que aceitar ou não, mas você vai ter que me dar um tempo para eu me acostumar com isso. – Eu assenti novamente esboçando um leve sorriso nos lábios, levantei-me para voltar a minha caminhada quando ele me chamou novamente. – Suponho que tenha um impasse em sua relação com Poseidon, você ainda tem um acordo comigo Atena. – Eu fitei o chão, não sabia o que dizer, Zeus se aproximou e olhou em meus olhos por um instante. – Eu posso desistir do acordo se Poseidon prometer te ser fiel.

- Eu irei conversar com ele. – Zeus assentiu e eu saí de lá, fui até seu palácio no mar sorridente e o encontrei dormindo em seu quarto, ele era lindo até quando estava dormindo, fiquei sentada numa cadeira durante algum tempo lendo um livro que estava sobre a cabeceira, era sobre poesias, as mais bonitas que eu já tinha lido, ouvi Poseidon acordar e ele veio em minha direção e me beijou calmamente.

- Trago boas notícias.

- Quais? – Ele perguntou.

- Falei com meu pai agora há pouco e ele concordou com a nossa volta, ele também disse que desiste da minha promessa feita a ele se você prometer se manter fiel a mim. – Ele parou e ficou sentado por um tempo me olhando, depois abriu um lindo sorriso e disse:

- É claro que eu prometo isso, não vou te perder de novo Atena, não vou mais cometer os mesmos erros, Zeus não vai precisar se preocupar. – Ele me abraçou e me beijou apaixonadamente, eu correspondi ao beijo e voltei para o Olimpo ainda perdida nos olhos verdes dele, eu estava nas nuvens e Afrodite passeava pelo Olimpo feliz da vida, tenho certeza de que ela já sabia disso, mas o motivo real para ela estar assim é que Afrodite está planejando o casamento da minha filha, ela está selecionando vários lugares para o casamento, isso a deixa bem feliz e distraída ao mesmo tempo, coisa que Ares não gosta muito, eles quase não tem se encontrado mais e Hefesto gosta dessa idéia, até quis fazer um anúncio para fazer Afrodite planejar mais casamentos.

POV Marina

Eu passeava pela praia procurando um lugar onde o sol estivesse melhor para ter um bronzeado perfeito, já fazia uma semana que estávamos curtindo aquelas férias em Montauk, eu realmente adorei aquele tempo, pena que já estava acabando, no dia seguinte, nós iríamos direto para o acampamento. Ouvi Zack me chamando e eu fui ao encontro dele, o filho de Apolo era perfeito comigo, gentil, carinhoso, romântico, tudo o que uma filha de Afrodite gosta.

- Mari, o que está fazendo? – Ele disse me dando um selinho.

- Estou tentando achar um local para o bronzeado perfeito, mas o sol já está indo embora. – Eu disse fazendo um biquinho, ele riu e afagou minhas bochechas.

- Venha, fizemos uma surpresa pra vocês.

Eu fui atrás deles, encontrei as meninas sentadas em volta de uma fogueira com uma expressão de dúvida, a mais frustrada era Annabeth, eu ri com a cara dela, mas logo recebi um olhar furioso dela e parei na hora, fui salva pelos meninos que entraram com um violão, umas panelas, copos de vidro fazendo uma banda maluca, ele começaram a tocar Hey, soul sister da banda Train, eu amava aquela música, Zack cantou e os meninos se revezavam nos entre as panelas e os copos, foi lindo, nós rimos muito com a brincadeira deles.

- Gostaram? – Percy perguntou e nós assentimos, voltamos todos para a cabana e dessa vez tivemos a idéia de jogar verdade ou desafio, combinamos que se alguém não dissesse a verdade ou não quisesse cumprir o desafio seria amaldiçoado, todos concordaram com medo, mas mesmo assim ansiosos.

- Eu vou começar. – Disse Percy com cara de quem vai aprontar, ele girou a garrafa e deu em Alex. – Verdade ou desafio cara? – Ele pensou um pouco e respondeu verdade. – Você pediria para namorar com a Gabi aqui e agora?

- Sim. – Ele disse e eu olhei para uma Gabi que estava vermelha, Percy sorriu, depois foi a vez da Annie, ela girou a garrafa e na Jess.

- Verdade ou desafio cunhada?

- Desafio sabichona. – Jess disse fitando Annabeth.

- Eu te desafio a dar um chupão no abdômen do Nico. – Jess deu de ombros e fez o que a Annie disse, Nico a olhou com cara de agradecido e de vingativo, eu apenas ri com isso, depois foi a vez da Jess que pensou um pouco antes de girar a garrafa e parou exatamente na Annie.

- Verdade. – Ela se antecipou.

- Como o Percy é na cama? – Ela disse piscando e Annabeth corou imediatamente, nós rimos um pouco antes dela responder ainda envergonhada.

- É...bem...ele é...sabe...ele é perfeito, simplesmente perfeito. Se você quer saber mais alguma coisa, eu digo que ele é muito bom de cama, faria qualquer uma de vocês gritar de prazer, mas ele só pode fazer isso comigo. – Percy estufou o peito orgulhoso e Jess tirou sarro da cara dele, Annie riu e ele se emburrou.

- Minha vez. – Nico disse, ele girou a garrafa que apontou para mim. – Verdade ou desafio Mari?

- Hum...desafio. – Eu respondi determinada, ele pensou um pouco e disse.

- Quero que você vá até o guarda roupa da Anna, vista a roupa mais gótica dela e fique assim o resto da brincadeira. – Eu fiz uma careta e fui até o armário da Anna, não que eu não goste dela, a Anna era muito legal, mas o jeito dela de se vestir não era muito a minha praia, era muito deprimente, torci para minha mãe não ver isso, senão ela teria um ataque.

- Sou eu. – Eu disse girando a garrafa que parou em Percy.

- Desafio. – Ele disse com voz de garanhão, eu ri por dentro.

- Percy, Percy. Já que Annie disse que você é tão bom assim, quero que você a leve para aquele quarto e só saia de lá quando a fizer gritar de prazer. – Ouvi gritos do pessoal e Percy pegou Annabeth no colo e foi para o quarto com ela rindo, esperamos uns dez minutos quando ouvimos os dois gritando da porta do quarto, Annabeth dizia o nome do Percy e nós ríamos ainda mais. Os dois voltaram para o círculo como se nada tivesse acontecido, mas Jess teve um ataque de riso e nós a acompanhamos. Depois foi a vez de Zack, ele tirou a Anna.

- Verdade. – Ela respondeu.

- O que você viu do Connor menina?

- Ei, essa pergunta era minha. – Travis disse rindo.

- Bem, ele é engraçado, fofo, luta bem, é bonito...vi um monte de coisas.

- Preparem-se galerinha do mal que é a minha vez. – Gabi disse rindo, ela girou a garrafa que parou em Travis.

- Verdade.

- Qual é a coisa mais difícil que você já enfrentou depois da guerra? – Travis paralisou e pensou por alguns momentos.

- Sinceramente, a guerra afetou muito a todos nós, principalmente os que são filhos de Hermes, mas o mais difícil foi quando vimos Alex entrando no acampamento, ele é muito parecido com o Luke, não somente da aparência como no jeito também. Alguns de nós têm receio de falar com ele, porque nós gostávamos muito de Luke, isso é difícil pra mim, foi difícil pro meu pai, mas temos que encarar a verdade. E a verdade é que nós adoramos de Alex como nosso irmão, não é Connor? – Connor balançou a cabeça e Travis sorriu para Gabi.

- Minha vez. – Alex disse, ele não pareceu estar constrangido, acho que eles já haviam falado sobre isso com ele.

- Verdade. – Connor disse.

- Qual é o deus que você mais admira, tirando o seu pai?

- Caramba cara, não tinha uma pergunta que eu não corresse o risco de ser frito? – Todos riram. – Eu admiro Apolo com certeza. – Eu o olhei cética. – Qual é? Eu me amarrei no Masseratti vermelho dele. – Nós rimos de novo e Connor girou a garrafa que parou na Gabi.

- Desafio. – Ela disse fitando-o com seus olhos elétricos.

- Eu te desafio a dar um beijão no Alex, daqueles de cinema. – Ela riu e fez exatamente o que ele mandou, Alex nem disfarçou o sorriso, depois disso nós começamos a conversar sobre vários assuntos aleatórios, desde o nosso primeiro verão no acampamento, passando pela guerra, nossas mães e pais e outros assuntos bestas. Ouvimos um barulho da cozinha e Percy destampou Contracorrente e foi ver o que era, ele saiu da cozinha acompanhado por Afrodite em pulinho.

- Gente! Já sei, eu sou um gênio, descobri o lugar perfeito para o casamento! – Minha mãe dizia batendo palmas e dando pulinhos, Annie e Percy reviraram os olhos e ela continuou: - Por que não fazer o casamento aqui em Montauk? Percy disse que as melhores lembranças dele estão aqui, fica perto do acampamento e de Nova Iorque, não tem fronteiras mágicas, portanto mortais podem vir e é um lugar maravilhoso.

- Como eu não pensei nisso antes? – Annie disse sorrindo. – Você é um gênio Afrodite.

- Eu tenho meus momentos. – Ela disse sorridente. – Não se preocupe florzinha, eu cuido de todos os detalhes, vou te fazer uma visitinha pelo menos uma vez por semana para tratar dos detalhes com vocês. – Ela disse e depois desapareceu deixando um cheiro de perfume de marca do lugar, eu ri e todos me acompanharam, minha mãe era realmente desmiolada, mas eu a amava.

- Nós temos mesmo que ir pro acampamento amanhã? – Jess perguntou.

- Sim Jess, nós precisamos. – Percy respondeu e todos foram dormir, inclusive eu. Amanhã seria minha última chance de conseguir meu bronze perfeito.

POV Gabi

O dia seguinte foi muito bom, e finalmente chegou o dia que tivemos que voltar para o acampamento, nós seguimos viagem dividimos do mesmo jeito que viemos a Montauk, eu fui conversando com Alex durante a viagem inteira, o tempo estava calmo, era um fim de tarde como um outro qualquer, estacionamos numa garagenzinha improvisada do acampamento e subimos juntos a colina, nossos problemas começaram quando eu ouvi um zunido perto da orelha e constatei que era uma flecha, não sei de onde tinha vindo, só vi que depois vinha um grupo com cinco mulheres atrás de nós.

- Voltem aqui semideuses. – Uma delas sibilou.

- Oh meus deuses, elas são as Pitonisas, cuidado gente! – Annabeth disse imediatamente, ela e Percy ficaram para distraí-las enquanto nós subíamos a colina, mas mesmo com os dois sendo muito experientes e derrotando três da cindo pitonisas, uma delas assoprou um apito e, de repente uma serpente enorme apareceu.

- Annie, essa não é a Píton verdadeira, não é?

- Claro que não, a verdadeira é muito maior. – Ela disse se esquivando dos golpes de uma pitonisa, eles lutavam bravamente e derrotaram uma, sobrou a serpente e a outra pitonisa, eu saí correndo na direção deles, precisava alcançá-los Percy lutava contra a pitonisa enquanto Annabeth bolava um plano para derrotar e serpente, quando Percy derrotou a último pitonisa, a serpente ficou maluca e foi pra cima da Annie, ele correu na frente dela de costas para a Píton, eu sabia que aquele era o seu ponto fraco, fiquei sabendo em uma luta, corri ainda mais rápido e empurrei os dois para o chão antes que a serpente atacasse, quando fui me levantar estava tonta e sentia minhas costas ardendo, desabei no chão sem forças enquanto Annabeth gritava para Percy, depois disso não vi mais nada e apaguei.

POV Percy

Eu vi a Gabi desabando no chão, corri em seu alcance, ela tinha as costas ensangüentadas, estava fraca e eu tinha certeza que e serpente era venenosa, peguei-a no colo e saí correndo para o acampamento com Annie ao meu encalço, eu usava toda a minha força, precisava salvar a Gabi, ela sabia onde era o meu ponto fraco e se arriscou por mim, eu não a deixaria morrer, corri ainda mais e chegue a enfermaria encharcado de sangue e suor, um filho de Apolo correu para nos socorrer com uma nova campista que era filha de Asclépio, ela e o filho de Apolo fizeram de tudo para curar Gabi, depois de algum tempo ele saíram e me encontraram esperando por notícias.

- Vá descansar Percy, por pouco ela vai ficar bem, se você tivesse demorado mais um pouquinho seria tarde demais, nós ainda não sabemos como o veneno está reagindo contra o néctar, mas esta tudo sendo limpo, pra ser sincero, o veneno é muito forte, vamos ficar de olho nela até que ela acorde. – Eu assenti com a cabeça, voltei para o meu chalé me sentindo péssimo, encontrei Jess arrumando as coisas dela, não me importei com a presença dela e desabei na cama, algumas lágrimas saíram do meu rosto, era tudo culpa minha, era para ser eu no lugar dela, eu fui estúpido o bastante para contar-lhe o meu ponto fraco, eu sou um idiota, eu merecia morrer.

- Percy, o que foi? – Ela perguntou me abraçando, nesse mesmo momento a Annie entrou no chalé e se sentou ao meu lado.

- Os meninos me contaram sobre o estado dela Percy. Eu sinto muito.

- A culpa foi minha Annie, ela só se jogou na nossa frente porque ela sabia o meu ponto fraco, a culpa é minha eu sou um estúpido.

- Ela quem gente? – Jess perguntou confusa.

- A Gabi. Percy, você a trouxe a tempo, ela vai ficar bem, ela é forte. Gabi é filha de Zeus, isso também ajuda bastante, e a meninas que está cuidando dela é filha de Asclépio, deus da medicina, acredite, ela está em boas mãos. – Eu continuava me sentindo um lixo, mesmo com tudo o que me dissessem.

POV Gabi

Acordei na enfermaria do acampamento, minhas costas ainda ardiam e eu não me atrevi a me mexer, o primeiro rosto que vi era o de Percy, ele estava muito preocupado, tentei esboçar um sorriso pra ele, mas a expressão dele era muito séria.

- O que deu na sua cabeça menina? – Ele disse.

- Oi pra você também, ah, e de nada por ter salvado a sua vida, não precisava agradecer. – Eu disse irônica, não acreditava no que eu tinha ouvido.

- Por que você fez aquilo Gabi? – Ele perguntou triste.

- Percy, eu não podia deixar você morrer, muita gente iria morrer com você, pensei principalmente na Annie, ela iria se matar. – Eu respondi séria também.

- Foi uma das coisas mais estúpidas e legais que já fizeram por mim. – Ele respondeu com um leve sorriso.

- Vou aceitar isso como um agradecimento. – Eu sorri e vi dois semideuses entrando na enfermaria, infelizmente, eles vinham ao meu encontro.

- Olá, eu sou Gerald Walker, filho de Apolo e esta é Irina Chambers, filha de Asclépio. – A menina me cumprimentou com um sorriso e Percy saiu da enfermaria.

- Gabrielle, nós temos que conversar com você.

- Gabi. – Eu interrompi Irina.

- Ok então. Nós limpamos a sua ferida e conseguimos extrair todo o veneno para fora, só existe um problema, quando a serpente te atacou, uma das peçonhas dela atingiu sua coluna, num lugar estratégico, está um pouco afastada, nós fizemos de tudo, mas a única coisa que podemos fazer agora é te ajuda a recuperar seus movimentos das pernas, isso pode levar algum tempo, mas você não pode desistir. – Eu assenti de leve, estava em choque pela notícia.

- Agora nós vamos deixar você refletir um pouco. – O filho de Apolo disse e saiu.

- Esperem! – Eles voltaram. – Não contem a ninguém, principalmente ao Percy, deixem que eu vou contar na hora certa. – Eles assentiram e saíram.

Eu passei o resto do dia na enfermaria, pedi para não receber visitas hoje, eu precisava pensar e não queria falar pra ninguém que eu teria que ficar andando de cadeira de rodas por uns tempos, como eu não tinha nada pra fazer, fui direto pra cadeira e fiquei praticando a minha locomoção, Irina veio me ajudar a praticar meus movimentos, quanto mais cedo eu começasse, mais cedo sairia daquela cadeira, era o que eu mais queria naquele momento. Quando deu a hora do jantar, tive que ir para o refeitório, confesso que eu não queria estar lá, mas Alex me arrastou até lá, ele foi a única pessoa que eu deixei me visitar hoje, nós conversamos e ele me convenceu que não era nada demais, chegamos no refeitório primeiro que todo mundo, e eu me sentei na mesa de Zeus, praticamente me escondia para ninguém me ver e vir até mim, assim eu poderia ficar bem discreta no meu lugarzinho.