Soldados da Dor escrita por Natii_C


Capítulo 7
Capítulo 7 - Renovada


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo!!
A partir daqui, é a Renesmee que narra a história
Boa leituura, gaaleriinha :D



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Acordei. Não quis abrir os olhos. Não tinha a menor vontade de fazê-lo. Não me pergunte por que. Apenas sei responder que havia um certo medo, uma angústia dentro de mim que me dizia para não abrir os olhos e continuar adormecida. Além do mais, adormecer era melhor do que viver. Pelo menos assim, eu não teria que me preoucupar com nada do mundo exterior, não me apaixonaria, não teria brigas... Nada, simplesmente nada aconteceria.

Ouvi uma voz grossa. Fiquei ainda mais desesperada. Agora é que não tinha vontade de abrir os olhos mesmo.

Aos poucos - e para minha sorte -, a voz foi se afastando até finalmente ficar inaudível.

Criei coragem e abri os olhos. A luz me atingiu em cheio. Senti meus olhos queimarem.

Foi só aí então que percebi que não estava mais na minha antiga forma e sim num novo corpo hospedeiro.

Novas sensações, novos instintos, emoções tão indescritíveis. Tudo isso veio de supetão pra cima de mim. A luz continuava a queimar meus olhos. Senti o corpo todo duro e dolorido. Meu pescoço estava dormente. Minha cabeça voava longe, partindo do desconhecido.

Tudo era tão engraçado mas, ao mesmo tempo, tão assustador.

Como quase todas as almas, eu já havia passado por inúmeros planetas, sendo cobaia de tantos curandeiros e habitado as criaturas mais estranhas que se possa imaginar. A maioria dessas criaturas são todas nojentas, cheias de garras, que vivem desejando sangue ou querem, simplesmente, sugar a alma uma das outras.

O engraçado em tudo isso, era que haviam alguns instintos mais apurados que os outros. Havia, dentro de mim, um desejo louco a flor da pele. Não soube, de início, dizer qual era essa sensação. Mais tarde, porém, descobriria que isso não era apenas um desejo ou uma sensação, mas uma questão de sobrevivência.

Me levantei. Tentei me equilibrar. Coloquei todo o peso do meu corpo sobre os braços. Caí esparramada no chão.

Equilibre o corpo. É tão difícil assim?

A voz em minha cabeça era de Bella, o antigo corpo que agora me pertencia.

-Pra você, falar é fácil, não é? - contra-ataquei.

Ela permaneceu calada. Parecia estar furiosa com a minha resposta. Mas não liguei nem iria ligar para o que Bella dizia. Ela era apenas o meu hospedeiro, viveria dependendo de mim para continuar viva.

Você precisa mais de mim do que eu de você.

Bella já estava me irritando com os seus pensamentos? Será que não dava para ela ficar calada? Me deixar com meus pensamentos, sozinha, pelo menos por um segundo? Pra falar a verdade, essa ligação entre humanos e almas anda muito mais firme do que antes.

O silêncio inundou a sala. A luz continuava ali, acesa. Aprendi, em pouco tempo, como fugir dela. Fiquei fitando o nada. Não sabia no que pensar. Eram tantas sensações novas que eu não era capaz de organizar tudo ao mesmo tempo.

Um devaneio me atingiu em cheio. Algo parecido a um flash.

Lembranças. A voz na minha cabeça disse.

No começo, tudo era escuro. Alguma forma borrada ia de um lado ao outro, se destacando no bréu da noite. Seu olhar era avermelhado, um pouco mais denso que sangue. Mas se assemelhava a esse. Havia alguma coisa em seus olhos que me fazia retrair toda a minha atenção para ele.

-Renesmee! Renesmee.  - ele sibilou, sua língua atravessando os dentes. O som produzido parecia o xaqualhar de cobra.

Minha primeira reação, no sonho, lógico que fora sair correndo. Porém, mal conseguia mexer as minhas pernas. Era o fim. Não havia saída pra mim. Só então percebi que não era eu quem estava sentindo medo e sim Bella. Como os humanos são fracos! Se entregam diante de qualquer um.

A capa caiu do seu corpo. Debaixo, a pele branca, quase transparente. Seus cabelos eram meio avermelhados, puxados para um tom de castanho. A boca desenhada, os traços perfeitos. Por um instante, Bella pareceu ter reconhecido aquele rosto jovem. Era uma mulher. Ou melhor, uma garota. Alguma coisa me dizia que eu também a conhecia de algum lugar. Bella e eu estávamos ambas apavoradas. Não sabiamos a reação da garotinha. Ela podia ser pequena, mas concerteza, apesar da aparência de frágil, era muito poderosa.

-Renesmee! Renesmee!

Ela continuava a me chamar. Mas o que queria comigo? Eu não tinha nada a ver com o que estava acontecendo -  se é que eu sabia o que estava acontecendo.

Em menos de um segundos, garras apareceram no lugar das suas mãos. Olhei para o alto e lá estava ela: transfigurada, transformada. Uma águia branca. Seus olhos continuavam com o mesmo aspecto sombrio e assassino.

No ar, a águia dava voltas e mais voltas; algumas arriscadas demais, outras, nem tanto.

A sua pata esquerda passou rasgando meu braço - o braço de Bella, quer dizer. O sangue escorreu dali. Fazendo um giro de 180º, a águia voltou e passou por cima da minha cabeça. Por que estava fazendo aquilo? Queria me ver morta? Essa era a única explicação racional. Mas por que motivo? Eu não tinha feito nada a ela, mas Bella, quem sabe.

Foi olhando pela última vez que soube de quem era aquele rosto: Bree.


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